Resumo
Plantas ruderais são importante componente da diversidade urbana, mas principalmente do ecossistema agrícola, como fonte de ração animal (e.g., apicultura, forragem, pasto) e na alimentação humana. As plantas ruderais costumam apresentar várias estratégias reprodutivas que ajudam a garantir sua perpetuação em ambientes perturbados (e.g., cultivos). Investigamos a reprodução sexuada e regeneração por rebrota da forrageira Macroptillium lathyroides em área antropizada para auxiliar no manejo da espécie após corte ou pastejo e seus requisitos para produção de sementes em áreas antropizadas e otimizar as condições de uso econômico dessa espécie. Avaliamos a ocorrência de reprodução vegetativa por regeneração (rebrota), dependência de polinizadores e presença de polinizadores na área de estudo. M. lathyroides possui um sistema axial subterrâneo capaz de regenerar, mas não de propagação vegetativa. Suas flores duram cerca de oito horas e são papilionadas, assimétricas, hermafroditas, nectaríferas, vináceas e diurnas. Elas têm apresentação secundária de pólen, que é apresentado por tricomas do estilete. A espécie é autocompatível e apresenta autopolinização espontânea (autônoma). A pequena abelha Exomalopsis cf. auropilosa foi o único polinizador que ativa o mecanismo de polinização (tipo escova) enquanto coleta néctar e pólen. A reprodução por rebrota é a estratégia importante para manter as plantas em ambientes perturbados ou após pastejo. No entanto, a espécie depende de sementes para propagação ou manutenção de um banco de sementes, uma vez que nem todas são capazes de rebrota. Assim, a reprodução sexual através da polinização é necessária, embora M. lathyroides independe de polinizador para produção de sementes.
Palavras-chave flores assimétricas; autopolinização autônoma; liberação de pólen tipo escova; Exomalopsis; propagação vegetativa