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Pouteria (Sapotaceae) na Estação Biológica de Santa Lúcia, ES, Brasil

Pouteria (Sapotaceae) from Estação Biologica de Santa Lúcia, ES, Brazil

Resumo

Sapotaceae (Ericales) é uma família pantropical com 58 gêneros e cerca de 1.250 espécies sendo Pouteria o gênero mais rico com aproximadamente 200 espécies. No Brasil são registradas 124 espécies, das quais 52 são endêmicas. Na Floresta Atlântica são citadas 40, das quais a maioria pode ser encontrada nos estados do Espírito Santo e Bahia. O presente trabalho visa contribuir com um melhor entendimento morfológico sobre as espécies de Pouteria ocorrentes na Estação Biológica de Santa Lúcia (EBSL), Espírito Santo, Brasil. Um total de 13 táxons foram identificados na EBSL: Pouteria bangii, P. bullata, P. caimito, P. cuspidata, P. durlandii, P. gardneri, P. guianensis, P. macahensis, P. macrocarpa, P. psammophila, P. reticulata, P. samborae e P. venosa subsp. amazonica. Descrições, chave de identificação e comentários taxonômicos são apresentados. Os principais caracteres vegetativos úteis à delimitação específica são padrão de venação foliar, presença/ausência de lenticelas, padrão da venação foliar secundária e terciária e indumento. Posição das inflorescências, número de sépalas, lobos da corola, lóculos e sementes são os mais importantes dentre os caracteres reprodutivos para determinação das espécies.

Palavras-chave:
Chysophylloideae; Floresta Atlântica; Neotrópicos; taxonomia

Abstract

Sapotaceae (Ericales) is a pantropical family holding 58 genera and about 1,250 species with Pouteria being the richest genus holding ca. 200 species. In Brazil there are 124 species, of which 52 are endemic. In the Brazilian Atlantic Forest 40 species are recorded, most of them from Espírito Santo and Bahia states. The present study aimed to provide a better morphological and taxonomic understanding about Pouteria species from Estação Biológica de Santa Lúcia (EBSL), Espírito Santo, Brazil. A total of 13 taxa were identified in EBSL: Pouteria bangii, P. bullata, P. caimito, P. cuspidata, P. durlandii, P. gardneri, P. guianensis, P. macahensis, P. macrocarpa, P. psammophila, P. reticulata, P. samborae, and P. venosa subsp. amazonica. Descriptions, identification key and taxonomic comments are provided. Main vegetative useful features to distinguish them are leaf venation pattern, presence/absence of lenticels, secondary and tertiary leaf veins pattern, and indumentum. Inflorescence location, number of sepals, corolla lobes, locules, and seeds are the most important reproductive characters to determine the species.

Key words:
Chrysophylloideae; Atlantic Forest; Neotropics; taxonomy

Introdução

A Floresta Atlântica possui pouco mais de 13.700 espécies de angiospermas, das quais quais 6.663 delas são consideradas endêmicas, em uma mistura de tipologias vegetais contrastantes (Stehmann et al. 2009Stehmann JR, Forzza RC, Salino A, Sobral M, Costa DP & Kamino LHY (2009) Plantas da Floresta Atlântica. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 516p.), constituindo um dos 34 hotspots mundiais de biodiversidade (Mittermeier et al. 2005Mittermeier RA, Gil PR, Hoffman M, Pilgrim J, Brooks T, Mittermeier CG, Lamourex J & Fonseca GAB (2005) Hotspots revisited: Earth’s biologically richest and most endangered terrestrial ecoregions. CEMEX, Mexico. 342p.). Tais áreas críticas ocupam menos de 2% da crosta terrestre, sendo a Floresta Atlântica um dos cinco hotspots mundiais mais importantes dada à riqueza de espécies e elevado número de táxons endêmicos e ameaçados (Myers et al. 2000Myers N, Mittermeier RA, Mittermeier CG, Fonseca GAB & Kent J (2000) Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature 403: 853-858.). No Espírito Santo três formações vegetais são bem caracterizadas para o bioma: as florestas de tabuleiros, encontradas nas terras baixas ao norte do Rio Doce; as restingas, distribuídas ao longo das planícies arenosas costeiras; e as matas de encosta, situadas sobre a porção serrana ao sul do Rio Doce (Garbin et al. 2017Garbin ML, Saiter FZ, Carrijo TT & Peixoto AL (2017) Breve histórico e classificação da vegetação capixaba. Rodriguésia 68: 1883-1894.).

Enquadrada dentro da fitofisionomia das matas de encosta, destaca-se a Estação Biológica de Santa Lúcia, fazendo parte do Corredor Complexo Centro-Norte-Serrano, um dos dez Corredores Ecológicos Prioritários no Espírito Santo (PCE 2006). Importantes pesquisas em taxonomia, levantamentos e ecologia de plantas têm sido conduzidas neste fragmento, a partir das quais várias espécies novas já foram descritas e expressivos índices de biodiversidade foram revelados (Thomaz & Monteiro 1997; Baitello 2001Baitello JB (2001) Novas espécies de Lauraceae para a flora brasileira. Acta Botanica Brasilica 15: 445-450.; Maas et al. 2001Maas P, Maas-Van Der Kamer H, Junikka L, Mello-Silva R & Riner H (2001) Annonnaceae from Central-Eastern Brazil. Rodriguésia 52: 65-98.; Lombardi 2004Lombardi JA (2004) Three new species of Celastraceae (Hippocrateoideae) from Southeastern Brazil, and a new combination in Peritassa. Novon 14: 315-321.; Fiaschi & Pirani 2005Fiaschi P & Pirani JR (2005) Four new species of Schefflera (Araliaceae) from Espírito Santo State, Brazil. Kew Bulletin 60: 77-85.; Fraga & Saavedra 2006Fraga CN & Saavedra MM (2006) Three new species of Elvasia (Ochnaceae) from the Brazilian Atlantic Forest with an emended key for subgenus Hostmannia. Novon 16: 473-479.; Goldenberg & Reginato 2006Goldenberg R & Reginato M (2006) Sinopse da família Melastomataceae na Estação Biológica de Santa Lúcia (Santa Teresa, Espírito Santo). Boletim do Museu de Biologia Prof. Mello-Leitão (Nova Série) 20: 33-58.; Saiter et al. 2011Saiter FZ, Guilherme FAG, Thomaz LD & Wendt T (2011) Tree changes in a mature rainforest with high diversity and endemism on the Brazilian coast. Biodiversity and Conservation 20: 1921-1949.).

No contexto taxonômico e com alta representatividade no Domínio da Floresta Atlântica, a família Sapotaceae desponta como táxon sempre presente em listas florísticas (Peixoto & Gentry 1990Peixoto AL & Gentry A (1990) Diversidade e Composição Florística da Mata de Tabuleiro na Reserva Florestal de Linhares (Espírito Santo, Brasil). Revista Brasileira de Botânica 13: 19-25.; Fabris & César 1996Fabris LC & César O (1996) Estudos florísticos em uma mata litorânea no sul do estado do Espírito Santo, Brasil. Boletim do Museu de Biologia Prof. Mello-Leitão (Nova Série) 5: 15-46.; Thomaz & Monteiro 1997Thomaz LD & Monteiro R (1997) Composição florística da Mata Atlântica de encosta da Estação Biológica de Santa Lúcia, município de Santa Teresa - ES. Boletim do Museu de Biologia Prof. Mello-Leitão (Nova Série) 7: 3-48.; Saiter et al. 2011Saiter FZ, Guilherme FAG, Thomaz LD & Wendt T (2011) Tree changes in a mature rainforest with high diversity and endemism on the Brazilian coast. Biodiversity and Conservation 20: 1921-1949.) com níveis de identificação específica geralmente baixos ou equivocados.

Sapotaceae Juss. (Ericales; APG IV 2016APG IV - Angiosperm Phylogeny Group (2016) An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society 181: 1-20.) possui 58 gêneros e cerca de 1.250 espécies (Pennington 1991Pennington TD (1991) The Genera of the Sapotaceae. Royal Botanic Gardens, Kew. 307p.; Govaerts et al. 2001Govaerts R, Frodin DG & Pennington TD (2001) World Checklist and Bibliography of Sapotaceae. Royal Botanic Gardens, Kew. 372p.; Swenson et al. 2013Swenson U, Nylinder S & Munzinger J (2013) Towards a natural classification of Sapotaceae subfamily Chrysophylloideae in Oceania and Southeast Asia based on nuclear sequence data. Taxon 62: 746-770.) distribuídas em três subfamílias: Sarcospermatoideae, Sapotoideae e Chrysophylloideae (Swenson & Anderberg 2005Swenson U & Anderberg AA (2005) Phylogeny, character evolution, and classification of Sapotaceae (Ericales). Cladistics 21: 101-130.). Segundo BFG (2018)BFG - The Brazil Flora Group (2018) Brazilian Flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527., no Brasil são registrados 12 gêneros e 235 espécies, dentre eles 11 gêneros e 84 espécies para a Floresta Atlântica, sendo Pouteria Aubl., Chrysophyllum L. e Manilkara Adans. os mais ricos.

Pouteria (Chrysophylloideae) compreende ca. 200 espécies restritas aos Neotrópicos (Swenson et al. 2013Swenson U, Nylinder S & Munzinger J (2013) Towards a natural classification of Sapotaceae subfamily Chrysophylloideae in Oceania and Southeast Asia based on nuclear sequence data. Taxon 62: 746-770.), com seus principais centros de distribuição a Amazônia e a Floresta Atlântica. No Brasil ocorrem 123 espécies de Pouteria, das quais 52 são consideradas endêmicas (BFG 2018). Na Floresta Atlântica são registradas 40 espécies com um grande número de espécies endêmicas nos estados do Espírito Santo e Bahia (Stehmann et al. 2009Stehmann JR, Forzza RC, Salino A, Sobral M, Costa DP & Kamino LHY (2009) Plantas da Floresta Atlântica. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 516p.; Alves-Araújo et al. 2014Alves-Araújo A, Swenson U & Alves M (2014) A taxonomic survey of Pouteria (Sapotaceae) from the northern portion of the Atlantic Rainforest of Brazil. Systematic Botany 39: 915-938.; Dutra et al. 2015Dutra VF, Alves-Araújo A & Carrijo TT (2015) Angiosperm Checklist of Espírito Santo: using electronic tools to improve the knowledge of an Atlantic Forest biodiversity hotspot. Rodriguésia 66: 1145-1152. ; Alves-Araújo & Mônico 2017Mônico AZ, Silva LA, Dutra VF, Freitas J & Alves-Araújo A (2017) New records of Pouteria macrocarpa (Mart.) Dietr. (Sapotaceae) from the Brazilian Atlantic forest. Rodriguésia 68: 1493-1498.).

No Espírito Santo, embora estudos apontem a importância dos representantes de Sapotaceae nos índices de riqueza da flora (ex.: Peixoto & Gentry 1990; Fabris & César 1996; Saiter et al. 2011Saiter FZ, Guilherme FAG, Thomaz LD & Wendt T (2011) Tree changes in a mature rainforest with high diversity and endemism on the Brazilian coast. Biodiversity and Conservation 20: 1921-1949.), poucos são os trabalhos que trazem chaves de identificação sobre as espécies nativas do estado, a saber: Fabris (2011)Fabris LC (2011) Sapotaceae ocorrentes na planície terciária e quaternária do estado do Espírito Santo, Brasil. Tese de Doutorado. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 218p. e Fabris & Peixoto (2013)Fabris LC & Peixoto AL (2013) Sapotaceae das restingas do Espírito Santo, Brasil. Rodriguésia 64: 265-283., que apresentam chave de identificação para Sapotaceae ocorrentes em áreas de floresta de tabuleiro e restinga; e Souza & Alves-Araújo (2017)Souza WO & Alves-Araújo A (2017). Flora do Espírito Santo: Micropholis (Griseb.) Pierre (Sapotaceae). Rodriguésia 68: 1871-1882. e Sossai & Alves-Araújo (2017)Sossai BG & Alves-Araújo A (2017) Flora do Espírito Santo: Chrysophyllum L. (Sapotaceae). Rodriguésia 68: 1857-1870., que trazem as contribuições taxonômicas para os gêneros Micropholis (Griseb.) Pierre e Chrysophyllum L. no Espírito Santo, respectivamente.

Morfologicamente, Pouteria apresenta grande variabilidade, mas se caracteriza pelo hábito predominantemente arbóreo (pontuado por alguns táxons arbustivos); ausência de estípulas; flores com 4-6 sépalas geralmente livres, corola ciatiforme a tubular com 4-6 lobos; estames isostêmones, opostos aos lobos da corola, estaminódios alternos aos lobos da mesma; ovário de 1-6(-15) lóculos e sementes com cicatriz adaxial, com ou sem endosperma (Pennington 1991Pennington TD (1991) The Genera of the Sapotaceae. Royal Botanic Gardens, Kew. 307p.).

Visando contribuir para a flora do Espírito Santo, o presente estudo tem como objetivo atualizar e ampliar o conhecimento acerca de Pouteria da Estação Biológica de Santa Lúcia, ES, Brasil. Para isso, são apresentados chave de identificação, descrições e comentários taxonômicos e de distribuição geográfica das espécies.

Material e Métodos

A Estação Biológica de Santa Lúcia (EBSL), localiza-se nos municípios de Santa Teresa e Santa Leopoldina no estado do Espírito Santo, entre as coordenadas 19 º 57’12”-19 º 59’10” Sul e 40 º 31’13”-40 º 32’32” Oeste (Fig. 1). Possui área de 467,89 ha e é protegida e administrada pelo Instituto Nacional da Mata Atlântica (anteriormente conhecido como Museu de Biologia Prof. Mello-Leitão), mas ainda não é reconhecida legalmente como uma unidade de conservação.

Figura 1
Mapa geográfico da Estação Biológica de Santa Lúcia (EBSL), Espírito Santo, Brasil.
Figure 1
Location map of Estação Biológica de Santa Lúcia (EBSL), Espírito Santo, Brazil.

O clima na EBSL é do tipo Cfa, segundo classificação de Köppen (1948)Köppen W (1948) Climatologia. Fondo de Cultura Económica, Mexico City. 478p., com invernos secos e verões chuvosos, temperatura anual média de 20 º C (Thomaz & Monteiro 1997Thomaz LD & Monteiro R (1997) Composição florística da Mata Atlântica de encosta da Estação Biológica de Santa Lúcia, município de Santa Teresa - ES. Boletim do Museu de Biologia Prof. Mello-Leitão (Nova Série) 7: 3-48.) e precipitação anual média de 1.868 mm, sendo novembro e junho os meses mais e menos chuvosos, respectivamente (Mendes & Padovan 2000Mendes SL & Padovan MP (2000) A Estação Biológica de Santa Lúcia. Boletim do Museu de Biologia Prof. Mello-Leitão (Nova Série) 11/12: 7-34.). O relevo é fortemente ondulado, formando um vale com vários córregos que desaguam no rio Timbuí. Existem extensos afloramentos rochosos ocupados por vegetação rupestre em altitudes de 600-900 m. Predominam os solos rasos, distróficos, com acidez elevada, altos teores de Al trocável e baixa saturação por bases (Thomaz & Monteiro 1997Thomaz LD & Monteiro R (1997) Composição florística da Mata Atlântica de encosta da Estação Biológica de Santa Lúcia, município de Santa Teresa - ES. Boletim do Museu de Biologia Prof. Mello-Leitão (Nova Série) 7: 3-48.). De acordo com o IBGE (2012)Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2012) Manual técnico da vegetação brasileira. IBGE, Rio de Janeiro. 271p., a vegetação predominante é a de Floresta Ombrófila Densa Montana (500 a 1.500 m.s.m.).

Expedições de coleta foram realizadas semanalmente através de caminhadas exploratórias no período de setembro/2013 a agosto/2014. O material foi herborizado de acordo com Peixoto & Maia (2013)Peixoto AL & Maia LC (2013) Manual de procedimentos para herbários. Editora Universitária da UFPE, Recife. 98p. e depositado no Herbário MBML (Thiers, continuamente atualizado). A identificação foi realizada através de consultas às bibliografias específicas (Pennington 1990Pennington TD (1990) Sapotaceae. Flora Neotropica. Monograph 52. The New Botanical Garden, New York. 770p.; Fabris 2011Fabris LC (2011) Sapotaceae ocorrentes na planície terciária e quaternária do estado do Espírito Santo, Brasil. Tese de Doutorado. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 218p.; Fabris & Peixoto 2013Fabris LC & Peixoto AL (2013) Sapotaceae das restingas do Espírito Santo, Brasil. Rodriguésia 64: 265-283.; Alves-Araújo et al. 2014Alves-Araújo A, Swenson U & Alves M (2014) A taxonomic survey of Pouteria (Sapotaceae) from the northern portion of the Atlantic Rainforest of Brazil. Systematic Botany 39: 915-938.), às coleções estaduais (CVRD, MBML, VIES) e aos tipos nomenclaturais analisados (G, NY, P) e/ou disponíveis online (BC, BM, BR, C, F, FI, MA, US, W e WAG) e também nos principais bancos de dados mundiais (JStor Global Plants). A terminologia morfológica seguiu o proposto por Pennington (1990), Harris & Harris (2001)Harris JG & Harris MW (2001) Plant identification terminology and illustrated glossary. 2nd edition. Spring Lake Publishing, Spring Lake. 216p. e Alves-Araújo et al. (2014)Alves-Araújo A, Swenson U & Alves M (2014) A taxonomic survey of Pouteria (Sapotaceae) from the northern portion of the Atlantic Rainforest of Brazil. Systematic Botany 39: 915-938.. Para visualização das ilustrações dos táxons, vide Pennington (1990)Pennington TD (1990) Sapotaceae. Flora Neotropica. Monograph 52. The New Botanical Garden, New York. 770p., Alves-Araújo et al. (2014)Alves-Araújo A, Swenson U & Alves M (2014) A taxonomic survey of Pouteria (Sapotaceae) from the northern portion of the Atlantic Rainforest of Brazil. Systematic Botany 39: 915-938., Alves-Araújo & Mônico (2017)Alves-Araújo A & Mônico AZ (2017) Pouteria samborae, a new species of Sapotaceae (Chrysophylloideae) from Espírito Santo, Brazil. Systematic Botany 42: 358-363. e Mônico et al. (2017) Mônico AZ, Silva LA, Dutra VF, Freitas J & Alves-Araújo A (2017) New records of Pouteria macrocarpa (Mart.) Dietr. (Sapotaceae) from the Brazilian Atlantic forest. Rodriguésia 68: 1493-1498..

Resultados e Discussão

Um total de 13 espécies foi encontrado na EBSL: Pouteria bangii (Rusby) T.D. Penn., P. bullata (S. Moore) Baehni, P. caimito (Ruiz & Pav.) Radlk., P. cuspidata (A. DC.) Baehni, P. durlandii (Standl.) Baehni, P. gardneri (Mart. & Miq.) Baehni, P. guianensis Aubl., P. macahensis T.D. Penn., P. macrocarpa (Mart.) Dietr., P. psammophila (Mart.) Radlk., P. reticulata (Engl.) Eyma, P. samborae Alves-Araújo & Mônico e P. venosa subsp. amazonica T.D. Penn..

Os principais caracteres morfológicos vegetativos para diagnose das espécies foram o padrão de venação, presença ou ausência de lenticelas, disposição das nervuras secundárias e terciárias, indumento dos ramos e folhas. Já dentre os reprodutivos, destaca-se a posição das inflorescências em relação ao eixo dos ramos, quantidade de sépalas, lobos da corola, lóculos do ovário e sementes.

    Chave de identificação das espécies de Pouteria ocorrentes na Estação Biológica de Santa Lúcia, Santa Teresa-ES, Brasil
  • 1. Venação foliar eucamptódroma ou eucampto-broquidódroma.

    • 2. Lenticelas presentes nos ramos.

      • 3...... Venação foliar eucampto-broquidódroma, nervuras intersecundárias raras ou inconspícuas, ovário 3-5-locular 5. Pouteria durlandii

      • 3’.... Venação foliar eucamptódroma, nervuras intersecundárias conspícuas, ovário 2- ou 6-locular.

        • 4...... Inflorescências 1-4-floras, corola 6-lobada, estames e estaminódios-6, ovário 6-locular............... 13. Pouteria venosa subsp. amazonica

        • 4’..... Inflorescências 6-15-floras, corola 4-5-lobada, estames e estaminódios-4-5, ovário 2-locular 1. Pouteria bangii

    • 2’. Lenticelas ausentes nos ramos.

      • 5...... Pecíolos teretes (cilíndricos), inserção tubular dos estames basal.

        • 6...... Nervuras intersecundárias curtas e perpendiculares à nervura principal, nervuras terciárias laxo-reticuladas, sépalas internas com margem fimbriada......................................................... 12. Pouteria samborae

        • 6’..... Nervuras intersecundárias raras ou inconspícuas, nervuras terciárias oblíquas, sépalas com margem inteira 9. Pouteria macrocarpa

      • 5’.... Pecíolos canaliculados, inserção tubular dos estames apical.

        • 7...... Pecíolos 3,8-8 cm compr., estilete 2-2,5 mm compr................ 10. Pouteria psammophila

        • 7’..... Pecíolos 2,1-3,2 cm compr., estilete 8-9 mm compr....................... 7. Pouteria guianensis

  • 1’. Venação foliar broquidódroma.

    • 8. Cálice 4-mero.

      • 9...... Lenticelas presentes nos ramos, nervuras terciárias inconspícuas................................ ...................................................................................................................11. Pouteria reticulata

      • 9’.... Lenticelas ausentes nos ramos, nervuras terciárias conspícuas.

        • 10.... Ramos sulcados, ferrugíneos-tomentosos, folhas 21,4-32 cm compr., face adaxial foliar bulada 2. Pouteria bullata

        • 10’... Ramos teretes a levemente sulcados, esparso-seríceos, folhas 4,7-13,2 cm compr., face adaxial foliar plana 3. Pouteria caimito

    • 8. Cálice 5-mero.

      • 11.... Lenticelas presentes nos ramos.

        • 12.... Inflorescências em ramos áfilos, pedicelos ≥1 cm compr............ 8. Pouteria macahensis

        • 12’... Inflorescências axilares ou ramifloras, pedicelos ~2 cm compr........ 6. Pouteria gardneri

      • 11’.. Lenticelas ausentes nos ramos.................................................................... 4. Pouteria cuspidata

1. Pouteria bangii (Rusby) T.D. Penn., Fl. Neotrop., 52: 288-289. 1990.

Árvores até 23 m alt., ramos teretes, glabros, lenticelas presentes. Folhas 12-16 × 4-7 cm, dispostas ao longo do ramo, oblongas, base obtusa a aguda, simétrica, margem revoluta, ápice acuminado, subcoriáceas, face abaxial pilosa, face adaxial glabra, planas; venação eucamptódroma, nervura principal glabra na face adaxial, nervuras secundárias paralelo-arqueadas, nervuras intersecundárias conspícuas, nervuras terciárias oblíquas; pecíolos 1,5-1,9 cm compr., teretes, glabrescentes a pilosos. Inflorescências axilares ou ramifloras, 6-15-floras. Pedicelos 2,7-6,8 mm compr., glabrescentes; cálice 4-mero, sépalas 1-2 × 0,9-2 mm, obovadas, margem lisa, ápice obtuso, glabrescentes em ambas as faces; corola 4-lobada, tubo ~3 mm compr., lobos ~3 × 1,5-2 mm, oblanceolados a obovados, margem lisa, ápice obtuso, glabros ou raramente esparso-seríceos externamente, glabros internamente, marrons; estames-4, filetes ~1 mm compr., inserção tubular medial, anteras ~0,5 mm compr., glabras; estaminódios-4, ~1 mm compr., lanceolados, margem lisa, ápice atenuado; ovário 2-locular, denso-estrigoso; estilete 1-2 mm compr., glabro, estigma capitado. Frutos 2-2,5 × 3,7-4,2 cm, elipsoides a turbinados, glabros, amarelos; sementes-19-22 × 8-19 mm, elipsoides, testa lisa, marrons, cicatriz 9-22 × ~2 mm.

Material examinado: Trilha do Indaiá-Açú, 1990, fr., S.V. Pereira et al. 62 (MBML, HRCB); 26.VIII.1993, bot., L.D. Thomaz 916 (MBML); 22.IX.1993, bot., L.D. Thomaz 876 (MBML); 30.VIII.1994, fr., L.D. Thomaz 905 (MBML, ICN); 28.IV.1995, fr., L.D. Thomaz 894 (MBML); Trilha do Sagui, 28.I.1999, fl., L. Kollmann et al. 1731 (MBML, HRCB); 26.V.1999, bot. e fl., W.P. Lopes et al. 745 (MBML); 25.III.2006, F.Z. Saiter 262 (MBML).

Pouteria bangii possui ampla distribuição na América do Sul e no Brasil é registrada para as Florestas Amazônica e Atlântica (Alves-Araújo, dados não publicados). Na EBSL possui pico de floração de janeiro a abril e de frutificação de agosto a dezembro. Possui folhas oblongas subcoriáceas de ápice acuminado, áureo-acobreadas marcante na face abaxial (material herborizado) e frutos em formato turbinado (mais aparente quando imaturos), com semente única. Ilustrações disponíveis em Pennington (1990) e Alves-Araújo et al. (2014).

2. Pouteria bullata (S. Moore) Baehni, Candollea, 9: 257. 1942.

Árvores até 16 m alt., ramos sulcados, ferrugíneo-tomentosos, lenticelas ausentes. Folhas 21,4-32 × 8,7-10,8 cm, dispostas na região apical do ramo, oblanceoladas, base cuneada, simétrica, margem revoluta, ápice agudo a obtuso, cartáceas, face abaxial fortemente ferrugínea-denso-tomentosa, face adaxial glabra e brilhante, bulada; venação broquidódroma, nervura principal proeminente na face abaxial, nervuras secundárias arqueadas a paralelo-arqueadas, nervuras intersecundárias conspícuas, nervuras terciárias proeminentes oblíquas; pecíolos 2,5-4,3 cm compr., teretes, ferrugíneo-esparso-tomentosos. Inflorescências axilares ou ramifloras, 3-5-floras. Pedicelos 4-7 mm compr., pilosos; cálice 4-mero, sépalas 5-6 × 4-4,5 mm, oblongas, margem lisa, ápice obtuso, tomentosas na face abaxial e glabras na face adaxial; corola 4-lobada, tubo ~4 mm compr., lobos 2-2,5 × ~2 mm, oblongos, margem ciliada, ápice obtuso, esparso-seríceos ou glabros externamente, pilosos internamente, beges; estames-4, filetes 1-1,8 mm compr., inserção tubular medial a apical, anteras ~2 mm compr., glabras; estaminódios-4, ~2 mm compr., lanceolados, margem ciliada, ápice atenuado a acuminado; ovário 4-locular, denso-estrigoso; estilete 2,5-3 mm compr., glabro; estigma truncado. Frutos 3-4,5 × 3-3,5 cm, globoides, glabros a esparso-pilosos, amarelos a alaranjados; sementes-1, 2-2,4 × 0,8-1,2 cm, elipsoides, lateralmente achatadas, testa lisa, marrons, cicatriz 1,2-2,4 × 0,3-0,5 cm.

Material examinado: Trilha do Indaiá-Açú, 20.IV.1993, fr., L.D. Thomaz 875 (MBML).

Material adicional selecionado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Linhares, Reserva Natural Vale, 12.I.1981, fl., I.A. Silva 275 (CVRD, VIES); 9.I.2009, bot. e fl., D.A. Folli 6279 (CVRD, VIES). Santa Teresa, Penha, 9.VII.1998, fr., L. Kollmann et al. 206 (MBML, HRCB); Dois Pinheiros, 16.VII.1998, fr., L. Kollmann et al. 268 (MBML, HRCB). Divino de São Lourenço, 19.IV. 2000, fr., V. Demuner et al. 921 (MBML, ICN); Fundão, Goiapaba-Açú, 15.VII.1998, fr., L. Kollmann et al. 254 (MBML, HRCB).

Pouteria bullata é endêmica da Floresta Atlântica brasileira e distribui-se desde a Bahia até o Paraná (BFG 2018). Na EBSL foram coletados frutos no mês de abril. É bem caracterizada por sua coloração ferrugínea marcante causada por alta densidade de tricomas na face abaxial das folhas. A lâmina foliar é bulada (convexa) entre as nervuras secundárias na face adaxial. Salienta-se que P. bullata sofre intensa fitofagia dentro da EBSL. Ilustrações disponíveis em Pennington (1990).

3. Pouteria caimito (Ruiz & Pav.) Radlk. Sitzungsber. Math.-Phys. Cl. Königl. Akad. Wiss. München, 12: 33. 1882.

Árvores até 8 m alt., ramos teretes a levemente sulcados e suberosos, esparso-seríceos, lenticelas ausentes. Folhas 4,7-13,2 × 2,9-5 cm, dispostas na região apical dos ramos, oblanceoladas, base aguda, obtusa, truncada ou subcordada, assimétrica ou simétrica, margem lisa, ápice atenuado a cuspidado, cartáceas, face abaxial glabrescente a tomentosa, face adaxial glabra, plana; venação broquidódroma, nervura principal pilosa e proeminente na face abaxial, nervuras secundárias arqueadas, nervuras intersecundárias conspícuas, nervuras terciárias laxo-reticuladas; pecíolos ~0,5 cm compr., teretes, esparso-pilosos a pilosos. Inflorescências axilares ou ramifloras, 1-6-floras. Pedicelos 0,5-2 mm compr., pilosos; cálice 4-mero, sépalas 3-4 × ~3 mm, obovadas, margem lisa, ápice agudo a obtuso, estrigosas na face abaxial e glabras na face adaxial; corola 4-lobada, tubo 3,5-6 mm compr., lobos 2-3 × 1-2 mm, suborbiculares, margem ciliada, ápice obtuso, esparso-seríceos externa e internamente, brancos; estames-4, filetes 1-2 mm compr., inserção tubular medial, anteras ~1 mm compr., glabras; estaminódios-4, 1-1,5 mm compr., lanceolados, margem ciliada, ápice atenuado; ovário 4-locular, denso-estrigoso, estilete 2-9 mm compr., exserto, glabro; estigma capitado a 4-lobado. Frutos 1,2-2,3 × 1-1,5 cm, elipsoides, velutinos, amarelados; sementes-1-4, 1-2 × 0,6-1,2 cm, elipsoides, lateralmente achatadas, testa lisa, marrons, cicatriz 1-2 × ~0,3 cm.

Material examinado: Trilha do Indaiá-Açú, 28.VII.2014, est., A.Z. Mônico 17 (MBML); A.Z. Mônico 18 (MBML).

Material adicional selecionado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Santa Teresa, Estação Biológica Caixa d’Água, 5.III.1999, fl., L. Kollmann et al. 2027 (MBML, HRCB); Linhares, Reserva Natural Vale, 13.X1.2000, bot. e fl., D.A. Folli 3737 (CVRD, VIES); 13.XII.2005, bot. e fl., D.A. Folli 5170 (CVRD, VIES); 4.III.2008, bot. e fl., D.A. Folli 5881 (CVRD, VIES). Santa Leopoldina, Colina Verde, 12.IX.2006, fr., V. Demuner et al. 2832 (MBML, HRCB).

Pouteria caimito é registrada para a América Central e para as Florestas Amazônica e Atlântica (Alves-Araújo, dados não publicados). Para a EBSL não foram encontrados indivíduos em período fértil registrados nas coleções ou através das expedições de campo. Possui caule e ramos frequentemente esfoliantes. Folhas broquidódromas com nervuras claras e lâmina tomentosa na face adaxial, mostrando venação terciária espessa e laxo-reticulada. As folhas possuem pecíolos curtos (~0,5 cm) e se concentram na região apical do ramo. Ilustrações disponíveis em Pennington (1990) e Alves-Araújo et al. (2014).

4. Pouteria cuspidata (A.DC.) Baehni, Candollea, 9: 231. 1942.

Árvores até 20 m alt., ramos teretes, glabros, lenticelas ausentes. Folhas 6,5-13 × 2,0-6,5 cm, dispostas ao longo do ramo, elípticas, base aguda a obtusa, simétrica, margem revoluta, ápice cuneado, subcoriáceas a coriáceas, face abaxial e adaxial glabras, plana; venação broquidódroma, nervura principal proeminente na face abaxial e plana a rebaixada na face adaxial, nervuras secundárias paralelo-retilíneas, nervuras intersecundárias ausentes, nervuras terciárias inconspícuas; pecíolos 2-3,5 cm compr., teretes, esparso-pilosos. Inflorescências axilares ou ramifloras, 6-8-floras. Pedicelos 3,5-10 mm compr., pilosos; cálice 5-mero, sépalas 2,3-3,6 × 2,6-2,9 mm, obovadas, margem lisa, ápice cuneado a obtuso, denso-seríceas na face abaxial e glabras na face adaxial; corola 5-lobada, tubo 0,5-1,5 mm compr., lobos 1-2 × ~2 mm, obovados, margem lisa, ápice obtuso, glabros externa e internamente, beges; estames-5-6, filetes ~1 mm compr., inserção tubular apical, anteras 0,5-1 mm compr., glabras; estaminódios-5-6, 0,1-0,7 mm compr., lanceolados, margem lisa, ápice atenuado; ovário 2-locular, denso-piloso a glabrescente, estilete ~1 mm compr., glabrescente; estigma truncado. Frutos 2-3,7 × 2,4-3,3 cm, turbinados, glabros, amarelados; sementes-1, 1,1-2 × 0,7-1 cm, elipsoides, lateralmente achatadas, testa lisa, marrons, cicatriz cobrindo ~¾ da semente.

Material examinado: Trilha do Indaiá-Açú, 25.VIII.1993, L.D. Thomaz 903 (MBML); Trilha do Sagui, 7.II.1991, fr., S.V. Pereira et al. 56 (MBML, ICN, HRCB); 15.XII.1992, fr., H.Q.B. Fernandes (MBML 6563); Trilha do Túmulo, 24.III.1988, fl., H.Q.B. Fernandes et al. 2433 (MBML, ICN, HRCB).

Material adicional selecionado: BRASIL. BAHIA: Ilhéus, Una, 28.VII.1993, bot., S.C. Sant’ana et al. 344 (MBML). ESPÍRITO SANTO: Santa Teresa, Santo Antônio, 9.II.1999, fl., L. Kollmann et al. 1858 (MBML, ICN). Linhares, Reserva Natural Vale, 2.XII.1994, fr., D.A. Folli 2434 (CVRD, VIES); 10.V.2002, fr., A.A. da Luz 58 (CVRD, VIES); 8.VI.2002, bot. e fl., D.A. Folli 5297 (CVRD, VIES).

Pouteria cuspidata distribui-se na América do Sul (Brasil, Colômbia, Guiana, Peru e Venezuela) e no Brasil é registrada para as Florestas Amazônica e Atlântica (Alves-Araújo, dados não publicados). Na EBSL foram encontradas flores nos meses de março e dezembro; e frutos em fevereiro, março e dezembro. Apresenta folhas elípticas de textura subcoriácea a coriácea, com nervuras terciárias não-aparentes. Face abaxial às vezes glauca e com nervura principal proeminente. A margem foliar fortemente revoluta também caracteriza esta espécie. Ilustrações disponíveis em Pennington (1990) e Alves-Araújo et al. (2014).

5. Pouteria durlandii (Standl.) Baehni, Candollea, 9: 422. 1942.

Árvores até 15 m alt., ramos teretes a levemente sulcados, glabrescentes a esparso-pilosos, lenticelas presentes. Folhas 6-29,5 × 5-12,7 cm, dispostas ao longo do ramo, elípticas a oblanceoladas, base cuneada, simétrica, margem lisa, ápice obtuso, cartáceas, face abaxial e adaxial glabras, planas; venação eucampto-broquidódroma, nervura principal proeminente na face abaxial e plana na face adaxial, nervuras secundárias arqueadas e proeminentes em ambas as faces, nervuras intersecundárias raras ou inconspícuas, nervuras terciárias laxo-reticuladas; pecíolos 1-1,5 cm compr., teretes, pilosos. Inflorescências axilares ou ramifloras, 1-4-floras. Pedicelos 1-2,5 mm compr., pilosos; cálice 4-mero, sépalas 2,2-4,5 × 2,6-4 mm, obovadas, margem denso-ciliada, ápice cuneado a obtuso, seríceas na face abaxial e glabras na face adaxial; corola 5-lobada, tubo ~1,5 mm compr., lobos 2-3 × 3-3,5 mm, obovados, margem lisa, ápice obtuso, glabros externa e internamente, marrons; estames-5, filetes ~1 mm compr., inserção tubular apical, anteras 0,5-1,7 mm compr., glabras; estaminódios-5, ~1,5 mm compr., lanceolados a estreito-atenuados, margem lisa, ápice atenuado; ovário 3-5-locular, denso-piloso, estilete 1,5-2 mm compr., glabro; estigma truncado. Frutos 2,5-3,5 × 2-3 cm, turbinados, glabros, amarelos; sementes-1, ~2 × 0,8-1,2 cm, elipsoides, lateralmente achatadas, testa lisa, marrons, cicatriz ~2 × 0,2-0,4 cm.

Material examinado: Trilha do Indaiá-Açú, 8.III.1995, fr., L.D. Thomaz 880 (MBML); 29.III.2000, fr., V. Demuner et al. 876 (MBML); 25.III.2006, bot. e fl., F.Z. Saiter 279 (MBML).

Material adicional selecionado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Santa Leopoldina, Fazenda Caioaba, 14.II.2006, bot. e fr., V. Demuner et al. 1774 (MBML); Bragança, 30.III.2006, fr., V. Demuner et al. 2171 (MBML). Linhares, São Sebastião, 23.V.2006, fr., V. Demuner et al. 2296 (MBML).

Pouteria durlandii é registrada desde o México até o Brasil (Pennington 1990). Na EBSL foram encontradas flores e frutos somente em março. Apresenta folhas com venação principal e secundária evidentes, elípticas a oblanceoladas e grandes em relação as outras espécies (6-29,5 × 5-12,7 cm). Venação terciária esparsa e base do pecíolo dilatada. Ovário 3-5-locular. Ilustrações disponíveis em Pennington (1990) e Alves-Araújo et al. (2014)Alves-Araújo A, Swenson U & Alves M (2014) A taxonomic survey of Pouteria (Sapotaceae) from the northern portion of the Atlantic Rainforest of Brazil. Systematic Botany 39: 915-938..

6. Pouteria gardneri (Mart. & Miq.) Baehni, Candollea, 9: 233. 1942.

Árvores até 19 m alt., ramos teretes a levemente sulcados, glabrescentes a raramente pilosos, lenticelas presentes. Folhas 4,5-9,7 × 3,4-7,2 cm, dispostas ao longo do ramo, obovadas a oblanceoladas, base aguda a obtusa, assimétrica ou simétrica, margem lisa, ápice atenuado a cuspidado, cartáceas, face abaxial e adaxial glabrescentes, planas; venação broquidódroma, nervura principal proeminente na face abaxial, nervuras secundárias arqueadas, nervuras intersecundárias conspícuas, nervuras terciárias laxo-reticuladas; pecíolos 2-2,5 cm compr., teretes, glabrescentes. Inflorescências axilares ou ramifloras, 1-4-floras. Pedicelos ~2 cm compr., glabrescentes; cálice 5-mero, sépalas ~2,5 × ~2 mm, obovadas, margem lisa, ápice obtuso, glabras em ambas as faces; corola 5-lobada, tubo 1-1,5 mm compr., lobos 1-2 × 0,5-1 mm, obovados, margem lisa, ápice obtuso, glabros externa e internamente, marrons; estames-5, filetes ~0,5 mm compr., inserção tubular apical, anteras ~1,5 mm compr., glabras; estaminódios-5, ~1 mm compr., lanceolados, margem lisa, ápice atenuado; ovário 2-locular, puberulento; estilete ~1 mm compr., glabro; estigma truncado. Frutos 1,5-2 × 1-1,5 cm, elipsoides a turbinados, pubescentes, marrons; sementes-1, ~1 × 0,4-0,6 cm, elipsoides, lateralmente achatadas, testa lisa, pretas, cicatriz ~1 × 0,2-0,4 cm.

Material examinado: Trilha do Túmulo, 20.VII.2014, est., A.Z. Mônico 16 (MBML).

Material adicional selecionado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Marechal Floriano, 3.III.1988, fr., O.J. Pereira 1489 (VIES). Linhares, Reserva Natural Vale, 25.II.1992, bot. e fl., G.L. Farias 491 (CVRD, VIES). Governador Lindenberg, Pedra de Santa Luzia, 26.VIII.2006, fr., V. Demuner et al. 2713 (MBML). Santa Leopoldina, Colina Verde, 30.V.2007, fr., V. Demuner et al. 4121 (MBML). BAHIA: Arataca, PARNA da Serra das Lontras, 12.XI.2011, fr., L. Daneu et al. 919 (MBML, CEPEC).

Pouteria gardneri é amplamente distribuída na América do Sul e no Brasil é registrada para as matas ciliares do Cerrado, áreas marginais da Floresta Amazônica e na Floresta Atlântica (Alves-Araújo, dados não publicados). Para a EBSL não foram encontrados indivíduos em período fértil registrados nas coleções ou através das expedições de campo. Apresenta como características diagnósticas pecíolos e pedicelos relativamente longos (2-2,5 cm compr.) e folhas broquidódromas e cartáceas. Ilustrações disponíveis em Pennington (1990)Pennington TD (1990) Sapotaceae. Flora Neotropica. Monograph 52. The New Botanical Garden, New York. 770p. e Alves-Araújo et al. (2014)Alves-Araújo A, Swenson U & Alves M (2014) A taxonomic survey of Pouteria (Sapotaceae) from the northern portion of the Atlantic Rainforest of Brazil. Systematic Botany 39: 915-938..

7. Pouteria guianensis Aubl., Hist. Pl. Guiane, 1: 85. 1775.

Árvores até 13 m alt., ramos teretes, glabros, lenticelas ausentes. Folhas 11,1-16,2 × 3,7-5,8 cm, dispostas ao longo do ramo, oblanceoladas, base aguda, simétrica, margem lisa, ápice obtuso, cartáceas, face abaxial com tricomas denso-tomentosos, face adaxial glabra, planas; venação eucampto-broquidódroma, nervura principal com indumento esparso-seríceo na face adaxial, nervuras secundárias arqueadas, nervuras intersecundárias ausentes; nervuras terciárias reticuladas; pecíolos 2,1-3,2 cm compr., canaliculados, pilosos. Inflorescências axilares ou ramifloras, 4-6-floras. Pedicelos 1-3 mm compr., pilosos; cálice 4-mero, sépalas ~4 × 2-3 mm, oblongas, margem ciliada, ápice obtuso, pilosas na face abaxial e glabras na face adaxial; corola 4-lobada, tubo ~3 mm compr., lobos ~5 × ~4 mm, oblongos, margem ciliada, ápice obtuso a truncado, esparso-seríceos ou glabros externamente, pilosos internamente, beges; estames-4, filetes 1-3 mm compr., inserção tubular apical, anteras ~1 mm compr., glabras; estaminódios-4, ~1 mm compr., lanceolados, margem lisa, ápice atenuado; ovário 4-locular, estrigoso, estilete 8-9 mm compr., glabro; estigma capitado. Frutos 2-3 × 2-3 cm, globoides, glabrescentes a velutinos, amarelos; sementes-2-4, 4-6 × 10-15 mm, elipsoides não-achatadas, testa lisa, marrons, cicatriz 4-6 × 3-5 mm.

Material examinado: Trilha do Indaiá-Açú, 15.XII.1992, est., L.D. Thomaz 883 (MBML); Trilha do Sagui, 22.X.1990, fr., W. Pizziolo et al. 343 (MBML, ICN, HRCB); 10.III.1999, bot. e fr., L. Kollmann et al. 2101 (MBML, HRCB); 20.III.1999, bot., L. Kollmann et al. 2191 (MBML, HRCB); 25.III.2006, F.Z. Saiter 276 (MBML); 15.III.2014, fl., A.Z. Mônico 19 (MBML).

Material adicional selecionado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Santa Teresa, Parque Municipal de São Lourenço, 21.VIII.2001, fr., L. Kollmann et al. 4373 (MBML, ICN); Reserva Biológica Augusto Ruschi, 18.IX.2001, fr., L. Kollmann et al. 4589 (MBML); 27.IX.2001, fr., L. Kollmann et al. 4778 (MBML); 2.IX.2003, fr., J. Rossini et al. 505 (MBML).

Pouteria guianensis é amplamente distribuída nos Neotrópicos (Pennington 1990Pennington TD (1990) Sapotaceae. Flora Neotropica. Monograph 52. The New Botanical Garden, New York. 770p.). No Brasil é registrada para as Florestas Amazônica e Atlântica (Alves-Araújo, dados não publicados). Na EBSL foram registrados florescimento e frutificação nos meses de março, outubro e dezembro. Esta espécie tem folhas com pecíolos e face abaxial pilosos e de coloração escura após herborização, nervuras terciárias formando um retículo acentuado e sementes elipsoides não-achatadas. Ilustrações disponíveis em Pennington (1990)Pennington TD (1990) Sapotaceae. Flora Neotropica. Monograph 52. The New Botanical Garden, New York. 770p. e Alves-Araújo et al. (2014)Alves-Araújo A, Swenson U & Alves M (2014) A taxonomic survey of Pouteria (Sapotaceae) from the northern portion of the Atlantic Rainforest of Brazil. Systematic Botany 39: 915-938..

8. Pouteria macahensis T.D. Penn., Fl. Neotrop., 52: 321. 1990.

Árvores até 19 m alt., ramos teretes, glabros, lenticelas presentes. Folhas 6,5-11,4 × 1,3-3,8 cm, dispostas ao longo dos ramos, oblongas, base aguda a atenuada, simétrica, margem revoluta, ápice agudo, coriáceas, face abaxial e adaxial glabras, plana; venação broquidódroma, nervura principal rebaixada na face adaxial, nervuras secundárias paralelo-retilíneas, nervuras intersecundárias conspícuas, nervuras terciárias inconspícuas; pecíolos 1,5-2,5 cm compr., teretes, pilosos. Inflorescências em ramos áfilos, 1,5-2 cm compr., 1-2-floras. Pedicelos ~2,5 mm compr., puberulentos; cálice 5-mero, sépalas ~1,5 × ~1 mm, lanceoladas, margem lisa, ápice agudo a atenuado, seríceas na face abaxial e glabras na face adaxial; corola 5-lobada, tubo 1-1,5 mm compr., lobos ~1,5 × ~1,5 mm, suborbiculares, margem levemente ciliada, ápice obtuso, glabros externa e internamente, beges; estames-5, filetes ~1,5 mm compr., inserção tubular apical, anteras ~0,5 mm compr., glabras; estaminódios-5, ~0,5 mm compr., lanceolados, margem lisa, ápice estreito-atenuado; ovário 2-locular, pubescente, estilete ~1 mm compr., glabro; estigma capitado. Frutos 1,6-1,9 × ~1-1,5 cm, turbinados, pilosos, marrons; sementes-1, 1,1-2 × 0,7-1 cm, elipsoides, lateralmente achatadas, testa lisa, marrons, cicatriz cobrindo ~¾ da semente.

Material examinado: Trilha Seca, 29.IX.1992, fr., L.D. Thomaz 909 (MBML); 5.V.1993, est., L.D. Thomaz 942 (MBML).

Material adicional selecionado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Linhares, Reserva Natural Vale, 30.I.1986, bot. e fl., G.L. Farias 105 (CVRD, VIES); 19.IV.1989, bot., fl. e fr., D.A. Folli 901 (CVRD, VIES); 24.VIII.1993, fr., D.A. Folli 1962 (CVRD, VIES); 20.III.2008, bot. e fl., D.A. Folli 5976 (CVRD, VIES). BAHIA: Porto Seguro, RPPN Estação Veracel, 9.III.2010, fr., L. Daneu et al. 261 (MBML).

Pouteria macahensis é endêmica da Floresta Atlântica brasileira, onde é registrada desde Pernambuco até o Rio de Janeiro (Alves-Araújo, dados não publicados). Na EBSL foram encontrados frutos no mês de setembro. Suas folhas coriáceas e glabras possuem nervuras intersecundárias e margem fortemente revoluta. A pilosidade ferrugínea dos frutos também é um atributo marcante desta espécie. Ilustrações disponíveis em Pennington (1990) e Alves-Araújo et al. (2014).

9. Pouteria macrocarpa (Mart.) Dietr., Syn. pl., 1: 431. 1839.

Árvores até 8 m alt., ramos teretes, glabros, lenticelas ausentes. Folhas 20,1-35,7 × 8,9-12 cm, dispostas na região apical do ramo, oblanceoladas, base atenuada, simétrica, margem revoluta, ápice cuspidado, cartáceas a subcoriáceas, face abaxial esparso-pilosa, face adaxial glabra, planas; venação eucamptódroma, nervura principal rebaixada na face adaxial, nervuras secundárias paralelo-retilíneas, nervuras intersecundárias raras ou inconspícuas, nervuras terciárias oblíquas; pecíolos 2,2-4,5 cm compr., teretes, esparso-puberulentos. Inflorescências axilares ou ramifloras, 6-12-floras. Pedicelos ~3 mm compr., esparso-seríceos; cálice 4-mero, sépalas ~3,5 × 5 mm, elípticas, margem inteira, ápice obtuso, puberulentas na face abaxial e glabras na face adaxial; corola 4-lobada, tubo 1,5-1,8 mm compr., lobos 1,5-1,6 × 1,5 mm, oblongos, margem ciliada, ápice arredondado, glabros externa e internamente, amarelo-claros; estames-4, filetes ~1 mm compr., inserção tubular basal, anteras ~1 mm compr., glabras; estaminódios-4, ~1 mm compr., oblongos, margem ciliada, ápice atenuado; ovário 4-locular, denso-tomentoso, estilete ~3 mm compr., glabro; estigma truncado. Frutos 3,5-4,6 × 4,8-6,3 cm, globoides, esparso-pilosos a glabros, alaranjados; sementes-1, 3,1-3,3 × 2,7-3,2 cm, globoides, testa lisa, marrons, cicatriz cobrindo quase toda a superfície da semente.

Material examinado: Trilha do Túmulo, 5.IX.2001, fr., L. Kollmann et al. 4512 (MBML); 18.IX.2002, fr., R.R. Vervloet et al. 913 (MBML).

Material adicional selecionado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Santa Teresa, São Lourenço, 27.I.1999, fr., L. Kollmann et al. 1710 (MBML, HRCB); Cabeceira do Rio Bonito, 13.VI.2001, fr., L. Kollmann et al. 3961 (MBML, ICN); Reserva Biológica Augusto Ruschi, 1.VIII.2002, fr., R.R. Vervloet et al. 620 (MBML).

Pouteria macrocarpa é registrada para a Costa Rica e Florestas Amazônica (Pennington 1990) e Atlântica (Mônico et al. 2017Mônico AZ, Silva LA, Dutra VF, Freitas J & Alves-Araújo A (2017) New records of Pouteria macrocarpa (Mart.) Dietr. (Sapotaceae) from the Brazilian Atlantic forest. Rodriguésia 68: 1493-1498.). Na EBSL foram coletados frutos no mês de setembro. Possui frutos relativamente grandes, lignificados e globoides, sustentados por ramos descamantes; folhas de pecíolos longos (3,2-4,5 cm compr.), eucamptódromas, com nervuras secundárias retilíneas, intersecundárias raras ou inconspícuas e terciárias oblíquas não-aparentes. Ilustrações disponíveis em Pennington (1990)Pennington TD (1990) Sapotaceae. Flora Neotropica. Monograph 52. The New Botanical Garden, New York. 770p. e Mônico et al. (2017)Mônico AZ, Silva LA, Dutra VF, Freitas J & Alves-Araújo A (2017) New records of Pouteria macrocarpa (Mart.) Dietr. (Sapotaceae) from the Brazilian Atlantic forest. Rodriguésia 68: 1493-1498..

10. Pouteria psammophila (Mart.) Radlk, Sitzungsber. Math.-Phys. Cl. Königl. Bayer. Akad. Wiss. München, 12: 333. 1882.

Árvores até 12 m alt., ramos teretes, glabros, lenticelas ausentes. Folhas 12-22 × 5-8,5 cm, dispostas na região apical do ramo, oblanceoladas, base aguda, simétrica, margem revoluta, ápice atenuado, coriáceas, face abaxial e adaxial glabras, planas; venação eucampto-broquidódroma, nervura principal proeminente na face abaxial, nervuras secundárias paralelo-retilíneas a arqueadas, nervuras intersecundárias ausentes, nervuras terciárias oblíquas; pecíolos 3,8-8 cm compr., canaliculados, glabros a pubescentes. Inflorescências axilares, 2-6-floras. Pedicelos 0,5-1 mm compr., pilosos; cálice 4-mero, sépalas 2,5-4 × 2-4 mm, obovadas a elípticas, margem ciliada, ápice obtuso, seríceas na face abaxial e glabrescentes na face adaxial; corola 4-lobada, tubo 3-4 mm compr., lobos ~2 × ~3 mm, oblongos, margem ciliada, ápice obtuso, glabros externa e internamente, brancos a verde-claros; estames-4, filetes ~1 mm compr., inserção tubular apical, anteras ~0,9 mm compr., glabras; estaminódios-4, ~1 mm compr., oblongos, margem ciliada, ápice obtuso; ovário 4-locular, estrigoso; estilete 2-2,5 mm compr., glabro; estigma 4-lobado. Frutos 3,5-4,5 × 4-4,5 cm, globoides a ovoides, seríceos, marrons; sementes-1-4, 2-2,5 × 0,5-1 cm, elipsoides, testa verrucosa, pretas, cicatriz cobrindo a base da semente.

Material examinado: Trilha Seca, 14.X.1990, bot., S.V. Pereira et al. 26 (MBML, ICN, HRCB).

Material adicional selecionado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Linhares, Reserva Natural Vale, 30.XI.1981, bot. e fl., I.A. Silva 273 (CVRD, VIES); Santa Teresa, Reserva Biológica Augusto Ruschi, 9.IV.2003, fr., R.R. Vervloet et al. 2178 (MBML); Santa Leopoldina, Fazenda Caioaba, 18.VI.2007, fr., R.R. Vervloet et al. 2920 (MBML).

Pouteria psammophila é registrada para a Floresta Atlântica das regiões Nordeste e Sudeste (BFG 2018). Na EBSL foram registrados botões florais no mês de outubro. A face adaxial das folhas é brilhante, com lâmina levemente enegrecida quando herborizada. Nervuras principal e secundárias proeminentes e pecíolos longos (3,8-8 cm compr.) e recurvados. Folhas frequentemente atacadas por patógenos como galhas e fungos na EBSL. O endocarpo gelatinoso do fruto amadurecido é característico nesta espécie. Ilustrações disponíveis em Pennington (1990).

11. Pouteria reticulata (Engl.) Eyma, Recueil Trav. Bot. Néerl., 33: 183. 1936.

Árvores até 19 m alt., ramos teretes, glabros, lenticelas presentes. Folhas 10,5-24 × 2,5-8 cm, dispostas na região apical do ramo, oblongas, base aguda a atenuada, assimétrica ou simétrica, margem revoluta, ápice agudo, coriáceas, face abaxial e adaxial glabras, planas; venação broquidódroma, nervura principal rebaixada na face adaxial, nervuras secundárias paralelo-retilíneas, nervuras intersecundárias conspícuas, nervuras terciárias inconspícuas; pecíolos 1,5-2,5 cm compr., teretes, pilosos. Inflorescências axilares ou ramifloras, 1-2-floras. Pedicelos 2-7 mm compr., pilosos; cálice 4-mero, sépalas 1-2 × 1-2 mm, obovadas a levemente lanceoladas, margem lisa, ápice truncado, seríceas na face abaxial e glabrescentes na face adaxial; corola 5-lobada, tubo ~2 mm compr., lobos 1,5-2 × ~2 mm, oblanceolados a obovados, margem lisa, ápice obtuso, glabros externa e internamente, brancos; estames-5, filetes ~0,5 mm compr., inserção tubular apical, anteras ~0,5 mm compr., hirsutas; estaminódios-5, ~1 mm compr., oblanceolados, margem lisa, ápice acuminado; ovário 1-locular, piloso, estilete 0,5-0,9 mm compr., exserto, glabro; estigma capitado. Frutos 1-3,5 × 2-3,3 cm, ovoides a elipsoides, glabros, púrpuras a pretos; sementes-1, 8-27 × 5-10 mm, elipsoides, testa lisa, marrons, cicatriz 7-25 × 2-11 mm.

Material examinado: Trilha do Sagui, 9.III.1993, bot., L.D. Thomaz 1550 (MBML, HRCB); 5.V.1993, fl., L.D. Thomaz 1545 (MBML, HRCB).

Material adicional selecionado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Santa Teresa, São Lourenço, 27.X.1998, fr., L. Kollmann et al. 792 (MBML, HRCB); Estação Biológica Caixa d’Água, 8.XII.1999, fr., V. Demuner et al. 287 (MBML); Reserva Biológica Augusto Ruschi, 25.IX.2001, bot. e fr., L. Kollmann et al. 4727 (MBML, ICN); BAHIA: Brejões, Rod. Amargosa, 25.II.2000, fr., J.G. Jardim et al. 2915 (MBML).

Pouteria reticulata é registrada desde o México até o Brasil (Pennington 1990). Na EBSL foram encontradas flores no mês de maio. Possui folhas coriáceas de base ocasionalmente assimétrica com nervuras secundárias destacadas e perpendiculares à nervura principal além de venação terciária inconspícua. Ilustrações disponíveis em Pennington (1990)Pennington TD (1990) Sapotaceae. Flora Neotropica. Monograph 52. The New Botanical Garden, New York. 770p. e Alves-Araújo et al. (2014)Alves-Araújo A, Swenson U & Alves M (2014) A taxonomic survey of Pouteria (Sapotaceae) from the northern portion of the Atlantic Rainforest of Brazil. Systematic Botany 39: 915-938..

12. Pouteria samborae Alves-Araújo & Mônico, Systematic Botany, 42: 358-363. 2017Mônico AZ, Silva LA, Dutra VF, Freitas J & Alves-Araújo A (2017) New records of Pouteria macrocarpa (Mart.) Dietr. (Sapotaceae) from the Brazilian Atlantic forest. Rodriguésia 68: 1493-1498..

Árvores até 8 m alt., ramos teretes, glabros, lenticelas ausentes. Folhas 17,1-29,3 × 6,5-9,5 cm, dispostas na região apical do ramo, oblanceoladas, base atenuada, simétrica, margem revoluta, ápice cuspidado, cartáceas, face abaxial denso-serícea, face adaxial glabra com pilosidade sobre as nervuras principal e secundárias, planas; venação eucampto-broquidódroma, nervura principal proeminente na face abaxial, nervuras secundárias arqueadas, nervuras intersecundárias conspícuas, curtas e perpendiculares à nervura principal, nervuras terciárias laxo-reticuladas; pecíolos 2,1-2,4 cm compr., teretes, seríceos. Inflorescências axilares ou ramifloras, 3-6-floras. Pedicelos 2-3 mm compr., seríceos; cálice 4-mero, sépalas 4 × 5 mm, elípticas, margem fimbriada (sépalas internas), ápice obtuso, estrigosas na face abaxial e glabras na face adaxial; corola 4-lobada, tubo ~1,5 mm compr., lobos 1,9-2 × 1 mm, oblanceolados, margem ciliada, ápice truncado, glabros externa e internamente, beges; estames-4(-6), filetes ~2 mm compr., inserção tubular basal, anteras ~1 mm compr., glabras; estaminódios-4, ~2 mm compr., lanceolados, margem ciliada, ápice atenuado; ovário 4-locular, denso-tomentoso, estilete ~3 mm compr., glabro; estigma truncado. Frutos ~6 × 5-5,35 cm, globoides, glabros, marrons; sementes-2-4 (lóculos desenvolvidos, sementes não desenvolvidas no material examinado).

Material examinado: encontro da Trilha Seca com a Trilha do Rio, 20.III.2014, bot. e fl., A.Z. Mônico 15 (G, MBML, NY, RB, VIES); 9.XII.2016, fr., J. Freitas & A.Z. Mônico 444 (MBML).

Pouteria samborae é considerada como Criticamente em Perigo (CR), segundo os critérios da IUCN (Alves-Araújo & Mônico 2017Alves-Araújo A & Mônico AZ (2017) Pouteria samborae, a new species of Sapotaceae (Chrysophylloideae) from Espírito Santo, Brazil. Systematic Botany 42: 358-363.). É conhecida apenas de seus materiais-tipo coletados na EBSL com registro de botões florais e flores no mês de março e frutos em dezembro. Morfologicamente muito confundida com P. macrocarpa , diferencia-se por possuir folhas eucampto-broquidódromas com pecíolos mais curtos (2,1-2,4 cm compr.), nervuras secundárias frequentemente arqueadas desde sua base ao ápice, nervuras intersecundárias proeminentes na face abaxial e terciárias formando retículo laxo. Ilustrações disponíveis em Alves-Araújo & Mônico (2017)Alves-Araújo A & Mônico AZ (2017) Pouteria samborae, a new species of Sapotaceae (Chrysophylloideae) from Espírito Santo, Brazil. Systematic Botany 42: 358-363..

13. Pouteria venosa (Mart.) Baehni subsp. amazonica T.D. Penn., Fl. Neotr., 52: 399-402. 1990.

Árvores até 13 m alt., ramos teretes, glabros, lenticelas presentes. Folhas 10,5-12,5 × 2,5-4,3 cm, dispostas ao longo do ramo, elípticas a levemente oblanceoladas, base aguda, simétrica, margem lisa, ápice acuminado, cartáceas, face abaxial levemente glauca e face adaxial glabra, planas; venação eucamptódroma, nervura principal proeminente na face abaxial, nervuras secundárias paralelo-retilíneas a arqueadas, nervuras intersecundárias conspícuas, nervuras terciárias laxo-reticuladas; pecíolos 1,3-2,3 cm compr., canaliculados, glabros. Inflorescências axilares ou ramifloras, 1-4-floras. Pedicelos ~2 cm compr., seríceos; cálice 4-mero, sépalas ~1 × 1-1,3 mm, obovadas a suborbiculares, margem ciliado-lacerada, ápice obtuso, glabras ou seríceas na face abaxial e glabrescentes ou seríceas na face adaxial; corola 6-lobada, tubo ~0,5 mm compr., lobos 6,5 × 4,2-5 mm, oblanceolados a obovados, margem ciliada, ápice obtuso, glabrescentes externa e internamente, beges; estames-6, filetes 1,5-2 mm compr., inserção tubular apical, anteras ~1,5 mm compr., glabras; estaminódios-6, 1-2 mm compr., lanceolados, margem levemente ciliada, ápice estreito-atenuado; ovário 6-locular, velutino, estilete 5,5-8,2 mm compr., exserto, glabro; estigma truncado. Frutos 2-2,5 × 2-2,5 cm, globoides, glabros a pubescentes, amarelos; sementes-1-2, 1,5-2,3 × 1,5-2 cm, globoides, testa lisa, marrons, cicatriz ~1,5 × ~2 cm.

Material examinado: Trilha Seca, 13.II.1994, fr., L.D. Thomaz 927 (MBML).

Material adicional selecionado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Linhares, Reserva Natural Vale, 25.I.1991, bot. e fl., D.A. Folli 1271 (CVRD, VIES); 6.VII.1994, fr., D.A. Folli 1994 (CVRD, VIES); 28.I.2009, bot. e fl., G.S. Siqueira 457 (CVRD, VIES). Montanha, Distrito de Fumaça, 4.XII.2006, fr., A.M. Assis et al. 1148 (MBML).

Pouteria venosa subsp. amazonica possui distribuição disjunta as Florestas Amazônica (Brasil, Colômbia, Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Venezuela) e Atlântica (desde o Rio Grande do Norte a São Paulo) (Pennington 1990Pennington TD (1990) Sapotaceae. Flora Neotropica. Monograph 52. The New Botanical Garden, New York. 770p.; Alves-Araújo, dados não publicados). Na EBSL foram registrados frutos no mês de janeiro. Dentre as espécies analisadas, apresenta como características diagnósticas folhas glabras com venação eucamptódroma, face abaxial levemente glauca e flores com corola 6-lobada. Ilustrações disponíveis em Pennington (1990)Pennington TD (1990) Sapotaceae. Flora Neotropica. Monograph 52. The New Botanical Garden, New York. 770p. e Alves-Araújo et al. (2014)Alves-Araújo A, Swenson U & Alves M (2014) A taxonomic survey of Pouteria (Sapotaceae) from the northern portion of the Atlantic Rainforest of Brazil. Systematic Botany 39: 915-938..

Agradecimentos

À Capes, a concessão da bolsa de Mestrado ao primeiro autor; aos membros do Museu de Biologia Professor Mello-Leitão, especialmente a Helio de Queiroz Boudet Fernandes, o apoio logístico, considerações acerca do projeto inicial e concessão de pesquisa no herbário MBML e na EBSL; a Jorge Luiz Thomazini Malaquias, a assistência durante o trabalho de campo e coleta de amostras; a Hilton Moura Neto (ESFA), o apoio logístico; a Joelcio Freitas, o apoio na confecção do mapa. Os autores agradecem ainda à FAPES, o financiamento do Projeto Sapotaceae no Espírito Santo (Edital 06/2014 - Universal Individual. Processo nº 67652000).

Referências

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Editado por

Editor de área: Dr. Leandro Giacomin

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    19 Jun 2019
  • Data do Fascículo
    2019

Histórico

  • Recebido
    01 Jun 2017
  • Aceito
    25 Abr 2018
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