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Flora da Reserva Ducke, Amazonas, Brasil: Calophyllaceae

Flora of Reserva Ducke, Amazonas, Brazil: Calophyllaceae

Resumo

Calophyllaceae está representada na Reserva Ducke por dez espécies pertencentes aos seguintes gêneros: Calophyllum (C. brasiliense), Caraipa (C. costata, C. grandifolia subsp. grandifolia, C. heterocarpa, C. odorata, C. punctulata, C. rodriguesii, C. valioi), Clusiella (C. axillaris) e Haploclathra (H. paniculata). Apresentamos descrições para os gêneros e espécies, chaves de identificação e comentários sobre distribuição geográfica e fenologia.

Palavras-chave:
Amazônia; Calophyllum; Caraipa; Clusiella; Haploclathra

Abstract

Calophyllaceae is represented in Reserva Ducke by ten species belonging to the following genera: Calophyllum (C. brasiliense), Caraipa (C. costata, C. grandifolia subsp. grandifolia, C. heterocarpa, C. odorata, C. punctulata, C. rodriguesii, C. valioi), Clusiella (C. axillaris), and Haploclathra (H. paniculata). We present descriptions for the genera and species, identification keys, and comments on the geographical distribution and phenology.

Key words:
Amazon; Calophyllum; Caraipa; Clusiella; Haploclathra

Introdução

O clado Clusioide (Ordem Malpighiales) possui distribuição pantropical e é composto por cinco famílias monofiléticas: Bonnetiaceae, Calophyllaceae, Clusiaceae s.s., Hypericaceae e Podostemaceae (Wurdack & Davis 2009Wurdack KJ & Davis CC (2009) Malpighiales phylogenetics: gaining ground on one of the most recalcitrant clades in the angiosperm tree of life. American Journal of Botany 96: 1551-1570.; Ruhfel et al. 2011Ruhfel BR, Bittrich V, Bove CP, Gustafsson MHG, Philbrick CT, Rutishauser R, Xi Z & Davis CC (2011) Phylogeny of the Clusioid clade (Malpighiales): evidence from the plastid and mitochondrial genomes. American Journal of Botany 98: 306-325., 2013Ruhfel BR, Stevens PF & Davis CC (2013) Combined morphological and molecular phylogeny of the Clusioid Clade (Malpighiales) and the placement of the ancient rosid macrofossil Paleoclusia. International Journal of Plant Sciences 174: 910-936.; Xi et al. 2012Xi Z, Ruhfel BR, Schaefer H, Amorim AM, Sugumaran M, Wurdack KJ, Endress PK, Matthews ML, Stevens PF, Mathews S & Davis CC (2012) Phylogenomics and a posteriori data partitioning resolve the Cretaceous angiosperm radiation Malpighiales. Proceedings of the National Academy of Sciences 109: 17519-17524.; APG IV 2016APG IV - Angiosperm Phylogeny Group (2016) An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society 181: 1-20.). Apesar da grande diversidade morfológica e ecológica, estas famílias compartilham como sinapomorfias xantonas distintas, sementes exotégmicas, canais ou cavidades secretoras especialmente nas folhas (exceto Bonnetiaceae) e óvulos tenuinucelados (Stevens 2001Stevens PF (2001 em diante) Angiosperm Phylogeny Website. Version 14, July 2017. Disponível em <http://www.mobot.org/MOBOT/research/APweb/>. Acesso em 08 fevereiro 2019.
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em diante, 2007Stevens PF (2007) Clusiaceae. In: Kubitzki K (ed.) The families and genera of vascular plants. Vol. 9. Springer Verlag, Viena. Pp: 48-66.; Ruhfel et al. 2011Ruhfel BR, Bittrich V, Bove CP, Gustafsson MHG, Philbrick CT, Rutishauser R, Xi Z & Davis CC (2011) Phylogeny of the Clusioid clade (Malpighiales): evidence from the plastid and mitochondrial genomes. American Journal of Botany 98: 306-325.). Dentre elas, Calophyllaceae é grupo irmão do clado formado por Hypericaceae e Podostemaceae (Ruhfel et al. 2011Ruhfel BR, Bittrich V, Bove CP, Gustafsson MHG, Philbrick CT, Rutishauser R, Xi Z & Davis CC (2011) Phylogeny of the Clusioid clade (Malpighiales): evidence from the plastid and mitochondrial genomes. American Journal of Botany 98: 306-325.).

Calophyllaceae é composta por 14 gêneros e cerca de 460 espécies, organizadas em duas tribos: Calophylleae, com distribuição pantropical, e Endodesmieae, restrita à África (Stevens 2001Stevens PF (2001 em diante) Angiosperm Phylogeny Website. Version 14, July 2017. Disponível em <http://www.mobot.org/MOBOT/research/APweb/>. Acesso em 08 fevereiro 2019.
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em diante; Ruhfel et al. 2011Ruhfel BR, Bittrich V, Bove CP, Gustafsson MHG, Philbrick CT, Rutishauser R, Xi Z & Davis CC (2011) Phylogeny of the Clusioid clade (Malpighiales): evidence from the plastid and mitochondrial genomes. American Journal of Botany 98: 306-325.). No Brasil, a família é representada por sete gêneros e 87 espécies (~19% das spp. da família) (BFG 2015BFG - The Brazil Flora Group (2015) Growing knowledge: an overview of seed plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1085-1113.; BFG 2018BFG - The Brazil Flora Group (2018) Brazilian Flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.; Trad & Cabral 2020Trad RJ & Cabral FN (2020) Calophyllaceae. In: Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB121875>.
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), distribuídas em todas as regiões, domínios fitogeográficos e estados, com exceção dos estados do Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.

As espécies de Calophyllaceae podem ser árvores ou arbustos, raramente lianas (Clusiella), com exsudato creme, branco, incolor ou amarelo. As folhas são simples, opostas (Calophyllum, Clusiella e Haploclathra), alternas dísticas ou espiraladas (Caraipa), geralmente são coriáceas e/ou carnosas, não possuem estípulas, a margem é inteira, canais ou cavidades secretoras e coléteres estão presentes ou não. As inflorescências são organizadas em cimeiras, racemos ou panículas, raramente com flores solitárias, terminais ou axilares, as quais portam flores bissexuais ou raramente unissexuais em Calophyllum e Clusiella, actinomorfas, brancas ou creme, 4-5-meras. O perianto pode estar organizado em sépalas e pétalas, sendo (2-)4-5 sépalas, imbricadas; 4-6 pétalas livres, imbricadas ou convolutas; ou em tépalas, variando de 4 a 10 em Calophyllum. Os estames são numerosos e as glândulas apicais nas anteras produtoras de óleo podem estar presentes ou não. O ovário é súpero, com 2-5 carpelos, cada carpelo possui 1 a muitos óvulos, placentação axilar, basal ou parietal e estilete geralmente longo. Os frutos podem ser do tipo baga em Calophyllum e Clusiella, ou cápsulas em Caraipa e Haploclathra (Stevens 2001Stevens PF (2001 em diante) Angiosperm Phylogeny Website. Version 14, July 2017. Disponível em <http://www.mobot.org/MOBOT/research/APweb/>. Acesso em 08 fevereiro 2019.
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em diante, 2007Stevens PF (2007) Clusiaceae. In: Kubitzki K (ed.) The families and genera of vascular plants. Vol. 9. Springer Verlag, Viena. Pp: 48-66.).

As coletas dos espécimes descritos nesta flora foram realizadas durante o projeto Flora da Reserva Ducke, que foi realizado numa área da Reserva Florestal Adolpho Ducke, localizada em Manaus, Amazonas (Hopkins 2005Hopkins MJG (2005) Flora da Reserva Ducke, Amazonas, Brasil. Rodriguésia 56: 9-25.). Após a publicação do guia Flora da Reserva Ducke (Ribeiro et al. 1999), diversos tratamentos taxonômicos das famílias descritas para a reserva já foram publicados (por exemplo Prado 2005Prado J (2005) Flora da Reserva Ducke, Amazônia, Brasil: Pteridophyta - Pteridaceae. Rodriguésia 56: 85-92.; Forzza 2007Forzza RC (2007) Flora da Reserva Ducke, Amazonas, Brasil: Marantaceae. Rodriguésia 58: 533-543.; Martins et al. 2018Martins MV, Shimizu GH & Bittrich V (2018) Flora da Reserva Ducke, estado do Amazonas, Brasil: Hypericaceae. Hoehnea 45: 361-371.). O tratamento taxonômico aqui apresentado dá continuidade a estas monografias.

Material e Métodos

A área de estudo, Reserva Florestal Adolpho Ducke, cobre 10.000 ha de floresta tropical úmida, dominada principalmente por floresta de terra firme (Hopkins 2005Hopkins MJG (2005) Flora da Reserva Ducke, Amazonas, Brasil. Rodriguésia 56: 9-25.; PPBio 2012PPBio - Programa de Pesquisa em Biodiversidade (2012) Repositório de dados do PPBio. Disponível em <https://ppbio.inpa.gov.br/sitios/ducke>. Acesso em 08 fevereiro 2019.
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). A reserva situa-se na periferia de Manaus e no divisor de águas da bacia do Rio Amazonas e do Rio Negro (PPBio 2012PPBio - Programa de Pesquisa em Biodiversidade (2012) Repositório de dados do PPBio. Disponível em <https://ppbio.inpa.gov.br/sitios/ducke>. Acesso em 08 fevereiro 2019.
https://ppbio.inpa.gov.br/sitios/ducke...
).

Foram analisadas as coleções dos herbários BM, BR, F, G, HFSL, INPA, K, MBM, MG, MO, NY, P, S, SP, U, UEC, US (acrônimos segundo Thiers, continuamente atualizadoThiers B [continuamente atualizado] Index Herbariorum: a global directory of public herbaria and associated staff. New York Botanical Garden’s Virtual Herbarium. Disponível em <http://sweetgum.nybg.org/science/ih/>. Acesso em 08 fevereiro 2019.
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) por meio de visitas, empréstimos e/ou fotos. As descrições taxonômicas e identificações foram feitas a partir do material observado e literatura relacionada (Kubitzki 1978Kubitzki K (1978) Caraipa and Mahurea (Bonnetiaceae). In: Maguire B & collaborators (eds.) The botany of the Guyana Highlands. Part X. Memoirs of the New York Botanical Garden 29: 82-131.; Hammel 1999Hammel B (1999) Two new species of Clusiella (Clusiaceae) with a synopsis of the genus. Novon 9: 349-359.; Stevens 2001Stevens PF (2001 em diante) Angiosperm Phylogeny Website. Version 14, July 2017. Disponível em <http://www.mobot.org/MOBOT/research/APweb/>. Acesso em 08 fevereiro 2019.
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em diante, 2007Stevens PF (2007) Clusiaceae. In: Kubitzki K (ed.) The families and genera of vascular plants. Vol. 9. Springer Verlag, Viena. Pp: 48-66.; Vela 2013Vela DMD (2013) Multivariate analysis of morphological and anatomical characters of Calophyllum (Calophyllaceae) in South America. Botanical Journal of the Linnean Society 171: 587-626.; Cabral 2016Cabral FN (2016) Taxonomic and Phylogenetic studies in Caraipa and Haploclathra (Calophyllaceae). Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil. 305p.).

Resultados e Discussão

O mesmo número de espécies encontrado durante a realização do projeto Flora da Reserva Ducke foi encontrado por nós. Assim, as Calophyllaceae são representadas por dez espécies na Reserva Florestal Adolpho Ducke pertencentes a quatro gêneros, Calophyllum (uma espécie), Caraipa (sete espécies), Clusiella (uma espécie) e Haploclathra (uma espécie) (Figs. 1-3).

Figura 1
a-c. Calophyllum brasiliense - a. ramo estéril; b. fruto; c. detalhe das nervuras secundárias da folha. d-f. Clusiella axillaris - d. hábito; e. flor estaminada; f. botão floral. (a,c. Vicentini 381; b. Cabral 362; d. Ducke 1626; e-f. Rodrigues 3857).
Figure 1
a-c. Calophyllum brasiliense - a. sterile branch; b. fruit; c. detail of secundary leaf veins; d-f. Clusiella axillaris - d. habit; e. staminate flower; f. flower bud. (a,c. Vicentini 381; b. Cabral 362; d. Ducke 1626; e-f. Rodrigues 3857).

Figura 2
a-b. Caraipa costata - a. ramo com botões florais; b. fruto. c. Caraipa grandifolia subsp. grandifolia - frutos. d. Caraipa heterocarpa - fruto. e-f. Caraipa odorata - e. fruto; f. inflorescência. g-h. Caraipa punctulata - g. frutos; h. ramo com botões florais. i. Caraipa rodriguesii - fruto. j-k. Caraipa valioi - j. fruto; k. ramo com frutos. (a-b. Cabral 1153; c. Assunção 828; d. Cabral 705; e-f. Souza 476; g-h. Vicentini 836; i. Castilho 1291; j. Setz 200; k. Krukoff 8898).
Figure 2
a-b. Caraipa costata - a. branch with flower buds; b. fruit. c. Caraipa grandifolia subsp. grandifolia - fruits. d. Caraipa heterocarpa - fruit. e-f. Caraipa odorata - e. fruit; f. inflorescence. g-h. Caraipa punctulata - g. fruits; h. branch with flower buds. i. Caraipa rodriguesii - fruto. j-k. Caraipa valioi - j. fruit; k. branch with fruits. (a-b. Cabral 1153; c. Assunção 828; d. Cabral 705; e-f. Souza 476; g-h. Vicentini 836; i. Castilho 1291; j. Setz 200; k. Krukoff 8898).

Figura 3
a-f. Haploclathra paniculata - a. ramo com botões florais; b. inflorescência; c. botão floral; d. fruto; e. semente; f. fruto imaturo. (a-c. Vicentini 1144; d-e. Ducke 926; f. Stropp 202).
Figure 3
a-f. Haploclathra paniculata - a. branch with flower buds; b. inflorescence; c. flower bud; d. fruit; e. seed; f. immature fruit. (a-c. Vicentini 1144; d-e. Ducke 926; f. Stropp 202).

Tratamento taxonômico

    Chave de identificação para os gêneros de Calophyllaceae da Reserva Ducke
  • 1. Folhas alternas...................................................................................................................... 2. Caraipa

  • 1’. Folhas opostas....................................................................................................................................... 2

    • 2. Lianas, epífitas ou arbustos; canais de exsudato visíveis na lâmina foliar................... 3. Clusiella

    • 2’. Árvores; canais de exsudato não visíveis na lâmina foliar.

      • 3. Nervuras secundárias distantes menos de 1 mm (17-28 pares/cm); perianto formado por tépalas; frutos tipo baga.................................................................................. 1. Calophyllum

      • 3’. Nervuras secundárias distantes mais que 1 mm (12-50 pares/folha); perianto formado por sépalas e pétalas; frutos tipo cápsula lenhosa................................................ 4. Haploclathra

1. Calophyllum L., Sp. Pl. 1: 513. 1753.

Árvores ou arvoretas; exsudato amarelo ou creme. Folhas opostas, decussadas; nervuras secundárias numerosas, densamente paralelas. Inflorescências em cimeiras axilares; brácteas decíduas, bractéolas ausentes. Flores pequenas uni ou bissexuais; tépalas: externas 4, internas 0-8, brancas. Estames numerosos; filetes delgados; anteras curtas. Ovário unilocular, uniovulado; estigma expandido. Bagas, geralmente globosas, lisas. Semente 1, testa lenhosa, não alada.

Calophyllum possui distribuição pantropical com ca. 190 espécies (Kearns et al. 1998Kearns DM, Berry PE, Stevens PF, Cuello NL, Pipoly III JJ, Robson KB, Holst BK, Kubitzki K & Weitzman AL (1998) Clusiaceae. In: Steyermark JA, Berry PE & Holst BK (eds.) Flora of the Venezuelan Guayana. Vol. 4. Missouri Botanical Garden Press, Saint Louis. Pp. 252-258.). No Brasil ocorrem três espécies: Calophyllum brasiliense Cambess., C. longifolium Willd. e C. pachyphyllum Planch. & Triana (Vela 2013Vela DMD (2013) Multivariate analysis of morphological and anatomical characters of Calophyllum (Calophyllaceae) in South America. Botanical Journal of the Linnean Society 171: 587-626.; BFG 2015BFG - The Brazil Flora Group (2015) Growing knowledge: an overview of seed plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1085-1113.; BFG 2018BFG - The Brazil Flora Group (2018) Brazilian Flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.; Trad & Cabral 2020Trad RJ & Cabral FN (2020) Calophyllaceae. In: Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB121875>.
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).

1.1. Calophyllum brasiliense Cambess., Fl. Bras. Merid. 1(8): 320. 1828. Fig. 1a-c

Árvores de até 35 m alt. Exsudato amarelo ou creme, ritidoma profundamente fissurado, ramos cilíndricos. Lâminas coriáceas a subcoriáceas, elípticas, oblongo-elípticas a obovais, 4,2-9,3(-13) × 2,4-4,4(-5,7) cm, ápice obtuso, arredondado a retuso, ou levemente acuminado, base aguda a cuneada, superfícies glabras, margem plana a levemente revoluta; nervura central impressa na superfície adaxial; nervuras secundárias conspícuas em ambas as superfícies, retas, paralelas, 17-28 pares/cm; nervuras terciárias inconspícuas; pecíolos 4,8-17,2 mm compr., glabros. Inflorescências com 2-22 flores, pedúnculo 1,8-6 cm compr.; pedicelos 9-20 mm compr.; pedúnculo e pedicelos glabros a pubescentes; brácteas opostas. Flores bissexuais com tépalas 4-10, 3-6,3 × 1,8-4,3 mm. Estames 30-50, 1-2,5 mm compr.; anteras latrorsas, ca. 1 mm compr. Ovário 0,5-1 mm diâmetro, glabro, estigma peltado. Bagas elipsoides ou ovoides, 1,3-1,4 × 1,2-1,3 cm, marrons a amareladas e enrugadas in sicco, ápice obtuso, glabras. Semente não vistas.

Material selecionado: próximo ao campo de futebol, 20.I.1998, fr., J.E.L.S. Ribeiro 1962 (INPA, UEC); 15.VIII.1997, fl., M.J.G. Hopkins & E.C. Pereira 1632 (INPA, MBM, MO, NY, US); 3.III.1995, fl., V. Bittrich 95-176 (INPA, UEC); 4.I.1977, J.R. Nascimento 246 (INPA); 4.XII.1993, fr., A. Vicentini & P.A.C.L. Assunção 381 (INPA, MO, NY, UEC); 11.I.1977, J.R. Nascimento 373 (INPA); III.1986, fr., J.M. Albuquerque (INPA 143020); 8.X.1965, A. Loureiro (INPA 58589).

Calophyllum é um gênero facilmente reconhecido por suas folhas decussadas e nervuras secundárias numerosas e densamente paralelas. No entanto, a delimitação a nível específico é difícil, pois muitos caracteres não são claros e caracteres florais, como número de tépalas, podem variar muito, dificultando a identificação (Vela 2013Vela DMD (2013) Multivariate analysis of morphological and anatomical characters of Calophyllum (Calophyllaceae) in South America. Botanical Journal of the Linnean Society 171: 587-626.). Um resultado disso é que Calophyllum brasiliense é frequentemente identificado como C. aff. brasiliense, ou então identificado erroneamente. Os principais caracteres apresentados na chave taxonômica de Vela (2013)Vela DMD (2013) Multivariate analysis of morphological and anatomical characters of Calophyllum (Calophyllaceae) in South America. Botanical Journal of the Linnean Society 171: 587-626. para C. brasiliense e que auxiliam na separação entre as outras espécies ocorrentes na América do Sul (C. longifolium, C. pachyphyllum e C. pubescens Vela Díaz) são a nervura principal impressa na superfície adaxial, ramos cilíndricos e lâmina glabra (vs. nervura principal saliente ou impressa apenas na base e ramos quadrangulares em C. longifolium e C. pachyphyllum; e lâmina tomentosa na superfície abaxial em C. pubescens).

Calophyllum brasiliense é amplamente distribuída, ocorrendo na Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela (Vela 2013Vela DMD (2013) Multivariate analysis of morphological and anatomical characters of Calophyllum (Calophyllaceae) in South America. Botanical Journal of the Linnean Society 171: 587-626.). No Brasil, ocorre em todos os estados das Regiões Centro-Oeste e Sudeste, além das Regiões Norte (estados do Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima), Nordeste (Bahia, Maranhão) e Sul (Paraná e Santa Catarina) (BFG 2015BFG - The Brazil Flora Group (2015) Growing knowledge: an overview of seed plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1085-1113.; BFG 2018BFG - The Brazil Flora Group (2018) Brazilian Flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.; Trad & Cabral 2020Trad RJ & Cabral FN (2020) Calophyllaceae. In: Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB121875>.
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). Na Reserva Ducke, ocorre nas florestas de vertente e de terra-firme. Registro de flores de agosto a outubro; frutos em dezembro.

2. Caraipa Aubl., Hist. Pl. Guiane 1: 561, t. 223, f. 1. 1775.

Árvores, arvoretas, arbustos ou arbustos semi-prostrados. Exsudato geralmente escasso, creme, branco ou incolor. Folhas alternas, dísticas ou espiraladas; lâminas com tricomas estrelados sésseis ou estipitados, raramente glabras, superfície abaxial geralmente com células buliformes; nervuras secundárias conspícuas. Inflorescências geralmente com muitas flores, terminais ou axilares, panículas, algumas vezes racemos, ou flores solitárias; brácteas e bractéolas geralmente decíduas. Flores bissexuais; sépalas 5, com lobos arredondados ou agudos; pétalas 5, contortas, brancas ou amareladas. Estames numerosos, de diferentes tamanhos; anteras dorsifixas, com uma glândula conspícua no final do conectivo. Ovário 3-locular, 1(-3) óvulos por lóculo; estilete único; estigma expandido. Cápsulas lenhosas, septífragas, 3-valvadas, raramente indeiscentes. Sementes 1-3 por fruto, aladas.

Caraipa possui distribuição neotropical com ca. 40 espécies (Cabral 2016Cabral FN (2016) Taxonomic and Phylogenetic studies in Caraipa and Haploclathra (Calophyllaceae). Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil. 305p.; Cabral et al. 2017Cabral FN, Bittrich V & Amaral MCE (2017) Two new endemic species of Caraipa (Calophyllaceae) from the Central Amazon Basin, Amazonas state, Brazil. Phytotaxa 311: 77-84.). No Brasil ocorrem 26 espécies, distribuídas principalmente na região Amazônica, mas também ocorrentes em alguns estados das Regiões Centro-Oeste e Nordeste (BFG 2015BFG - The Brazil Flora Group (2015) Growing knowledge: an overview of seed plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1085-1113.; BFG 2018BFG - The Brazil Flora Group (2018) Brazilian Flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.; Trad & Cabral 2020Trad RJ & Cabral FN (2020) Calophyllaceae. In: Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB121875>.
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; Cabral 2016Cabral FN (2016) Taxonomic and Phylogenetic studies in Caraipa and Haploclathra (Calophyllaceae). Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil. 305p.). Na Reserva Ducke, ocorrem sete espécies.

    Chave de identificação para as espécies de Caraipa da Reserva Ducke
  • 1. Superfície foliar abaxial glabra.............................................................................................................. 2

    • 2. Superfície foliar abaxial com células buliformes; acúmen foliar ca. 1,5 cm compr.; pétalas 6-7 mm compr.; fruto piramidal, ruguloso, 1,6-2,3 cm compr................................ 2.7. Caraipa valioi

    • 2’. Superfície foliar abaxial sem células buliformes; acúmen foliar 2,5-3 cm compr.; pétalas 10-16 mm compr.; fruto globoso ou ovoide, liso, 2,3-4,4 cm compr....................................................... 3

      • 3. Folhas estreitamente ovadas, lâminas frequentemente brilhantes quando secas; inflorescências racemosas ou flores solitárias, pedicelos glabros ou pubescentes; pétalas 15-16 mm compr.; ovário glabro; fruto ovoide e indeiscente, glabro e brilhante................ 2.4. Caraipa odorata

      • 3’. Folhas elípticas a ovadas, lâminas nunca brilhantes quando secas; inflorescências paniculadas, pedicelos tomentosos; pétalas 10-13 mm compr.; ovário tomentoso; fruto globoso e deiscente, tomentoso e opaco........................................................................... 2.3. Caraipa heterocarpa

  • 1’. Superfície foliar abaxial pubescente ou tomentosa................................................................................ 4

    • 4. Superfície foliar abaxial com tricomas estrelados estipitados....................................................... 5

      • 5. Pecíolos 7-14 mm compr.; superfície foliar abaxial sem células buliformes; lobos do cálice 2-3 mm compr.; fruto ovoide, tomentoso e liso..................................... 2.1. Caraipa costata

      • 5’. Pecíolo 4-7 mm compr.; superfície foliar abaxial com células buliformes; lobos do cálice 1-1,5 mm compr.; fruto piramidal, pubescente e ruguloso............... 2.6. Caraipa rodriguesii

    • 4’. Superfície foliar abaxial com apenas tricomas estrelados sésseis.................................................. 6

      • 6. Folhas com acúmen de até 2,5 cm compr.; superfície foliar abaxial sem células buliformes; fruto globoso................................................................................... 2.3. Caraipa heterocarpa

      • 6’. Folhas com acúmen de ca. 1 cm compr.; superfície foliar abaxial com células buliformes; fruto ovoide ou piramidal....................................................................................................... 7

        • 7. Folhas escuras quando secas, especialmente a superfície adaxial; pedicelo 5-17 mm compr.; lobos do cálice 1,5-1,8 mm compr.; pétalas 5-10 mm compr.; fruto piramidal, glabro ou com tricomas esparsos ou densos e ruguloso, 1,4-1,8 mm compr...................................................................................................................... 2.5. Caraipa punctulata

        • 7’. Folhas não escurecidas quando secas; pedicelo 1-5 mm compr.; lobos do cálice 2-3 mm compr.; pétalas 9-15 mm compr.; fruto ovoide, tomentoso e liso, 2-4 mm compr.............................................................................. 2.2. Caraipa grandifolia subsp. grandifolia

2.1. Caraipa costata Spruce ex Benth., J. Linn. Soc., Bot. 5: 61. 1861. Fig. 2a-b

Arvoretas ou árvores com até 22 m alt. Folhas dísticas. Lâminas cartáceas, elípticas, lanceoladas ou obovadas, 9-20 × 5,5-10 cm, ápice agudo ou obtuso, geralmente com acúmen ca. 1 cm compr., base arredondada a obtusa, superfície adaxial glabra e opaca, superfície abaxial sem células buliformes, pubescente, com tricomas estrelados sésseis e estipitados, esparsos ou densos; nervura central sulcada ou plana adaxialmente, proeminente abaxialmente, pubescente em ambas as superfícies; nervuras secundárias 9-18 pares; nervuras terciárias tipicamente conspícuas em ambas as superfícies; pecíolos 7-14 mm compr. Inflorescências paniculadas, terminais ou axilares, pedúnculo 6-8 cm compr., com 1-6 flores; pedicelos 8-22 mm compr.; pedúnculo e pedicelos tomentosos cobertos com tricomas longos simples. Sépalas com lobos 2-3 × 3-4 mm. Pétalas 16-25 × 12-16 mm. Estames 14-15 mm compr.; anteras ca. 0,7 mm compr., glândulas cobrindo o topo das anteras. Ovário ca. 3 mm diâmetro, tomentoso. Cápsulas ovoides, 4-5 × 3,7-5 cm, superfície lisa e opaca, tomentosa, com tricomas estrelados estipitados, exocarpo não se separando do endocarpo no fruto maduro. Sementes ca. 3 cm compr., aladas na porção superior.

Material selecionado: Igarapé do Bolívia, 2.VI.1993, fl., J.E.L.S. Ribeiro 779 (INPA, NY); trilha de acesso ao Igarapé do Tinga, 27.IV.1994, fr., J.E.L.S. Ribeiro et al. 1278 (INPA, UEC); 9.XII.1994, fr., C.A. Sothers et al. 293 (INPA, MO, NY); 19.VI.1996, fl., P.A.C.L. Assunção et al. 304 (INPA, MO); 24.IV.2014, fr., F.N. Cabral 1153 (INPA).

Caraipa costata é distinguível das outras espécies de Caraipa da Reserva Florestal Adolpho Ducke pelos seus tricomas esparsos sésseis e estipitados na superfície abaxial da folha (Kubitzki 1978Kubitzki K (1978) Caraipa and Mahurea (Bonnetiaceae). In: Maguire B & collaborators (eds.) The botany of the Guyana Highlands. Part X. Memoirs of the New York Botanical Garden 29: 82-131.; Cabral 2016Cabral FN (2016) Taxonomic and Phylogenetic studies in Caraipa and Haploclathra (Calophyllaceae). Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil. 305p.). A espécie é endêmica do estado do Amazonas, Brasil (BFG 2015BFG - The Brazil Flora Group (2015) Growing knowledge: an overview of seed plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1085-1113.; BFG 2018BFG - The Brazil Flora Group (2018) Brazilian Flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.; Trad & Cabral 2020Trad RJ & Cabral FN (2020) Calophyllaceae. In: Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB121875>.
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora...
; Cabral 2016Cabral FN (2016) Taxonomic and Phylogenetic studies in Caraipa and Haploclathra (Calophyllaceae). Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil. 305p.). Na Reserva Ducke, ocorre em florestas de baixio. Registro de flores em junho; frutos em dezembro e abril.

2.2. Caraipa grandifolia Mart. subsp. grandifolia , Nov. Gen. Sp. Pl. 1(4): 106. 1826. Fig. 2c

Arvoretas ou árvores com até 16 m alt. Folhas dísticas. Lâminas cartáceas, elípticas, lanceoladas ou obovadas, 8-18 × 3-7 cm, ápice agudo ou obtuso, geralmente com acúmen ca. 1 cm compr., base arredondada, aguda ou subcordada, superfície adaxial glabra e opaca, superfície abaxial com células buliformes, pubescente, com tricomas estrelados sésseis; nervura central sulcada e glabra adaxialmente, proeminente e pubescente abaxialmente; nervuras secundárias 13-17 pares; nervuras terciárias tipicamente conspícuas em ambas as superfícies; pecíolos 10-16 mm compr. Inflorescências paniculadas ou em glomérulos, terminais ou axilares, pedúnculo 1,5-12 cm compr., com (1-)4-40 flores; pedicelos 1-5(-8) mm compr.; pedúnculo e pedicelos cobertos com tricomas estrelados estipitados simples e longos. Sépalas com lobos 2-3 × 2-3 mm. Pétalas 9-15 × 4-7 mm. Estames 3-6 mm compr.; anteras ca. 0,6 mm compr., glândula cobrindo o topo das tecas. Ovário 2-3 mm diâmetro, tomentoso. Cápsulas ovoides, 2-4 × 1,5-2,6 cm, superfície lisa (a levemente sulcada) e opaca, tomentosa, com tricomas estrelados sésseis, exocarpo se separando do endocarpo no fruto maduro. Sementes não vistas.

Material selecionado: 26.II.1957, E. Ferreira 57-22 (INPA); Igarapé do Acará, 11.XII.1997, fl., C.A. Sothers & E.C. Pereira 1060 (INPA, MO, NY); 24.III.1998, fr., P.A.C.L. Assunção et al. 828 (HFSL, INPA, NY).

Caraipa grandifolia subsp. grandifolia pode ser distinguida das demais espécies do gênero na área por suas folhas longas (alcançando 18 cm compr.), número de nervuras secundárias (13-17 pares), superfície abaxial da folha com células buliformes conspícuas e pelos tricomas estrelados sésseis (Kubitzki 1978Kubitzki K (1978) Caraipa and Mahurea (Bonnetiaceae). In: Maguire B & collaborators (eds.) The botany of the Guyana Highlands. Part X. Memoirs of the New York Botanical Garden 29: 82-131.; Cabral 2016Cabral FN (2016) Taxonomic and Phylogenetic studies in Caraipa and Haploclathra (Calophyllaceae). Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil. 305p.). Em relação à subespécie Caraipa grandifolia subsp. lacerdaei (Barb. Rodr.) Kubitzki, a subsp. grandifolia pode ser distinguida pelo tamanho de seus botões florais 5-7,5(-9) mm compr. (vs. 10-13(-18) mm na subsp. lacerdaei), estames mais curtos 3-6 mm compr. (vs. 5-12 mm na subsp. lacerdaei) e superfície lisa do fruto (vs. tuberculado na subsp. lacerdaei). Além disso, a distribuição das duas subespécies de Caraipa grandifolia pode ajudar na separação delas: C. grandifolia subsp. grandifolia ocorre mais frequentemente no oeste da Amazônia (com alguns espécimes coletados no Pará) e C. grandifolia subsp. lacerdaei ocorre mais frequentemente ao leste da Amazônia. No entanto, a distribuição se sobrepõe na região de Manaus. Caraipa grandifolia subsp. grandifolia ocorre no Brasil, Colômbia, Peru e Venezuela. No Brasil, distribui-se na Região Norte (Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima) (BFG 2015BFG - The Brazil Flora Group (2015) Growing knowledge: an overview of seed plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1085-1113.; BFG 2018BFG - The Brazil Flora Group (2018) Brazilian Flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.; Trad & Cabral 2020Trad RJ & Cabral FN (2020) Calophyllaceae. In: Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB121875>.
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora...
; Cabral 2016Cabral FN (2016) Taxonomic and Phylogenetic studies in Caraipa and Haploclathra (Calophyllaceae). Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil. 305p.). Na Reserva Ducke, ocorre em florestas alagáveis, de baixio e de terra-firme. Registro de flores de junho a fevereiro; frutos de janeiro a outubro.

2.3. Caraipa heterocarpa Ducke, Bull. Mus. Natl. Hist. Nat., sér. 2, 4: 472. 1932. Fig. 2d

Árvores com até 30 m alt. Folhas dísticas. Lâminas coriáceas, elípticas, ovadas, 7,5-13,5 × 2,7-5,8 cm, ápice agudo ou obtuso, acúmen com até 2,5 cm compr., base arredondada, ou obtusa, superfície adaxial glabra e opaca, superfície abaxial sem células buliformes, glabra ou com esparsos tricomas estrelados sésseis; nervura central plana ou sulcada adaxialmente, proeminente abaxialmente, pubescentes em ambas as superfícies; nervuras secundárias 9-12 pares; nervuras terciárias tipicamente conspícuas em ambas as superfícies; pecíolos 6-11 mm compr. Inflorescências paniculadas, terminais ou axilares, pedúnculo 4,5-6,5 cm compr., com (2-)5-20 flores; pedicelos 4-13 mm compr.; pedúnculo e pedicelos tomentosos, cobertos com tricomas estrelados estipitados e simples e longos. Sépalas com lobos 2-3 × 2-3 mm. Pétalas 10-13 × 5-8 mm. Estames 5-7 mm compr.; anteras ca. 0,8 mm compr., glândula entre as tecas. Ovário 1,5 mm diâmetro, tomentoso. Cápsulas globosas, 2,3-4 × 1,4-2,8 cm, superfície lisa e opaca, tomentosa, com tricomas estrelados sésseis e estipitados, exocarpo não se separando do endocarpo. Sementes não vistas.

Material selecionado: Igarapé do Acará, 21.IX.1994, fl., J.E.L.S. Ribeiro & C.F. Silva 1426 (INPA, MO, NY); 3.XI.1995, fl., V. Bittrich et al. 95-173 (INPA).

Caraipa heterocarpa é distinta das demais espécies pela combinação dos seguintes caracteres: folhas grandes (até 13,5 cm compr.) e glabras ou com tricomas esparsos, poucas nervuras secundárias (9-12 pares), inflorescência grande e frutos tomentosos (Kubitzki 1978Kubitzki K (1978) Caraipa and Mahurea (Bonnetiaceae). In: Maguire B & collaborators (eds.) The botany of the Guyana Highlands. Part X. Memoirs of the New York Botanical Garden 29: 82-131.; Cabral 2016Cabral FN (2016) Taxonomic and Phylogenetic studies in Caraipa and Haploclathra (Calophyllaceae). Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil. 305p.). A descrição dos frutos e os dados de fenologia estão de acordo com Cabral (2016)Cabral FN (2016) Taxonomic and Phylogenetic studies in Caraipa and Haploclathra (Calophyllaceae). Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil. 305p. e incluem informações de materiais de outras localidades, já que não havia nenhum fruto disponível para observação da Reserva Ducke. Ocorre no Brasil, na Colômbia e na Venezuela. No Brasil, ocorre na Região Norte (Amazonas, Pará) (BFG 2015BFG - The Brazil Flora Group (2015) Growing knowledge: an overview of seed plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1085-1113.; BFG 2018BFG - The Brazil Flora Group (2018) Brazilian Flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.; Trad & Cabral 2020Trad RJ & Cabral FN (2020) Calophyllaceae. In: Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB121875>.
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). Na Reserva Ducke, ocorre em florestas de baixio. Registro de flores em abril a janeiro; frutos de outubro a abril.

2.4. Caraipa odorata Ducke, Notizbl. Bot. Gart. Berlin-Dahlem 11: 588. 1932. Fig. 2e-f

Árvores com até 30 m alt. Folhas dísticas. Lâminas coriáceas, estreitamente ovadas, 15-20 × 3,7-6,2 cm, ápice acuminado, acúmen com até 3 cm compr., base arredondada a obtusa, superfícies adaxial e abaxial glabras, brilhantes, superfície adaxial com células buliformes; nervura central sulcada adaxialmente, proeminente abaxialmente, glabra em ambas as superfícies; nervuras secundárias 10-13 pares; nervuras terciárias tipicamente conspícuas em ambas as superfícies; pecíolos 7-11 mm compr. Inflorescências racemosas ou flores solitárias, terminais ou axilares, pedúnculo 6-9,5 cm compr., com (1-)2-16 flores; pedicelos 6-19 mm compr.; pedúnculo e pedicelos glabros ou pubescentes. Sépalas com lobos 2-3 × 2-3 mm. Pétalas 15-16 × 6-12 mm. Estames 8-10 mm compr.; anteras ca. 0,7 mm compr., glândula entre as tecas. Ovário 1,5-2 mm diâmetro, glabro. Cápsulas indeiscentes, ovoides, 3-4,4 × 1,5-2,5 cm, superfície lisa ou levemente rugosa, glabra e brilhante, exocarpo não se separando do endocarpo. Sementes não vistas.

Material selecionado: Igarapé do Acará, 2.XI.1997, fl., M.A.D. Souza et al. 476 (MBM, NY, SPF).

Caraipa odorata pode ser diferenciada das outras espécies de Caraipa pelas suas folhas longas, estreitas e, muitas vezes, brilhantes, com longo acúmen. A curta inflorescência racemosa e os frutos glabros, brilhantes e ovoides são bem característicos (Kubitzki 1978Kubitzki K (1978) Caraipa and Mahurea (Bonnetiaceae). In: Maguire B & collaborators (eds.) The botany of the Guyana Highlands. Part X. Memoirs of the New York Botanical Garden 29: 82-131.; Cabral 2016Cabral FN (2016) Taxonomic and Phylogenetic studies in Caraipa and Haploclathra (Calophyllaceae). Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil. 305p.). Os frutos e os dados sobre fenologia seguem Cabral (2016)Cabral FN (2016) Taxonomic and Phylogenetic studies in Caraipa and Haploclathra (Calophyllaceae). Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil. 305p., incluindo materiais coletados em outras localidades. Endêmica do estado do Amazonas, Brasil (BFG 2015BFG - The Brazil Flora Group (2015) Growing knowledge: an overview of seed plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1085-1113.; BFG 2018BFG - The Brazil Flora Group (2018) Brazilian Flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.; Trad & Cabral 2020Trad RJ & Cabral FN (2020) Calophyllaceae. In: Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB121875>.
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora...
). Na Reserva Ducke, ocorre em florestas de baixio. Registro de flores em abril e de setembro a dezembro; frutos em março e de novembro a dezembro.

2.5. Caraipa punctulata Ducke, Arch. Jard. Bot. Rio de Janeiro 3: 216. 1922. Fig. 2g-h

Arvoretas com até 3 m ou árvore com até 27 m alt. Folhas dísticas. Lâminas cartáceas, ovadas, elípticas ou obovadas, 8,7-19,2 × 2,8-6 cm, ápice agudo, acúmen 0,5-1 cm compr., base arredondada a obtusa, superfície adaxial glabra, opaca e escura quando seca, superfície abaxial com células buliformes e com esparsos tricomas estrelados sésseis; nervura central sulcada e glabra adaxialmente, proeminente e pubescente abaxialmente; nervuras secundárias 11-21 pares; nervuras terciárias conspícuas em ambas as superfícies; pecíolos 7-12 mm compr. Inflorescências paniculadas, terminais ou axilares, pedúnculo 2-10 cm compr., com (2-)5-19 flores; pedicelos 5-17 mm compr.; pedúnculo e pedicelos cobertos por tricomas estrelados sésseis e estipitados. Sépalas com lobos 1,5-1,8 × 1,8-2 mm. Pétalas 5-10 × 4-6 mm. Estames 2-4 mm compr.; anteras ca. 0,6 mm compr., glândula cobrindo as tecas. Ovário ca. 1,5 mm diâmetro, glabro ou tomentoso. Cápsulas piramidais 1,4-1,8 × 1-2 cm, superfície rugulosa e opaca, com esparsos ou densos tricomas estrelados sésseis ou glabros, exocarpo se separando do endocarpo. Sementes não vistas.

Material selecionado: a montante do acampamento do Acará, 22.IX.1994, fl., A. Vicentini et al. 717 (INPA, MO, NY); Igarapé do Tinga, 8.XII.1994, fr., A. Vicentini et al. 797 (INPA, MO, NY); Igarapé do Acará, 3.II.1995, fr., A. Vicentini et al. 836 (HFSL, INPA); 19.X.1995, fl., A. Vicentini et al. 1092 (INPA).

Caraipa punctulata pode ser distinguida das demais espécies de Caraipa que ocorrem na Reserva Florestal Adolpho Ducke por possuir superfície foliar mais escura quando seca, nervuras secundárias bem conspícuas, indumento com tricomas estrelados sésseis na superfície abaxial da lâmina foliar, fruto piramidal glabro ou com indumento de tricomas estrelados sésseis (Kubitzki 1978Kubitzki K (1978) Caraipa and Mahurea (Bonnetiaceae). In: Maguire B & collaborators (eds.) The botany of the Guyana Highlands. Part X. Memoirs of the New York Botanical Garden 29: 82-131.; Cabral 2016Cabral FN (2016) Taxonomic and Phylogenetic studies in Caraipa and Haploclathra (Calophyllaceae). Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil. 305p.). Distribui-se pelo Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. No Brasil, ocorre nas Regiões Norte (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima), Nordeste (Maranhão) e Centro-Oeste (Mato Grosso) (BFG 2015BFG - The Brazil Flora Group (2015) Growing knowledge: an overview of seed plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1085-1113.; BFG 2018BFG - The Brazil Flora Group (2018) Brazilian Flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.; Trad & Cabral 2020Trad RJ & Cabral FN (2020) Calophyllaceae. In: Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB121875>.
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). Na Reserva Ducke, ocorre em florestas de baixio. Registro de flores de setembro a outubro (outras localidades: de março a novembro); frutos em fevereiro e outubro a dezembro (outras localidades: de outubro a junho).

2.6. Caraipa rodriguesii Paula, Ci. & Cult. 20: 313. 1968. Fig. 2i

Árvores com até 25 m alt. Folhas dísticas. Lâminas coriáceas, elípticas a obovadas, 6-12,3 × 2,7-5 cm, ápice agudo ou arredondado, base obtusa ou arredondada, superfície adaxial glabra e opaca, superfície abaxial com células buliformes, pubescente, com tricomas estrelados sésseis e estipitados; nervura central sulcada e pubescente na base adaxialmente, proeminente e tomentosa abaxialmente; nervuras secundárias 13-21 pares; nervuras terciárias conspícuas em ambas as superfícies; pecíolo 5-20 mm compr. Inflorescências racemosas, com 2-3 flores, pedúnculo ca. 2 cm compr.; pedicelos 4-5 mm compr.; pedúnculo e pedicelos tomentosos. Flores não vistas. Sépalas com lobos 1-1,5 × 1,9-2 mm. Cápsulas globosas, ca. 1,7 × 1,3 cm, superfície levemente rugulosa, tomentosa, com tricomas estrelados sésseis, exocarpo provavelmente se separando do endocarpo. Sementes não vistas.

Material selecionado: 13.IV.1998, fr., P.A.C.L. Assunção et al. 836 (K, INPA, MG, MO, NY, U); 16.V.2003, fr., C.V. Castilho et al. 1285 (INPA); 17.V.2003, fr., C.V. Castilho et al. 1291 (INPA); 13.III.2013, F.N. Cabral et al. 700 (INPA, UEC); 13.III.2013, F.N. Cabral et al. 701 (INPA, UEC); 15.IX.2013, F.N. Cabral et al. 987 (INPA, UEC).

Caraipa rodriguesii pode ser separada das outras espécies da Reserva Florestal Adolpho Ducke pela combinação dos seguintes caracteres: folhas pubescentes com tricomas estrelados sésseis e estipitados, lobos do cálice agudos, superfície do fruto levemente rugosa e forma globosa do fruto (Kubitzki 1978Kubitzki K (1978) Caraipa and Mahurea (Bonnetiaceae). In: Maguire B & collaborators (eds.) The botany of the Guyana Highlands. Part X. Memoirs of the New York Botanical Garden 29: 82-131.; Cabral 2016Cabral FN (2016) Taxonomic and Phylogenetic studies in Caraipa and Haploclathra (Calophyllaceae). Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil. 305p.). Endêmica da região de Manaus, Amazonas, Brasil (BFG 2015BFG - The Brazil Flora Group (2015) Growing knowledge: an overview of seed plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1085-1113.; BFG 2018BFG - The Brazil Flora Group (2018) Brazilian Flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.; Trad & Cabral 2020Trad RJ & Cabral FN (2020) Calophyllaceae. In: Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB121875>.
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora...
). Na Reserva Ducke, ocorre em florestas alagáveis. Registro de frutos em abril e maio.

2.7. Caraipa valioi Paula, Ci. & Cult. 22: 375, f. 17-22. 1970. Fig. 2j-k

Árvores com até 30 m alt. Folhas dísticas. Lâminas coriáceas, lanceoladas a elípticas, 5,5-15 × 3-6,7 cm, ápice acuminado, acúmen ca. 1,5 cm compr., base arredondada ou obtusa, superfícies adaxial e abaxial glabras, opacas, superfície abaxial com células buliformes; nervura central sulcada e glabra na base adaxialmente, proeminente e pubescente ou glabra abaxialmente; nervuras secundárias 9-17 pares; nervuras terciárias geralmente conspícuas em ambas as superfícies; pecíolos 4-7 mm compr. Inflorescências paniculadas, terminais ou axilares, pedúnculo 5-14 cm compr., com (2-)6-23 flores; pedicelos 6-13 mm compr.; pedúnculo e pedicelos tomentosos, com tricomas estrelados estipitados. Sépalas com lobos 1-1,5 × 1-2 mm. Pétalas 6-7 × 5-6 mm. Estames 5-6 mm compr.; anteras ca. 0,5 mm compr., glândula entre as tecas. Ovário ca. 1,5 mm diâmetro, tomentoso. Cápsulas piramidais, 1,6-2,3 × 1,-1,7 cm, superfície levemente rugulosa, pubescente, com tricomas estrelados sésseis, exocarpo se separando do endocarpo. Sementes ca. 1,2 cm compr.

Material selecionado: 13.III.1969, J. Elias et al. 475 (UB).

Material adicional analisado: BRASIL. Amazonas: São Paulo de Olivença, basin of Creek Belém, 03°22’42”S, 68°52’20”W, 26.X.1936, fl., B.A. Krukoff 8898 (BM, BR, G, K, MO, NY, P, S, U, US); 26.X.1936, fl., B.A. Krukoff 8991 (BM, BR, G, MO, NY, P, S, U, US). Manaus, Distrito Agropecuário da Suframa-Rodovia BR-174, 02°25’S, 59°52’W, 2.X.1989, fr., E. Setz 200 (INPA). Pará: Gurupi, 30 km S of Gurupi, Belém-Brasília, 01°36’01”S, 46°13’00”W, 30.VIII.1964, fr., G.T. Prance et al. 58969 (F, G, K, NY, S, U, US).

Caraipa valioi é morfologicamente similar a C. densifolia, a espécie de Caraipa mais amplamente distribuída. As duas espécies podem ser separadas pelas folhas maiores e mais coriáceas em C. valioi, vs. folhas menores, cartáceas a menos coriáceas em C. densifolia. Caraipa valioi possui anteras maiores, com ca. 0,5 mm compr., vs. ca. 0,2 mm em C. densifolia (Kubitzki 1978Kubitzki K (1978) Caraipa and Mahurea (Bonnetiaceae). In: Maguire B & collaborators (eds.) The botany of the Guyana Highlands. Part X. Memoirs of the New York Botanical Garden 29: 82-131.; Cabral 2016Cabral FN (2016) Taxonomic and Phylogenetic studies in Caraipa and Haploclathra (Calophyllaceae). Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil. 305p.). Forma e indumento do fruto também podem ser úteis para separar as espécies: os frutos são pubescentes com tricomas estrelados sésseis e com valvas côncavas em C. valioi, vs. frutos tomentosos com tricomas estrelados sésseis e estipitados com valvas levemente côncavas em C. densifolia (Kubitzki 1978Kubitzki K (1978) Caraipa and Mahurea (Bonnetiaceae). In: Maguire B & collaborators (eds.) The botany of the Guyana Highlands. Part X. Memoirs of the New York Botanical Garden 29: 82-131.; Cabral 2016Cabral FN (2016) Taxonomic and Phylogenetic studies in Caraipa and Haploclathra (Calophyllaceae). Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil. 305p.). A espécie é endêmica do estado do Amazonas, Brasil (BFG 2015BFG - The Brazil Flora Group (2015) Growing knowledge: an overview of seed plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1085-1113.; BFG 2018BFG - The Brazil Flora Group (2018) Brazilian Flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.; Trad & Cabral 2020Trad RJ & Cabral FN (2020) Calophyllaceae. In: Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB121875>.
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). Na Reserva Ducke, ocorre em florestas alagáveis. Registro de flores em junho e de outubro a novembro; frutos em agosto e de outubro a novembro.

3. Clusiella Planch. & Triana, Ann. Sci. Nat., Bot. Sér. 4. 14: 253. 1860.

Lianas, epífitas ou arbustos, exsudato branco, esbranquiçado, creme ou incolor. Folhas opostas, geralmente com ápice acuminado, canais de exsudato e glândulas presentes, quase sempre visíveis; nervuras secundárias conspícuas. Inflorescências em cimeiras terminais ou axilares, 1-muitas flores; bractéolas com glândula na superfície abaxial proeminente. Flores unissexuais; sépalas 5, imbricadas, com glândula na superfície abaxial proeminente; pétalas 5, contortas, brancas, marrons ou vináceas. Flores estaminadas com estames numerosos, filetes parcialmente conados formando uma coluna, região apical livre, estaminódios resiníferos presentes em torno da base do tubo estaminal; anteras curtas. Flores pistiladas com ovário circundado por estaminódios resiníferos numerosos; estigmas sésseis, 5-20-locular. Bagas subglobosas. Sementes numerosas, não aladas.

Clusiella possui distribuição neotropical, com oito espécies (Hammel 1999Hammel B (1999) Two new species of Clusiella (Clusiaceae) with a synopsis of the genus. Novon 9: 349-359.). No Brasil ocorrem duas espécies: Clusiella axillaris (Engl.) Cuatrec. e C. impressinervis Hammel (BFG 2015BFG - The Brazil Flora Group (2015) Growing knowledge: an overview of seed plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1085-1113.; BFG 2018BFG - The Brazil Flora Group (2018) Brazilian Flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.; Trad & Cabral 2020Trad RJ & Cabral FN (2020) Calophyllaceae. In: Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB121875>.
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).

3.1. Clusiella axillaris (Engl.) Cuatrec., Revista Acad. Colomb. Ci. Exact. 8: 61. 1950. Fig. 1d-f

Liana epifítica, exsudato branco, amarelo, incolor, escamas nos ramos geralmente persistentes. Lâminas coriáceas a subcoriáceas, elípticas, 7-15(-17) × 3,5-6,6 cm, ápice acuminado, com acúmen de 5-11 mm compr., base obtusa a arredondada, superfícies glabras, geralmente brilhantes quando secas, especialmente a superfície adaxial, margem levemente revoluta; nervura central levemente saliente ou plana na superfície adaxial e saliente na superfície abaxial; nervuras secundárias geralmente conspícuas em ambas as superfícies, retas, paralelas, 16-25 pares; nervuras intersecundárias conspícuas; pecíolos 3-11 mm compr., glabros, profundamente canaliculados. Inflorescências geralmente unifloras, pseudoaxilares; pedicelos 9-20 mm compr.; pedúnculos e pedicelos glabros, pubescentes a tomentosos; brácteas opostas. Flores com sépalas 4-8 × 6-8 mm, pétalas 13-18 × 11-12 mm. Flores estaminadas com coluna estaminal, 5-8 mm altura. Flores pistiladas não vistas. Bagas globosas, 3-3,6 × 2,6-3,2 cm, marrons in sicco, estigmas persistentes. Sementes numerosas, ca. 1 mm compr.

Material selecionado: 13.III.1996, fr., M.T.V.A. Campos & C.F. Silva 548 (INPA, MO, NY, UEC); 10.VII.1997, fr., L.H.P. Martins et al. 26 (INPA, UEC); Igarapé Barro Branco, 1.XI.1994, fl., J.E.L.S. Ribeiro et al. 1460 (INPA, MBM, UEC, HFSL); 31.X.1994., fl., J.E.L.S. Ribeiro et al. 1451 (INPA, UEC); 10.XI.1995, fl., C.A. Sothers 681 (INPA, UEC); Igarapé do Acará, 2.XI.1994, fl., J.E.L.S. Ribeiro et al. 1475 (INPA, UEC); próximo à piscina, 13.X.1994, fl., A. Vicentini 742 (INPA, MO, NY, UEC).

Clusiella axillaris pode ser reconhecida pelo hábito epifítico, folhas escuras quando secas e, em relação às outras espécies do gênero que não ocorrem na área, é distinguida pelos seus botões florais, flores e frutos de tamanho grande (Hammel 1999Hammel B (1999) Two new species of Clusiella (Clusiaceae) with a synopsis of the genus. Novon 9: 349-359.). Apesar das flores de Clusiella terem um aspecto de flores de Clusia, Clusiella pode ser facilmente diferenciada pelas suas flores com pétalas contortas, enquanto Clusia possui pétalas decussadas. A espécie ocorre no Brasil, Colômbia e Venezuela (Hammel 1999Hammel B (1999) Two new species of Clusiella (Clusiaceae) with a synopsis of the genus. Novon 9: 349-359.). No Brasil, é registrada apenas nos estados do Amazonas e Pará, na Região Norte. Na Reserva Ducke, foi coletada em florestas de vertente e terra-firme. Registro de flores em outubro e novembro; frutos em março e agosto.

4. Haploclathra Benth., J. Proc. Linn. Soc., Bot. 5: 58. 1861.

Arbustos ou árvores, exsudato branco, esbranquiçado, creme ou incolor. Ramos jovens geralmente tomentosos. Folhas (sub)opostas ou verticiladas, lâminas glabras em ambas as superfícies, epiderme com ou sem células buliformes, canais de exsudato e glândulas inconspícuas; nervuras secundárias fortemente conspícuas. Inflorescências panículas terminais; pedúnculos e pedicelos tomentosos; brácteas e bractéolas geralmente decíduas. Flores bissexuais; sépalas 5, cobrindo o botão floral; pétalas 5, contortas, brancas. Estames numerosos, formando um anel na base. Ovário 3-locular, 1(-2) óvulo por carpelo. Cápsulas lenhosas, ovoides ou elípticas, septífragas, glabras ou pubescentes. Sementes 1-3, planas, aladas.

Haploclathra possui apenas cinco espécies distribuídas nos Neotrópicos (Cabral 2016Cabral FN (2016) Taxonomic and Phylogenetic studies in Caraipa and Haploclathra (Calophyllaceae). Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil. 305p.). Todas as espécies ocorrem na Região Norte do Brasil (Amazonas e Pará) (BFG 2015BFG - The Brazil Flora Group (2015) Growing knowledge: an overview of seed plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1085-1113.; BFG 2018BFG - The Brazil Flora Group (2018) Brazilian Flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.; Trad & Cabral 2020Trad RJ & Cabral FN (2020) Calophyllaceae. In: Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB121875>.
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; Cabral 2016Cabral FN (2016) Taxonomic and Phylogenetic studies in Caraipa and Haploclathra (Calophyllaceae). Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil. 305p.). Destas, apenas Haploclathra paniculata é encontrada na Reserva Ducke.

4.1. Haploclathra paniculata (Mart.) Benth., J. Proc. Linn. Soc., Bot. 5: 64. 1861. Fig. 3a-f

Árvores pequenas ou de até 30 m alt. Folhas opostas. Lâminas coriáceas a subcoriáceas, elípticas a ovadas, 6,5-18(-19) × 2,8-7,8 cm, ápice acuminado, agudo, obtuso ou arredondado (emarginado), base arredondada, obtusa ou subcordada; nervura central na superfície adaxial glabra, na superfície abaxial pubescente ou tomentosa com tricomas longos e estrelados; nervuras secundárias 12-22 pares; nervuras terciárias conspícuas; pecíolos 7-17 mm compr. Inflorescências terminais, 5-19 flores; pedicelos 4-11 mm compr.; brácteas e bractéolas geralmente presentes, bractéolas inseridas no meio do pedicelo. Flores com sépalas tomentosas, lobos 7-8 × 5-6 mm, ápice agudo, acuminado, apiculado ou arredondado; pétalas glabras adaxialmente, tomentosas abaxialmente, ca. 14 × 6 mm; estames 8-10 mm compr. Cápsulas ovoides, 2,6-3,5 × 1,4-2,1 cm. Sementes ca. 1 cm compr.

Material selecionado: Igarapé do tinga, 15.XI.1995, fl., A. Vicentini 1144 (K, MO, NY, UEC).

Haploclathra paniculata pode ser reconhecida e diferenciada das demais Calophyllaceae pelo tamanho das folhas, inflorescência e ramos tomentosos e frutos tipo cápsulas ovoides (Cabral 2016Cabral FN (2016) Taxonomic and Phylogenetic studies in Caraipa and Haploclathra (Calophyllaceae). Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil. 305p.). Ocorre no Brasil, na Colômbia e no Peru (Cabral 2016Cabral FN (2016) Taxonomic and Phylogenetic studies in Caraipa and Haploclathra (Calophyllaceae). Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil. 305p.). No Brasil, é endêmica do estado do Amazonas (BFG 2015BFG - The Brazil Flora Group (2015) Growing knowledge: an overview of seed plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1085-1113.; BFG 2018BFG - The Brazil Flora Group (2018) Brazilian Flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.; Trad & Cabral 2020Trad RJ & Cabral FN (2020) Calophyllaceae. In: Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB121875>.
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). Na Reserva Ducke, ocorre nas florestas de igapó. Registro de flores em novembro.

  • Lista de exsicatas
    Albuquerque JM INPA 143020 (1.1). Assunção PACL 304 (2.1), 828 (2.2), 836 (2.6). Bittrich V 95-176 (1.1), 95-173 (2.3). Cabral FN 700 (2.6), 701 (2.6), 987 (2.6), 1153 (2.1). Castilho CV 1285 (2.6), 1291 (2.6). Campos MTV 548 (3.1). Elias J 475 (2.7). Ferreira E 57-22 (2.2). Hopkins MJG 1632 (1.1). Krukoff BA 8898 (2.7), 8991 (2.7). Loureiro A INPA 58589 (1.1). Martins LHP 26 (3.1). Nascimento JR 246 (1.1), 373 (1.1). Prance GT 58969 (2.7). Ribeiro JELS 779 (2.1), 1278 (2.1), 1426 (2.3), 1451 (3.1), 1460 (3.1), 1475 (3.1), 1962 (1.1). Setz E 200 (2.7). Sothers CA 293 (2.1), 681 (3.1), 1060 (2.2). Souza MAD 476 (2.4). Vicentini A 381 (1.1), 717 (2.5), 742 (3.1), 797 (2.5), 836 (2.5), 1092 (2.5), 1144 (4.1).

Agradecimentos

Este trabalho foi realizado sob o auxílio da CAPES e CAPES/Programa Pró-Amazônia n. 52 na forma das bolsas de Pós-doutorado concedidas aos autores; da CAPES (PDSE bolsa de Doutorado sanduíche para F.N.C.); da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (projeto número 2012/51781-0); e do Conselho Nacional de Desenvolvimento e Pesquisa (projeto número Protax 562299/2010-6; Universal n. 482988/2013-4) na forma de auxílio para visitas aos herbários. Os autores também agradecem a Michael John Gilbert Hopkins e Mariana Mesquita, o acesso ao material depositado no herbário INPA; e a Regina Carvalho, as ilustrações.

Referências

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Editado por

Editor de área: Dr. Gustavo Shimizu

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    18 Jan 2021
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    25 Jun 2018
  • Aceito
    28 Nov 2019
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