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Melastomataceae na Serra dos Pireneus, Goiás, Brasil

Melastomataceae from Serra dos Pireneus, Goiás, Brazil

Resumo

A Serra dos Pireneus, localizada na porção centro-oeste do estado de Goiás, está representada prioritariamente por fisionomias das formações campestres e savânicas, onde a família é bastante diversa. O presente estudo apresenta o tratamento sistemático das 77 espécies de Melastomataceae catalogadas para a Serra dos Pireneus. Espécimes depositados nos herbários CEN, ESA, HUEG, HUFU, IBGE, K, MBM, RB, SP, UB, UEC e UFG foram analisados. Chave de identificação para as espécies, descrições com comentários taxonômicos e ilustrações de caracteres diagnósticos são fornecidos.

Palavras-chave:
cerrado rupestre; florística; taxonomia

Abstract

The Serra dos Pireneus, located in the Mid-Western region of Goiás state, is represented mainly by grasslands and savannas, where the Melastomataceae are very diverse. The present study aims to provide the systematic treatment of 77 species of Melastomataceae occurring in the Serra dos Pireneus. Specimens from CEN, ESA, HUEG, HUFU, IBGE, K, MBM, RB, SP, UB, UEC and UFG herbaria were analysed. Species identification key, species descriptions with comments and illustrations are provided.

Key words:
cerrado rupestre; floristic; taxonomy

Introdução

As formações rupestres, localizadas acima de 900 m de altitude, são representadas pelo campo rupestre (Giulietti et al. 1987Giulietti, A.M.; Menezes, L.N.; Pirani, J.R.; Megguro, M. & Wanderley, M.G.L. 1987. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: caracterização e listas das espécies. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo 9: 1-151.; Giulietti & Pirani 1988)Giulietti, A.M. & Pirani, J.R. 1988. Patterns of geographic distribution of some plant species from Espinhaço Range, Minas Gerais and Bahia, Brazil. In: Vazzoline, P.E. & Heyer, W.R. (eds.). Procceedings of a workshop on neotropical distribution patterns. Academia Brasileira Ciências, Rio de Janeiro. Pp. 39-68. e cerrado rupestre (Pinto et al. 2009Pinto, J.R.R.; Lenza, E. & Pinto, A.S. 2009. Composição florística e estrutura da vegetação arbustivo-arbórea em um cerrado rupestre, Cocalzinho de Goiás, Goiás. Revista Brasileira de Botânica 32: 1-10.), cuja vegetação é rica em endemismos (Alves & Kolbek 1994Alves, R.J.V. & Kolbek, J. 1994. Plant species endemism in Savanna vegetation on table Mountains (Campo Rupestre) in Brazil. Vegetatio 113: 125-139.; Harley 1995Harley, R.M. 1995. Introdução. In: Stannard, B.L. (ed.). Flora of the Pico das Almas, Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. Royal Botanic Gardens, Kew, London. Pp. 43-76.; Romero 2002Romero, R. & Martins, A.B. 2002. Melastomataceae do Parque Nacional da Serra da Canastra, Minas Gerais, Brasil. Revista Brasileira de Botânica 25: 19-24.). No estado de Goiás, estas formações rupestres são encontradas nas Serras Dourada, dos Pireneus, dos Cristais, dos Topázios e na Chapada dos Veadeiros (Munhoz & Proença 1998Munhoz, C.B.R. & Proença, C.E.B. 1998. Composição Florística do município de Alto Paraíso de Goiás na Chapada dos Veadeiros. Boletim Herbário Ezechias Paulo Heringer 3: 102-150.; Romero 2002Romero, R. 2002. Diversidade da Flora dos Campos Rupestres de Goiás, Sudeste e Sul de Minas Gerais. In: Araújo, E.L.; Nascimento, M.A.; Sampaio, E.S.B.; Gustinari, L.S.M. & Carneiro, O.M.T. (eds.). Biodiversidade, conservação e uso sustentável da flora do Brasil. Impressa Universitária, UFRPE, Recife. Pp: 81-86.), onde a família Melastomataceae é bastante diversa.

As Melastomataceae são facilmente reconhecidas pelas folhas decussadas, estames geralmente falciformes com anteras poricidas, sementes pequenas e numerosas (Renner 1993Renner, S.S. 1993. Phylogeny and classification of the Melastomataceae and Memecylaceae. Nordic Journal of Botany 13: 519-540.; Clausing & Renner 2001Clausing, G. & Renner, S.S. 2001. Molecular phylogenetics of Melastomataceae and Memecylaceae: implications for character evolution. American Jounal of Botany 88: 486-498.). No Brasil são estimados a ocorrência de 67 gêneros e 1.371 espécies de Melastomataceae (BFG 2015BFG. 2015. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1085-1113.), das quais 470 ocorrem no Cerrado (Forzza et al. 2010Forzza, R.C. et al. 2010. Catálogos de plantas e fungos do Brasil. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 871p.), havendo maior diversidade nas formações rupestres (Giulietti et al. 1987Giulietti, A.M.; Menezes, L.N.; Pirani, J.R.; Megguro, M. & Wanderley, M.G.L. 1987. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: caracterização e listas das espécies. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo 9: 1-151.; Harley 1995Harley, R.M. 1995. Introdução. In: Stannard, B.L. (ed.). Flora of the Pico das Almas, Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. Royal Botanic Gardens, Kew, London. Pp. 43-76.; Zappi et al. 2003Zappi, C.D.; Lucas, E.; Stannard, B.L.; Nic Lughadha, E.; Pirani, J.R.; Queiroz, L.P.; Atkins, S.; Hind, D.J.N.; Giulietti, A.M.; Harley, R.M. & Carvalho, A.M. 2003. Lista das plantas vasculares de Catolés, Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo 21: 345-398.). Para o estado de Goiás são relacionadas 161 espécies de Melastomataceae (BFG 2015BFG. 2015. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1085-1113.).

A Serra do Pireneus localiza-se na porção centro-oeste do estado de Goiás, entre os municípios de Corumbá de Goiás, Cocalzinho de Goiás e Pirenópolis, abrangendo cerca de 40.000 ha. Apenas uma área com 2.833 ha é protegida pela Unidade de Conservação Parque Estadual dos Pireneus (SEMARH 2015SEMARH. 2015. Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos - Goiás. Disponível em <http://www.semarh.goias.gov.br/site/>. Acesso em 30 março de 2015.
http://www.semarh.goias.gov.br/site/...
) e cujas principais fisionomias são os campos limpo, sujo e rupestre, cerrado rupestre, vereda e as matas de galeria, ciliar e semidecídua. Apesar da flora de Melastomataceae do Parque ter sido inventariada por Santos (2003)Santos, M.L. 2003. Florística e Biologia reprodutiva de espécies de Melastomataceae no Parque Estadual da Serra de Caldas Novas e Parque Estadual dos Pireneus, Goiás. Tese de Doutorado. Universidade de Brasília, Brasília. 159p., que catalogou 39 espécies em 15 gêneros, a maior extensão da Serra dos Pireneus ainda não foi totalmente investigada. Deste modo, o presente estudo objetiva ampliar o conhecimento das Melastomataceae no estado de Goiás, fornecendo chaves de identificação para gêneros e espécies, descrições, comentários taxonômicos e ilustrações de caracteres diagnósticos.

Material e Métodos

A Serra dos Pireneus está localizada na porção centro-oeste de Goiás entre os meridianos 15º47'-15º55'S e os paralelos 48º46'-48º57'W em altitudes que variam de 900 a 1400 metros, tendo o Pico dos Pireneus como ponto mais alto (Fig. 1). O relevo da região é formado por um conjunto de serras alinhadas, com profundos vales encaixados e encostas côncavas (Filho et al. 2010Filho, J.J.T.; Moraes, J.M. & Paula, T.L.F. 2010. Geoparque Pireneus, GO - Proposta. Ministério de Minas e Energia, Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, Serviço Geológico do Brasil - CPRM, Distrito Federal. 66p.). Sua vegetação apresenta predomínio dos campos limpo e sujo, cerrado rupestre e vereda e, menos frequentemente, campo rupestre, matas de galeria, ciliar e semidecídua, de acordo com a classificação proposta por Ribeiro & Walter (2008)Ribeiro, J.F. & Walter, B.M.T. 2008. As principais Fitofisionomias do Bioma Cerrado. In: Sano, S. (ed.). Cerrado - Ecologia e Flora. Editora Embrapa Informação Tecnológica, Brasília. Pp. 152-199..

Figura 1
Mapa com a localização da Serra dos Pireneus, Goiás.
Figure 1
Map showing the location of the Serra dos Pireneus in Goiás.

As descrições dos gêneros e das espécies foram baseadas nas coleções feitas na Serra dos Pireneus e depositadas nos herbários CEN, ESA, HUEG, HUFU, IBGE, MBM, RB, SP, UB, UEC e UFG (siglas de acordo com Thiers, continuamente atualizadoThiers, B. [continuously updated]. Index Herbariorum: A global directory of public herbaria and associated staff. New York Botanical Garden's Virtual Herbarium. Disponível em <http://sweetgum.nybg.org/ih/>. Acesso em 30 março de 2015.
http://sweetgum.nybg.org/ih/...
). Seis expedições foram feitas à Serra dos Pireneus de abril de 2012 a maio de 2013, cujas coleções foram incluídas no Herbarium Uberlandense (HUFU) e duplicatas doadas aos herbários HUEG, BHCB, K, MBM, RB, UB e UEC (siglas de acordo com Thiers, continuamente atualizado). A descrição morfológica das estruturas florais baseou-se em Radford et al. (1986)Radford, A.E.; Dickson, W.C.; Massey, J.R. & Bell, C.R. 1986. Vascular plants systematic. Harper and Row, New York. 498p., dos tricomas em Wurdack (1986)Wurdack, J.J. 1986. Atlas of hairs for Neotropical Melatomataceae. Smithisonian Institute Press, Washington. 38p. e Guimarães et al. (1999)Guimarães, P.J.F.; Ranga, N.T. & Martins, A.B. 1999. Morfologia dos tricomas em Tibouchina sect. Pleroma (D. Don) Cogn. (Melastomataceae). Brazilian Archives of Biology and Technology 42: 485-493. e das inflorescência em Weberling (1988)Weberling, F. 1988. The architecture of inflorescences in the Myrtales. Missouri Botanical Garden 75: 226-310..

Devido ao volume de exsicatas, foi selecionado apenas um exemplar examinado por espécie, e os demais exemplares relacionados na lista de coletores. Na ausência de flores nas coleções dos Pireneus foram examinadas coleções provenientes de outras localidades, aqui citadas como material adicional.

Dados de floração e frutificação foram extraídos das etiquetas dos espécimes analisados. Apenas folhas, estames, hipantos e sépalas de táxons pouco representados na literatura foram ilustrados.

Resultados e Discussão

Melastomataceae Juss. Gen. Pl. 328. 1789.

Erva, subarbusto, arvoreta ou árvore. Ramos, folhas, hipanto e sépalas glabros ou indumento variado. Folhas simples, opostas, às vezes, dispostas em braquiblastos ou verticiladas, sésseis ou pecioladas, margem inteira ou não, glabra ou pilosa, nervuras acródromas basais ou suprabasais, raro paralelas. Tirsos ou flores isoladas, axilares ou terminais. Flores 4-7 meras; pediceladas ou não; pétalas totalmente alvas, róseas, às vezes de base creme, lilases, roxas, amarelas, ou alaranjadas de base amarela; sépalas persistentes ou caducas; 4-14 estames, isomorfos, subisomorfos ou dimorfos, às vezes com estaminódios; filetes glabros ou pilosos, anteras ovais, oblongas, linear-oblongas ou subuladas, ápice truncado, atenuado ou rostrado, conectivo prolongado ou não abaixo das tecas, presença de apêndice ventral e/ou dorsal; ovário e estilete glabros ou pilosos. Fruto cápsula ou baga.

Melastomataceae está representada na Serra dos Pireneus por 77 espécies distribuídas em 20 gêneros. O gênero mais diverso é Miconia Ruiz & Pav. com 19 espécies, seguido de Tibouchina Aubl. com 13 espécies e Microlicia D. Don com 11 espécies. Leandra Raddi apresenta cinco espécies, Siphanthera Pohl. ex DC. quatro espécies, Clidemia D. Don, Pterolepis (DC) Miq. e Trembleya DC. três espécies cada, Acisanthera P. Browne, Cambessedesia DC., Lavoisiera DC. e Rhynchanthera DC. apresenta duas espécies cada, enquanto Chaetostoma DC., Comolia DC., Desmoscelis Naudin, Macairea DC., Ossaea DC., Poteranthera Bong., Stenodon Naudin e Tococa Aubl. apresentam uma única espécie cada.

Das 21 espécies endêmicas citadas para Goiás (Aublet 1775Aublet, J.B.C.F. 1775. Histoire des plantes de la Guiane Françoise 1. P.F. Didot jeune, Londres/Paris. 621p.; Ruiz & Pavon 1794Ruiz, L.H. & Pavon, J.A. 1794. Florae Peruvianae, et Chilensis Prodromus, sive novorum generum plantrum peruvianum, et chilensium descriptiones et icones. Paleriniano, Roma. 222p.; Don 1823Don, D. 1823. An illustration of the natural family of plants called Malastomataceae. Memoirs of the Wernerian Natural History Society 4: 276-329.; Candolle 1823; Naudin 1844Naudin, C. 1844. Melastomacearum monographicae descriptionis. Annales des Sciences Naturelles Botanique 3: 140-155.) três ocorrem na Serra dos Pireneus (M. cryptandra, M. ramosa e Tibouchina crassiramis), porém não são exclusivas da área e outras seis ocorrem tanto em Goiás quanto no Distrito Federal (Chaetostoma stenocladon, Microlicia consimilis, Stenodon suberosus, Tibouchina laevicaulis, Tibouchina nigricans, Trembleya neopyrenaica). Devido à forte ação antrópica na Serra dos Pireneus causada pela extração de "pedra goiana" para fins comerciais, das plantações agrícolas e pastagens, está havendo uma degradação da flora nativa, enquadrando estas espécies na categoria "Em perigo (EN) 2ab(iii)", segundo os critérios adotados pela IUCN (2001IUCN, 2001. IUCN red list categories and criteria: version 3.1. Prepared by the IUCN species survival commission. IUCN, Gland, Switzerland and Cambridge. 35p., 2015)IUCN, 2015. The IUCN red list of threatened species, version 2013.2. Cambridge U.K.: IUCN red list unit. Disponível em <http://www. iucnredlist.org>. Acesso em 30 março de 2015.
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. Assim investimentos para a preservação da flora e conteção de ameaças, como a criação de novas áreas de proteção e uma maior fiscalização naquela já existente (P.E. dos Pireneus), devem ser tomadas, afim de amenizar o declínio contínuo das populações das espécies.

    Chave para identificação das espécies de Melastomataceae da Serra dos Pireneus
  • 1. Fruto baga.

    • 2. Domácias ovoides ou elipsoides no ápice do pecíolo...................................75. Tococa guianensis

    • 2'. Ausência de domácias no ápice do pecíolo.

      • 3. Pétalas com ápice agudo.

        • 4. Inflorescência axilar, glomerular..............................................49. Ossaea congestiflora

        • 4'. Inflorescência terminal.

          • 5. Flores 6-meras; nervuras suprabasais...........................15. Leandra melastomoides

          • 5'. Flores 5-meras; nervuras basais.

            • 6. Face adaxial das folhas glabra, exceto pelos tricomas setosos adensados próximos à margem.........................................................17. Leandra salicina

            • 6'. Face adaxial das folhas totalmente revestida por indumento.

              • 7. Estames alvos; inflorescência 1,5-4 cm compr.....14. Leandra erostrata

              • 7'. Estames róseos ou róseo-vináceos; inflorescência 7-16 cm compr.

                • 8. Face abaxial das folhas vilosa............................13. Leandra aurea

                • 8'. Face abaxial das folhas estrelada..............16. Leandra polystachya

      • 3'. Pétalas com ápice arredondado.

        • 9. Inflorescências laterais.

          • 10. Sépalas externas triangulares; ápice do ovário ciliado-glanduloso.......................... .............................................................................................6. Clidemia capitellata

          • 10'. Sépalas externas subuladas; ovário glabro.

            • 11. Flores 5-meras; zona do disco com escamas fimbriadas.......................................7. Clidemia hirta

            • 11'. Flores 8-meras; zona do disco glabra.................................................................8. Clidemia octona

        • 9'. Inflorescências terminais.

          • 12. Folhas com pelo menos um par de nervuras suprabasais.

            • 13. Flores 6-meras; estames roxos..........................................................29. Miconia holosericea

            • 13'. Flores 4 ou 5-meras; estames alvos ou creme.

              • 14. Flores 4-meras; inflorescência pêndula....................................34. Miconia pepericarpa

              • 14'. Flores 5-meras; inflorescência ascendente.

                • 15. Folhas com par interno de nervuras unido à nervura central por membranas (domácias); anteras de ápice truncado, poro amplo (ca. 1/3 do comprimento total das tecas)............................................................................36. Miconia sellowiana

                • 15'. Folhas com par interno de nervuras livres (sem domácias); anteras de ápice atenuado.

                  • 16. Planta totalmente glabra.............................................23. Miconia chamissois

                  • 16'. Planta revestida por indumento.

                    • 17. Tirso escorpioide; pétalas glandulosas.....................25. Miconia elegans

                    • 17'. Tirso de glomérulos; pétalas glabras.

                      • 18. Conectivo com aurículas ventrais glandulosas................................. .....................................................................22. Miconia calvescens

                      • 18'. Conectivo com aurículas ventrais glabras.

                        • 19. Folhas com indumento seríceo, desprovidas de tricomas estrelados; quatro pares de nervuras suprabasais......................................................................................33. Miconia nervosa

                        • 19'. Folhas com indumento estrelado, revestidas por tricomas estrelados ou dendríticos; dois pares de nervuras suprabasais.

                          • 20. Anteras de ápice atenuado...........30. Miconia ibaguensis

                          • 20'. Anteras de ápice truncado.

                            • 21. Folhas estrelado-lepidotas; zona do disco e ápice do ovário glabros.......................24. Miconia chartacea

                            • 21'. Folhas estrelado-tomentosas; zona do disco e ápice do ovário glandulosos.....20. Miconia alborufescens

          • 12'. Folhas apenas com nervuras basais.

            • 22. Tirsos escorpioides ou glomerulares.

              • 23. Tirsos glomerulares.

                • 24. Face abaxial das folhas estrelada, com tricomas estipitados.................................... ............................................................................................35. Miconia rubiginosa

                • 24'. Face abaxial das folhas estrelado-furfurácea, com tricomas estrelados................... ...............................................................................................21. Miconia burchelli

              • 23'. Tirsos escorpioides.

                • 25. Pétala com margem ciliado-glandulosa; estames amarelos, tardiamente avermelhados...................................................................37. Miconia stenostachya

                • 25'. Pétala com margem glabra; estames creme ou alvos

                  • 26. Inflorescência com ramos robustos, estriados; folhas com um par de nervuras.....................................................................................26. Miconia ferruginata

                  • 26'. Inflorescência com ramos delgados, lisos; folhas com 2‒3 pares de nervuras.

                    • 27. Folhas com três pares de nervuras; hipanto e sépalas estrelado-furfuráceo-as granulosos....................................................31. Miconia macrothyrsa

                    • 27'. Folhas com dois pares de nervuras; hipanto e sépalas estrelado-pubérulos ou lanosos.

                      • 28. Folhas com margem serreado-ciliada; conectivo com aurículas ventrais glandulosas..............................27. Miconia heliotropoides

                      • 28'. Folhas com margem inteira ou crenulada; conectivo com aurículas ventrais glabras...............................................19. Miconia albicans

            • 22'. Tirsos não escorpioides ou glomerulares.

              • 29. Folhas obovais a elípticas, hirsutas; pétalas glabras................................28. Miconia hirtella

              • 29'. Folhas oblongo-lanceoladas, estrelado-furfuráceas a glabrescentes; pétalas glandulosas...................................................................................................................32. Miconia minutiflora

  • 1'. Fruto cápsula.

    • 30. Folhas dispostas em braquiblastos, assumindo forma de fascículos.

      • 31. Subarbusto não ramificado, ereto; pétalas amarelas........................3. Cambessedesia espora

      • 31'. Subarbusto ramificado, procumbente; pétalas vermelho-alaranjadas de base amarela..................................................................................................................4. Cambessedesia hilariana

    • 30'. Folhas não dispostas em braquiblastos.

      • 32. Hipanto com emergências peniceladas.

        • 33. Erva delicada; anteras de ápice truncado..................................52. Pterolepis perpusilla

        • 33'. Subarbusto; anteras de ápice atenuado.

          • 34. Sépalas glabras; estames bicolores...................................51. Pterolepis glomerata

          • 34'. Sépalas pilosas; todos os estames com anteras roxas...........53. Pterolepis repanda

      • 32'. Hipanto desprovido de emergências peniceladas.

        • 35. Anteras com ápice atenuado.

          • 36. Ápice do ovário piloso.

            • 37. Conectivo expandido na região dorso-basal; face ventral do filete glandulosa..........................................................................................18. Macairea radula

            • 37'. Conectivo não expandido na região dorso-basal; face ventral do filete glabra.

              • 38. Estames antessépalos com apêndice ventral biauriculado....................... ............................................................................10. Desmoscelis villosa

              • 38'. Estames antessépalos com apêndice ventral bilobado

                • 39. Flores 4-meras; 8 estames........................66. Tibouchina herbacea

                • 39'. Flores 5-meras; 10 estames.

                  • 40. Hipanto e sépalas com indumento escamiforme; apêndice ventral do conectivo viloso.

                    • 41. Face adaxial das sépalas revestidas por tricomas............. .........................................68. Tibouchina melastomoides

                    • 41'. Face adaxial das sépalas glabra.

                      • 42. Face abaxial das folhas serícea.

                        • 43. Inflorescência curta, com até 15 cm compr...... ..................................69. Tibouchina nigricans

                        • 43'. Inflorescência longa, com 20-30 cm compr..... .................................62. Tibouchina barbigera

                      • 42'. Face abaxial das folhas adpresso-estrigosa.

                        • 44. Arvoreta ou árvore; caule e ramos com ritidoma papiráceo, esbranquiçado......................................................................71. Tibouchina papyrus

                        • 44'. Subarbusto ou arbusto; caule e ramos não papiráceos, de coloração marrom.

                          • 45. Folha oblonga a oblongo-lanceolada; 2 pares de nervuras basais...................................................61. Tibouchina aegopogon

                          • 45'. Folha oval a oval-lanceolada; 3 pares de nervuras basais com par marginal confluindo acima destes..................................................73. Tibouchina verticillaris

                  • 40'. Hipanto e sépalas desprovidos de indumento escamiforme; apêndice ventral do conectivo glabro ou glanduloso.

                    • 46. Sépalas persistentes.

                      • 47. Caule simples; conectivo não calcarado no dorso.......................65. Tibouchina gracilis

                      • 47'. Caule ramificado; conectivo calcarado no dorso.

                        • 48. Sépalas com ápice arredondado; sépalas mais curtas que o comprimento do hipanto..................................................................................70. Tibouchina nodosa

                        • 48'. Sépalas com ápice acuminado; sépalas mais longas que o comprimento do hipanto.......................................................................................64. Tibouchina crassiramis

                    • 46'. Sépalas caducas.

                      • 49. Arbusto; estames e estilete glabros........................................67. Tibouchina laevicaulis

                      • 49'. Arvoreta ou árvore; estames e estilete pilosos.

                        • 50. Face abaxial das folhas estrigosa; conectivo com apêndice ventral glanduloso...........................................................................................63. Tibouchina candolleana

                        • 50'. Face abaxial das folhas serícea; conectivo com apêndice ventral glabro.......................................................................................................72. Tibouchina stenocarpa

          • 36'. Ápice do ovário glabro.

            • 51. Flores 4-meras......................................................................................9. Comolia lanceiflora

            • 51'. Flores 5-meras..................................................................................2. Acisanthera variabilis

        • 35'. Anteras com ápice truncado ou rostrado.

          • 52. Ervas.

            • 53. Flores 5 meras, diplostêmones

              • 54. Hipanto estriado, não constrito no toro................................1. Acisanthera genliseoides

              • 54'. Hipanto liso, não estriado, constrito no toro.............................50. Poteranthera pusilla

            • 53'. Flores 4-meras, isostêmones.

              • 55. Estaminódios ausentes.

                • 56. Planta não ramificada; anteras com ápice rostrado, poro apical; inflorescência em glomérulo..........................................................................56. Siphanthera cordata

                • 56'. Planta ramificada; anteras com ápice truncado, poro inclinado dorsalmente; inflorescência em dicásio................................................57. Siphanthera dawsonii

              • 55'. Estaminódios presentes.

                • 57. Pétalas alvas; anteras com ápice levemente atenuado, poro diminuto.................................................................................................................58. Siphanthera subtilis

                • 57'. Pétalas lilases; anteras com ápice truncado, poro amplo................................................................................................................................59. Siphanthera gracillima

          • 52'. Subarbusto, arbusto ou arvoreta.

            • 58. Androceu isostêmone; estaminódios presentes.

              • 59. Estames dimorfos, com um deles maior que os demais; sépalas subuladas............................................................................................................54. Rhynchanthera grandiflora

              • 59'. Estames subisomorfos; sépalas triangulares.........................55. Rhynchanthera hispida

            • 58'. Androceu diplostêmone; estaminódios ausentes.

              • 60. Hipanto com coroa de cerdas rígidas no ápice....................5. Chaetostoma stenocladon

              • 60'. Hipanto desprovido de cerdas rígidas no ápice.

                • 61. Cápsula deiscente da base para ápice.

                  • 62. Folhas não imbricadas, de margem inteira.............11. Lavoisiera grandiflora

                  • 62'. Folhas imbricadas, de margem serreada...................12. Lavoisiera imbricata

                • 61'. Cápsula deiscente do ápice para base.

                  • 63. Flores sésseis..............................................................60. Stenodon suberosus

                  • 63'. Flores pediceladas.

                    • 64. Ovário 3-locular.

                      • 65. Ramos, folhas, hipanto e sépalas glandulosos, às vezes, glabros; margem foliar calosa..................................48. Microlicia viminalis

                      • 65'. Ramos, folhas, hipanto e sépalas vilosos, hirsutos ou setosos, nunca glabros; margem foliar não calosa.

                        • 66. Estames subisomorfos.

                          • 67. Folhas oblongo-lineares, base atenuada...........................................39. Microlicia consimilis

                          • 67'. Folhas ovais, lanceoladas ou oval-lanceoladas, base arredondada ou cordada.

                            • 68. Folhas com indumento setoso, base cordada, margem inteira..........................................................................................................................................40. Microlicia cryptandra

                            • 68'. Folhas com indumento hirsuto, base arredondada, margem serreado-ciliada...................................................................................................................38. Microlicia acuminata

                        • 66'. Estames dimorfos.

                          • 69. Pétalas alvas; nervuras suprabasais...........................................41. Microlicia euphorbioides

                          • 69'. Pétalas róseas ou magenta; nervuras basais.

                            • 70. Anteras tetraesporangiadas.

                              • 71. Indumento velutino; folha oblonga a oval-oblonga; hipanto cilíndrico..........................................................................................................46. Microlicia serpyllifolia

                              • 71'. Indumento seríceo; folha lanceolada; hipanto campanulado...................................................................................................................................47. Microlicia vestita

                            • 70'. Anteras poliesporangiandas.

                              • 72. Hipanto urceolado; pétalas com ápice retuso.

                                • 73. Folhas do ramos principal maiores que as dos ramos laterais; margem das pétalas ciliado-glandulosa.............................................43. Microlicia helvola

                                • 73'. Todas as folhas do mesmo tamanho; margem das pétalas glabra..........................................................................................................45. Microlicia ramosa

                              • 72'. Hipanto campanulado; pétalas com ápice arredondado.

                                • 74. Anteras bicolores.....................................................42. Microlicia fasciculata

                                • 74'. Anteras amarelas..........................................................44. Microlicia insignis

                    • 64'. Ovário 5-locular.

                      • 75. Margem foliar revoluta; sépalas mais curtas que o comprimento do hipanto.................................. ..................................................................................................................76. Trembleya parviflora

                      • 75'. Margem foliar não revoluta; sépalas de mesmo comprimento ou mais longas que o comprimento do hipanto.

                        • 76. Folhas oval, verde-escura; conectivo dos estames antepétalos prolongado até 0,5 mm...............................................................................................................75. Trembleya neopyrenaica

                        • 76'. Folha lanceolada, verde-amarelada; conectivo dos estames antepétalos prolongado mais de 0,5 mm.........................................................................................77. Trembleya phlogiformis

1. Acisanthera genliseoides (Hoehne) Wurdack, Fieldiana Bot. 29(9): 541. 1963.

Erva diminuta, até 10 cm alt. Ramos, folhas, hipanto e sépalas piloso-glandulosos, avermelhados. Folhas sésseis, basais rosuladas, ovais, no restante do ramo opostas; lâmina linear-lanceolada, ápice agudo, base arredondada, margem serreada, ciliado-glandulosa, uninérvea. Flores isoladas, axilares ou terminais, 5-meras; hipanto campanulado, estriado, não contricto no toro; sépalas triangular-lanceoladas; pétalas alvas ou lilases, de base creme, tricoma setoso-glanduloso inconspícuo no ápice; 5 estames, isomorfos, anteras vináceas ou creme, ovais, ápice lilás, truncado, conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral do conectivo amarelo, bilobado, 5 estaminódios, amarelos; ovário e estilete glabros. Cápsula loculicida, arredondada.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, 15º49'33"S, 48º45'12"W, 1356 m, 23.IV.2012, fl. e fr., A.F.A. Versiane et al. 138a (HUFU).

Na Serra dos Pireneus ocorre em campo rupestre, em locais úmidos, periodicamente inundáveis, em solo pedregoso. Coletada com flores e com frutos em abril e maio. Assim como observado por Hoehne (1922Hoehne, F.C. 1922. Melastomataceae. In. Hoehne, F.C. & Schlechter, R. (eds.). Anexos das memórias do Instituto de Butantan. Vol. 1. Melhoramentos, Weiszflog Irmãos, São Paulo. Pp. 1-198.), foram encontradas juntamente com A. genliseoides, várias espécies minúsculas de Paepalanthus, Habenaria, Drosera e Lentibulariaceae. Num primeiro momento, A. genliseoides pode ser confundida com Poteranthera pusilla Bong. pelo hábito diminuto e delicado que não ultrapassa 10 cm de altura. Porém, distingue-se desta pelo padrão dimórfico das folhas e pétalas com um tricoma setoso-glanduloso inconspícuo no ápice. Em P. pusilla, a filotaxia é oposta, com todas as folhas lineares e pétalas com tricoma glanduloso longo único. Ambas são pouco coletadas e, como consequência, pouco conhecidas, possivelmente, devido ao porte diminuto e ocorrência restrita.

2. Acisanthera variabilis Triana, Trans. Linn. Soc. London 28(1): 34. 1873.

Subarbusto, 40-80 cm alt. Ramos, folhas, hipanto e sépalas hirsuto-glandulosos. Folhas opostas, pecioladas, pecíolos 0,4-1 cm compr.; lâmina oval, ápice agudo, base arredondada a cordada, margem serreada, ciliado-glandulosa, 2 pares de nervuras acródromas basais. Tirso de dicásios ou flores isoladas, axilares ou terminais. Flores 5-meras; hipanto oblongo, estriado, não constricto no toro; sépalas triangulares; pétalas lilases; 10 estames, dimorfos, lilases, anteras subuladas, ápice atenuado, apêndice ventral do conectivo creme, bilobado; ovário e estilete glabros. Cápsula loculicida, arredondada.

Material selecionado: ca. 12 Km of Corumbá de Goiás, Rio Corumbá, 17.I.1972, fl., H.S. Irwin et al. (UB 29624).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo limpo, em locais periodicamente inundados. Coletada com flores de janeiro a junho e com frutos em junho. Acisanthera variabilis, A. uniflora, A. quadrata, A. alsinaefolia e A. paraguayesis formam um complexo de espécies, onde o tamanho das folhas, as sépalas e os estames apresentam uma variação latidudinal norte a sul, dificultando, assim, a separação entre elas (Kriebel 2008Kriebel, R. 2008. Systematics and biogeography of the neotropical genus Acisanthera (Melastomataceae). Master of Science In Biology: Ecology and Systematic Biology, San Francisco. 125p.). Nos Pireneus, A. variabilis pode ser reconhecida pelo indumento hirsuto-glanduloso, pétalas e estames lilases, anteras de ápice atenuado e apêndice ventral do conectivo bilobado.

3. Cambessedesia espora (A.St.-Hil. ex Bonpl.) DC., Prodr. 3: 111. 1828.

Subarbusto, não ramificado, ereto, 20-40 cm alt. Ramos e folhas glabros. Folhas opostas, sésseis, dispostas em braquiblastos assumindo forma de fascículos; lâmina oval a cordiforme, ápice agudo, base cordada, às vezes hirsuto-glandulosa na face abaxial, margem inteira, 1 par de nervuras acródromas basais. Flores isoladas, terminais ou axilares, 5-meras; hipanto oblongo, estriado, com emergências glandulosas; sépalas triangulares, margem inteira; pétalas amarelas; 10 estames, amarelos, filetes piloso-glandulosos, anteras linear-oblongas, ápice atenuado, conectivo não prolongado abaixo das tecas, espessado no dorso, inapendiculado ventralmente; ápice do ovário piloso-glanduloso; estilete glabro. Cápsula loculicida, oblonga.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, 15º42'56"S, 48º53'34"W, 1295 m, 05.VII.2012, fl. e fr., A.F.A. Versiane et al. 230 (HUFU, RB, UB).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo limpo com solo arenoso. Coletada com flores em fevereiro a julho e com frutos em julho. Facilmente reconhecida pelo hábito subarbustivo ereto, pétalas e estames amarelos.

4. Cambessedesia hilariana (Kunth) DC., Prod. 3: 111. 1828.

Subarbusto, ramificado, procumbente, 10-30 cm alt. Ramos e folhas glandulosos. Folhas opostas, pecioladas, pecíolos 0,5-1 mm compr., dispostas em braquiblastos assumindo forma de fascículos; lâmina linear-lanceolada, ápice obtuso, base atenuada, margem 3-denteada, 1 par de nervuras acródromas basais. Flores isoladas, terminais ou axilares, 5-meras; hipanto campanulado, estriado, com emergências glandulosas; sépalas cordadas, margem inteira; pétalas vermelho-alaranjadas com base amarela; 10 estames, raro 12, amarelos, filetes glabros ou piloso-glandulosos, anteras linear-oblongas, ápice atenuado, conectivo não prolongado abaixo das tecas, espessado no dorso, inapendiculado ventralmente; ápice do ovário piloso-glanduloso; estilete glabro. Cápsula loculicida, oblonga.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, BR 414, 15º49'30"S, 48º41'36"W, 1108 m, 13.XII.2012, b.f., fl. e fr., A.F.A. Versiane & R.A. Pacheco 465 (HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo limpo com solo arenoso, úmido ou não. Coletada com flores e com frutos de dezembro a março. Reconhecida pelo hábito subarbustivo procumbente e pétalas vermelho-alaranjadas com base amarela. Segundo Rodrigues (2009)Rodrigues, K.F. 2009. Estudos taxonômicos em Cambessedesia DC. (Melastomataceae). Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 248p., C. regnelliana Cogn. também ocorre na Serra dos Pireneus. Contudo, análise dos espécimes provenientes desta localidade mostrou que correspondem a C. hilariana. Ainda, segundo Rodrigues (2009), ambas são muito similares, distinguindo principalmente pelos filetes glabros em C. regnelliana, e piloso-glandulosos em C. hilariana. Os espécimes coletados na Serra dos Pireneus podem ou não apresentar tricomas glandulares nos filetes, contudo não apresentam sépalas com margem ciliado-glandulosa como em C. regnelliana.

5. Chaetostoma stenocladon (Naudin) Kosch. & A.B. Martins, Novon 9(2): 202. 2006.

Subarbusto cespitoso, 20-60 cm alt. Ramos, face adaxial das folhas e hipanto setosos. Folhas opostas, imbricadas, sésseis; lâmina carenada, triangular-lanceolada, ereta, margem e nervura central calosas, inteira ou serrilhado-ciliada, univérvea ou nervuras paralelas, laterais proeminentes, expansões semi-amplexicaules, glabras. Flores solitárias, 5-meras; hipanto campanulado, estrias proeminentes revestidas por tricomas adpressos, sépalas glabras, margem serrilhado-ciliada; pétalas alvas ou róseas; 10 estames, amarelos, dimorfos, filetes glabros, anteras oblongas, ápice rostrado, rostro ca. 0,3 mm compr., conectivo do ciclo antessépalo com apêndice ventral retuso, ciclo antepétalo articulado ao filete; ovário 5-locular, glabro; estilete glabro. Cápsula oblonga.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, Fazenda Dois Irmãos, 15º45'55"S, 48º55'57"W, 1282 m, 25.IV.2012, fl. e fr., A.F.A. Versiane et al. 139 (HUEG, HUFU, UB).

Encontrada em campo limpo e campo sujo, em solo arenoso ou pedregoso. Coletada com flores de dezembro a maio e com frutos de abril a dezembro. O hipanto com estrias proeminentes e com tricomas curtos, crassos, adpressos é a característica mais marcante de desta espécie (Koschnitzke & Martins 2006Koschnitzke, C. & Martins, A.B. 2006. Revisão taxonômica de Chaestostoma DC. (Melastomataceae, Microlicieae). Arquivos do Museu Nacional 64: 95-119.). Das quatro espécies de Chaetostoma citadas para Goiás (Koschnitzke & Martins 2006Koschnitzke, C. & Martins, A.B. 2006. Revisão taxonômica de Chaestostoma DC. (Melastomataceae, Microlicieae). Arquivos do Museu Nacional 64: 95-119.), C. stenocladon distingue-se de C. scoparium Cogn. e de C. selagineum (Naudin) Kosch. & A.B. Martins pelo ovário 3-locular nestas últimas e de C. flavum Kosch. & A.B. Martins pelas pétalas amarelas (Koschnitzke & Martins 2006Koschnitzke, C. & Martins, A.B. 2006. Revisão taxonômica de Chaestostoma DC. (Melastomataceae, Microlicieae). Arquivos do Museu Nacional 64: 95-119.).

6. Clidemia capitellata (Bonpl.) D. Don, Mem. Wern. Nat. Hist. Soc. 4(2): 307. 1823.

Arbusto, ca. 1 m alt. Ramos, folhas, hipanto e sépalas hirsutos, entremeados por tricomas estrelados. Folhas opostas, pecioladas, pecíolos 1-2 cm compr.; lâmina oval-lanceolada, ápice agudo a acuminado, base arredondada, margem serrilhado-ciliada, 3 pares de nervuras acródromas basais. Tirso lateral. Flores 5-meras; hipanto campanulado, zona do disco glabra; sépalas internas arredondadas, externas triangulares; pétalas alvas, ápice arredondado; 10 estames, alvos, subisomorfos, filetes glabros, anteras oblongas, ápice atenuado, conectivo não prolongado abaixo das tecas, espessado no dorso, inapendiculado ventralmente; ápice do ovário ciliado-glanduloso; estilete glabro. Baga globosa.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, Fazenda Funil (Itaú), 15º39'03"S, 48º41'45"W, 800 m, 23.III.2002, fr., M.L. Fonseca et al. 3303 (IBGE).

Material adicional: BRASIL: GOIÁS: Parque Estadual de Caldas Novas, 17º46'S, 48º39'W, 29.II.2008, fl. e fr., C.M. Rodrigues 63 (HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada exclusivamente em cerrado. Coletada com frutos em março. Assemelha-se a C. hirta (L.) D. Don pelo porte arbustivo, indumento hirsuto, entremeado por tricomas estrelados, densamente distribuídos nas folhas, hipanto e sépalas e pelas flores pentâmeras. Distingue-se, contudo, pela zona do disco glabra, sépalas internas arredondadas, externas triangulares e ápice do ovário ciliado-glanduloso.

7. Clidemia hirta (L.) D. Don, Mem. Wern. Nat. Hist. Soc. 4(2): 309. 1823.

Arbusto, ca. 1 m alt. Ramos, folhas, hipanto e sépalas hirsutos, entremeados por tricomas estrelados e glandulosos. Folhas opostas, pecioladas, pecíolos 1-2 compr.; lâmina oval, ápice agudo, base arredondada, margem crenulada, 3 pares de nervuras acródromas basais. Tirso lateral. Flores 5-meras; hipanto campanulado, zona do disco com escamas fimbriadas; sépalas internas truncadas, externas subuladas; pétalas alvas, ápice arredondado; 10 estames, alvos, subisomorfos, filetes glabros, anteras subuladas, ápice atenuado, conectivo não prolongado abaixo das tecas, inapendiculado ventralmente, espessado no dorso; ovário e estilete glabros. Baga globosa.

Material selecionado: Pirenópolis, Santuário de Vida Silvestre Vagafogo, 15º49'27"S, 48º59'42"W, 900 m, 09.VII.2006, fr., P.G. Delprete et al. 9890 (HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em mata de galeria. Coletada com flores e com frutos em junho e julho. Reconhecida pelos ramos e pecíolos revestidos por indumento hirsuto, entremeado por tricomas estrelados e glandulares, zona do disco com escamas fimbriadas, sépalas externas subuladas e internas truncadas, além do ápice do ovário glabro.

8. Clidemia octona (Bonpl.) L.O. Willians, Fieldiana, Bot. 29: 558. 1963.

Arbusto, ca. 1 m alt. Ramos, folhas, hipanto e sépalas estrelados, entremeados por tricomas hirsuto-glandulosos. Folhas opostas, pecioladas, pecíolos 2,5-6 cm compr.; lâmina oboval, ápice agudo, base arredondada, margem crenulado-ciliada, 2-4 pares de nervuras acródromas basais. Tirso lateral. Flores 8-meras; hipanto campanulado, zona do disco glabra; sépalas internas triangulares, margem ciliada, externas subuladas, tricoma glandular pedicelado único no ápice; pétalas alvas, ápice arredondado; 16 estames, alvos, subisomorfos; filetes glabros, anteras subuladas, ápice atenuado; conectivo não prolongado abaixo das tecas, inapendiculado ventralmente, espessado no dorso; ovário e estilete glabros. Baga globosa.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, Fazenda dos Bois, 15º43'12"S, 48º45'58"W, 24.III.2002, fl. e fr., M.A. Silva et al. 5203 (HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em mata de galeria e mata ciliar. Coletada com flores em março e com frutos de março a julho. Dentre as três espécies de Clidemia que ocorrem na Serra dos Pireneus, C. octona é a mais fácil de identificar por ser a única com flores octâmeras. Os ramos, folhas, hipanto e sépalas estrelados, entremeados por tricomas hirsuto-glandulares.

9. Comolia lanceiflora (DC.) Triana, Trans. Linn. Soc. London 28(1): 37. 1873. Figs. 2a; 3a-b; 4a

Figura 2
a-m. folhas. - a. Comolia lanceiflora (R.A. Pacheco et al. 987, HUFU); b-c. Miconia chartacea (P.G. Delprete 9361, HUFU) - b. face adaxial; c. detalhe da face abaxial mostrando o indumento estrelado-lepidoto; d-e. Miconia sellowiana (V.G.L. Klein et al. 3011, HUFU) - d. face adaxial; e. detalhe da face abaxial mostrando o indumento estrelado-furfuráceo; f. Microlicia consimilis (A.F.A. Versiane et al. 169, HUFU); g. Microlicia cryptandra (R.A. Pacheco et al. 1005, HUFU); h. Microlicia helvola (A.F.A. Versiane et al. 184, HUFU); i. Microlicia ramosa (A.F.A. Versiane & R.A. Pacheco 559, HUFU); j. Microlicia serpyllifolia (A.F.A. Versiane et al. 491, HUFU); k. Tibouchina crassiramis (M.L.Santos 21, HUFU); l. Tibouchina laevicaulis (J.N. Nakajima et al. 5051, HUFU); m. Tibouchina nodosa (A.F.A. Versiane et al. 157, HUFU).
Figure 2
a-m. leaves. - a. Comolia lanceiflora (R.A. Pacheco et al. 987, HUFU); b-c. Miconia chartacea (P.G. Delprete 9361, HUFU) - b. adaxial surface; c. detail of abaxial surface showing stellate-lepidote indument; d-e. Miconia sellowiana (V.G.L. Klein et al. 3011, HUFU) - d. adaxial surface; e. detail of abaxial surface showing stellate-furfuraceous indument; f. Microlicia consimilis (A.F.A. Versiane et al. 169, HUFU); g. Microlicia cryptandra (R.A. Pacheco et al. 1005, HUFU); h. Microlicia helvola (A.F.A. Versiane et al. 184, HUFU); i. Microlicia ramosa (A.F.A. Versiane & R.A. Pacheco 559, HUFU); j. Microlicia serpyllifolia (A.F.A. Versiane et al. 491, HUFU); k. Tibouchina crassiramis (M.L. Santos 21, HUFU); l. Tibouchina laevicaulis (J.N. Nakajima et al. 5051, HUFU); m. Tibouchina nodosa (A.F.A. Versiane et al. 157, HUFU).
Figura 3
a-s. estames. - a-b. Comolia lanceiflora (R.A. Pacheco et al. 987, HUFU); c. Miconia chartacea (L.C.S. Assis & M.K. Ladeira 382, HUFU); d. Miconia sellowiana (H.F. Leiras et al. 52, HUFU); e-f. Microlicia consimilis (A.F.A. Versiane et al. 169, HUFU); g-h. Microlicia cryptandra (R.A. Pacheco et al. 1005, HUFU); i-j. Microlicia helvola (A.F.A. Versiane et al. 184, HUFU); k-l. Microlicia ramosa (A.F.A. Versiane & R.A. Pacheco 559); m-n. Microlicia serpyllifolia (A.F.A. Versiane et al. 491, HUFU); o-p. Tibouchina crassiramis (M.L. Santos 21); q-r. Tibouchina laevicaulis (J.N. Nakajima et al. 5051, HUFU); s. Tibouchina nodosa (A.F.A. Versiane et al. 157, HUFU).
Figure 3
a-s. stamens. - a-b. Comolia lanceiflora (R.A. Pacheco et al. 987, HUFU); c. Miconia chartacea (L.C.S. Assis & M.K. Ladeira 382, HUFU); d. Miconia sellowiana (H.F. Leiras et al. 52, HUFU); e-f. Microlicia consimilis (A.F.A. Versiane et al. 169, HUFU); g-h. Microlicia cryptandra (R.A. Pacheco et al. 1005, HUFU); i-j. Microlicia helvola (A.F.A. Versiane et al. 184, HUFU); k-l. Microlicia ramosa (A.F.A. Versiane & R.A. Pacheco 559); m-n. Microlicia serpyllifolia (A.F.A. Versiane et al. 491, HUFU); o-p. Tibouchina crassiramis (M.L. Santos 21); q-r. Tibouchina laevicaulis (J.N. Nakajima et al. 5051, HUFU); s. Tibouchina nodosa (A.F.A. Versiane et al. 157, HUFU).
Figura 4
a. pétala - Comolia lanceiflora (R.A. Pacheco et al. 987, HUFU); b-k. Hipanto e sépalas. - b. Microlicia consimilis (A.F.A. Versiane et al. 169, HUFU); c. Microlicia cryptandra (R.A. Pacheco et al. 1005, HUFU); d. Microlicia serpyllifolia (A.F.A. Versiane et al. 491, HUFU); e-f. Microlicia helvola (A.F.A. Versiane et al. 184, HUFU) - variação no indumento do hipanto e sépalas; g. Microlicia ramosa (A.F.A. Versiane & R.A. Pacheco 559, HUFU); h. Tibouchina crassiramis (M.L. Santos 21, HUFU); i-j. Tibouchina laevicaulis (J.N. Nakajima et al. 5051, HUFU) - i. sépalas abertas pós-antese; j. sépalas retorcidas no botão floral, pré-antese; k. Tibouchina nodosa (A.F.A. Versiane et al. 157, HUFU).
Figure 4
a. Petal - Comolia lanceiflora (R.A. Pacheco et al. 987, HUFU); b-k. Hypanthium and sepals. - b. Microlicia consimilis (A.F.A. Versiane et al. 169, HUFU); c. Microlicia cryptandra (R.A. Pacheco et al. 1005, HUFU); d. Microlicia serpyllifolia (A.F.A. Versiane et al. 491, HUFU); e-f. Microlicia helvola (A.F.A. Versiane et al. 184, HUFU) - variation in hypanthium and sepals indument; g. Microlicia ramosa (A.F.A. Versiane & R.A. Pacheco 559, HUFU); h. Tibouchina crassiramis (M.L. Santos 21, HUFU); i-j. Tibouchina laevicaulis (J.N. Nakajima et al. 5051, HUFU) - i. sepals post-anthesis; j. sepals twisted in bud, pre-anthesis; k. Tibouchina nodosa (A.F.A. Versiane et al. 157, HUFU).

Subarbusto ou arbusto, 0,5-1,2 m alt. Ramos, folhas, hipanto e sépalas híspido-glandulosos, avermelhados. Folhas opostas, subsésseis, pecíolos 0,5-1,5 mm compr.; lâmina oval a oval-lanceolada, ápice agudo, base arredondada, margem levemente serreada, ciliado-glandulosa, 2 pares de nervuras acródromas basais. Tirso multifloro. Flores 4-meras; hipanto oblongo a levemente urceolado; sépalas estreito-triangulares; pétalas roxas, ápice agudo, margem inteira, ciliado-glandulosa; 8 estames, roxos, subisomorfos, filetes glabros, anteras subuladas, ápice atenuado, conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral do conectivo bilobado; ovário e estilete glabros. Cápsula loculicida, globosa, avermelhada, densamente hípido-glandulosa.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, BR-070, 15º50'48"S, 48º46'15"W, 1142 m, 04.X.2012, fl. e fr., A.F.A. Versiane et al. 303 (HUFU).

Coletada com flores de fevereiro a abril e com frutos de dezembro a julho. Esta espécie assemelha-se a C. sessilis (Spreng.) Triana e C. edmundoi Brade, ambas endêmicas de Minas Gerais (Seco 2006Seco, R.C. 2006. Estudos taxonômicos do gênero Comolia DC. (Melastomataceae-Melastomeae) no Brasil. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 113p.), pelos tricomas híspido-glandulosos e forma das folhas. Contudo, C. sessilis apresenta flores isoladas e C. edmundoi as folhas são maiores. Na Serra dos Pireneus, C. lanceiflora é reconhecida pelos tricomas híspido-glandulosos, de coloração avermelhada, densamente distribuído por toda planta, principalmente nos ramos da inflorescência, hipanto, sépalas e frutos. As flores tetrâmeras a distingue das demais espécies de Acisanthera, cuja flores são pentâmeras, e o ovário glabro a distingue das espécies de Tibouchina que apresentam ápice do ovário piloso.

10. Desmoscelis villosa (Aubl.) Naudin, Ann. Sci. Nat., Bot., sér. 3. 13: 29. 1849.

Subarbusto ou arbusto, 0,6-1 m alt. Ramos, folhas, hipanto e sépalas densamente seríceo-vilosos às vezes, entremeados por tricomas setoso-glandulosos. Folhas opostas, sésseis ou pecíolos até 2 mm compr.; lâmina oval a oval-oblonga, ápice agudo, base arredondada, margem inteira, 1-2 pares de nervuras acródromas basais. Tirso ou flores solitárias. Flores 5-meras; hipanto cilíndrico, oblongo ou campanulado; sépalas triangulares, ápice setoso; pétalas róseas, orbiculares, ápice arredondado a levemente retuso, margem ciliada; 10 estames, dimorfos, filetes glabros, anteras subuladas, ápice levemente atenuado, conectivo prolongado abaixo das tecas, anteras do ciclo antessépalo róseas, apêndice ventral do conectivo biauriculado, anteras do ciclo antepétalo amarelas, apêndice ventral do conectivo bilobado; estilete glabro; ápice do ovário setoso a setoso-glanduloso. Cápsula loculicida, globosa.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, 15º47'10"S, 48º46'19"W, 1220 m, 26.04.2012, fl. e fr., J.N. Nakajima et al. 5082 (HUFU, RB, UB).

Na Serra dos Pireneus é frequente em vereda. Coletada com flores e com frutos de abril a julho. Reconhecida pelos tricomas seríceo-vilosos recobrindo toda a planta, estames bicolores, dimorfos, antessépalos com apêndice ventral do conectivo biauriculado e antepétalos bilobado.

11. Lavoisiera grandiflora A. St.-Hil. ex Naudin, Ann. Sci. Nat., Bot., sér. 3. 2: 148. 1844.

Arbusto, 1,5-2 m alt. Ramos, folhas e sépalas glabros, raramente hirsuto-glandulosos na face adaxial das folhas. Folhas opostas, sésseis, não imbricadas; lâmina lanceolada, ápice acuminado, margem inteira, 3-4 pares de nervuras acródromas basais. Flores solitárias, terminais, 6-meras; hipanto oblongo, esparso setoso-glanduloso; sépalas triangulares, margem glabra; pétalas róseas ou alvas, base creme, margem glabra; 12 estames, amarelos, dimorfos, filetes glabros, anteras oblongas, ápice rostrado, rostro ca. 0,5 mm, conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral do conectivo bilobado; ovário e estilete glabros. Cápsula loculicida, deiscente da base para o ápice.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, BR 070, ca. 13 Km da cidade, 15º47'24"S, 48º52'53"W, 1095 m, 04.VII.2012, fl. e fr., A.F.A. Versiane et al. 217 (HUFU, BHCB).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em vereda. Coletada com flores e com frutos de dezembro a julho. Reconhecida pelas folhas não imbricadas, lanceoladas, de margem inteira e não ciliada. Distingue-se prontamente de L. imbricata (Thunb.) DC. pelo porte maior, flores grandes e vistosas, e sépalas triangulares, de margem glabra.

12. Lavoisiera imbricata (Thunb.) DC., Prodr. 3: 103. 1828.

Arbusto, 0,5-1 m alt. Ramos, folhas e sépalas glabros. Folhas opostas, sésseis, imbricadas; lâmina oval a oval-oblonga, ápice agudo, margem calosa, serreado-ciliada, uninérvea, tricomas setosos na nervura principal da face abaxial. Flores solitárias, terminais, 6-meras; hipanto oblongo, esparso setoso-glanduloso; sépalas oblongas, margem ciliado-glandulosa; pétalas magenta, margem hirsuto-glandulosa; 12 estames, amarelos, dimorfos, filetes glabros, anteras oblongas, ápice rostrado, rostro ca. 0,5 mm, conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral do conectivo obtuso; ovário e estilete glabros. Cápsula loculicida, deiscente da base para o ápice.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, estrada para mosteiro, 15º43'04"S, 48º57'50"W, 21.V.2013, fl. e fr., R.A. Pacheco & A.F.A. Versiane 1044 (HUFU, MBM, RB, UB, UEC).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em vereda e na margem de rios. Coletada com flores de novembro a maio e com frutos de novembro a março. Reconhecida pelas folhas fortemente imbricadas, ovais a oval-oblongas, de margem calosa e serreado-ciliada, além dos tricomas setosos na nervura principal da face abaxial da lâmina.

13. Leandra aurea (Cham.) Cogn., in Mart., Eichler & Urban, Fl. bras. 14(4): 142. 1886.

Arbusto, 0,8-1,2 m alt. Ramos, face abaxial das folhas, hipanto e sépalas vilosos, constituído por tricomas com projeções laterais curtas, entremeados por tricomas estrelados, face adaxial da folha setosa a bulado-estrigosa. Folhas opostas, pecioladas, pecíolos 1-4 cm compr.; lâmina oval a oval-oblonga, ápice agudo a acuminado, base arredondada, margem crenulada, 3-4 pares de nervuras acródromas basais. Tirso terminal, ramos glomerulares, 7-16 cm compr.; bractéolas linear-triangulares, 3-5 × ca. 1 mm. Flores 5-meras; hipanto oblongo, zona do disco setulosa; sépalas internas membranáceas, ápice arredondado, margem ciliada, externas triangulares; pétalas alvo-translúcidas, triangulares, ápice agudo, margem inteira, glabra; 10 estames, róseo-vináceos, isomorfos, filetes glabros, anteras subuladas, ápice levemente atenuado, conectivo prolongado abaixo das tecas, inapendiculado ventralmente, espessado no dorso; ápice do ovário setoso; estilete glabro. Baga arredondada.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, BR 070, 15º47'06"S, 48º49'46"W, 1111 m, 03.VII.2012, fl. e fr., R.A. Pacheco et al. 794 (HUEG, HUFU, RB, UB).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em borda de vereda, cerrado rupestre e borda de mata semidecídua. Com flores e com frutos de julho a dezembro. Similar a L. polystachya (Naudin) Cogn. e L. erostrata (DC.) Cogn. pelas flores pentâmeras, pétalas alvo-translúcidas, sépalas internas arredondadas, externas triangulares, ciliadas e ovário do ápice piloso. De L. polystachya distingue-se, contudo, pelos tricomas estrelados na face abaxial da folha e de L. erostrata, pelas inflorescências maiores (7-16 cm compr.) e estames róseo-vináceos. Leandra aurea apresenta ampla uma variação na densidade dos tricomas, desde esparso a denso, e na forma das folhas, desde lanceoladas, ovais a oval-lanceoladas.

14. Leandra erostrata (DC.) Cogn., in Mart., Eichler & Urban, Fl. bras. 14(4): 139. 1886.

Arbusto, 0,5-1 m alt. Ramos, face abaxial das folhas, hipanto e sépalas setosos, entremeados por tricomas estrelados, face adaxial setosa. Folhas opostas, pecioladas, pecíolos 0,8-2 cm compr.; lâmina oval a oval-oblonga, ápice e base arredondados, margem serreada a crenulada, 3 pares de nervuras acródromas basais. Tirso terminal, ramos glomerulares, congesto, curto, 1,5-4 cm compr.; bractéolas triangulares, 3-5 × ca. 2 mm. Flores 5-meras; hipanto campanulado, zona do disco glabra; sépalas internas membranáceas, externas triangulares, avermelhadas, ápice arredondado, margem ciliada; pétalas alvo-translúcidas, triangulares, ápice agudo, margem inteira, glabra; 10 estames, alvos, isomorfos, filetes glabros, anteras lineares, ápice levemente atenuado, conectivo não prolongado abaixo das tecas, inapendiculado ventralmente, espessado no dorso; ápice do ovário setoso; estilete glabro. Baga arredondada.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, BR 070, 15º43'43"S, 48º53'56"W, 1090 m, 12.XII.2012, fl. e fr., R.A. Pacheco & A.F.A. Versiane 892 (HUFU, MBM).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em borda de vereda. Coletada com flores e com frutos de outubro a dezembro. Reconhecida pelos ramos, face abaxial das folhas, hipanto e sépalas com indumento setoso entremeado por tricomas estrelados, inflorescências congestas, zona do disco glabra e estames alvos. Às vezes, o indumento apresenta coloração avermelhada.

15. Leandra melastomoides Raddi, Quar. Piant. Nuov. Bras. 7. 1820.

Arbusto, ca. 2,5 m alt. Ramos, hipanto e sépalas híspidos. Folhas opostas, pecioladas, pecíolos 1-1,5 cm compr.; lâmina lanceolada, ápice acuminado, base cuneada, margem inteira, face adaxial escabra, face abaxial foveolada, serícea, 2 pares de nervuras acródromas suprabasais, estrigosas. Tirso terminal, ramos fasciculares, 7-10 cm compr.; bractéolas elípticas, avermelhadas, 6-7 × 4-7 mm. Flores 6-meras; hipanto oblongo-campanulado, zona do disco glabra; sépalas internas triangulares, externas subuladas, ápice acuminado, margem inteira; pétalas alvo-translúcidas, triangulares, ápice agudo, margem inteira, glabra; 12 estames, róseo-vináceos, subisomorfos, filetes glabros, anteras róseas, subuladas, ápice atenuado, conectivo prolongado abaixo das tecas, inapendiculado ventralmente, espessado no dorso; ápice do ovário setoso; estilete glabro. Baga arredondada.

Material selecionado: Serra dos Pireneus, ca. 20 Km de Pirenópolis, 16.I.1972, fr., H.S. Irwin et al. (UB 34109).

Material adicional: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, Córrego dos Rolinhos, 12.I.1996, fl., R. Romero et al. 3280 (HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em mata de galeria. Coletada apenas com frutos em janeiro. É reconhecida pelas folhas lanceoladas, com dois pares de nervuras suprabasais, flores hexâmeras, bractéolas amplas, avermelhadas e anteras róseas de ápice atenuado.

16. Leandra polystachya (Naudin) Cogn., in Mart., Eichler & Urban, Fl. bras. 14(4): 132. 1886.

Arbusto, ca. 1 m alt. Ramos, folhas, hipanto e sépalas estrelados. Folhas opostas, curto-pecioladas, pecíolos 2-5 mm compr.; lâmina oval a oval-lanceolada, ápice agudo, base arredondada, margem levemente serreada, ciliada, 3 pares de nervuras acródromas basais. Tirso terminal, ramos glomerulares, ca. 15 cm compr.; bractéolas linear-triangulares, ca. 3 × 1 mm. Flores 5-meras; hipanto oblongo, zona do disco setosa; sépalas internas triangulares, externas subuladas, ápice truncado, margem inteira; pétalas alvo-translúcidas, triangulares, ápice agudo, margem inteira, glabra; 10 estames, róseo-vináceos, subisomorfos, filetes glabros, anteras subuladas, ápice levemente atenuado, conectivo prolongado abaixo das tecas, inapendiculado ventralmente, espessado no dorso; ápice do ovário setoso; estilete glabro. Baga arredondada.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, BR 070, ca. de 14 Km da cidade, 15º43'43"S, 48º53'56"W, 1090 m, 12.XII.2012, fl. e fr. R.A. Pacheco & A.F.A. Versiane 895 (HUEG, HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em borda de vereda. Coletada com flores e com frutos de outubro a dezembro. Reconhecida pelos ramos, folhas, hipanto e sépalas revestidos por tricomas dendríticos, hipanto oblongo, zona do disco setosa e estames róseo-vináceos.

17. Leandra salicina (Ser. ex DC.) Cogn., in Mart., Eichler & Urban, Fl. bras. 14(4): 150. 1886.

Subarbusto, ca. 0,5 m alt. Ramos, face abaxial das folhas, bractéolas, hipanto e sépalas adpresso-estrigosos, face adaxial das folhas glabra, com tricomas setosos adensados somente próximo à margem. Folhas opostas, pecioladas, pecíolos 1-1,5 cm compr.; lâmina linear-lanceolada, ápice acuminado, base atenuada, margem inteira, adpresso-setosa, 1 par de nervuras acródromas basais. Tirso terminal, 3-5 cm compr.; bractéolas linear-triangulares, 3-5 × ca. 1 mm. Flores 5-meras; hipanto oblongo-campanulado, zona do disco glabra; sépalas triangulares, internas de ápice agudo, externas de ápice apiculado, glabras; pétalas alvo-translúcidas, triangulares, ápice agudo, margem inteira, glabra; 10 estames, creme, subisomorfos, filetes glabros, anteras subuladas, ápice levemente atenuado, conectivo prolongado abaixo das tecas, inapendiculado ventralmente, espessado no dorso; ápice do ovário setoso; estilete glabro. Baga arredondada.

Material selecionado: Corumbá de Goiás, próximo à queda do Rio Corumbá, 01.V.1981, fr., F. Chagas & Silva 416 (IBGE). Material adicional: BRASIL. MINAS GERAIS: Delfinópolis, Paraíso Selvagem, trilha para o Salto Solitário, 04.XII.2002, fl., J.N. Nakajima et al. 3339 (HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em cerrado rupestre. Coletada apenas com frutos em maio. É reconhecida pelas folhas longo pecioladas, lâmina linear-lanceolada, glabra na face adaxial, com tricomas próximos à margem. Os tricomas da face abaxial da lâmina, assim como dos ramos, bractéolas, hipanto e sépalas apresentam-se adpresso-estrigosos.

18. Macairea radula (Bonpl.) DC., Prodr. 3: 109. 1828.

Arbusto, 1-1,5 m alt. ou arvoreta, ca. 2 m alt. Ramos, hipanto e sépalas seríceo-glandulosos, face adaxial das folhas bulado-estrigosa e face abaxial densamente glandulosa. Folhas opostas, pecioladas, pecíolos 0,8-1,5 cm compr.; lâmina oboval a elíptica, ápice obtuso a arredondado, base atenuada, margem inteira, ciliada, 2 pares de nervuras acródromas suprabasais. Tirso multifloro. Flores 4-meras; hipanto oblongo a campanulado, estriado; sépalas triangulares; pétalas lilases com base creme, margem ciliada, obovais, ápice arredondado, margem inteira, glabra; 8 estames, dimorfos, filetes glandulosos na face ventral, anteras subuladas, ápice atenuado, no ciclo antessépalo róseas, no ciclo antepétalo amarelas, conectivo prolongado abaixo das tecas, expandido na região dorso-basal; ápice do ovário e estilete com tricomas glandulares. Cápsula loculicida, estriada.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, próximo ao Salto Corumbá, 15º50'48"S, 48º46'15"W, 1066 m, 03.XI.2012, fl. e fr., A.F.A. Versiane et al. 291 (HUFU).

Na Serra dos Pireneus é comumente encontrada em campo rupestre e cerrado rupestre. Coletada com flores de abril a dezembro e com frutos de agosto a dezembro. Reconhecida pelas folhas com dois pares de nervuras acródromas suprabasais, pétalas lilases com base creme, filetes glandulosos na face ventral e conectivo expandido na região dorso-basal. Frequentemente, os ramos e folhas apresentam galhas globosas, revestidas por tricomas alaranjado-esverdeados. Após a polinização filetes, conectivo, estilete e base das pétalas tornam-se avermelhados e as anteras creme-amarronzadas (Romero 2000Romero, R. 2000. Melastomataceae do Parque Nacional da Serra da Canastra, Minas Gerais. Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 326p. ).

19. Miconiaalbicans (Sw.) Steud., Nomencl. Bot., 2. 2: 139. 1841.

Arbusto ou arvoreta, 1-3 m alt. Ramos, face abaxial das folhas, hipanto e sépalas lanosos, canescentes, face adaxial das folhas glabrescente. Folhas opostas, discolores, patentes, pecioladas, pecíolos 1-4 cm compr.; lâmina oval-elíptica a oblongo-lanceolada, ápice obtuso a agudo, base arredondada, margem inteira a crenulada, não revoluta, 2 pares de nervuras acródromas basais. Tirso terminal, ascendente, ramos escorpioides, delgados, lisos. Flores 5-meras; hipanto campanulado, zona do disco glabra; sépalas internas e externas triangulares; pétalas alvo-translúcidas, ápice arredondado, glabras, margem inteira; 10 estames, alvos, subisomorfos, filetes glabros, anteras oblongas, ápice atenuado, conectivo do ciclo antessépalo com aurículas expandidas dorso-ventralmente, do ciclo antepétalo com aurículas ventrais curtas e um calcar dorsal; ovário e estilete glabros; estigma capitado. Baga globosa.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, estrada para o Mosteiro Budista Zen Eish Ji, 15º43'44"S, 48º57'50"W, 1029 m, 02.X.2012, bot. e fl., A.F.A. Versiane et al. 273 (HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em cerrado rupestre e cerrado. Coletada com flores de junho a outubro e com frutos de outubro a janeiro. Miconia fallax DC. e M. stenostachya DC. são semelhantes a M. albicans por apresentarem folhas discolores com a face adaxial glabrescente e tirso escorpioide (Rezende et al. 2014Rezende, A.R.; Romero, R. & Goldenberg, R. 2014. Sinopse de Miconia seção Miconia DC. (Melastomataceae) no estado de Minas Gerais, Brasil. Bioscience Journal 30: 273-287.). No entanto, M. albicans apresenta indumento lanoso na face abaxial das folhas, hipanto e sépalas, ao passo que M. fallax e M. stenostachya apresentam a face adaxial estrelada e a face abaxial, hipanto e sépalas estrelado-tomentosos. Ademais, em M. fallax as folhas são sésseis a subsésseis (Romero 2000Romero, R. 2000. Melastomataceae do Parque Nacional da Serra da Canastra, Minas Gerais. Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 326p. ; Goldenberg 2009Goldenberg, R. 2009. Melastomataceae: Miconia Ruiz & Pav. In: Martins, S.E.; Wanderley, M.G.L.; Shepherd, G.J.; Giulietti, A.M. & Melhem, T.S. (eds.). Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo. Vol. 6, pp. 73-103.; Rezende et al. 2014Rezende, A.R.; Romero, R. & Goldenberg, R. 2014. Sinopse de Miconia seção Miconia DC. (Melastomataceae) no estado de Minas Gerais, Brasil. Bioscience Journal 30: 273-287.).

20. Miconia alborufescens Naudin, Ann. Sci. Nat., Bot, sér. 3. 16(2): 160. 1851.

Arbusto, 1-2 m alt. Ramos, face abaxial das folhas, hipanto e sépalas estrelado-tomentosos, constituído por tricomas dendríticos, face adaxial das folhas estrelado-furfurácea a glabrescente, avermelhada. Folhas opostas, discolores, deflexas, pecioladas, pecíolos 1,5-2 cm compr.; lâmina oval a oval-lanceolada, ápice agudo, base cordada, margem inteira, revoluta ou não, 5+2 nervuras acródromas suprabasais. Tirso terminal, ascendente, ramos glomerulares, ramos curtos, ca. 1 cm compr., congestos, delgados, lisos. Flores 5-meras; hipanto oblongo, zona do disco glandulosa; sépalas internas e externas triangulares; pétalas creme, ápice arredondado, glabras, margem inteira; 10 estames, alvos, subisomorfos, filetes glabros, anteras oblongas, ápice truncado, conectivo do ciclo antessépalo com aurículas expandidas dorso-ventralmente, ciclo antepétalo com calcar dorsal; ápice do ovário glanduloso; estilete glabro; estigma punctiforme. Baga globosa.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, Salto do Corumbá, 15º43'4"S, 48º57'49"W, 987 m, 03.X.2012, b.f., fl e fr., A.F.A. Versiane et al. 275 (HUEG, HUFU, MBM, RB, UB).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em cerrado rupestre. Coletada com flores de maio a outubro e com frutos em outubro. Facilmente reconhecida das demais pelas folhas deflexas, tirso de glomérulos congestos de ramos curtos, zona do disco e ápice do ovário glandulosos e anteras de ápice truncado.

21. Miconia burchellii Triana, Trans. Linn. Soc. London 28(1): 116. 1873.

Arvoreta, 1-2 m alt. ou árvore, 3-5 m alt. Ramos, folhas, hipanto e sépalas estrelado-furfuráceos, constituído por tricomas dendríticos, face adaxial das folhas glabrescente. Folhas opostas, discolores, patentes, pecioladas, pecíolos 0,5-2 cm compr.; lâmina lanceolada a oval-lanceolada, ápice agudo a acuminado, base arredondada, margem inteira, denticulada ou serreada, não revoluta, 2 pares de nervuras acródromas basais. Tirso terminal, ascendente, ramos glomerulares, delgados, lisos. Flores 5-meras; hipanto campanulado, zona do disco glabra; sépalas internas arredondadas, externas denticuladas; pétalas alvo-translúcidas, ápice arredondado, glabras, margem inteira; 10 estames, alvos, subisomorfos, filetes glabros, anteras oblongas, ápice atenuado, conectivo curto-calcarado dorsalmente, ciclo antessépalo com aurículas expandidas dorso-ventralmente, ausentes no ciclo antepétalo; ovário e estilete glabros; estigma capitado. Baga globosa.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, 15º50'48"S, 48º46'15"W, 1142 m, 04.X.2012, b.f. e fl., A.F.A. Versiane et al. 307 (HUFU, RB, UEC).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo sujo e cerrado rupestre. Coletada com flores de julho a outubro e com frutos de outubro a dezembro. Assemelha-se a Miconia leucocarpa DC. pelo indumento estrelado-furfuráceo, folhas lanceolada a oval-lanceoladas, tirsos com ramos glomerulares e pétalas alvo-translúcidas. Contudo, distingue-se pelo conectivo dos estames antessépalos com aurículas expandidas dorso-ventralmente e pelo calcar dorsal. Em M. leucocarpa, todos os estames apresentam conectivo com aurículas ventrais curtas expandidas dorso-ventralmente e calcar dorsal curto (Rezende et al. 2014Rezende, A.R.; Romero, R. & Goldenberg, R. 2014. Sinopse de Miconia seção Miconia DC. (Melastomataceae) no estado de Minas Gerais, Brasil. Bioscience Journal 30: 273-287.). Frequentemente, foram examinados espécimes de M. burchelli provenientes da Serra dos Pireneus identificados como M. leucocarpa, o que reforça a proximidade e a dificuldade em reconhecer estas duas espécies, principalmente, quando a identificação é feita com base apenas no botão floral ou fruto.

22. Miconia calvescens DC., Prodr. 3: 185. 1828.

Arvoreta, ca. 3 m alt. Ramos, folhas, hipanto e sépalas estrelado-tomentosos, constituídos por tricomas dendríticos, face adaxial das folhas glabrescente, face abaxial com maior concentração de tricomas ao longo das nervuras. Folhas opostas, discolores, patentes, pecioladas, pecíolos 3-7 cm compr.; lâmina oval a oval-oblonga, ápice acuminado, base arredondada a levemente truncada, margem inteira a crenulada, não revoluta, 2 pares de nervuras acródromas suprabasais. Tirso terminal, ascendente, ramos glomerulares, delgados, lisos. Flores 5-meras; hipanto campanulado, zona do disco glabra, sépalas internas e externas arredondadas; pétalas alvas, ápice arredondado, glabras, margem inteira; 10 estames, alvos, subisomorfos, filetes glabros, anteras oblongas, ápice atenuado, conectivo com duas aurículas ventrais, glandulosas, um calcar dorsal; ápice do ovário glanduloso; estilete glabro; estigma capitado. Baga globosa.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, Fazenda Rio dos Bois, 24.III.2002, b.f, fl. e fr., M.A. Silva et al. 5202 (IBGE).

Material adicional: BRASIL. GOIÁS: Serra do Facão, 09.II.2007, A.A. Arantes et al. (HUFU 50346).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em mata de galeria. Coletada com flores e com frutos em março. Miconia calvescens e M. heliotropoides Triana são as únicas espécies de Miconia na Serra dos Pireneus que apresentam conectivo com aurículas ventrais glandulosas. No entanto, M. calvescens distingue-se pelas folhas com dois pares de nervuras subrabasais e tirso de glomérulos, enquanto M. heliotropoides apresenta dois pares de nervura basais e tirso escorpioide.

23. Miconia chamissois Naudin, Ann. Sci. Nat., Bot., sér. 3. 16: 179. 1851.

Arbusto, 1‒2 m alt. Ramos, folhas, hipanto e sépalas glabros. Folhas opostas, discolores, patentes, pecioladas, pecíolos 1‒2 cm compr., lâmina oval a oval-oblonga, ápice acuminado, base atenuada, levemente decorrente, margem inteira, revoluta, 2 pares de nervuras acródromas suprabasais. Tirso terminal, ascendente, ramos glomerulares, delgados, lisos. Flores 5-meras; hipanto campanulado, zona do disco glabra; sépalas internas arredondadas, externas denticuladas; pétalas alvas, ápice arredondado, glabras, margem inteira; 10 estames, alvos, subisomorfos, filetes glabros, anteras oblongas, ápice atenuado, conectivo com aurículas expandidas e um calcar dorsal; ovário e estilete glabros; estigma punctiforme. Baga globosa.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, 15º47'06"S, 48º49'46"W, 1111 m, 03.VII.2012, b.f. e fl., A.F.A. Versiane et al. 178 (HUEG, HUFU, UB).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em vereda. Coletada com flores de abril a junho, outubro e novembro e com frutos em maio. Similar a Miconia elegans Cogn. (Romero 2000Romero, R. 2000. Melastomataceae do Parque Nacional da Serra da Canastra, Minas Gerais. Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 326p. ; Rezende et al. 2014Rezende, A.R.; Romero, R. & Goldenberg, R. 2014. Sinopse de Miconia seção Miconia DC. (Melastomataceae) no estado de Minas Gerais, Brasil. Bioscience Journal 30: 273-287.), pelo hábito, folhas de margem revoluta, base atenuada, dois pares de nervuras suprabasais e flores com pétalas e estames alvos. No entanto, distingue-se pelos ramos, folhas, hipanto e sépalas glabros, ao passo que em M. elegans é estrelado a estrelado-furfuráceo.

24. Miconia chartacea Triana, Trans. Linn. Soc. London 28(1): 119. 1873. Figs. 2b-c; 3c

Arbusto, ca. 3 m alt. Ramos, hipanto e sépalas estrelado-furfuráceos, face adaxial das folhas glabrescente, face abaxial estrelado-lepidota. Folhas opostas, discolores, patentes, pecioladas, pecíolos 3-4 cm compr.; lâmina elíptica, ápice agudo, base atenuada, margem inteira, não revoluta, 1 par de nervuras acródromas suprabasais. Tirso terminal, ascedente, ramos glomerulares, delgados, lisos. Flores 5-meras; hipanto campanulado, zona do disco glabra; sépalas internas triangulares, externas denticuladas; pétalas alvas, ápice arredondado, glabras, margem inteira; 10 estames, alvos, subisomorfos, filetes glabros, anteras oblongas, ápice truncado, conectivo do ciclo antessépalo com calcar dorsal, do ciclo antepétalo inapendiculado, estilete e ovário glabros, estigma punctiforme. Baga globosa.

Material selecionado: Corumbá de Goiás, BR 414, córrego Taquarí. 27.XI.2005, P.G. Delprete et al. 9361 (HUFU).

Material adicional: BRASIL. MINAS GERAIS: Barroso, Mata do Baú, 25.XI.2001, L.C.S. Assis & M.K. Ladeira 382 (HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em mata de galeria. Coletada com flores em dezembro. Reconhecida pelas folhas elípticas, de face adaxial glabrescente, face abaxial estrelado-lepidota, um par de nervuras suprabasais e anteras de ápice truncado.

25. Miconia elegans Cogn., in Mart., Eichler & Urban, Fl. bras. 14(4): 312. 1887.

Arbusto, 2,5-3 m alt. Ramos estrelado-furfuráceos, face abaxial das folhas, hipanto e sépalas estrelados, face adaxial das folhas glabrescente. Folhas opostas, discolores, patentes, pecioladas, pecíolos 1,5-2 cm compr., alados; lâmina elíptica a oval-lanceolada, ápice acuminado a apiculado, base atenuada, decorrente, margem inteira, revoluta, 2 pares de nervuras acródromas suprabasais. Tirso terminal, ascendente, ramos escorpioides, avermelhados, delgados, lisos. Flores 5-meras; hipanto oblongo a campanulado, avermelhado, zona do disco glabra; sépalas internas arredondadas, externas triangulares, avermelhadas; pétalas alvas, ápice arredondado, glandulosas, margem inteira; 10 estames, alvos, subisomorfos, filetes glabros, anteras oblongas, ápice atenuado, conectivo do ciclo antessépalo com aurículas expandidas, do ciclo antepétalo com aurículas inconspícuas e um calcar dorsal; ovário e estilete glabros; estigma punctiforme. Baga globosa.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, Cachoeira Rei dos Dragões, 15º43'44"S, 48º57'50"W, 1029 m, 21.V.2013, b.f., fl. e fr., R.A. Pacheco & A.F.A. Versiane 1042 (HUEG, HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em borda de mata de galeria e mata ciliar. Coletada com flores e com frutos de maio a julho. Reconhecida pela associação das seguintes características: inflorescências, hipanto e sépalas avermelhados, folhas com dois pares de nervuras suprabasais, pecíolos alados e pétalas revestidas por tricomas glandulares.

26. Miconia ferruginata DC., Prodr. 3: 181. 1828.

Arbusto ou árvore, 1-3 m alt. Ramos, pecíolos, folhas, hipanto e sépalas estrelado-tomentosos, ferrugíneos. Folhas opostas, discolores, patentes, pecioladas, pecíolos 1-3 cm compr., estriados; lâmina elíptica a elíptico-lanceolada, ápice agudo, base arredondada a atenuada, margem inteira a crenulada, 1 par de nervuras acródromas basais, e 1 par marginal inconspícuo. Tirso terminal, ascendente, ramos escorpioides, robustos, estriados. Flores 5-meras; hipanto campanulado, zona do disco glabra; sépalas internas arredondadas, externas agudas; pétalas alvas, ápice arredondado, glabras, margem inteira; 10 estames, alvos, subisomorfos, filetes glabros, anteras oblongas, ápice atenuado, conectivo com duas aurículas ventrais, dorsalmente expandido na base; ovário e estilete glabros; estigma punctiforme. Baga globosa.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, 15º42'56"S, 48º53'34"W, 1295 m, 21.V.2013, b.f., fl. e fr., R.A. Pacheco & A.F.A. Versiane 1025 (HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo rupestre e em cerrado rupestre. Coletada com flores e com frutos de fevereiro a outubro. Miconia ferruginata, assim como M. albicans (Sw.) Steud. e M. stenostachya DC., apresenta tirso com ramos escorpioides (Romero 2000Romero, R. 2000. Melastomataceae do Parque Nacional da Serra da Canastra, Minas Gerais. Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 326p. ), distinguindo-se destas pelos ramos, pecíolos e inflorescências robutos e estriados, densamente revestidos por indumento ferrugíneo.

27. Miconia heliotropoides Triana, Trans. Linn. Soc. London 28(1): 116. 1873.

Arbusto, 1-3 m alt. Ramos e folhas estrelado-fufuráceos, hipanto e sépalas estrelado-pubérulos, constituído por tricomas dendríticos, face adaxial das folhas glabrescente. Folhas opostas, discolores, patentes, pecioladas, pecíolos 2-3 cm compr., lâmina elíptica a elíptico-oboval, ápice agudo, base truncada, margem serreado-ciliada, não revoluta, 2 pares de nervuras acródromas basais. Tirso terminal, ascendente, ramos escorpioides, delgados, lisos. Flores 5-meras; hipanto campanulado, zona do disco glabra; sépalas internas e externas agudas; pétalas alvas, ápice arredondado, glabras, margem inteira; 10 estames, alvos, subisomorfos, filetes glandulosos, anteras oblongas, ápice atenuado, conectivo do ciclo antessépalo com aurículas expandidas dorso-ventralmente, do ciclo antepétalo com duas aurículas ventrais, glandulosas, calcar dorsal; ovário com ápice setoso; estilete glanduloso na base; estigma punctiforme. Baga globosa.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, 15º47'24"S, 48º52'53"W, 1095 m, 12.XII.2012, fr., R.A. Pacheco & A.F.A. Versiane 899 (HUFU, RB).

Material adicional: BRASIL. GOIÁS: Mossâmedes, Reserva Biológica Prof. José Ângelo Rizzo, próximo à represa, 12.X.1996, fl., R. Marquete et al. 2580 (RB).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em mata ciliar. Coletada com flores e com frutos de dezembro a março. Reconhecida pela associação das seguintes características: folhas discolores, margem serreado-ciliada, hipanto e sépalas estrelado-pubérulos.

28. Miconia hirtella Cogn., in Mart., Eichler & Urban, Fl. bras. 14(4): 423. 1888.

Arbusto 1-1,5 m alt. ou árvore, ca. 4 m alt. Ramos, face abaxial das folhas e inflorescência hirsutos, às vezes, entremeados por tricomas glandulosos, hipanto glabro ou hirsuto, entremeado por tricomas glandulosos, sépalas glabras. Folhas opostas, discolores, patentes, pecioladas, pecíolos 0,5-2 cm compr.; lâmina oboval a elíptica, ápice agudo a acuminado, base arredondada, margem serreada, levemente revoluta, 1 par de nervuras acródromas basais. Tirso terminal, ascendente, ramos delgados, lisos. Flores 5-meras; hipanto campanulado, zona do disco glabra; sépalas internas arredondadas, margem denteada, externas triangulares; pétalas alvas, ápice arredondado, glabras, margem inteira; 10 estames, creme, subisomorfos, filetes glabros, anteras oblongas, ápice truncado, com quatro poros amplos, conectivo com aurículas ventrais inconspicuamente bilobadas, espessado no dorso; ovário e estilete glabros; estigma punctiforme. Baga globosa.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, 15º47'24"S, 48º52'53"W, 1095 m, 04.VII.2012, fl., A.F.A. Versiane et al. 210 (HUEG, HUFU, MBM, RB, UB).

Na Serra dos Pireneus é encontrada exclusivamente em veredas. Coletada com flores em dezembro a julho e com frutos em janeiro e fevereiro. Reconhecida pela associação das seguintes características: folhas obovais a elípticas, de margem serreada e revoluta, face abaxial hirsuta e anteras de ápice truncado, com quatro poros amplos.

29. Miconia holosericea (L.) DC., Prodr. 3: 181. 1828.

Arvoreta, ca. 3,5 m alt. Ramos, hipanto, sépalas e face abaxial das folhas densamente estrelados, face adaxial glabra. Folhas, opostas, discolores, pecioladas, pecíolos 2-4 cm compr.; lâmina lanceolada, ápice acuminado, base atenuada, margem inteira a levemente ondulada, 2-3 pares de nervuras acródromas suprabasais. Tirso terminal, ascendente, ramos delgados, lisos. Flores 6-meras; hipanto oblongo a oblongo-urceolado, zona do disco glabra; sépalas internas e externas triangulares; pétalas alvas, ápice arredondado, glabras, margem inteira; 12 estames, roxos, subisomorfos, filetes glabros, anteras subuladas, ápice atenuado, conectivo do ciclo antessépalo com aurículas ventrais expandidas e espessado no dorso, do ciclo antepétalo com aurículas ventrais expandidas; ápice do ovário e estiletes glandulosos; estigma punctiforme. Baga globosa.

Material selecionado: Pirenópolis, Santuário Vida Silvestre Vagafogo, 08.XII.1995, fl. e fr., V.L.G. Klein et al. 3030 (HUFU).

Material adicional: BRASIL. MINAS GERAIS: Lagamar, Reserva da Companhia Mineira de Metais, 07.XII.2002, fl., A.S.S. Alves 109 (HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em mata de galeria e em cerrado rupestre. Coletada com flores e com frutos em dezembro. Esta é a única espécie de Miconia que ocorre na Serra dos Pireneus, cujas flores são hexâmeras. Facilmente reconhecida por também apresentar anteras arroxeadas (Goldenberg 2009Goldenberg, R. 2009. Melastomataceae: Miconia Ruiz & Pav. In: Martins, S.E.; Wanderley, M.G.L.; Shepherd, G.J.; Giulietti, A.M. & Melhem, T.S. (eds.). Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo. Vol. 6, pp. 73-103.), de ápice atenuado e zona do disco, base do estilete e ápice do ovário glandulosos.

30. Miconia ibaguensis (Bonpl.) Triana, Trans. Linn. Soc. London 28(1): 110. 1873.

Arbusto, 1,5-2 m alt. Ramos, pecíolos, folhas, hipanto e sépalas estrelado-furfuráceos, entremeados por tricomas híspidos. Folhas opostas, discolores, patentes, pecioladas, pecíolos 0,5-1 cm compr.; lâmina oval a oval-lanceolada, ápice agudo a acuminado, base arredondada, margem inteira a serreado-ciliada, 2 pares de nervuras acródromas suprabasais, nervuras secundárias bem evidentes. Tirso terminal, ascendente, ramos glomerulares, delgados, lisos. Flores 5-meras; hipanto campanulado a oblongo-campanulado, zona do disco glabra; sépalas internas e externas triangulares; pétalas alvas, ápice arredondado, glabras, margem inteira; 10 estames, alvos, subisomorfos, filetes glabros, anteras oblongas, ápice atenuado, conectivo com aurículas expandidas dorso-ventralmente; ápice do ovário com tricomas setosos e glandulosos; estilete glabro ou com tricomas glandulosos na base; estigma capitado. Baga globosa.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, ca. de 3 Km em direção a Corumbá de Goiás, 01.X.2012, fl. e fr., R.A. Pacheco et al. 884 (HUEG, HUFU, MBM, RB, UB, UEC).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em mata ciliar. Coletada com flores de agosto a outubro e com frutos em março e de outubro a dezembro. Segundo Rezende et al. (2014Rezende, A.R.; Romero, R. & Goldenberg, R. 2014. Sinopse de Miconia seção Miconia DC. (Melastomataceae) no estado de Minas Gerais, Brasil. Bioscience Journal 30: 273-287.), M. matthaei Naudin, sem ocorrência para o estado de Goiás, é bastante similar a M. ibaguensis, pelos tricomas da face abaxial das folhas e coloração das pétalas. No entanto, M. matthaei apresenta face adaxial das folhas glabra, hipanto com tricomas estrelados, pétalas revestidas por tricomas glandulosos e ovário glabro.

31. Miconia macrothyrsa Benth., J. Bot. (Hooker) 2: 312. 1840.

Arbusto, 1,5-2 m alt. Ramos, pecíolos, hipanto e sépalas estrelado-furfuráceo-granulosos, constituído por tricomas dendríticos, face adaxial das folhas estrelada a glabrescente, exceto pela margem setosa, face abaxial densamente estrelada. Folhas opostas, discolores, patentes, pecioladas, pecíolos 0,5-1 cm compr.; lâmina oval-elíptica, ápice agudo, base cordada, margem crenulada, ciliada, não revoluta, 3 pares de nervuras acródromas basais. Tirso terminal, ascendente, ramos escorpioides, curtos 3-10 mm compr., congestos, delgados, lisos. Flores 5-meras; hipanto campanulado, zona do disco glabra; sépalas internas e externas triangulares; pétalas alvas, ápice arredondado, glabras, margem inteira; 10 estames, creme, subisomorfos, filetes glabros, anteras oblongas, ápice atenuado, conectivo com expansões auriculares ventrais e um calcar dorsal; ovário e estilete glabros; estigma punctiforme. Baga globosa.

Material selecionado: Pirenópolis, Santuário de Vida Silvestre de Vagafogo, 16.VIII.2002, b.f., M.L. Fonseca et al. 3544 (UB).

Material adicional: BRASIL. MINAS GERAIS: Perdizes, Estação Ambiental Galheiro, 19.IX.2002, fl., E.H. Amorim et al. 142 (HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em cerrado rupestre. Coletada com flores em agosto e com frutos em janeiro. Reconhecida pelo indumento dos ramos, pecíolos, inflorescência, hipanto e sépalas estrelado furfuráceo-granuloso, margem foliar ciliada e inflorescência escorpioide de ramos secundários curtos e congestos.

32. Miconia minutiflora (Bonpl.) DC., Prodr. 3: 189. 1828.

Arvoreta, 3-6 m alt. Ramos, pecíolos e folhas estrelado-furfuráceos a glabrescentes, exceto sobre as nervuras, hipanto e sépalas glabros. Folhas opostas, discolores, patentes, pecioladas, pecíolos 0,2-0,5 cm compr.; lâmina oblongo-lanceolada, base atenuada, ápice caudado, margem inteira, não revoluta, 2 pares de nervuras acródromas basais. Tirso terminal, ascendente, ramos delgados, lisos. Flores 5-meras; hipanto campanulado, zona do disco glabra; sépalas internas e externas arredondadas; pétalas alvas, ápice arredondado, glandulosas, margem ciliado-glandulosa, 10 estames, creme, subisomorfos, filetes glabros, anteras oblongas, ápice truncado, conectivo dos estames antessépalos com projeção basal, do ciclo antepétalo com duas aurículas ventrais inconspícuas e calcar dorsal; ovário e estilete glabros; estigma punctiforme. Baga globosa.

Material selecionado: Parque Estadual da Serra dos Pireneus, III.2003, fl. e fr., M.L. Santos (HUEG 3657).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em mata de galeria e mata ciliar. Coletada com flores e com frutos em março. Reconhecida pelas folhas de ápice caudado, hipanto glabro e pétalas glandulosas.

33. Miconia nervosa (Sm) Triana, Trans. Linn. Soc. London 28(1): 111. 1873.

Arbusto, 1,5-2 m alt. Ramos, pecíolos, hipanto e sépalas seríceo-velutíneos, face adaxial das folhas serícea, sobre as nervuras estrigosa, face abaxial vilosa. Folhas opostas, discolores, patentes, pecioladas, pecíolos 1-5 cm compr.; lâmina elíptico-lanceolada, ápice agudo a acuminado, base atenuada, margem serreado-denticulada, ciliada, não revoluta, 4 pares de nervuras acródromas suprabasais. Tirso terminal, ascendente, ramos glomerulares, avermelhados, delgados, lisos. Flores 5-meras; hipanto oblongo, zona do disco ciliado-glandulosa; sépalas internas truncadas, externas denticuladas; pétalas alvas, ápice arredondado, glabras, margem inteira; 10 estames, creme, subisomorfos, filetes glabros, anteras oblongas, ápice atenuado, conectivo inapendiculado; ovário e estilete glabros; estigma punctiforme. Baga globosa.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, BR 070, 15º47'06"S, 48º49'46"W, 1111 m, 03.VII.2012, b.f., fl. e fr., R.A. Pacheco et al. 795 (HUEG, HUFU, MBM, RB).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em mata ciliar. Coletada com flores e com frutos de maio a julho. Goldenberg & Caddah (2013Goldenberg, R. & Caddah, M.K. 2013. Taxonomic notes on South American Miconia III (Melastomataceae). Phytotaxa 94: 13-22.) indicam que M. pseudonervosa deve ser considerada um sinônimo de M. nervosa e que parte da variação morfológica da espécie (tamanho da folha e densidade de tricomas) segue um gradiente geográfico de norte a sul, aliado ao ambiente. Miconia nervosa é reconhecida das demais espécies de Miconia que ocorrem na Serra dos Pireneus pelas folhas com quatro pares de nervuras suprabasais, ramos da inflorescência avermelhados, anteras de ápice atenuado e conectivo inapendiculado.

34. Miconia pepericarpa DC., Prodr. 3: 182. 1828.

Arvoreta, 1,5-3 m alt. Ramos, pecíolos, face adaxial das folhas, hipanto e sépalas estrelado-pubérulos, face abaxial das folhas densamente estreladas, face adaxial glabrescente. Folhas opostas, discolores, deflexas, pecioladas, pecíolos 0,5-1 cm compr.; lâmina oblongo-lanceolada, ápice acuminado, base arredondada, margem inteira, revoluta, 1 par de nervuras acródromas suprabasais. Tirso terminal, pêndulo, ramos glomerulares, curtos 4-6 cm comprm delgados, lisos. Flores 4-meras; hipanto campanulado, zona do disco glabra; sépalas internas membranáceas, agudas, externas denticuladas; pétalas alvas, ápice arredondado, glabras, margem inteira; 8 estames, creme, isomorfos, filetes glabros, anteras oblongas, ápice truncado, conectivo inapendiculado ventralmente; ovário e estilete glabros; estigma punctiforme. Baga globosa.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, base dos três picos, 12.XII.2012, b.f. e fl., R.A. Pacheco & A.F.A. Versiane 926 (HUFU, K, MBM, RB, UB, UEC).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em borda de mata e cerrado rupestre. Coletada com flores de setembro a dezembro e com frutos de dezembro a janeiro e em julho. Assemelha-se a M. cubatanensis Hoehne pela forma e tricomas das folhas. Porém, esta apresenta flores pentâmeras e conectivo calcarado dorsalmente. Miconia pepericarpa é reconhecida pelo indumento estrelado-pubérulo distribuído por toda planta, flores tetrâmeras, inflorescências pêndulas e curtas e conectivo inapendiculado.

35. Miconia rubiginosa (Bonpl.) DC., Prodr. 3: 183. 1828.

Arbusto ou arvoreta, 1-2 m alt. Ramos, pecíolos, folhas, hipanto e sépalas estrelados, ramos, pecíolos e folhas, constituído por tricomas estipitados, vermelho-ferrugíneos, face adaxial furfurácea. Folhas opostas, discolores, patentes, pecioladas, pecíolos 0,5-2 cm compr.; lâmina oval a oblongo-elíptica, ápice acuminado, base arredondada, margem revoluta, 5 nervuras acródromas basais. Tirso terminal, ascendente, ramos glomerulares, delgados, lisos. Flores 5-meras; hipanto campanulado, zona do disco glabra; sépalas internas denticuladas, externas inconspícuas; pétalas alvas, ápice arredondado, glabras, margem inteira; 10 estames, creme, subisomorfos, filetes glabros, anteras oblongas, ápice atenuado, conectivo do ciclo antessépalo com aurículas expandidas dorso-ventralmente, do ciclo antepétalo com aurículas ventrais inconspícuas e calcar dorsal; ovário e estilete glabros; estigma punctiforme. Baga globosa.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, estrada para Faz. Ana Paula, ca. 14 Km da cidade, 20.II.2013, b.f. e fl., R.A. Pacheco et al. 959 (HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em cerrado rupestre. Coletada com flores de outubro a fevereiro e com frutos de novembro a maio. Reconhecida pelos tricomas estipitados, vermelho-ferrugíneos presentes nos ramos, pecíolos, folhas e inflorescências.

36. Miconia sellowiana Naudin, Ann. Sci. Nat., Bot., sér. 3, 16: 206. 1851. Figs. 2d-e; 3d

Árvore, ca. 2 m alt. Ramos, pecíolos, folhas e hipanto estrelado-furfuráceos. Folhas concolores, pecioladas, pecíolos 0,5-1,5 cm compr.; lâmina lanceolada a oblongo-lanceolada, ápice acuminado, base atenuada, decorrente, margem serreada, não revoluta, 2 pares de nervuras acródromas suprabasais, domácias membranáceas na porção basal da face abaxial. Tirso terminal, ascendente, ramos glomerulares, delgados, lisos. Flores 5-meras; hipanto campanulado, zona do disco glabra; sépalas internas arredondadas, externas triangulares; pétalas alvas, ápice arredondado, glabras, margem inteira; 10 estames, creme, isomorfos, filetes glabros, anteras oblongas, ápice truncado, poro amplo, ca. 1/3 do comprimento total das tecas, inclinado ventralmente; conectivo inapendiculado ventralmente; ovário e estilete glabros; estigma punctiforme. Baga globosa.

Material selecionado: Pirenópolis, base dos três picos, 07.XII.1995, fr., V.L.G. Klein et al. (HUFU 11527).

Material adicional: BRASIL. MINAS GERAIS: Itabirito, Pico do Itabirito, 04.VIII.1993, fl., W.A. Antunes (HUFU 19260).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em mata de galeria. Coletada com frutos em dezembro. Reconhecida pelas folhas lanceoladas a oblongo-lanceolada de margem serreada e domácias membranáceas na face abaxial da lâmina, além de anteras truncadas com poro ventral longo e amplo que lembra uma deiscência rimosa (Goldenberg et al. 2003Goldenberg, R.; Teixeira, S.P. & Martins, A.B. 2003. Anther dehiscence and circumscription of Miconia sect. Hypoxanthus (Melastomataceae). Kew Bulletin 58: 195-203.).

37. Miconia stenostachya DC., Prodr. 3: 181. 1828.

Subarbusto ou arbusto, 0,8-1,5 m alt. Ramos, folhas, hipanto e sépalas densamente estrelados. Folhas opostas, discolores, patentes, pecioladas, pecíolos 0,5-2,5 cm compr.; lâmina elíptica a elíptico-lanceolada, ápice agudo a acuminado, base arredondada, margem inteira, 5 nervuras acródromas basais. Tirso terminal, ascendente, ramos escorpioides, delgados, lisos. Flores 5-meras; hipanto oblongo, zona do disco glabra; sépalas internas e externas triangulares; pétalas alvas, ápice arredondado, glabras, margem ciliado-glandulosa; 10 estames, subisomorfos, filetes alvos ou avermelhados, glabros, anteras amarelas, oblongas, ápice atenuado, conectivo amarelo ou avermelhado, com duas aurículas ventrais e um calcar dorsal; ovário glabro; estilete com tricomas glandulares; estigma punctiforme. Baga globosa.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, Salto do Corumbá, 15º43'04"S, 48º57'49"W, 987 m, 03.X.2012, b.f. e fl., A.F.A. Versiane et al. 276 (HUEG, HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo rupestre. Coletada com flores em abril a outubro e com frutos de outubro a fevereiro. Apresenta flores jovens com estames amarelos e, posteriormente, os filetes, conectivo e prolongamento do conectivo tornam-se avermelhados (Romero 2000Romero, R. 2000. Melastomataceae do Parque Nacional da Serra da Canastra, Minas Gerais. Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 326p. ; Goldenberg 2009Goldenberg, R. 2009. Melastomataceae: Miconia Ruiz & Pav. In: Martins, S.E.; Wanderley, M.G.L.; Shepherd, G.J.; Giulietti, A.M. & Melhem, T.S. (eds.). Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo. Vol. 6, pp. 73-103.). É similar a M. fallax DC. (Romero 2000Romero, R. 2000. Melastomataceae do Parque Nacional da Serra da Canastra, Minas Gerais. Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 326p. ; Goldenberg 2009Goldenberg, R. 2009. Melastomataceae: Miconia Ruiz & Pav. In: Martins, S.E.; Wanderley, M.G.L.; Shepherd, G.J.; Giulietti, A.M. & Melhem, T.S. (eds.). Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo. Vol. 6, pp. 73-103.; Rezende et al. 2014Rezende, A.R.; Romero, R. & Goldenberg, R. 2014. Sinopse de Miconia seção Miconia DC. (Melastomataceae) no estado de Minas Gerais, Brasil. Bioscience Journal 30: 273-287.) pelo indumento estrelado, pétalas com margem glandulosa e estames amarelos, porém M. stenostachya apresenta folhas distintamente pecioladas (vs. sésseis ou subsésseis em M. fallax e M. albicans). Ver outros comentários em M. albicans.

38. Microlicia acuminata Naudin, Ann. Sci. Nat., Bot., sér. 3, 3: 179. 1845.

Subarbusto, 0,2-0,6 m alt. Ramos, folhas, hipanto e sépalas hirsutos, entremeados por tricomas glandulares curto pedunculados. Folhas opostas, concolores, sésseis; lâmina lanceolada a oval-lanceolada, ápice agudo, base arredondada, margem serreado-ciliada, 1 par de nervuras acródromas basais. Flores isoladas, 5-meras, subsésseis, pedicelo ca. 1 mm compr; hipanto campanulado; sépalas lanceoladas, de mesmo comprimento do hipanto ou pouco mais curtas, ápice agudo, longo-setoso; pétalas magenta ou róseas com base alva, ovais ou obovais, ápice com tricoma setoso, margem glabra; estames amarelos, subisomorfos; anteras tetraesporangiadas ou polieporangiadas, oblongas, ápice curto-rostrado, ca. 0,2 mm compr.; conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral do conectivo inconspícuo, ca. 0,2 mm compr., bilobado; ovário 3-locular, glabro; estilete glabro. Cápsula oblonga, deiscente do ápice para a base, com ovário maduro totalmente encoberto pelo hipanto.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, 15º47'10"S, 48º46'19"W, 1220 m, 25.IV.2012, fl. e fr., J.N. Nakajima et al. 5078 (HUEG, HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo rupestre e campo sujo, em solo arenoso, formando populações pequenas. Coletada com flores de fevereiro a maio e com frutos em abril, e de outubro a dezembro. Similar a M. insignis Schldtl. pelo hábito, forma das folhas e hipanto, além da coloração dos estames. No entanto, M. insignis apresenta estames dimorfos, anteras de ápice longamente rostrado (ca. 0,5 mm compr.) e apêndice ventral do conectivo com 0,5-1 mm compr., truncado ou retuso.

39. Microlicia consimilis Wurdack, Los Angeles County Mus. Contr. Sci. 28:6. 1959. Figs. 2f; 3e-f; 4b

Subarbusto, 0,3-0,5 m alt. Ramos, folhas, hipanto e sépalas curto-setosos, entremeados por tricomas glandulares curto pedunculados. Folhas opostas, concolores, sésseis; lâmina oblongo-linear, ápice acuminado, base atenuada, margem inteira, ciliada, 1 par de nervuras acródromas basais. Flores isoladas, 5-meras, subsésseis, pedicelo ca. 1 mm compr.; hipanto oblongo; sépalas triangular-lanceoladas, mais curtas que o comprimento do hipanto; pétalas róseas, obovais, ápice acuminado ou arredondado, margem glabra; 10 estames, amarelos, subisomorfos; anteras tetraesporangiadas, oblongas, ápice curto-rostrado, ca. 0,2 mm compr.; conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral do conectivo inconspícuo, ca. 0,2 mm compr., bilobado; ovário 3-locular, glabro; estilete glabro. Cápsula oblonga, deiscente do ápice para a base, com ovário maduro totalmente encoberto pelo hipanto.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, 15º45'55"S, 48º55'57"W, 1271 m, 25.IV.2012, fl., A.F.A. Versiane et al. 169 (BHCB, HUEG, HUFU, K, MBM, RB).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo rupestre, em solo periodicamente úmido. Coletada com flores de fevereiro a maio e com frutos em junho. Similar a M. denudata Cogn., endêmica de Goiás (Romero & Woodgyer 2015), mas sem registro até o momento para a Serra dos Pireneus, pelo hábito, forma das folhas, hipanto, anteras e frutos. Análise da coleção de M. denudata (A. Krapovickas et al. 38690, HUFU) mostra que os ramos são setosos, desprovidos de tricomas glandulares sésseis, as folhas e sépalas são glabras, de margem longo-ciliada e o hipanto apresenta-se glanduloso-resinoso com tricomas setosos somente no ápice.

40. Microlicia cryptandra Naudin, Ann. Sci. Nat., Bot., sér. 3, 3: 175. 1845. Figs. 2g; 3g-h; 4c

Subarbusto, 0,3-0,5 m alt. Ramos, folhas, hipanto e sépalas setosos, frequentemente, roxo-avermelhados, entremeados por tricomas glandulares curto pedunculados. Folhas opostas concolores ou discolores, sésseis; imbricadas ou não; lâmina oval a oval-lanceolada, ápice acuminado, base cordada, margem inteira, uninérvea ou 1 par de nervuras acródromas basais. Flores isoladas, 5-meras, sésseis ou pediceladas, pedicelo até 0,5 mm compr.; hipanto campanulado; sépalas lanceoladas, mais curtas que o comprimento do hipanto; pétalas magenta, obovais, ápice agudo, com tricoma setoso, margem ciliada; 10 estames, amarelos, subisomorfos; anteras tetraesporangiadas, oblongas, ápice curto-rostrado, ca. 0,2 mm compr.; conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral do conectivo inconspícuo, ca. 0,2 mm compr., bilobado; ovário 3-locular, glabro; estilete glabro. Cápsula arredondada, deiscente do ápice para a base, com ovário maduro totalmente encoberto pelo hipanto.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, 15º43'48"S, 48º50'19"W, 21.II.2013, fl. e fr., R.A. Pacheco et al. 1005 (HUEG, HUFU, K, MBM, UB, UEC).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo rupestre, em solo arenoso. Coletada com flores de janeiro a julho e com frutos de fevereiro a julho e de outubro a dezembro. Reconhecida pelos ramos, folhas, hipanto e sépalas setosos, folhas de base cordada, anteras oblongas de ápice curto rostrado (ca. 0,2 mm compr.), apêndice ventral do conectivo bilobado e cápsula arredondada com ovário maduro totalmente encoberto pelo hipanto.

41. Microlicia euphorbiodes Mart., Nov. Gen. Sp. Pl. 107. t. 152. 1831.

Arbusto, 0,8-1 m alt. Ramos, folhas, hipanto e sépalas hirsutos, entremeado por tricomas glandulares curto pedunculados. Folhas opostas, discolores, pecioladas, pecíolos 1-1,5 mm compr.; lâmina elíptica a elíptico-lanceolada, ápice agudo, base atenuada, margem serreado-ciliada, 1-2 pares de nervuras acródromas suprabasais. Flores isoladas, 5-meras, pediceladas, pedicelo 1,5-2,5 mm compr.; hipanto campanulado a levemente urceolado; sépalas triangulares, mais curtas que o comprimento do hipanto; pétalas alvas, obovais, ápice agudo, margem glabra; 10 estames, amarelos, dimorfos; anteras poliesporangiadas, oblongas, ápice rostrado, rostro ca. 0,3 mm compr.; conectivo prolongado abaixo das tecas; apêndice ventral do conectivo bilobado ou truncado, no ciclo antessépalo ca. 1 mm compr., no ciclo antepétalo ca. 0,2 mm compr.; ovário 3-locular, glabro; estilete glabro. Cápsula oblonga, deiscente do ápice para a base, ovário maduro parcialmente encoberto pelo hipanto.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, 15º47'24"S, 48º52'53"W, 1095 m, 04.VII.2012, fl., A.F.A. Versiane 213 (HUEG, HUFU, K, MBM, RB).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo sujo, em solo pedregoso. Coletada com flores em janeiro e com frutos em julho. Reconhecida pelos ramos, folhas, hipanto e sépalas hirsutos, folhas patentes, com 1 a 2 pares de nervuras suprabasais, flores longo-pediceladas (1,5-2,5 mm compr.), de pétalas alvas e estames amarelos com anteras poliesporangiadas.

42. Microlicia fasciculata Mart. ex Naudin, Ann. Sci. Nat., Bot., sér. 3, 3: 180. 1845.

Subarbusto, 0,3-1,2 m alt. Ramos, folhas, hipanto e sépalas vilosos, de coloração glauca, entremeado por tricomas glandulares curto pedunculados. Folhas opostas, concolores, sésseis; lâmina lanceolada, ápice agudo, base arredondada, margem inteira, ciliada, 1-2 pares de nervuras acródromas basais. Flores isoladas, 5-meras, pediceladas, pedicelo 0,5-1 mm compr.; hipanto campanulado; sépalas triangulares, mais curtas que o comprimento do hipanto, ápice longo-setoso; pétalas róseas, obovais, ápice agudo, margem glandulosa ou não; 10 estames, dimorfos; anteras poliesporangiadas, ovais, ápice rostrado, rostro ca. 0,2 mm compr.; conectivo prolongado abaixo das tecas; anteras do ciclo antessépalo róseas, apêndice ventral do conectivo amarelo, ca. 1 mm compr., truncado a levemente retuso, anteras do ciclo antepétalo amarelas, conectivo apenas articulado ao filete; ovário 3-locular, glabro; estilete glabro. Cápsula oblonga a oval-oblonga, deiscente do ápice para a base, ovário maduro crescendo 2-3 vezes mais que o hipanto.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, 15º47'21"S, 48º52'51"W, 1107 m, 24.IV.2012, fl., J.N. Nakajima et al. 5031 (HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo limpo e campo sujo, em solo pedregoso. Coletada com flores e com frutos em fevereiro, abril e dezembro. Reconhecida pelos tricomas vilosos, que confere à planta tonalidade glauca (Romero 2000Romero, R. 2000. Melastomataceae do Parque Nacional da Serra da Canastra, Minas Gerais. Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 326p. ), sépalas mais curtas que o comprimento do hipanto, estames antessépalos com apêndice ventral do conectivo com ca. 1 mm compr., antepétalos inapediculados e anteras poliesporangiadas e bicolores. É similar a M. vestita DC. pela forma das folhas, hipanto e sépalas. No entanto, M. vestita apresenta tricomas seríceos, anteras tetraesporangiadas e todos os estames amarelos ou, às vezes, amarelos com máculas róseas. Assemelha-se também a M. polystemma Naudin pelo tipo de tricoma, pelas anteras poliesporangiadas e coloração das pétalas. No entanto, M. polystemma apresenta estames antepétalos com apêndice ventral do conectivo inconspícuo, medindo ca. 0,2 mm compr., e todas as anteras amarelas, raramente com máculas róseas.

43. Microlicia helvola (Spreng.) Triana, Trans. Linn. Soc. London 28(1): 25. 1873. Figs. 2h; 3i-j; 4e-f

Subarbusto ou arbusto, 0,5-1,2 m alt. Ramos, folhas, hipanto e sépalas hirsutos, entremeado por tricomas glandulares curto pedunculados. Hipanto e sépalas, frequentemente, verde-avermelhados a nigrescentes, às vezes somente com tricomas curto pedunculados. Folhas opostas, concolores, verde-amareladas (no material herborizado), sésseis ou pecíolos até 0,5 mm compr., folhas do ramo principal maiores que as dos ramos laterais; lâmina lanceolada a elíptico-lanceolada, ápice agudo, base arredondada, margem serreada, 1-2 pares de nervuras acródromas basais. Flores isoladas, 5-meras, pediceladas, pedicelo ca. 1 mm compr.; hipanto urceolado; sépalas triangulares, mais curtas que o comprimento do hipanto; pétalas róseas, obovais, ápice arredondado a retuso, margem ciliado-glandulosa; 10 estames, dimorfos; anteras poliesporangiadas, oval-oblongas, ápice rostrado, conectivo prolongado abaixo das tecas, anteras do ciclo antessépalo róseas, rostro ca. 0,3 mm compr., apêndice ventral do conectivo truncado a retuso, no ciclo antepétalo anteras amarelas, rostro, ca. 2 mm compr., apêndice ventral do conectivo retuso; ovário 3-locular, glabro. Cápsula arredondada, deiscente do ápice para a base, ovário maduro crescendo 2-3 vezes mais que o hipanto, o qual se desprende posteriormente expondo o ovário maduro de coloração verde-avermelhada.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, 15º47'06"S, 48º49'46"W, 1111 m, 03.VII.2012, fl. e fr., A.F.A .Versiane 184 (HUFU, MBM, RB, UB).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo limpo e vereda, em solo arenoso, úmido ou não. Coletada com flores e com frutos em janeiro, fevereiro, maio, julho e dezembro. Reconhecida pelas folhas do ramo principal maiores que as dos ramos laterais, hipanto urceolado que, frequentemente, assim como as sépalas, apresenta coloração verde-avermelhada a nigrescente, anteras polieporangiadas e bicolores e frutos com ovário maduro crescendo 2-3 vezes mais que o hipanto. Comumente, os frutos da estação passada se mantém na porção mediana dos ramos.

44. Microlicia insignis Schldtl., Linnaea 9: 388. 1834.

Subarbusto, 0,3-0,7 m alt. Ramos, ambas as faces das folhas e sépalas esparso setosos, entremeado por tricomas glandulares curto pedunculados ou somente com tricomas glandulares curto pedunculados, hipanto setoso, geralmente, tricomas róseo-avermelhados. Folhas opostas, concolores, sésseis; lâmina lanceolada a oval-lanceolada, ápice agudo, base arredondada, margem serreada, longo-ciliada, 1 par de nervuras acródromas basais. Flores isoladas, 5-meras, pediceladas, pedicelo ca. 2 mm compr.; hipanto campanulado, com tricomas setosos no ápice; sépalas lanceoladas, de mesmo comprimento do hipanto ou pouco mais curtas, ápice longo-setoso; pétalas róseas, obovais, ápice agudo, retuso ou truncado, margem glabra; 10 estames, amarelos, dimorfos, anteras poliesporangiadas, oval a oval-oblongas, ápice rostrado, rostro ca. 0,5 mm compr., conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral do conectivo do ciclo antessépalo ca. 1 mm compr., bilobado, no ciclo antepétalo ca. 0,5 mm compr., arredondado a levemente retuso; ovário 3-locular, glabro; estilete glabro. Cápsula marrom, oblonga, deiscente do ápice para a base, ovário maduro totalmente encoberto pelo hipanto.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, 15º47'06"S, 48º49'46"W, 1111 m, 03.VII.2012, fl. e fr., A.F.A. Versiane et al. 182 (HUFU, UEC).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo limpo e campo sujo, onde é bastante frequente. Coletada com flores e com frutos nos meses de janeiro a julho e de novembro a dezembro. Reconhecida pelas folhas de margem longo-ciliada, hipanto com tricomas setosos no ápice, anteras amarelas, ovais a oval-oblongas, poliesporangiadas e de rostro longo (ca. 0,5 mm compr.). Frequentemente, os tricomas que recobrem o hipanto e as sépalas, e mais raramente nas folhas, apresentam coloração róseo-avemelhada.

45. Microlicia ramosa Pilg., Bot. Jahrb. Syst. 33(2, Beibl. 72): 18. 1903. Figs. 2i; 3k-l; 4g

Arbusto, 0,5-1 m alt. Ramos, folhas, hipanto e sépalas seríceos, entremeado por tricomas glandulares curto pedunculados. Folhas opostas, concolores, sésseis; lâmina lanceolada a oval-lanceolada, ápice agudo, base arredondada, margem serreado-ciliada, 1 par de nervuras acródromas basais. Flores isoladas, 5-meras, pediceladas, pedicelo ca. 1 mm compr.; hipanto urceolado; sépalas triangulares, mais curtas que o comprimento do hipanto, ápice longo-setoso; pétalas magenta, obovais, ápice agudo ou retuso, margem glabra; 10 estames, dimorfos, anteras poliesporangiadas, oblongas, ápice rostrado, rostro ca. 0,5 mm compr., conectivo prolongado abaixo das tecas, anteras do ciclo antessépalo róseas, apêndice ventral do conectivo amarelo, ca. 1 mm compr., retuso, anteras do ciclo antepétalo amarelas, apêndice ventral do conectivo amarelo, ca. 0,5 mm compr., arredondado; ovário 3-locular, glabro; estilete glabro. Cápsula globosa, deiscente do ápice para a base, ovário maduro totalmente encoberto pelo hipanto.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, ca. 5 Km da cidade, 15º49'33"S, 48º45'12"W, 1356 m, 20.V.2013, fl. e fr., A.F.A. Versiane 559 (HUFU, BHCB, K, MBM, UEC).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo sujo, em solo arenoso ou pedregoso. Coletada com flores de fevereiro a maio e com frutos em abril a julho. Reconhecida pelos ramos, folhas, hipanto e sépalas seríceos, pétalas magenta e anteras poliesporangiadas e bicolores. Ademais, apresenta um ramo principal de onde partem ramos secundários curtos. Microlicia ramosa é semelhante à M. ordinata (Wurdack) Almeda & A.B. Martins, cuja ocorrência está restrita à Chapada dos Veadeiros (Almeda & Martins 2001Almeda, F. & Martins, A.B. 2001. New combinations and new names in some Brazilian Microlicieae (Melastomataceae), with notes on the delimitation of Lavoisiera, Microlicia and Trembleya. Novon 11: 1-7.) e à Serra Dourada (Machado 2013Machado, A.I.M.R. 2013. Melastomataceae do Parque Estadual de Serra Dourada, Goiás. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia. 113p.), por ambas apresentarem tricomas glandulares sésseis nas folhas, no hipanto e nas sépalas, além de folhas lanceoladas a oval-lanceoladas, hipanto urceolado e sépalas triangulares. Já M. ordinata apresenta indumento -seríceo-glanduloso. Assemelha-se também a M. vestita, pelo tipo de tricoma, folhas e sépalas, distinguindo, contudo, pelo hábito subarbustivo bastante ramificado e anteras tetraesporangiadas nesta última.

46. Microlicia serpyllifolia D. Don., Mem. Wern. Nat. Hist. Soc. IV. 302. 1823. Figs. 2j; 3m-n; 4d

Subarbusto, 0,4-0,6 m alt. Ramos, folhas, hipanto e sépalas velutinos, entremeado por tricomas glandulares curto pedunculados. Folhas opostas, concolores, sésseis ou pecíolos até 0,3 mm compr.; lâmina oblonga a oval-oblonga, ápice obtuso a arredondado, base arredondada, margem inteira, 1-2 pares de nervuras acródromas basais. Flores isoladas, 5-meras, longo pediceladas, pedicelos 1-3 mm compr.; hipanto cilíndrico; sépalas triangulares, mais curtas que o comprimento do hipanto; pétalas róseas, obovais, ápice agudo, margem glabra; 10 estames, dimorfos, anteras tetraesporangiadas, oval-oblongas, ápice rostrado, rostro ca. 0,2 mm compr., conectivo prolongado abaixo das tecas, anteras do ciclo antessépalo róseas, apêndice ventral do conectivo ca. 1 mm compr., retuso, anteras no ciclo antepétalo amarelas, apêndice ventral do conectivo ca. 0,3 mm compr., retuso; ovário 3-locular, glabro; estilete glabro. Cápsula globosa, deiscente do ápice para a base, ovário maduro encoberto pelo hipanto.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, 15º49'18"S, 48º23'50"W, 19.II.2013, b.f. e fl., A.F.A. Versiane 491 (BHCB, HUFU, K).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo limpo, em solo pedregoso. Coletada com flores em janeiro, fevereiro e maio e com frutos de outubro a dezembro. Reconhecida pelos ramos, folhas, hipanto e sépalas velutinos, flores longo pediceladas, com hipanto cilíndrico, estames dimorfos, bicolores e anteras tetraesporangiadas. Ademais, frequentemente o pedicelo, hipanto e sépalas apresentam-se roxo-nigrescentes.

47. Microlicia vestita DC., Prodr. 3: 119. 1828.

Subarbusto, 0,3-0,5 m alt. Ramos, folhas, hipanto e sépalas seríceos, constituído por tricomas longos, ca. 1 mm compr., entremeado por tricomas glandulares curto pedunculados. Folhas opostas, concolores, sésseis; lâmina lanceolada, ápice agudo, base arredondada, margem serreado-ciliada, 1 par de nervuras acródromas basais. Flores isoladas, 5-meras, pediceladas, pedicelo ca. 1mm compr.; hipanto campanulado; sépalas triangulares, mais curtas que o comprimento do hipanto, ápice setoso; pétalas magenta, obovais, ápice agudo, setoso, margem glabra; 10 estames, amarelos, dimorfos, anteras tetraesporangiadas, oblongas, rostro ca. 0,5 mm compr., conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral do conectivo obtuso, no ciclo antessépalo ca. 1 mm compr., no ciclo antepétalo ca. 0,3 mm compr.; ovário 3-locular, glabro; estilete glabro. Cápsula marrom, oblonga, deiscente do ápice para a base, ovário maduro totalmente encoberto pelo hipanto.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, 15º47'12"S, 48º46'16"W, 1221 m, 25.IV.2012, A.F.A. Versiane 154 (HUEG, HUFU, MBM, RB, UEC).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo rupestre, campo limpo e campo sujo, em solo arenoso ou pedregoso, úmido ou não. Coletada com flores e com frutos de dezembro a julho. Reconhecida pelos ramos, folhas, hipanto e sépalas seríceos, hipanto campanulado, sépalas mais curtas que o hipanto, pétalas magenta e anteras tetraesporangiadas. Frequentemente, os estames são amarelos e, eventualmente, apresentam máculas róseas nas anteras.

48. Microlicia viminalis (DC.) Triana, Trans. Linn. Soc. London 28(1): 28. 1873.

Subarbusto, 0,2-0,4 m alt. Ramos, folhas, hipanto e sépalas glandulosos, raramente, ramos e face abaxial das folhas glabros. Folhas opostas, sésseis; semiamplexiacaules, imbricadas, rígidas; lâmina lanceolada a oval-lanceolada, ápice acuminado, base atenuada, margem inteira, ciliado-glandulosa, calosa, 2 pares de nervuras paralelas basais, calosas e hialinas. Flores isoladas, 5-meras, pediceladas, pedicelo ca, 1,5 mm compr.; hipanto campanulado a levemente urceolado; sépalas triangulares do mesmo comprimento ou mais longas que o hipanto; pétalas róseas ou alvas, obovais, ápice truncado ou acuminado-apiculado; 10 estames, dimorfos, anteras tetraesporangiadas, oblongas, ápice rostrado, rostro ca, 0,5 mm compr., conectivo prolongado abaixo das tecas, anteras do ciclo antessépalo róseas ou creme com máculas róseas, apêndice ventral do conectivo amarelo, ca. 1 mm compr., truncado a levemente bilobado, anteras do ciclo antepétalo amarelas, apêndice ventral amarelo ca. 0,3 mm compr., truncado a levemente bilobado; ovário 3-locular, glabro; estilete glabro. Cápsula arredondada, deiscente do ápice para a base, tórus constricto, ovário maduro não se estendendo além do hipanto.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, 15º47'24"S, 48º52'53"W, 1095 m, 04.VII.2012, fl., A.F.A. Versiane et al. 211 (HUFU).

Na Serra dos Pireneus é frequente em campo rupestre, campo limpo, campo sujo, cerrado rupestre e vereda. Coletada com flores de outubro a julho e com frutos em abril. Microlicia viminalis apresenta uma variação considerável em relação à margem das folhas, presença ou não de tricomas glandulares nas duas faces da lâmina foliar e coloração das pétalas, com predomínio de diferentes tonalidades de púrpura e, mais raramente, com pétalas alvas (Romero 2003Romero, R. 2003. Revisão taxonômica de Microlicia sect. Chaetostomoides (Melastomataceae). Revista Brasileira de Botânica 26: 429-435.). Também foi observada uma ampla variação no ápice das pétalas desde truncado, agudo até acuminado. Apesar da variação morfológica apresentada, é facilmente reconhecida pelas folhas sésseis, semiamplexicaules, imbricadas, rígidas, de margem calosa e hialina e estames bicolores. Às vezes, indivíduos apresentam folhas e sépalas de coloração avermelhada.

49. Ossaea congestiflora (Naudin) Cogn., in Mart., Eichler & Urban, Fl. bras. 14(4): 553. 1888.

Subarbusto, 0,3-0,8 m alt. Ramos e face abaxial das folhas vilosos, face adaxial, hipanto e sépalas adpresso-setosos a estrigosos. Folhas opostas, pecioladas, pecíolos 2-6 mm compr.; lâmina oval a oval-oblonga, ápice obtuso, base arredondada, margem serreada, estrigosa, 3 pares de nervuras acródromas basais. Tirso axilar, glomerular. Flores 5-meras; hipanto oblongo, zona do disco glabra; sépalas internas triangulares, externas linear-subuladas; pétalas alvas, obovais, ápice agudo, margem inteira; 10 estames, subisomorfos, filetes alvos, glabros, anteras rosadas, subuladas, ápice levemente atenuado, conectivo não prolongado abaixo das tecas, apêndice dorsal inconspícuo; ápice do ovário setoso; estilete glabro. Baga globosa.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, BR 070, 15º50'48"S, 48º46'15"W, 1142 m, 11.XII.2012, fl. e fr., A.F.A. Versiane & R.A. Pacheco 442 (HUFU, UB).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo limpo e campo sujo, associado ou não a afloramentos rochosos. Coletada com flores de outubro a dezembro e com frutos de novembro a fevereiro. Reconhecida pelas inflorescências axilares, glomerulares e pétalas alvas com ápice agudo.

50. Poteranthera pusilla Bong., Mém. Acad. Imp. Sci. St.-Pétersbourg, sér. 6, Sci. Math. 4(2): 137. 1838.

Erva diminuta, até 10 cm alt. Ramos, folhas, hipanto e sépalas glabros, exceto por um único tricoma glanduloso entre os nós foliares. Folhas opostas, sésseis; lâmina linear, ápice agudo, margem longo hirsuto-glandulosa, tricomas ca. 1 mm compr., uninérveas. Flores isoladas, terminais ou laterais, 5-meras; hipanto globoso, constrito no toro; sépalas triangulares, ápice com tricoma glanduloso, ca. 1 mm compr.; pétalas alvas com base rósea, oblongas a obovais, ápice com tricoma glanduloso conspícuo, ca. 0,5 mm compr., margem glabra; 5 estames, amarelos, isomorfos, filetes glabros, anteras ovais, ápice truncado, conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral bilobado, 5 estaminódios amarelos; ovário e estilete glabros. Cápsula loculicida, globosa.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, estrada para Pousada dos Pireneus, 15º49'33"S, 48º45'12"W, 1356 m, 23.V.2012, fr., A.F.A. Versiane et al. 138b (HUFU).

Material adicional: BRASIL: MINAS GERAIS: Patrocínio, ca. 25 Km do trevo, estrada para Pântano, via Tabuão, fl., 18.IV.2012, R. Romero et al. 8576 (HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo rupestre, preferencialmente, em locais úmidos, periodicamente inundáveis. Coletada com frutos em abril. Reconhecida pelo hábito diminuto e delicado, margem das folhas, ápice das pétalas e das sépalas com um tricoma glandular conspícuo.

51. Pterolepis glomerata (Rottb.) Miq., Comm. Phytogr. 2: 78. 1840.

Subarbusto, 30-80 cm alt. Ramos e folhas seríceo-adpressos. Folhas opostas, sésseis ou pecíolos até 1 mm compr.; lâmina oval a lanceolada, ápice acuminado, base arredondada, margem inteira, ciliada, 1 par de nervuras acródromas basais. Tirso de glomérulos. Flores 4-meras; hipanto campanulado, revestido por emergências peniceladas; sépalas triangulares, glabras, margem ciliada; pétalas lilases, margem ciliado-glandulosa; 8 estames, subisomorfos, filetes glabros, anteras subuladas, ápice atenuado, roxas no ciclo antessépalo, amarelas no ciclo antepétalo, conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral do conectivo amarelo, bilobado; ápice do ovário setoso; estilete glabro. Cápsula loculicida, globosa.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, BR 414, ca. 3 Km da cidade, 15º48'22"S, 48º46'53", 21.II.2013, fl. e fr., R.A. Pacheco et al. 1010 (HUEG, HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo sujo. Coletada com flores de fevereiro a maio e com frutos em fevereiro. Reconhecida pelas sépalas glabras e anteras bicolores.

52. Pterolepis perpusilla (Naudin) Cogn., in Mart., Eichler & Urban, Fl. bras. 14(3): 280. 1885.

Erva delicada, 10-20 cm alt. Ramos e face adaxial das folhas seríceo-adpressos, face abaxial das folhas, hipanto e sépalas setoso-glandulosos, glândulas caducas. Folhas opostas, sésseis ou pecíolos até 1 mm compr., rosuladas na base, opostas no restante do caule; lâmina oval a oval-lanceolada, ápice acuminado, base arredondada, margem serreada a levemente crenulada, 1-2 pares de nervuras acródromas basais. Tirso ou flores isoladas. Flores 4-meras; hipanto campanulado, revestido por emergências peniceladas; sépalas triangulares, com tricoma setoso no ápice, margem ciliada; pétalas lilases, margem ciliado-glandulosa; 8 estames, subisomorfos, filetes glabros, anteras alvas de base púrpura, oblongas, ápice truncado, conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral do conectivo alvo ou púrpura, bilobado; ápice do ovário setoso; estilete glabro. Cápsula loculicida, globosa.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, BR 070, 15º46'54"S, 48º49'39", 19.II.2013, fl. e fr., A.F.A. Versiane et al. 518 (HUEG, HUFU, MBM, RB, UB).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo sujo. Coletada com flores e com frutos em fevereiro e março. Pterolepis perpusilla pode ser confundida com espécies de Siphanthera por apresentar hábito herbáceo, delicado e flores tetrâmeras. Contudo, distingue -se pelas emergências peniceladas entre as sépalas e pelo ovário de ápice piloso.

53. Pterolepis repanda (DC.) Triana, Trans. Linn. Soc. London 28(1): 39. 1873.

Subarbusto, 30-80 cm alt. Ramos adpresso-estrigosos, folhas adpresso-seríceas, hipanto e sépalas dendríticos, com tricomas de ramificações curtas, entremeados por tricomas setoso-glandulosos. Folhas opostas, pecioladas, pecíolos 2-4 mm compr.; lâmina oval a lanceolada, ápice agudo, base atenuada, margem serreada, ciliada, 1 par de nervuras acródromas basais. Flores isoladas, 4-meras; hipanto oblongo, revestido por emergências peniceladas; sépalas triangulares, margem ciliada, ápice longo-setoso; pétalas róseas, margem ciliado-glandulosa; 8 estames, subisomorfos, filetes glabros, anteras roxas, subuladas, ápice atenuado, conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral do conectivo amarelo, bilobado; ápice do ovário setoso; estilete glabro. Cápsula loculicida, globosa.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, ca. 13 Km da cidade, 15º45'38"S, 48º55'08"W, 22.V.2013, fl. e fr., A.F.A. Versiane & R.A. Pacheco 604 (HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo sujo. Coletada com flores em abril e maio e com frutos em maio. Reconhecida pelas folhas adpresso-seríceas, hipanto e sépalas dendríticos, com tricomas de ramificações curtas entremeados por tricomas setoso-glandulosos, pétalas róseas e anteras dos dois ciclos roxas. Apresenta ampla variação na distribuição das emergências, as quais ocorrem por todo hipanto e entre a sépalas ou somente entre as sépalas (Renner 1994Renner, S.S. 1994. A revision of Pterolepis (Melastomataceae: Melastomeae). Nordic Journal of Botany 14: 73-104.). Os indivíduos encontrados na Serra dos Pireneus apresentam emergências peniceladas no hipanto e entre as sépalas.

54. Rhynchanthera grandiflora (Aubl.) DC., Prodr. 3: 107. 1828.

Subarbusto, 0,3-1 m alt. Ramos, folhas, hipanto e sépalas híspido-glandulosos. Folhas opostas, pecioladas, pecíolos 2-5 mm compr.; lâmina lanceolada, ápice acuminado, base arredondado, margem serreada, 2 pares de nervuras acródromas basais. Tirso uníparo. Flores 5-meras; hipanto oblongo a oval-oblongo; sépalas subuladas, mais longas que o comprimento do hipanto; pétalas roxas; 5 estames, roxos, dimorfos, um deles maior que os demais, filetes glabros, anteras creme, ápice rostrado, rostro ca. 3 mm, conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral do conectivo bilobado, 5 estaminódios; ápice do ovário ciliado-glanduloso; estilete glabro. Cápsula loculicida, globosa.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, estrada para Antena, 15º47'12"S, 48º46'16"W, 1173 m, 25.IV.2012, fl. e fr., A.F.A. Versiane et al 150 (HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em vereda e, mais raramente, no interior de mata. Coletada com flores e com frutos de fevereiro a outubro. Reconhecida pelo indumento híspido-glanduloso, sépalas subuladas, longas, estames fortemente dimorfos, com um maior que os demais e concetivo com apêndice ventral bilobado. Alguns indivíduos podem apresentar ramos nigrescentes, bem como folhas, hipanto e sépalas avermelhados.

55. Rhynchanthera hispida Naudin, Ann. Sci. Nat., Bot., sér. 3. 12: 212. 1849.

Subarbusto, ca. 0,4 m alt. Ramos, folhas, hipanto e sépalas hirsuto-glandulosos. Folhas opostas, pecioladas, pecíolos 2-4 mm compr.; lâmina oval, ápice agudo, base arredondada, margem serreada, 2 pares de nervuras acródromas basais. Tirso bíparo. Flores 5-meras, hipanto oblongo; sépalas triangulares mais curtas que o comprimento do hipanto; pétalas roxas; 5 estames subisomorfos, filetes glabros, anteras creme, ápice rostrado, rostro ca. 3 mm, conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral do conectivo truncado, 5 estaminódios; ápice do ovário ciliado-glanduloso; estilete glabro. Cápsula loculicida, globosa.

Material selecionado: Corumbá de Goiás, 15.VI.1976. fl. e fr., E.P. Heringer 15838 (IBGE).

Na Serra dos Pireneus é encontrada próximo a córregos. Coletada com flores e com frutos em fevereiro e junho. Assemelha-se a R. grandiflora pelo hábito, coloração da corola, número de estames e presença de estaminódios. Contudo, distingue desta, principalmente, pelo indumento hirsuto-glanduloso, sépalas triangulares, estames subisomorfos e apêndice ventral do conectivo truncado.

56. Siphanthera cordata Pohl ex DC., Prodr. 3: 121. 1828.

Erva, 15-30 cm alt., caule simples, não ramificado. Ramos, folhas, hipanto e sépalas híspido-glandulosos, avermelhados. Folhas opostas, sésseis ou pecíolos até 0,5 mm compr.; lâmina oval a suborbicular, ápice agudo, base arredondada a cordada, margem serreada, ciliado-glandulosa, 1-2 pares de nervuras acródromas basais. Tirso de glomérulos. Flores 4-meras; hipanto oblongo-campanulado; sépalas triangulares; pétalas lilases, unguiculadas, margem ciliado-glandulosa; 4 estames, isomorfos, filetes glabros, anteras oblongas, ápice rostrado, rostro ca. 1 mm compr., poro apical, conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral alvo, bilobado; ovário e estilete glabros; estigma capitado. Cápsula loculicida.

Material selecionado: ca. 15 Km N of Corumbá de Goiás, 16.V.1973, fl. e fr., W.R. Anderson 10390 (UB).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo sujo. Coletada com flores e com frutos em maio. Reconhecida pelo caule simples, não ramificado, com tricomas avermelhados recobrindo toda a planta, inflorescência em glomérulo e flores com quatro estames, de anteras arroxeadas com apêndice ventral do conectivo bilobado. Distingue-se de S. dawsonii Wurdack e S. gracillima (Naudin) Wurdack pelas anteras longo rostradas e de S. subtilis Pohl ex DC. pela ausência de estaminódios.

57. Siphanthera dawsonii Wurdack, Los Angeles County Mus. Contr. Sci 28: 8. 1959.

Erva, 5-15 cm alt., caule ramificado. Ramos, folhas, hipanto e sépalas híspido-glandulosos. Folhas opostas, pecioladas, pecíolos 1-1,5 mm compr.; lâmina elíptica, ápice agudo, base arredondada a atenuada, margem serreada, 1 par de nervuras acródromas basais. Tirso de dicásios. Flores 4-meras; hipanto oblongo; sépalas triangulares; pétalas alvas ou lilases, unguiculadas, margem ciliado-glandulosa; 4 estames, isomorfos, filetes glabros, anteras ovais, ápice truncado, alvo, poro inclinado dorsalmente, conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral alvo, bilobado; ovário e estilete glabros; estigma capitado. Cápsula loculicida.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, estrada para o Mosteiro, 15º43'04"S, 48º57'50"W, 21.V.2013, fl. e fr., R.A. Pacheco & A.F.A. Versiane 1047 (HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo limpo. Coletada com flores em abril e maio e com frutos de abril a julho. Reconhecida pelas flores com quatro estames de anteras roxas, de ápice truncado e apêndice ventral do conectivo alvo e bilobado. Assemelha-se a S. gracillima (Naudin) Wurdack e S. subtilis Pohl ex DC. pelos tricomas híspido-glandulosos e entremeados por tricomas glandulares sésseis distribuídos por toda a planta e pelos tirsos de dicásios. Distingue, contudo, pelo poro inclinado dorsalmente nas anteras e ausência de estaminódios.

58. Siphanthera gracillima (Naudin) Wurdack, Los Angeles County Mus. Contr. Sci. 28: 8. 1959.

Erva, 10-20 cm alt., caule simples, ramificado. Ramos, folhas, hipanto e sépalas híspido-glandulosos. Folhas opostas, pecioladas, pecíolo ca. 1 mm compr.; lâmina oval a elíptica, ápice agudo, base arredondada, margem serreada, uninérvea ou 1 par de nervuras acródromas basais. Tirso de dicásios. Flores 4-meras; hipanto oblongo; sépalas triangulares; pétalas lilases, unguiculadas, margem ciliado-glandulosa; 4 estames, isomorfos, filetes glabros, anteras ovais, ápice truncado, poro ventral, conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral alvo, bilobado; 4 estaminódios, alvos; ovário e estilete glabros; estigma capitado. Cápsula loculicida.

Material examinado: Minas Gerais, Uberlândia, Clube Caça e Pesca Itororó, 31.V.1995, fl., R. Romero & J.N. Nakajima 2341 (HUFU).

Similar a S. subtilis Pohl ex DC. e a S. dawsonii, pelo hábito e pelos tricomas que recobrem toda a planta, Distinguido-se, no entanto, pelas anteras de poro amplo, inclinado ventralmente. Naudin (1844)Naudin, C. 1844. Melastomacearum monographicae descriptionis. Annales des Sciences Naturelles Botanique 3: 140-155. descreveu Tulasnea gracillima (= Siphanthera gracillima) baseado em uma única coleta feita por August de Saint-Hilaire na Serra dos Pireneus (Saint-Hilaire Cat C¹,n. 700, holótipo em P). Na revisão feita recentemente para o gênero, Almeda & Robinson (2011)Almeda, F. & Robinson, O.R. 2011. Systematics and phylogeny of Siphanthera (Melastomataceae). Systematics Botany Monographs 93: 1-101. citam que nenhuma coleção proveniente desta região foi examinada. Esforços foram feitos a fim de localizar populações de S. gracillima na Serra dos Pireneus, porém sem sucesso, o que indica que esta espécie é bastante rara na região.

59. Siphanthera subtilis Pohl ex DC., Prodr. 3: 121. 1828.

Erva, 15-20 cm alt. Ramos, folhas, hipanto e sépalas híspido-glandulosos. Folhas opostas, pecioladas, pecíolo ca. 0,5 mm compr.; lâmina oval a oval-lanceolada, ápice agudo, base arredondada, margem serreada, 1 par de nervuras acródromas basais. Tirso de dicásios. Flores 4-meras; hipanto oblongo; sépalas triangulares; pétalas alvas, margem ciliado-glandulosa; 4 estames, isomorfos, filetes glabros, anteras oblongas, ápice curtamente rostrado, rostro ca. 0,1 mm, poro apical, conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral alvo, bilobado; 4 estaminódios, alvos; ovário e estilete glabros; estigma capitado. Cápsula loculicida.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, estrada para Faz. Ana Paula, ca. 15 Km da cidade, 15º49'59"S, 48º40'25", 23.V.2013, R.A. Pacheco & A.F.A. Versiane 1069 (HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo úmido. Coletada com flores em maio. Reconhecida pelas flores de pétalas alvas, quatro estames com anteras de ápice curtamente rostrado com poro apical e quatro estaminódios. Vegetativamente, é similar a Pterolepis perpusilla (Naudin) Cogn., da qual se distingue pela ausência de emergências peniceladas entre as sépalas.

60. Stenodon suberosus Naudin, Ann. Sci. Nat., Bot., sér. 3. 2: 146. 1844.

Arbusto 0,5-1 m alt. Ramos seríceo-vilosos, entremeados por tricomas glandulares, folhas, hipanto e sépalas hirsutos, entremeados por tricomas estrelados. Folhas opostas, sésseis; lâmina lanceolada, ápice acuminado, base atenuada, margem serreado-ciliada, 2 pares de nervuras acródromas suprabasais. Flores solitárias, 5-7-meras; hipanto urceolado; sépalas do mesmo comprimento do hipanto; pétalas magenta, obovais, margem inteira; 10-14 estames, subisomorfos, filetes róseos, glabros, anteras amarelas, oval-oblongas, ápice rostrado, rostro ca. 3 mm, conectivo prolongado 11,5 mm compr. abaixo das tecas, apêndice ventral amarelo, bilobado; ovário e estilete glabros. Cápsula loculicida.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, próximo ao Salto Corumbá, 15º50'48"S, 48º46'15"W, 1066 m, 04.X.2012, fl. e fr., A.F.A. Versiane et al. 333 (HUFU).

Nas Serra dos Pireneus é encontrada em campo limpo e campo sujo, em solo arenoso-pedregoso. Coletada com flores de abril a outubro e com frutos em abril e outubro. Stenodon suberosus distingue-se pelos ramos crassos, densamente seríceo-vilosos, enquanto que em S. gracilis, endêmica de Goiás, mas sem ocorrência nas Serras dos Pireneus, os ramos são delgados e densamente glandulosos (Cogniaux 1883Cogniaux, A.C. 1883. Microlicieae. In: Martius, C.F.P.; Eichler, A.W. & Urban, I. (eds.). Flora brasiliensis. Fleischer, Leipzig. Vol. 14, pars 3, pp. 6-510.).

61. Tibouchina aegopogon (Naudin) Cogn., in Mart., Eichler & Urban, Fl. bras. 14(3): 383. 1885.

Subarbusto, 0,3-1,5 m alt., caule simples. Ramos e nervuras da face abaxial das folhas, hipanto e sépalas escamiformes, folhas adpresso-estrigosas, às vezes com indumento arroxeado. Folhas opostas, pecioladas, pecíolos 0,5-1 cm compr.; lâmina oblonga a oblongo-lanceolada, ápice agudo, base arredondada, margem estrigosa, 2 pares de nervuras acródromas basais. Tirso de dicásios reunidos em glomérulos; 2 brácteas + 2-3 bractéolas, triangular-lanceoladas. Flores 5-meras; hipanto campanulado, escamas maiores alternas às sépalas; sépalas triangulares, mais curtas que o comprimento do hipanto, margem ciliada, persistentes; pétalas roxas, margem ciliado-glandulosa; 10 estames, roxos, subisomorfos, filetes glabros ou pilosos, anteras subuladas, ápice atenuado, conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral do conectivo bilobado, viloso; ápice do ovário setoso; estilete glabro. Cápsula loculicida.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, estrada para a Fazenda Maria dos Anjos, 15º16'46"S, 48º52'20"W, 19.II.2013, fl. e fr., A.F.A. Versiane et al. 531 (HUEG, HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo sujo e cerrado rupestre. Coletada com flores e com frutos de dezembro a fevereiro. Os tricomas escamiformes de Tibouchina aegopogon apresentam variações nas escamas que recobrem as diferentes estruturas da planta. Os ramos e as nervuras da face abaxial da lâmina foliar são revetidos de escamas ovais a lanceoladas, de margem inteira ou denteada, enquanto o hipanto e sépalas apresentam escamas lanceoladas de margem denteada. Similar a Tibouchina sp. nov. pelo caule simples, tirso de dicásios reunidos em glomérulos, pétalas, estames, bem como pelo hipanto campanulado e sépalas triangulares. No entanto, Tibouchina sp. nov. apresenta face abaxial das folhas serícea e sépalas do mesmo comprimento do hipanto.

62. Tibouchina barbigera (Naudin) Baill., Adansonia 12: 75. 1877.

Arbusto, ca. 1 m alt. Ramos e nervuras da face abaxial das folhas, hipanto e sépalas escamiformes, face adaxial das folhas estrigosa, face abaxial seríceo-estrelada, tricomas adpressos à lâmina. Folhas opostas, pecioladas, pecíolos 2,5-3,5 mm compr.; lâmina oblonga a lanceolada, ápice agudo a acuminado, base arredondada a obtusa, margem estrigosa, 2 pares de nervuras acródromas basais. Tirso de dicásios reunidos em glomérulos, multifloro, 20-30 cm compr.; 2 brácteas + 2 bractéolas, triangulares. Flores 5-meras; hipanto oblongo, escamas maiores alternas às sépalas; sépalas estreitamente triangulares, mais curtas que o comprimento do hipanto, persistentes; pétalas roxas, margem ciliado-glandulosa; 10 estames, roxos, subisomorfos, filetes vilosos, anteras subuladas, ápice atenuado, conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral do conectivo inconspícuo, viloso; ápice do ovário seríceo; estilete glabro. Cápsula loculicida.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, ca. de 3 Km da cidade, 15º47'47"S, 48º45'34"W, 23.V.2013, fl. e fr., R.A. Pacheco & A.F.A. Versiane 1050 (HUFU, RB).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em cerrado rupestre. Coletada com flores e com frutos em maio. Os tricomas escamiformes de Tibouchina barbigerae apresenta variações nas escamas que recobrem as diferentes estruturas da planta. Os ramos e as nervuras da face abaxial da lâmina foliar são revestidos de escamas ovais a oval-lanceoladas, de margem inteira a levemente ciliada, enquanto que o hipanto e as sépalas são revestidos por escamas lanceoladas de margem ciliada. Similar a T. papyrus (Pohl) Toledo pelas inflorescências multifloras, sépalas mais curtas que o comprimento do hipanto e pelos estames subisomorfos, roxos com filetes vilosos e anteras subuladas de ápice atenuado. Contudo, T. papyrus apresenta o caule descamante, esbranquiçado e face abaxial da lâmina adpresso-estrigosa com tricomas de margem ciliada desde a base.

63. Tibouchina candolleana (Mart. ex DC.) Cogn., in Mart., Eichler & Urban, Fl. bras. 14(3): 339. 1885.

Arvoreta 2-3 m alt. ou árvore, 4-6 m alt. Ramos, folhas, hipanto e porção central das sépalas estrigosos, constituído por tricomas com ramificações laterais curtas. Folhas opostas, pecioladas, pecíolos 0,5-1,5 mm compr.; lâmina lanceolada a oblongo-lanceolada, ápice agudo a acuminado, base atenuada, margem adpresso- estrigosa, levemente revoluta, 1 par de nervuras acródromas suprabasais com par adicional confluindo acima deste. Tirso de dicásios; 2 brácteas + 2 bractéolas, lanceoladas. Flores 5-meras; hipanto campanulado; sépalas, oval-lanceoladas, caducas; pétalas roxas, margem ciliada; 10 estames, roxos, subisomorfos, filetes setoso-glandulosos, anteras subuladas, ápice atenuado, conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral do conectivo bilobado, curto setoso-glanduloso; ápice do ovário e estilete seríceos. Cápsula loculicida.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, trilha para o salto do Corumbá, 15º43'4"S, 48º57'49"W, 987 m, 03.X.2012, fl. e fr., A.F.A. Versiane et al. 286 (HUEG, HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em mata de galeria. Coletada com flores e com frutos de julho a dezembro. Reconhecida pelo indumento estrigoso recobrindo ramos, folhas, hipanto e porção central das sépalas, um par de nervuras suprabasais com um par adicional confluindo acima deste, bractéolas longas, lanceoladas (Romero 2000Romero, R. 2000. Melastomataceae do Parque Nacional da Serra da Canastra, Minas Gerais. Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 326p. ; Guimarães & Oliveira 2009Guimarães, P.J.F. & Oliveira, C.M.S. 2009. Melastomataceae: Tibouchina: Martins, S.E.; Wanderley, M.G.L.; Shepherd, G.J.; Giulietti, A.M. & Melhem, T.S. (eds.). Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo . Instituto de Botânica, São Paulo . Vol. 6, pp. 127-149.) e apêndice ventral do conectivo e filete com tricomas glandulosos.

64. Tibouchinacrassiramis Cogn., Bot. Jahrb. Syst. 21(4): 446. 1896. Figs. 2k; 3o-p; 4h

Arbusto 1-2 m alt. ou árvore, ca. 3 m alt. Ramos, folhas, hipanto e sépalas seríceo-vilosos. Folhas opostas, pecioladas, pecíolos 1-2 mm compr.; lâmina oval a oval-laceolada ou estreito-elíptica, ápice agudo a obtuso, base arredondada, margem ciliada, 3-4 pares de nervuras acródromas basais, face adaxial bulada, face abaxial foveolada. Tirso de glomérulos, curto até 10 cm compr., congesto; 4 brácteas avermelhadas + 2 bractéolas, lanceoladas. Flores 5-meras; hipanto oblongo a oblongo-campanulado; sépalas lanceoladas, mais longas que o comprimento do hipanto, persistentes; pétalas lilases ou púrpuras, com base alva, margem ciliada; 10 estames, subisomorfos, filetes creme, piloso-glandulosos, anteras róseas a amarelas, subuladas, ápice atenuado, conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral do conectivo amarelo, bilobado, glabro, calcar dorsal inconspícuo; ápice do ovário e estilete vilosos. Cápsula loculicida.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, Cidade de Pedras, 15º42'49"S, 48º53'36"W, 21.II.2013, b.f., R.A. Pacheco et al. 996 (HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em cerrado rupestre. Coletada com flores de setembro a fevereiro e com frutos de outubro a fevereiro. Reconhecida pelas folhas seríceo-vilosas, com 3-4 pares de nervuras acródromas basais, flores vistosas de pétalas lilases ou púrpuras, conectivo bilobado ventralmente, calcarado no dorso e filetes glandulosos. Similar a T. robusta Cogn., por ambas apresentarem ramos crassos e decorticantes, folhas seríceo-vilosas e inflorescência congesta. No entanto, T. robusta apresenta sépalas com ápice arredondado e mais curtas que o comprimento do hipanto, filetes e estilete glabros. Assemelha-se também a T. tuberosa Cogn., pelos tricomas da face adaxial da folha e sépalas mais longas que o comprimento do hipanto (Wurdack 1959Wurdack, J.J. 1959. The machris brazilian expedition: Phanerogamae, Melastomataceae and Polygalaceae. Los Angeles County Museum Control of Science 28: 1-9.). Contudo, T. tuberosa possui hábito subarbustivo e estilete glabro (Cogniaux 1885Cogniaux, A.C. 1885. Tibouchinieae. In: Martius, C.F.P.; Eichler, A.W. & Urban, I. (eds.). Flora brasiliensis. Fleischer, Leipzig . Vol. 14, pars 3, pp. 205-604.).

65. Tibouchina gracilis (Bonpl.) Cogn., in Mart., Eichler & Urban, Fl. bras. 14(3): 386. 1885.

Subarbusto, 0,4-0,8 m alt., caule simple. Caule, folhas, hipanto e sépalas adpresso-seríceos. Folhas opostas, pecioladas, pecíolos 0,2-0,5 cm compr.; lâmina lanceolada a oval-lanceolada, ápice agudo, base atenuada a arredondada, margem serreada, ciliada, 2-3 pares de nervuras acródromas basais, às vezes 1-2 pares confluentes. Tirso de glomérulos; 2 brácteas, triangulares + 2 bractéolas, lanceoladas. Flores 5-meras; hipanto campanulado a oblongo; sépalas triangulares, mais longas que o comprimento do hipanto, margem ciliada, persistentes; pétalas lilases a arroxeadas, margem ciliada; 10 estames, subisomorfos, filetes lilases, glabros, anteras amarelas de base arroxeada, subuladas, ápice atenuado, conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral do conectivo amarelo, bilobado, glabro; ápice do ovário seríceo; estilete glabro. Cápsula loculicida.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, BR 070, ca. 5 Km da cidade, 15º47'21"S, 48º52'51"W, 1107 m, 24.IV.2012, fl. e fr., J.N. Nakajima et al. 5046 (HUEG, HUFU, RB, UB).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo limpo. Coletada com flores e com frutos em fevereiro a dezembro. Similar a T. hieracioides (DC.) Cogn. e T. minor Cogn., ambas sem ocorrência em Goiás (Guimarães 2015), apenas pelo caule simples. No entanto, T. hieracioides apresenta-se híspido-vilosa, enquanto que T. minor apresenta-se como uma erva estolonífera com tricomas setosos distribuídos por toda a planta e de coloração avermelhada (Romero 2000Romero, R. 2000. Melastomataceae do Parque Nacional da Serra da Canastra, Minas Gerais. Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 326p. ; Guimarães & Oliveira 2009Guimarães, P.J.F. & Oliveira, C.M.S. 2009. Melastomataceae: Tibouchina: Martins, S.E.; Wanderley, M.G.L.; Shepherd, G.J.; Giulietti, A.M. & Melhem, T.S. (eds.). Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo . Instituto de Botânica, São Paulo . Vol. 6, pp. 127-149.).

66. Tibouchina herbacea Cogn., in Mart., Eichler & Urban, Fl. bras. 14(3): 408. 1885.

Surbarbusto, ca. 1 m alt. Ramos, hipanto e sépalas setoso-glandulosos, glândulas caducas, face adaxial das folhas estrigosa, face abaxial setosa. Folhas opostas, pecioladas, pecíolos 0,2-0,5 cm compr.; lâmina lanceolada a oval-lanceolada, ápice agudo, base arredondada, margem serreada, ciliada, 2 pares de nervuras acródromas basais. Tirso de dicásios; 2 brácteas + 2 bractéolas, oblongas, tricomas somente no ápice da face adaxial. Flores 4-meras; hipanto arroxeado, oblongo; sépalas persistentes, triangulares, mais curtas que o comprimento do hipanto, margem ciliada; pétalas roxas, margem ciliado-glandulosa, 8 estames, amarelos, subisomorfos, filetes glabros, anteras subuladas, ápice atenuado, conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral do conectivo bilobado, glabro, no dorso inconspicuamente calcarado; ápice do ovário setoso; estilete glabro. Cápsula loculicida.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, ca. 5 Km de Cocalzinho, 15º49'34"S, 48º46'20", 05.VII.2012, fl., A.F.A. Versiane et al. 238 (HUFU, UEC).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo sujo. Coletada com flores em junho e com frutos em maio e junho. Facilmente reconhecida dentre as Tibouchina da Serra dos Pireneus, por ser a única espécie de flores tetrâmeras.

67. Tibouchina laevicaulis Cogn. ex Wurdack, Phytologia 29(2): 139. 1974. Figs. 2l; 3q-r; 4i-j

Arbusto, 0,3-1 m alt. Ramos glabros ou estrigosos, nervuras das folhas, hipanto e sépalas estrigosos, face abaxial das folhas tomentosa, constituído por tricomas de projeções laterais curtas. Folhas opostas ou 3-verticiladas, pecioladas, pecíolos 0,5-1 mm compr.; lâmina oval a oblongo-lanceolada, ápice agudo a acuminado, base arredondada, margem estrigosa, 2-3 pares de nervuras acródromas basais, raramente, 1 par suprabasal. Tirso de dicásios; 2 brácteas, lineares + 2 bractéolas, linear-lanceoladas. Flores 5-meras; hipanto campanulado; tricomas estrigosos maiores no ápice; sépalas caducas, triangulares, margem ciliada, avermelhadas ou arroxeadas, retorcidas no botão floral; pétalas roxas, margem ciliada; 10 estames, roxos, subisomorfos, filetes piloso-glandulosos, raramente glabros, anteras subuladas, ápice atenuado, conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral do conectivo bilobado, glabro; ápice do ovário seríceo-estrigoso; estilete glabro. Cápsula loculicida.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, divisa com o Parque Estadual dos Pireneus, 15º47'12"S, 48º46'16"W, 1215 m, 25.IV.2012, b.f., fl. e fr., A.F.A. Versiane et al. 156 (HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em cerrado rupestre. Coletada com flores de abril a julho e dezembro e com frutos de abril a dezembro Reconhecida pela face adaxial das folhas, hipanto e sépalas estrigosos, face abaxial tomentosa, constituída de tricomas de projeções laterais curtas, sépalas retorcidas no botão floral, apêndice ventral do conectivo bilobado e glabro, além de tricomas conspícuos no ápice do hipanto. Geralmente, encontra-se associada a galhas globosas densamente setosas, marrom-alaranjadas, localizadas nos ramos e/ou pecíolos. Frequentemente, foram observados indivíduos com folhas opostas ou 3-verticiladas.

68. Tibouchina melastomoides (Naudin) Cogn., in Mart., Eichler & Urban, Fl. bras. 14(3): 377. 1885.

Subarbusto, 0,4-0,8 m alt. Ramos, folhas, hipanto e ambas as faces das sépalas escamiformes, glandulosos ou não, avermelhados. Folhas opostas, pecioladas, pecíolos 0,2-0,5 cm compr.; lâmina oval a lanceolada, ápice agudo a acuminado, base arredondada, margem escamosa, 2 pares de nervuras acródromas basais. Tirso de glomérulos; 2-4 brácteas, lanceoladas + 2-4 bractéolas, oboval-lanceoladas. Flores 5-meras; hipanto campanulado, escamas maiores alternas às sépalas; sépalas persistentes, lanceoladas, de mesmo comprimento do hipanto; pétalas roxas, margem ciliado-glandulosa; 10 estames, roxos, subisomorfos, filetes vilosos, anteras subuladas, ápice atenuado, conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral do conectivo bilobado, viloso; ápice do ovário setoso-glanduloso; estilete glabro. Cápsula loculicida.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, estrada para Pousada dos Pireneus, 15º49'33"S, 48º45'12"W, 1356 m, 23.IV.2012, fl. e fr., A.F.A. Versiane et al. 127 (HUFU, K).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo limpo, campo sujo e campo rupestre. Coletada com flores e com frutos de fevereiro a julho e em outubro Reconhecida pelos tricomas do hipanto e das sépalas de diferentes tamanhos, sépalas com tricomas escamiformes em ambas as faces e ápice do ovário setoso-glanduloso. Os tricomas escamiformes de Tibouchina melastomoides apresentam variações nas escamas que recobrem as diferentes estruturas da planta. Ramos e nervuras da face abaxial das folhas apresentam escamas ovais a lanceoladas, de margem irregular, enquanto que lâmina foliar e bractéolas apresentam escamas dilatadas e denteadas no ápice e hipanto e sépalas escamas lanceoladas, de margem denteada desde a base, glandulosa ou não.

69. Tibouchina nigricans Cogn. ex P.J.F. Guimarães, A.L.F. Oliveira & R. Romero, Syst. Bot. 40(4): 1003‒1011. 2015.

Subarbusto, 0,1-0,8 m alt., caule simples. Ramos, nervuras da face abaxial das folhas, hipanto e sépalas escamiformes, face adaxial estrigosa, margem longo ciliada, face abaxial seríceo-estrelada tricomas adpressos à lâmina, roxo-vináceos. Folhas opostas, pecioladas, pecíolos 0,2-0,5 cm compr.; lâmina elíptica a oval-oblonga, ápice agudo a arredondado, base aguda a arredondada, margem escamosa, 2-3 pares de nervuras acródromas basais, às vezes par marginal confluente. Tirso de dicásios, até 15 cm compr.; 2 brácteas + 2 bractéolas, triangulares. Flores 5-meras; hipanto oblongo a campanulado, escamas maiores alternas às sépalas; sépalas persistentes, triangulares a lanceoladas, de mesmo comprimento ou pouco mais curtas que o comprimento do hipanto, margem ciliada; pétalas lilases ou roxas, ápice retuso, margem ciliado-glandulosa; 10 estames, roxos, subisomorfos, filetes glabros ou vilosos, anteras subuladas, ápice atenuado, conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral do conectivo bilobado, viloso; ápice do ovário setoso; estilete glabro. Cápsula loculicida.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, ca. 12 Km da cidade, 15º49'30"S, 48º41'36"W, 1264 m, fl. e fr., A.F.A. Versiane & R.A. Pacheco 457 (HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo sujo. Coletada com flores e com frutos em dezembro. Reconhecida pelos ramos, nervuras das folhas, hipanto e sépalas escamiformes, roxo-vináceos, face adaxial das folhas estrigosa e face abaxial seríceo-estrelada, além das pétalas com ápice retuso. Os tricomas escamifomes apresentam margem longo-ciliada no ápice.

70. Tibouchina nodosa Wurdack, Los Angeles County Mus. Contr. Sci. 28: 9. 1959. Figs. 2m; 3s; 4k

Arbusto ramificado 0,5-1 m alt., às vezes arvoreta, ca. 2 m alt. Ramos decorticantes, marrom-avermelhados. Ramos e nervuras da face abaxial das folhas estrigosos, face adaxial bulado-estrigosa e face abaxial vilosa, hipanto e sépalas seríceos. Folhas opostas, pecioladas, pecíolos 0,2-0,5 cm compr.; lâmina oval a oval-lanceolada, face adaxial verde a vermelho-alaranjada com máculas ferrugíneas, face abaxial creme, ápice agudo a acuminado, base arredondada, margem ciliada, 2-3 pares de nervuras acródromas basais, às vezes, 1-2 pares suprabasais. Tirso de glomérulos, curto até 10 cm compr., congesto; 2 brácteas + 1-2 bractéolas, côncavas, ovais. Flores 5-meras; hipanto oblongo a campanulado; sépalas persistentes, oblongas, ápice arredondado, mais curtas que o comprimento do hipanto; pétalas lilases, margem ciliada; 10 estames, creme, subisomorfos, filetes piloso-glandulosos, conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral do conectivo bilobado, glabro, calcarado no dorso; ápice do ovário setoso; estilete glabro ou piloso-glanduloso. Cápsula loculicida.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, Serra dos Pireneus, 15º47'12"S, 48º46'16"W, 1221 m, fl. e fr., A.F.A. Versiane et al. 157 (HUFU, K, RB).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em cerrado rupestre. Coletada com flores de abril a julho e com frutos de abril a dezembro. Reconhecida pelos ramos decorticantes, marrom-avermelhados, folhas com face adaxial verde a vermelho-alaranjada com máculas ferrugíneas e face abaxial creme, além das inflorescências congestas com brácteas envolvendo o dicásio. Similar a T. robusta Cogn., sem registro para a Serra dos Pireneus, pelo tipo de inflorescência, indumento que reveste as folhas, forma do hipanto e sépalas. No entanto, T. robusta apresenta estames dimorfos com filetes glabros (Cogniaux 1885Cogniaux, A.C. 1885. Tibouchinieae. In: Martius, C.F.P.; Eichler, A.W. & Urban, I. (eds.). Flora brasiliensis. Fleischer, Leipzig . Vol. 14, pars 3, pp. 205-604.).

71. Tibouchina papyrus (Pohl) Toledo, Arq. Bot. Estado São Paulo 3: 30. 1952.

Arvoreta 1,5-2 m alt. ou árvore 3-3,5 m alt. Tronco e ramos esbranquiçados, descamantes, papiráceo. Ramos, nervuras da face abaxial da folha, hipanto, sépalas escamiformes, face adaxial da folha adpresso-estrigosa, constituído por tricomas de margem ciliada no ápice, face abaxial adpresso-estrigosa com tricomas de margem ciliada desde a base. Folhas opostas, pecioladas, pecíolos 0,5-1 cm compr.; lâmina oblongo a oblongo-lanceolada, ápice acuminado, base arredondada, margem estrigosa, 2 pares de nervuras acródromas basais. Tirso de dicásio reunidos em glomérulos; 2 brácteas + 2-4 bractéolas, triangulares. Flores 5-meras; hipanto campanulado, escamas maiores alternas às sépalas; sépalas persistentes, estreitamente triangulares, mais curtas que o comprimento do hipanto, margem ciliada; pétalas roxas, margem ciliado-glandulosa; 10 estames, roxos, dimorfos, filetes vilosos, anteras subuladas, ápice atenuado, conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral do conectivo bilobado ou truncado, viloso; ápice do ovário setoso; estilete glabro. Cápsula loculicida.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, estrada do Parque Estadual dos Pireneus, 15º48'25"S, 48º53'18"W, 1317 m, 24.IV.2012, fl. e fr., J.N. Nakajima et al. 5061 (HUFU, K, MBM, RB).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em cerrado rupestre. Coletada com flores e com frutos de fevereiro a maio e somente com frutos em outubro e novembro. Reconhecida pelo tronco e ramos descamantes, de coloração esbranquiçada e aspecto papiráceo, que se despreende em várias camadas de ritidoma, além da face adaxial da folha adpresso-estrigosa constituída de tricomas de margem ciliada no ápice e face abaxial adpresso-estrigosa com tricomas de margem ciliada desde a base. Os tricomas escamiformes de T. papyrus apresentam variações nas escamas que recobrem as diferentes estruturas da planta. Ramos e nervuras da face abaxial das folhas apresentam escamas ovais a lanceoladas, de margem irregular, e hipanto e sépalas apresentam escamas lanceoladas, de margem denteada.

72. Tibouchina stenocarpa (DC.) Cogn., in Mart., Eichler & Urban, Fl. bras. 14(3): 344. 1885.

Arvoreta 1,5-2 m ou árvore 3-5 m alt. Ramos, face adaxial das folhas e nervuras da face abaxial adresso-estrigosos, face abaxial, hipanto e porção central das sépalas seríceos. Folhas opostas ou verticiladas, pecioladas, pecíolos 1-1,5 cm compr.; lâmina elíptica a oval-lanceolada, ápice agudo a acuminado, base arredondada a atenuada, margem inteira, 2 pares de nervuras acródromas basais, par marginal confluente às internas. Tirso multifloro; 2 brácteas, côncovas + 2 bractéolas, lanceoladas. Flores 5-meras; hipanto oblongo-campanulado; sépalas caducas, ovais, margem ciliada; pétalas roxas, margem ciliado-glandulosa; 10 estames, roxos, dimorfos, filetes vilosos, anteras subuladas, ápice atenuado, conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice do conectivo ventral levemente bilobado, glabro; ápice do ovário seríceo; estilete glabro. Cápsula loculicida.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, BR 070, 5 Km da cidade, 15º46'06"S, 48º49'46"W, 22.V.2013, fl. e fr., A.F.A. Versiane & R.A. Pacheco 582 (HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo sujo e mata de galeria. Coletada com flores de abril a julho e outubro e com frutos de abril a outubro. Reconhecida pelos tricomas estrigosos na face adaxial das folhas e seríceos, não estrelados, na face abaxial (Guimarães & Oliveira 2009Guimarães, P.J.F. & Oliveira, C.M.S. 2009. Melastomataceae: Tibouchina: Martins, S.E.; Wanderley, M.G.L.; Shepherd, G.J.; Giulietti, A.M. & Melhem, T.S. (eds.). Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo . Instituto de Botânica, São Paulo . Vol. 6, pp. 127-149.), além dos ramos da inflorescência arroxeados, filetes densamente revestidos por tricomas vilosos e conectivo com apêndice ventral levemente bilobado e glabro

73. Tibouchina verticillaris Cogn., in Mart., Eichler & Urban, Fl. bras. 14(3): 379.

Arbusto, 1-2 m alt. Ramos, nervuras da face abaxial das folhas, hipanto e sépalas escamiformes, folhas adpresso-estrigosos. Folhas opostas, 3 ou 4-verticiladas, pecioladas, pecíolos 1-2 cm compr.; lâmina oval a oval-lanceolada, ápice agudo a acuminado, base arredondada, margem escamosa, 3 pares de nervuras acródromas basais, par marginal confluindo acima destes. Tirso de glomérulos; 2 brácteas + 2 bractéolas, triangulares. Flores 5-meras; hipanto campanulado, escamas maiores alternas às sépalas; sépalas persistentes, triangulares, mais curtas que o comprimento do hipanto, margem ciliada; pétalas roxas, margem ciliado-glandulosa; 10 estames, roxos, subisomorfos, filetes vilosos, anteras subuladas, ápice atenuado, conectivo prolongado abaixo das tecas, apêndice ventral do conectivo bilobado, viloso; ápice do ovário setoso; estilete glabro. Cápsula loculicida.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, BR 070, 15º47'16"S, 48º52'15"W, 19.II.2013, b.f., fl. e fr., A.F.A. Versiane et al. 540 (HUFU, MBM, RB, UEC).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em cerrado rupestre e borda de mata. Coletada com flores e com frutos de dezembro a abril. As principais características utilizadas por Cogniaux (1885)Cogniaux, A.C. 1885. Tibouchinieae. In: Martius, C.F.P.; Eichler, A.W. & Urban, I. (eds.). Flora brasiliensis. Fleischer, Leipzig . Vol. 14, pars 3, pp. 205-604. para circunscrever esta espécie foram as folhas 4-verticiladas, face adaxial adpresso-estrigosa, tomentosa na face abaxial e escamiforme nas nervuras, além de tirsos multifloros, filetes vilosos e apêndice ventral do conectivo bilobado e viloso. A maioria destas características é encontrada nos espécimes coletados na Serra dos Pireneus, exceto pela face abaxial da folha, cujo indumento é adpresso-estrigoso. A filotaxia varia muito, uma vez que foram encontrados indivíduos com folhas opostas, 3 e 4-verticiladas. Os tricomas escamiformes de T. verticillaris também apresentam variações nas escamas que recobrem as diferentes estruturas da planta, pois nos ramos as escamas são ovais a lanceloladas, de margem irregular, enquanto no hipanto e sépalas as escamas são lanceoladas de margem ciliada.

74. Tococa guianensis Aubl., Hist. Pl. Guiane 1: 438. 1775.

Arbusto, 1-2 m alt. Ramos, domácias e frutos setosos, folhas, hipanto e sépalas setoso-glandulosos. Folhas opostas, pecioladas, pecíolos 1-4 cm compr.; lâmina oval a lanceolada, ápice mucronado, base arredondada, margem serrreada, 3 pares de nervuras acródromas basais, domácia ovoide a elipsoide no ápice do pecíolo. Tirso multifloro. Flores 5-meras; hipanto campanulado; sépalas internas membranáceas, ápice arredondado, externas triangulares, ápice agudo; pétalas alvo-rosadas, obovais, ápice arredondado; 10 estames, isomorfos, filetes róseos, glabros, anteras creme, subuladas, ápice truncado, conectivo não prolongado abaixo das tecas, inapendiculado ventralmente, calcarado no dorso; ápice do ovário setoso; estilete glabro; estigma capitado. Baga globosa.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, trilha para Salto do Corumbá, 15º43'04"S, 48º57'49"W, 987 m, 03.X.2012, fl. e fr., A.F.A. Versiane et al. 285 (HUEG, HUFU, UB).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em mata ciliar. Coletada com flores em maio e de agosto a novembro e com frutos em maio, e de outubro a dezembro. Facilmente reconhecida pelas domácias no ápice do pecíolo de formato ovoide a elipsoide.

75. Trembleya neopyrenaica Naudin, Ann. Sci. Nat., Bot., sér. 3. 2: 154. 1844.

Arbusto, 0,8-1,5 m alt. Ramos, folhas, hipanto e sépalas híspido-glandulosos, às vezes, vermelho-arroxeados. Folhas opostas, discolores, pecioladas, pecíolos 0,3-1 cm compr.; lâmina oval a oval-elíptica, ápice agudo, base arredondada, margem serreada, 2-3 pares de nervuras acródromas basais. Tirso de dicásio. Flores pediceladas, 5-meras, raro 6-meras; hipanto urceolado a levemente campanulado; sépalas subuladas, mesmo comprimento ou mais longas que hipanto; pétalas alvas, róseas ou alvas com máculas róseas, ápice agudo a levemente retuso, margem glabra; 10 estames, raro 12, dimorfos, filetes alvos ou róseos, glabros, anteras oblongas, ápice rostrado, rostro ca. 0,3 mm compr., anteras do ciclo antessépalo róseas, conectivo prolongado ca. 2,5 mm abaixo das tecas, apêndice ventral ca. 1 mm compr., obtuso a bilobado, anteras do ciclo antepétalo amarelas, conectivo prolongado até 0,5 mm, apêndice ventral amarelo, ca. 0,3 mm compr., truncado; ovário 5-locular, glabro; estilete glabro. Cápsula loculicida, arredondada, deiscente do ápice para a base, com o hipanto se desprendendo na maturidade.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, estrada para fazenda Santa Maria dos Anjos. 15º47'36"S, 48º53'36", 1277 m, 03.VII.2012, fl e fr., A.F.A. Versiane et al 198 (HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo sujo e cerrado rupestre. Coletada com flores de fevereiro a julho e com frutos de março a dezembro. Similar a T. phlogiformis DC. pelo tipo de hábito, tricomas e fruto. Segundo Martins (1997)Martins, E. 1997. Revisão taxonômica do gênero Trembleya DC. (Melastomataceae). Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 162p., a coloração verde-escura das folhas, de formato oval, com a superfície bulada, os pecíolos maiores (2-8 mm compr.) e mais estreitos e as pétalas obovais a distingue de T. phlogiformis, cujas folhas são verde-amareladas, lanceoladas e as pétalas são agudas. Nos espécimes da Serra dos Pireneus, apenas a coloração da folha e a forma das pétalas já são características suficientes para distinguir estas duas espécies. Além disso, foi observado que o conectivo dos estames antepétalos apresenta-se menor (até 0,5 mm compr.) em T. neopyrenaica.

76. Trembleya parviflora (D. Don) Cogn., in Mart., Eichler & Urban, Fl. bras. 14(3): 128. 1883.

Arbusto ca. 0,8 m alt. ou arvoreta ca. 2 m alt. Ramos, folhas, hipanto e sépalas, glandulosos, constituído por tricomas glandulares sésseis. Folhas opostas, discolores, pecioladas, pecíolos 0,5-1 cm compr.; lâmina lanceolada, ápice agudo, base atenuada, margem inteira, revoluta, 1 par de nervuras acródromas basais. Tirso de dicásios. Flores pediceladas, 5-meras; hipanto campanulado, estriado; sépalas subuladas, mais curtas que o comprimento do hipanto; pétalas alvas ou róseas, oblongas a obovais, ápice agudo a retuso, margem glabra ou glandulosa; 10 estames, dimorfos, filetes alvos, glabros, anteras ovais, ápice rostrado, rostro ca. 0,2 mm compr., anteras do ciclo antessépalo róseas, conectivo ca. 1 mm prolongado além das tecas, apêndice ventral ca. 1 mm compr., bilobado, anteras do ciclo antepétalo amarelas, conectivo até 0,3 mm prolongado, apêndice ventral amarelo, inconspícuo; ovário 5-locular, glabro; estilete glabro. Cápsula loculicida, arredondada, deiscente do ápice para a base, com o hipanto se desprendendo na maturidade.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, BR 070, 15º47'06"S, 48º49'46"W, 1111 m, 03.VII.2012, b.f., fl. e fr., A.F.A. Versiane 192 (HUFU, MBM, RB).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo sujo. Coletada com flores e com frutos de junho a outubro. Reconhecida pelas folhas discolores, de margem revoluta, densamente glandulosas, com um par de nervuras basais, e hipanto campanulado com sépalas subuladas e estames bicolores.

77. Trembleya phlogiformis DC., Prodr. 3: 126. 1828.

Arbusto, 0,3-1 m alt. Ramos, folhas, hipanto e sépalas, híspido-glandulosos. Folhas opostas, concolores, verde-amareladas, pecioladas, pecíolos 0,3-0,5 cm compr.; lâmina lanceolada a oval-lanceolada, ápice agudo, base atenuada a arredondada, margem serreada, 2-3 pares de nervuras acródromas basais. Tirso de dicásios ou dicásios reduzidos a uma única flor. Flores 5-meras; hipanto urceolado; sépalas subuladas, mesmo comprimento ou mais longas que hipanto; pétalas alvas ou alvas com máculas róseas, oblongas, ápice acuminado, margem glabra; 10 estames, dimorfos, filetes glabros, alvos, anteras oblongas, ápice rostrado, rostro ca. 0,3 mm compr., anteras do ciclo antessépalo róseas, conectivo ca. 3 mm prolongado além das tecas, apêndice ventral ca. 1 mm compr., truncado a levemente bilobado, anteras do ciclo antepétalo amarelas, conectivo com ca. 1 mm prolongado, apêndice ventral amarelo, ca. 0,3 mm compr., truncado; ovário 5-locular, glabro; estilete glabro. Cápsula loculicida, arredondada, deiscente do ápice para a base, com o hipanto se desprendendo na maturidade.

Material selecionado: Cocalzinho de Goiás, BR 070, 15º47'06"S, 48º49'46"W, 1111 m, 03.VII.2012, b.f., fl. e fr., A.F.A. Versiane 180 (HUEG, HUFU).

Na Serra dos Pireneus é encontrada em campo sujo e vereda. Coletada com flores de abril a julho e com frutos de maio a dezembro. Reconhecida pelo indumento densamente glanduloso recobrindo toda a planta, folhas verde-amareladas, de margem serreada e pétalas alvas ou com máculas róseas com ápice agudo.

  • Lista de Coletores
    A.F.A. Versiane 126 (54), 127 (68), 128 (5), 137 (72), 138a (1), 138b (50), 139 (5), 140 (34), 150 (54), 151 (72), 152 (75), 153 (5), 154 (47), 155 (68), 156 (67), 157 (70), 158 (75), 160 (44), 161 (35), 162 (18), 163 (13), 167 (67), 168 (3), 169 (39), 170 (1), 171 (68), 173 (70), 174 (35), 175 (26), 176 (37), 177 (54), 178 (23), 179 (21), 180 (77), 181 (75), 182 (44), 184 (43), 185 (42), 188 (21), 189 (54), 190 (9), 191 (37), 192 (76), 193 (19), 194 (68), 195 (20), 196 (5), 197 (67), 198 (75), 199 (75), 200 (26), 210 (28), 211 (48), 212 (44), 213 (41), 214 (45), 215 (42), 216 (75), 217 (11), 218 (37), 219 (13), 220 (72), 221 (25), 223 (5), 224 (34), 225 (47), 226 (68), 227 (60), 228 (63), 229 (68), 230 (3), 231 (70), 232 (20), 236 (18), 237 (47), 238 (66), 263 (68), 264 (20), 265 (18), 266 (40), 270 (48), 271 (37), 272 (23), 273 (19), 275 (20), 276 (37), 277 (30), 278 (21), 279 (35), 280 (19), 281 (48), 282 (44), 283 (41), 284 (26), 285 (74), 286 (63), 287 (77), 291 (18), 292 (39), 293 (67), 294 (60), 295 (38), 296 (48), 299 (37), 300 (48), 302 (42), 303 (9), 304 (54), 305 (76), 306 (65), 307 (21), 308 (72), 318 (13), 319 (20), 320 (48), 321 (5), 323 (72), 330 (18), 331 (37), 332 (48), 333 (60), 411 (47), 412 (21), 413 (48), 414 (5), 416 (13), 420 (35), 421 (70), 422 (13), 423 (21), 424 (49), 425 (61), 431 (18), 433 (40), 434 (77), 435 (48), 436 (37), 438 (4), 439 (35), 440 (41), 441 (42), 442 (49), 443 (13), 444 (73), 446 (21), 450 (37), 451 (41), 453 (28), 455 (37), 457 (69), 460 (49), 461 (37), 462 (35), 463 (38), 464 (38), 465 (4), 469 (21), 472 (65), 480 (42), 481 (48), 482 (47), 489 (47), 490 (5), 491 (46), 492 (44), 493 (13), 518 (52), 520 (42), 522 (65), 523 (9), 525 (73), 526 (4), 531 (61), 534 (61), 535 (61), 536 (26), 537 (49), 538 (64), 539 (61), 540 (73), 541 (13), 542 (54), 547 (41), 548 (9), 549 (35), 555 (77), 556 (5), 557 (44), 558 (47), 559 (45), 560 (72), 561 (54), 562 (68), 580 (43), 581 (44), 582 (72), 583 (54), 584 (53), 585 (75), 586 (67), 587 (23), 588 (33), 604 (53), 605 (68), 606 (75), 607 (46), 608 (1), 621 (12), 622 (41), 623 (44), 624 (47), 626 (10), 628 (39), 629 (67), 638 (70), 639 (34), 641 (57); A.F. Carvalho 53 (76); A. Silva 20648 (28); B.A.S. Pereira 3138 (63); C.F. Hall 49 (72); C. Proença 2969 (74), 2976 (18), 3534 (77); C.W. Fagg 1213 (8); D. Willberg 155 (66); E. Nogueira 169 (4); E. Onishi 72 (46), 83 (75); E.P. Heringer 10886 (52), 13200 (54), 15783 (53), 15829 (61), 15838 (55); F. Almeda 7865 (2), 7866 (39), 7870 (75), 7872 (70); F. Chagas 416 (17); F.C.A. Oliveira 387 (7), 388 (33); F.C. Forzza 873 (68), 874 (77), 875 (47), 880 (5); F.R. Martins 20148 (64), 20152 (61), 20153 (43), 20172 (35), 20634 (43); G. Hatschbach 69984 (5), 70005 (73), 70184 (38), 70282 (45); H.S. Irwin 10809 (28), 10931 (61), 10982 (13), 18551 (39), 18617 (4), 18700 (42), 18701 (21), 18710 (46), 18776 (5), 18850 (13), 18855 (27), 18923 (31), 18943 (31), 18944 (41), 18981 (21), 19011 (27), 19221 (28), 19249 (11), 19278 (34), 34041 (34), 34065 (5), 34181 (21), 34192 (35), 34222 (4), 34286 (61), 34289 (15), 34373 (5), 34413 (2), 34422 (35), 34522 (37), 34476 (48), 34501 (71), 34534 (48), 34591 (73); J.B. Bringel 573 (5); J.E.Q. Faria Júnior 76 (19), 77 (21), 130 (40), 146 (64), 149 (70), 157 (13), 159 (45), 160 (40), 178 (76), 217 (61), 230 (48); J.F.B. Pastore 762 (47), 763 (5), 765 (4); J.N. Nakajima 5031 (42), 5032 (38), 5033 (43), 5034 (44), 5035 (72), 5036 (77), 5037 (75), 5038 (75), 5039 (37), 5040 (26), 5041 (73), 5045 (54), 5046 (65), 5047 (11), 5048 (44), 5049 (45), 5050 (48), 5051 (67), 5052 (43), 5053 (42), 5054 (23), 5059 (70), 5062 (5), 5063 (34), 5065 (60), 5067 (68), 5072 (54), 5073 (38), 5074 (35), 5075 (75), 5076 (75), 5077 (67), 5078 (38), 5080 (37), 5081 (11), 5082 (10), 5084 (9), 5085 (77), 5089 (1), 5090 (57), 5091 (77), 5092 (75), 5093 (47), 5094 (77), 5095 (48), 5096 (44); J. Paula-Souza 4085 (19), 4122 (21), 4197 (34), 4204 (34), 4252 (49), 8473 (37), 8482 (19), 8491 (74), 8495 (77); J.R.R. Pinto 310 (21), 311 (21), 312 (21), 313 (21), 317 (71), 343 (70), 376 (34); J. Semir 20618 (44); L.B. Bosquetti 328 (26), 334 (5), 335 (5), 363 (77), 375 (70), 387 (33), 491 (4), 555 (73), 666 (75), 772 (45), 774 (40), 851 (5), 852 (68), 853 (54), 860 (23); L.P.C. Morelatto 19931 (4); M.A. Silva 5203 (8), 5202 (22), 5785 (42), 5831 (75), 5836 (46), 6596 (18), 6629 (48), 6738 (64), 6772 (34), 6793 (71); M. Brito 02 (26); M.B. Alcântara 96 (63), 98 (75), 99 (48), 100 (18), 101 (30), 102 (74), 103 (21), 104 (5), 107 (72), 108 (13), 113 (43), 131 (40), 132 (5), 133 (5), 134a (40), 134b (40), 135 (75), 136 (71), 140 (40), 147 (57), 151 (72), 153 (47), 154 (45), 155 (70), 157 (68), 159 (71), 160 (72), 165 (59), 170 (54), 171 (56), 174 (23), 175 (74); Miranda 17 (4), 31 (47), 114 (44), 137 (70), 155 (68), 170 (44), 194 (19), 196 (26), 197 (67), 208 (75), 220 (54), 226 (67), 244 (75), 292 (77), 336 (44), 376 (37), 377 (21), 387 (34), 403 (67), 407 (19), 433 (54), 436 (18), 441 (48), 455 (48), 506 (72), 507 (21), 511 (35), 515 (13), 520 (37), 521 (19), 554 (67), 596 (70), 607 (21), 705 (21), 710 (34), 712 (35), 743 (44), 788 (37), 789 (49), 849 (43), 883 (67), 898 (49); M.L. Fonseca 3216 (5), 3217 (44), 3224 (75), 3302 (30), 3303 (6), 3315 (8), 3362 (32), 3505 (48), 3543 (26), 3544 (31), 3547 (21), 3821 (21), 3822 (34), 3866 (19), 4716 (32), 4855 (31), 4958 (37), 4974 (21), 5005 (34), 5007 (21), 5026 (61), 5027 (4), 5031 (13); M.L. Santos s.n. HUEG 163 (71), s.n. HUEG 174 (75), s.n. HUEG 2031 (32), s.n. HUEG 3757 (32), s.n. HUEG 6239 (32), s.n. HUEG 6291 (68), 04 (37), 06 (77), 07 (63), 09 (18), 10 (63), 11 (48), 12 (18), 13 (23), 16 (71), 17 (13), 18 (13), 20 (21), 21 (64), 22 (21), 24 (67), 25 (75), 26 (21), 37 (19), 41 (63), 49 (48), 50 (48), 51 (23), 57 (76), 62 (21), 63 (28), 65 (28), 66 (43), 67 (43), 73 (28), 74 (28), 81 (74), 82 (13), 83 (43), 86 (43), 87 (43), 90 (13), 91 (21), 105 (5), 106 (5), 110 (71), 111 (71), 112 (28), 114 (9), 115 (9), 116 (12), 117 (71), 123 (75), 124 (5), 125 (75), 126 (68), 136 (34), 137 (54), 149 (47), 150 (47), 151 (67),152 (67), 153 (67), 155 (12), 159 (48), 162 (48), 163 11.12), 167 (61), 168 (61), 170 (49), 171 (4), 172 (5), 174 (34), 175 (28), 176 (28), 177 (21), 180 (12), 181 (77); M.M. Saavedra 424 (5); Nelson 668 (21), 682 (4), 727 (34); N.L. Menezes s.n. UEC 155070 (4); P.G. Delprete 8952 (19), 8965 (64), 8968 (21), 9039 (13), 9069 (74), 9110 (21), 9205 (76), 9326 (16), 9339 (13), 9361 (24), 9385 (13), 9430 (11), 9564 (47), 9600 (21), 9647 (52), 9665 (71), 9668 (75), 9742 (44), 9768 (47), 9818 (68), 9861 (23), 9862 (25), 9884 (33), 9890 (7), 9917 (26), 9925 (21), 10207 (23), 10277 (76), 10283 (63), 10287 (63), 10314 (21), 10363 (23), 10380 (28), 10486 (64), 10522 (35), 19244 (21); P.K.C. Assunção s.n. HUEG 3137 (64), s.n. HUEG 6290 (64); R.A. Pacheco 738 (47), 739 (75), 740 (5), 741 (35), 742 (21), 759 (9), 761 (10), 785 (5), 790 (68), 794 (13), 795 (33), 796 (10), 798 (54), 800 (37), 801 (9), 803 (77), 806 (44), 809 (65), 815 (72), 819 (63), 833 (67), 841 (67), 852 (40), 853 (63), 854 (48), 858 (28), 875 (19), 877 (21), 879 (37), 880 (48), 881 (44), 882 (14), 883 (54), 884 (30), 885 (70), 886 (75), 889 (42), 890 (44), 892 (14), 893 (11), 894 (28), 895 (16), 898 (43), 899 (27), 900 (28), 901 (13), 902 (19), 904 (37), 917 (37), 919 (35), 921 (47), 922 (44), 926 (34), 932 (61), 936 (65), 938 (5), 955 (9), 956 (41), 957 (4), 959 (35), 968 (5), 976 (49), 977 (35), 978 (38), 979 (39), 980 (38), 986 (28), 987 (9), 988 (11), 995 (71), 996 (64), 997 (3), 999 (4), 1000 (61), 1001 (68), 1002 (61), 1004 (47), 1005 (40), 1007 (5), 1008 (21), 1009 (13), 1010 (51), 1011 (38), 1012 (38), 1013 (44), 1014 (37), 1015 (35), 1016 (67), 1017 (35), 1018 (26), 1019 (5), 1020 (68), 1021 (53), 1025 (26), 1026 (20), 1027 (70), 1035 (75), 1036 (40), 1037 (3), 1039 (77), 1040 (70), 1043 (23), 1044 (12), 1041 (74), 1042 (25), 1046 (1), 1047 (57), 1050 (62), 1051 (71), 1052 (68), 1053 (26), 1054 (60), 1067 (11), 1068 (51), 1069 (57), 1070 (77), 1071 (75), 1072 (38), 1073 (44), 1074 (10), 1075 (23), 1087 (38), 1088 (60), 1089 (39), 1090 (26), 1091 (54), 1092 (67); R.C. Mendonça 3613 (74), 3631 (7), 3646 (26), 3652 (74), 4362 (71), 4708 (8), 4711 (26), 4735 (44); R.F. Monteiro 112 (48); R. Romero 5579a (67), 5579b (76), 5590 (70), 5594 (70), 5598 (34), 5604 (47); R.W. Anderson 10264 (26), 10324 (34), 10390 (56), 10391 (57), 10399 (77), 10457 (11), 10477 (12); S.I. Elias 608 (72); S. Splett 72 (5), 177 (71), 179 (40), 209 (40); V.L.G. Klein s.n. HUFU 11527 (36), 2603 (71), 2605 (64), 2616 (13), 2617 (21), 2959 (13), 2961 (34), 2962 (21), 2963 (18), 2964 (13), 2970 (28), 2974 (13), 2976 (10), 2977 (9), 3008 (34), 3009 (13), 3025 (74), 3030 (29), 3817 (72), 3831 (38), 7286 (18).

Agradecimentos

As autoras agradecem à Universidade Federal de Uberlândia e à curadoria do Herbarium Uberlandense (HUFU), a infraestrutura disponibilizada. Ao Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal, ao CNPq (Editais Protaxonomia proc. 562290/2010-9 e Reflora proc. 563541/2010-5) e à Fapemig (proc. 0703-11), o apoio financeiro para as expedições de campo e visitas aos herbários. Aos curadores dos herbários CEN, ESA, HUEG, HUFU, IBGE, MBM, RB, SP, UB, UEC e UFG, a facilidade de acesso às coleções e empréstimos concedidos. A primeira autora agradece à Capes, a bolsa de Mestrado concedida (proc. 563541/2010-5). A Rodrigo Andrade Pacheco, o auxílio nas expedições de campo. Ao Sr. Lindomar Romeiro, Sr. Zé Gambira, Sra. Lindalva e Sr. Antônio, a recepção sempre acolhedora em Cocalzinho de Goiás, assim como a ajuda no campo. A Natanael Nascimento Santos, as ilustrações. Aos revisores, as sugestões e correções que contribuíram para a melhoria do trabalho.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Sep 2016

Histórico

  • Recebido
    02 Abr 2015
  • Aceito
    23 Set 2015
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