RESUMO
Objetivo
Este artigo tem por objetivo avaliar a concordância entre a classificação do estado nutricional de escolares e a percepção dos seus responsáveis.
Métodos
Foi realizado um estudo transversal com uma amostra de crianças de seis a dez anos de idade, matriculadas em uma escola pública do Sul do Brasil. Foram coletados peso e estatura dos escolares e aplicado aos responsáveis um questionário contendo a escala de silhuetas brasileira para crianças. A percepção por meio da escala de silhuetas foi comparada com o real estado nutricional. Utilizou-se o coeficiente Kappa para verificar a concordância da percepção real e percebida. Foi calculada a razão de prevalência entre a percepção de excesso de peso e a eutrofia.
Resultados
Foram entrevistados 236 responsáveis pelos escolares. O nível de concordância entre a avaliação do estado nutricional real e percebido foi fraco (Kappa= 0,32, p<0,001). Quanto à percepção do estado nutricional, 50,8% dos responsáveis acertaram a classificação nutricional de suas crianças, sendo que 42% delas apresentavam excesso de peso e 60,2% eram eutróficas, p<0,05. A prevalência de responsáveis que subestimaram a classificação do estado nutricional foi de 21,6%, sendo que naquelas com excesso de peso a subestimação foi de 1,8 vez maior em relação aos eutróficos. A superestimação do estado nutricional foi de 27,5%. O estado nutricional mais prevalente foi eutrofia, seguido de sobrepeso.
Conclusão
O estudo demonstrou que os responsáveis pelas crianças não tem a percepção correta do estado nutricional dos escolares. É importante realizar ações públicas de educação em saúde a fim de reduzir as percepções errôneas.
Palavras-chave
Crianças; Avaliação nutricional; Obesidade pediátrica; Percepção de peso