OBJETIVO:
Considerando que a pressão arterial elevada constitui um dos maiores fatores de risco para as doenças cardiovasculares e sua associação ao consumo elevado de sal, bem como o fato de as escolas serem considerados ambientes de excelência para fomentar a aquisição de bons hábitos alimentares e promover a saúde, o objetivo deste estudo foi avaliar o conteúdo de sal presente nas refeições escolares e a percepção dos consumidores sobre o sabor salgado.
MÉTODOS:
Foram recolhidas refeições nas cantinas das escolas, analisando-se todos os seus componentes (pão, sopa e prato principal). A quantificação de sal foi realizada com um medidor de sal portátil. Para a avaliar a percepção dos consumidores foi desenvolvido e aplicado um questionário aos alunos das escolas preparatórias e secundárias.
RESULTADOS:
Foram analisados 798 componentes de refeições. O pão apresentou o valor mais elevado de sal, com média de 1,35 g/100 g (SD=0.12). O conteúdo de sal nas sopas apresentou média de 0,72 g/100 g a 0,80 g/100 g (p=0,05) e, nos pratos principais, de 0,71 g/100 a 0,97 g/100 g (p=0,05). Em média, as refeições escolares disponibilizaram entre 2,83 e 3,82 g de sal por porção servida, o que representa de duas a cinco vezes mais em relação à dose diária recomendada para crianças e jovens. Para a maioria dos estudantes, o sabor das refeições foi percebido como sendo nem salgado nem insosso, o que parece demonstrar adaptação à intensidade/ quantidade de sal consumida.
CONCLUSÃO:
Escolhas alimentares saudáveis e adequadas só são possíveis se sustentadas por um ambiente que as facilite. Considerando o impacto que o consumo de sal tem na saúde, em particular nas doenças crônicas, a implementação de estratégias de redução de sal - nas indústrias, serviços de catering e restaurantes -, é imperativa, em particular direcionada para o público mais jovem.
Promoção da saúde; Alimentação escolar; Cloreto de sódio; Percepção gustatória