As fissuras labiopalatais constituem um dos defeitos congênitos mais freqüentes da região de cabeça e pescoço. No Brasil, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e estudos realizados pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC) em Bauru/SP, a prevalência ocorre em uma grandeza de 1:650 nascimentos. Resultam em uma série de seqüelas que podem acompanhar o portador durante toda a vida apresentando ônus em termos de morbidade, estigmatização e exclusão social. O tratamento requer um acompanhamento contínuo desde o nascimento até a fase final do crescimento com o objetivo de prevenir e tratar transtornos estéticos, funcionais e psico-sociais. Esta revisão da literatura busca refletir sobre a organização do processo de trabalho através de um atendimento multiprofissional e interdisciplinar nas ações de reabilitação e promoção da saúde ao portador de fissura labiopalatal. Há presença de lacunas na integração entre as especialidades que compõem os três níveis de atenção no Sistema Único de Saúde (SUS) e há necessidade de atuação do poder público para que sejam garantidos os serviços de referência e contra-referência.
Fissura labiopalatal; Saúde Coletiva; Odontologia