RESUMO
Objetivo
O objetivo deste estudo foi verificar a relação entre o grau de processamento de alimentos e sobrepeso e adiposidade corporal em adultos brasileiros.
Métodos
Estudo transversal com 670 adultos (334 mulheres e 336 homens) com idades entre 20 e 59 anos, em Viçosa, Minas Gerais, Brasil, com base em dados populacionais coletados por meio de questionário estruturado, entrevista de recordatório alimentar de 24 horas e avaliação antropométrica. Os alimentos consumidos foram categorizados em quatro grupos: alimentos não processados ou minimamente processados, ingredientes culinários processados, alimentos processados e alimentos ultraprocessados. Modelos de regressão de Poisson foram utilizados para avaliar a relação entre o grau de processamento dos alimentos e excesso de peso e de adiposidade corporal.
Resultados
A contribuição de alimentos não processados ou minimamente processados para a ingestão total de energia foi um fator protetor para o excesso de peso em todos os quartis. Por outro lado, a contribuição dos alimentos ultraprocessados para a ingestão total de energia foi um fator de risco para o excesso de peso no quartil mais alto (razão de prevalência 1,308; intervalo de confiança de 95%, 1,085-1,577). O alto consumo de energia de alimentos ultraprocessados foi um fator de risco para o excesso de adiposidade nos quartis mais altos.
Conclusão
O consumo de alimentos ultraprocessados está associado ao excesso de peso e excesso de adiposidade, enquanto o consumo de alimentos não processados e minimamente processados é um fator protetor para o excesso de peso.
Palavras-chave
Adultos; Ingestão de alimentos; Guias alimentares; Alimentos industrializados; Obesidade