Resumo
O presente estudo teve como objetivo avaliar a distribuição espacial de briófitas ocorrentes na Ilha de Mosqueiro, na Amazônia. Foram selecionadas 41 parcelas de 100 m² em ambientes alagados e não alagados para coleta de dados. Os resultados foram comparados com os levantamentos de outras ilhas do estado do Pará e analisados segundo frequência de populações, substratos colonizados, guildas de tolerância à luz e distribuição nos biomas brasileiros. Foram registradas 97 espécies, distribuídas em 36 gêneros e 18 famílias, sendo 57 (58,7%) hepáticas e 40 (41,2%) espécies de musgo. As espécies raras se destacaram com 53 espécies (54,08%). Observou-se alta similaridade entre as comunidades corticícolas e epíxilas, e entre a comunidade terrícola e com as briófitas encontradas crescendo no carvão, que é um substrato artificial. Em relação às guildas de tolerância à luz, prevaleceu a espécie generalista (52 espécies, 53,6%). Quanto à distribuição fitogeográfica, houve predomínio de espécies com ocorrência na Amazônia e Mata Atlântica (35 espécies, 37,11%) e espécies endêmicas da Amazônia (10 espécies, 10,3%). Ceratolejeunea ceratantha é relatada pela primeira vez para o estado do Pará. O nível de antropização na ilha foi evidenciado principalmente pela alta riqueza e ocorrência de espécies generalistas e bem adaptadas às condições de estresse, evidenciando alterações na estrutura da comunidade de briófitas.
Palavras-chave
estuário amazônico; antropização; brioflora; ecologia; modificação ambiental
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