RESUMO
Objetivo
Este estudo objetivou analisar a tendência temporal de características sociodemográficas e da prevalência de variáveis de consumo alimentar, excesso de peso e obesidade entre adultos em Belo Horizonte entre 2006 e 2018.
Métodos
Este foi um estudo de série temporal envolvendo dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), entre 2006 e 2018, em Belo Horizonte (n=25.443). Estimou-se a prevalência anual de características sociodemográficas da população (sexo, faixa etária e anos de escolaridade) e de fatores de risco e proteção para doenças crônicas relacionados a alimentação e estado nutricional. Modelos de regressão de Prais-Winsten foram utilizados para investigar a variação temporal de cada variável.
Resultados
De 2006 a 2018, verificou-se aumento significativo da idade e da escolaridade da população adulta de Belo Horizonte. Nesse mesmo período, a prevalência de consumo recomendado de frutas e hortaliças aumentou (de 23,0% para 29,2%), enquanto aquela de consumo de carnes com excesso de gordura e de consumo regular de refrigerantes diminuiu (respectivamente, de 41,9% para 38,0% e de 35,3% para 15,2%). Em paralelo, a prevalência de excesso de peso e obesidade aumentou (respectivamente, de 38,5% para 53,3% e de 9,8% para 17,2%).
Conclusão
Importante mudança no perfil sociodemográfico da população foi constatada. Destacam-se também mudanças favoráveis quanto aos aspectos investigados do consumo alimentar, sem que estas fossem suficientes para impedir o aumento significativo na prevalência de excesso de peso e obesidade na população.
Palavras-chave
Consumo de alimentos; Inquéritos epidemiológicos; Obesidade; Saúde pública