Embora ainda existam sociedades indígenas que mantêm um modo tradicional de viver, nas quais uma alimentação adequada em quantidade e qualidade provém da caça e da prática de agricultura, a maioria dos índios vem sofrendo um processo de aculturação oriundo do contato com a civilização urbana, pois eles não mais dispõem de terra suficiente que garanta a subsistência. Desse modo, acabam tornando-se dependentes do comércio local e consumindo alimentos industrializados que podem ser prejudiciais à saúde bucal e ao estado nutricional. A presente comunicação tem como objetivo identificar a influência da transição alimentar, devido ao contato com a civilização urbana, no estado nutricional e na condição bucal da população indígena brasileira. Os dados relacionados nessa investigação foram obtidos na base de dados do SciELO e do MedLine, PubMed, pesquisando-se os termos de indexação: "índios sul-americanos", "comportamento alimentar", "estado nutricional", "saúde bucal". Estudos revelaram a prevalência de desnutrição infantil, sobrepeso e obesidade em adultos, índice de cárie elevado e doença periodontal nas comunidades indígenas que vêm passando por mudanças de hábitos culturais. Conclui-se que a transição alimentar pode levar a desordens nutricionais e ao desenvolvimento de doenças bucais, sugerindo a necessidade de uma intervenção e/ou monitoramento por meio de programas dirigidos à assistência à saúde, ao saneamento básico, ao acesso à terra e à educação.
Estado nutricional; Índios sul-americanos; Saúde bucal; Transição nutricional