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Sinopse do gênero Rhynchospora (Cyperaceae) nas restingas do estado do Pará, Brasil

Synopsis of the genus Rhynchospora (Cyperaceae) in the sandy coast of Pará state, Brazil

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo contribuir para o conhecimento taxonômico das espécies de Rhynchospora ocorrentes nas restingas do estado do Pará, Brasil. Foram analisados os acervos dos herbários MG, IAN e HBRA, e ainda dos herbários INPA, HURB, NY e UEC (online). As espécies foram determinadas através de literaturas especializadas e por consulta às opera principia e typi digitalizados disponíveis na internet. Foram determinadas 10 espécies de Rhynchospora para as restingas paraenses: R. barbata, R. cephalotes, R. filiformis, R. hirsuta, R. holoschoenoides, R. nervosa, R. puber, R. riparia, R. rugosa e R. spruceana. São apresentados chave de identificação, caracteres diagnósticos, distribuição geográfica, ilustrações e comentários taxonômicos de cada uma das espécies encontradas. Ainda, são designados neotypi de R. nervosa e R. riparia, e lectotypus de R. puber.

Palavras-chave:
Cyperoideae; lectotypus; litoral paraense; neotypus; taxonomia

Abstract

This study aimed to contribute to our knowledge of the taxonomy of Rhynchospora species found on the sandy coastal plains of Pará state, Brazil. We analyzed collections from the herbaria MG, IAN and HBRA, as well as INPA, HURB, NY and UEC online. The species were identified based on specialized literature and by consulting the opera principia and typi available online. We found 10 species of Rhynchospora for the sandy coast of Pará: R. barbata, R. cephalotes, R. filiformis, R. hirsuta, R. holoschoenoides, R. nervosa, R. puber, R. riparia, R. rugosa and R. spruceana. An identification key, diagnostic characters, geographic distribution, illustrations and comments on the taxonomy of each species are presented. Furthermore, we designate neotypi for R. nervosa and R. riparia, and a lectotypus for R. puber.

Key words:
Cyperoideae; lectotypus; coastline of Pará state; neotypus; taxonomy

Introdução

As restingas são ecossistemas litorâneos compostos por planícies arenosas e comunidades vegetais de estreita relação com os oceanos (Araújo & Henriques 1984Araújo, D.S.D & Henriques, R.P.B. 1984. Análise florística das restingas do estado do Rio de Janeiro. In: Lacerda, L.D. Restingas: origens, estrutura e processos. CEUFF, Niterói. Pp. 333-337.; Almeida Jr. & Zickel 2009Almeida Jr., E.B. & Zickel, C.S. 2009. Fisionomia psamófila-reptante: riqueza e composição de espécies na praia da Pipa, Rio Grande do Norte, Brasil. Pesquisas, Botânica 60: 289-99.). Na Amazônia esse ecossistema ocupa aproximadamente 1000 km2, entre os estados do Amapá, Pará e Maranhão (Suguio & Tessler 1984Suguio, K. & Tessler, M.G. 1984. Planícies de cordões litorâneos quaternários do Brasil: origem e nomenclatura. In: Lacerda, L.D.; Araujo, D.S.D.; Cerqueira, S. & Turcq, B. (org.). Restingas: origem, estrutura e processos. CEUFF, Niterói. Pp. 15-25.; Amaral et al. 2008Amaral, D.D.; Prost, M.T.; Bastos, M.N.C.; Costa-Neto, S.V. & Santos, J.U.M. 2008. Restingas do litoral amazônico, estados do Pará e Amapá, Brasil. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi 3: 35-67.). O Pará apresenta cerca de 40% da área total das restingas ocorrentes na Amazônia, constituída por planícies recortadas por ilhas, penínsulas e baías (Amaral et al. 2008Amaral, D.D.; Prost, M.T.; Bastos, M.N.C.; Costa-Neto, S.V. & Santos, J.U.M. 2008. Restingas do litoral amazônico, estados do Pará e Amapá, Brasil. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi 3: 35-67.; Silva et al. 2010Silva, M.S.; Mehlig, U.; Santos, J.U.M.S. & Menezes, M.P.M. 2010. The Coastal restinga vegetation of Pará, Brazilian Amazon: a synthesis. Revista Brasileira de Botânica 33: 563-573.).

A vegetação costeira paraense vem sendo alvo de estudos desde a década de 70, nos quais foram realizadas caracterizações e tipificações da vegetação (Pires 1973Pires, J.M. 1973. Tipos de vegetação da Amazônia. Publicação avulsa do Museu Paraense Emílio Goeldi 20: 179-202.; Braga 1979Braga, P.I.S. 1979. Subdivisão fitogeográfica, tipos de vegetação, conservação e inventário florístico da Floresta Amazônica. Acta Amazônica 9: 53-80.; Santos & Rosário 1988Santos, J.U.M. & Rosário, C.S. 1988. Levantamento da vegetação fixadora de dunas de Algodoal - PA. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Série Botânica 4: 133-151.; Bastos 1988Bastos, M.N.C. 1988. Levantamento florístico em restinga arenosa litorânea na Ilha Maiandeua-Pará. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Série Botânica 4: 159-173., 1995Bastos, M.N.C. 1995. A importância das formações vegetais da restinga e do manguezal para as comunidades pesqueiras. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Série Antropologia 11: 41-56.), estudos fitossociológicos (Costa-Neto et al. 2001Costa-Neto, S.V.; Pereira, J.O.; Bastos, M.N.C.; Santos, J.U.M. & Amaral, D.D. 2001. Fitossociologia das formações herbáceas da restinga do Crispim, Marapanim, Pará. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Série Botânica 17: 161-186.) e listagens florísticas, que destacam a família Cyperaceae Juss. como uma das mais ricas e abundantes (Amaral et al. 2001Amaral, D.D.; Santos, J.U.M.; Bastos, M.N.C. & Costa, D.C.T. 2001. A vegetação da Ilha Canela, município de Bragança, Pará, Brasil. Boletim do Museu Paraense Emilio Goeldi 17: 389-402., 2008Amaral, D.D.; Prost, M.T.; Bastos, M.N.C.; Costa-Neto, S.V. & Santos, J.U.M. 2008. Restingas do litoral amazônico, estados do Pará e Amapá, Brasil. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi 3: 35-67.; Santos et al. 2003Santos, J.U.M.; Amaral, D.D.D.; Gorayebe, I.D.S.; Bastos, M.N.C.; Secco, R.D.S.; Costa-Neto, S.V. & Costa, D.C.T. 2003. Vegetation of the Jabotitiua - Jatium protected environmental area, municipality of Viseu, Pará, Brazil. Acta Amazonica 33: 431-444.).

A família Cyperaceae é representada por aproximadamente 5500 espécies agrupadas em 109 gêneros (Govaerts et al. 2007Govaerts, R.; Simpson, D.A.; Goetghebeur, P.; Wilson, K.L.; Egorova, T. & Bruhl, J. 2007. World checklist of Cyperaceae. The board of trustees of the Royal Botanic Gardens, Kew, London. 780p.). Esta ocorre em diversas regiões do mundo, estando presente em quase todos os ecossistemas terrestres e inclusive aquáticos (Gil & Bove 2004Gil, A.S.B. & Bove, C.P. 2004. O gênero Eleocharis R. Br. (Cyperaceae) nos ecossistemas aquáticos temporários da planície costeira do estado do Rio de Janeiro. Arquivos do Museu Nacional 62: 131-150.; Govaerts et al. 2007Govaerts, R.; Simpson, D.A.; Goetghebeur, P.; Wilson, K.L.; Egorova, T. & Bruhl, J. 2007. World checklist of Cyperaceae. The board of trustees of the Royal Botanic Gardens, Kew, London. 780p.). No Brasil ocorrem cerca de 670 espécies distribuídas em 39 gêneros (Alves et al. 2015).

Dos gêneros de Cyperaceae ocorrentes no Brasil, Rhynchospora Vahl é o que exibe maior representatividade, com 157 espécies, dessas 40 são endêmicas e 23 ocorrem em todas as regiões geográficas brasileiras (Alves et al. 2009Alves, M.; Araújo, A.C.; Prata, A.P.; Vitta, F.; Hefler, S.; Trevisan, R.; Gil, A.S.B.; Martins, S. & Thomas, W.W. 2009. Diversity of Cyperaceae in Brazil. Rodriguésia 60: 771-782.). O gênero Rhynchospora foi proposto por Vahl (1805)Vahl, M. 1805. Enumeratio plantarum vel ab aliis, vel ab ipso observatarum, cum earum differenttis specificis, synonymis selectis et descriptionibus succinctis 2: 423., com base em R. alba (L.) Vahl, de basiônimo Schoenus albus L., e apresenta cerca de 270 espécies, distribuídas principalmente nos Neotrópicos, com grande concentração nas Américas (Strong 2006Strong, M.T. 2006. Taxonomy and distribution of Rhynchospora (Cyperaceae) in the Guianas, South America. Contributions from the United States National Herbarium 53: 1-225.).

O único estudo sobre taxonomia de Cyperaceae, para as restingas do estado do Pará, é a dissertação de Rodrigues (2010)Rodrigues, L.K.M. 2010. Contribuições ao estudo das Cyperaceae Juss. das restingas do estado do Pará, Brasil. Dissertação (Mestrado) - Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém. 70p. que apresenta descrições sucintas, ilustrações e chaves de identificação dos gêneros e espécies ocorrentes na restinga Paraense. Rodrigues (2010)Rodrigues, L.K.M. 2010. Contribuições ao estudo das Cyperaceae Juss. das restingas do estado do Pará, Brasil. Dissertação (Mestrado) - Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém. 70p. não tratou do gênero Rhynchospora em seu trabalho, porém especula que este seja o grupo mais diverso dentre as Cyperaceae presentes nesses ambientes.

Deste modo, o presente estudo teve como objetivo realizar o tratamento taxonômico das espécies do gênero Rhynchospora ocorrentes nesses ecossistemas conspicuamente ameaçados pela ação antrópica, como o turismo predatório, especulação imobiliária, retirada de areia para construção civil, e etc. (Bastos et al. 2013Bastos, M.N.C.; Santos, J.U.M.; Amaral, D.D. & Costa-Neto, S.V. 2013. Alterações ambientais de origem natural e antrópica na vegetação litorânea do nordeste do estado do Pará. In: Prost, M.T. & Mendes, A.C. Ecossistemas costeiros: impactos e gestão ambiental. 2a ed. Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém. Pp. 25-34.).

Material e Métodos

Para o desenvolvimento do trabalho utilizou-se material botânico proveniente dos seguintes municípios litorâneos: Colares, Vigia, São Caetano de Odivelas, Curuçá, Marapanim, Maracanã, Salinópolis, São João de Pirabas, Tracuateua, Bragança, Augusto Corrêa e Viseu. Estes estão armazenados nos herbários do Museu Paraense Emílio Goeldi (MG), EMBRAPA - Amazônia Oriental (IAN) e do Instituto de Estudos Costeiros da UFPA (HBRA). Outros herbários, como INPA, HURB, NY e UEC, foram consultados online, através do site "SpeciesLink" (<http://splink.cria.org.br>), e as exsicatas que puderam ser determinadas pelas fotografias disponíveis, encontram-se listadas nos materiais selecionados e lista de exsicatas.

A determinação específica dos espécimes foi realizada através de consulta as bibliografias especializadas (Thomas 1984Thomas, W.W. 1984. The systematics of Rhynchospora sect. Dichromena. Memoirs of the New York Botanical Garden 37: 1-116.; Adams 1994Adams, C.D. 1994. Cyperaceae. In: Davidse, G; Sousa, M. & Chater, A.O. (ed.). Flora mesoamericana. Universidad Nacional Autónoma de México, Cidade do México. Pp. 402-485.; Kearns et al. 1998Kearns, D.M.; Thomas, W.W.; Tucker, G.; Kral, R.; Camelbeke, K.; Simpson, D.A.; Reznicek, A.; González-Elizondo, M.; Strong, M.T. & Goetghebeur, P. 1998. Cyperaceae In: Berry, P.E.; Yatskievych, K. & Holst, B.K. (ed.). Flora of the Venezuelan Guayana. Missouri Botanical Garden, Press, St. Louis 4: 486-663.; Luceño et al. 1997Luceño, M.; Alves, M.V. & Mendes, A P. 1997. Catálogo florístico y claves de identificación de las Ciperáceas de los estados de Paraíba y Pernambuco (Nordeste do Brasil). Anales Del Jardín Botánico de Madrid 55: 67-100.; Rocha & Luceño 2002Rocha, E. & Luceño, M. 2002. Estudo taxonômico de Rhynchospora Vahl seção Tenues (Cyperaceae) no Brasil. Hoehnea 29: 189-214.; Guaglianone 2001Guaglianone, E.R. 2001. Contribution to the study of the genus Rhynchospora (Cyperaceae) V. Section Longirostres in Austral America. Darwiniana 39: 287-342.; Simpson 2006Simpson, A.D. 2006. A flora da Reserva Ducke, Amazonas, Brasil: Cyperaceae. Rodriguésia 57: 171-188.; Strong 2006Strong, M.T. 2006. Taxonomy and distribution of Rhynchospora (Cyperaceae) in the Guianas, South America. Contributions from the United States National Herbarium 53: 1-225.), e aos sites "Biodiversity Heritage Library" (<http://www.biodiversitylibrary.org/subject/Botany>), "Botanicus Digital Library" (<http://www.botanicus.org/>) e "JSTOR Global Plants" (<https://plants.jstor.org/>) que disponibilizam opera principia e typi digitalizados de parte das espécies trabalhadas.

Os nomes científicos corretos das espécies determinadas no trabalho e seus basiônimos, assim como as abreviaturas das opera principia, periódicos e autores estão de acordo com os sites "World Checklist of Selected Plant Families" (<http://apps.kew.org/wcsp/home.do>) e "Tropicos" (<http://www.tropicos.org/Home.aspx>). As terminologias utilizadas para caracterizar as espécies estão de acordo com Strong (2006)Strong, M.T. 2006. Taxonomy and distribution of Rhynchospora (Cyperaceae) in the Guianas, South America. Contributions from the United States National Herbarium 53: 1-225.. Para descrições detalhadas das espécies aqui tratadas ver Strong (2006)Strong, M.T. 2006. Taxonomy and distribution of Rhynchospora (Cyperaceae) in the Guianas, South America. Contributions from the United States National Herbarium 53: 1-225..

Resultados e Discussão

1. Rhynchospora Vahl, Enum. Pl. 2: 229 (1805). nom. et orth. cons.

Espécie-tipo: Rhynchospora alba (L.) Vahl. Enum. Pl. 2: 236 (1805). Schoenus albus L. Sp. Pl. 1: 44 (1753).

Ervas perenes ou anuais, cespitosas ou rizomatosas. Colmo ereto ou arqueado, trígono a obscuramente trígono, ou algumas vezes cilíndrico. Folhas basais ou basais e caulinares; lineares a filiformes; involutas, plicadas ou duplamente plicadas. Inflorescência terminal ou terminal e lateral; de corimbiforme a capitada, com uma a várias espiguetas. Brácteas semelhantes às folhas ou menores, por vezes, parcialmente alvas [algumas espécies da seção Dichromena (Michx.) Griseb.]. Espiguetas ovoides, elipsoides, lanceoloides ou fusiformes, com glumas dispostas em espiral ou raramente dísticas; glumas basais (1-)2-várias, estéreis ou com flores perfeitas axilares, as superiores funcionalmente masculinas. Cerdas hipóginas 0-6(-20). Estames 1-3(-12). Estigmas 2. Estilete não dividido a profundamente dividido. Aquênio biconvexo a globoso. Base do estilete persistente acima do aquênio, geralmente triangular a deltoide (Adaptado de Goetghebeur 1998Goetghebeur, P. 1998. Cyperaceae. In: Kubitzki, K. The families and genera of vascular plants. Springer, Berlin 4: 141-190.; Thomas 1992Thomas, W.W. 1992. A synopsis of Rhynchospora (Cyperaceae) in Mesoamerica. Brittonia 44: 14-44., 1998Thomas, W.W. 1998. Rhynchospora. In: Berry, P.E.; Yatskievych, K. & Holst, B.K. (ed.). Flora of the Venezuelan Guayana. Missouri Botanical Garden, Press, St. Louis 4: 610-639.; Strong 2006Strong, M.T. 2006. Taxonomy and distribution of Rhynchospora (Cyperaceae) in the Guianas, South America. Contributions from the United States National Herbarium 53: 1-225.).

    Chave para a identificação das Rhynchospora ocorrentes nas restingas do estado do Pará
  • 1. Ervas procumbentes quando maduras, com nós evidentes ao longo do colmo; base do aquênio bilobada..........................................................................................................1.8. Rhynchospora riparia

  • 1'. Ervas eretas quando maduras, sem nós evidentes ao longo do colmo; base do aquênio sem lobos...... 2

    • 2. Brácteas involucrais proximalmente alvas em alguma das faces; glumas alvescentes ou alvo-rubescentes............................................................................................................................ 3

    • 2'. Brácteas involucrais inteiramente verdes em ambas as faces; glumas de castanho claras a escuras, por vezes, rubescentes ou douradas............................................................................................... 4

      • 3. Brácteas involucrais proximalmente alvas na face abaxial; glumas puberulentas com nervuras centrais quase sempre ciliadas; aquênio transversalmente rugoso; estilopódio com quatro lobos, dois centrais inconspícuos e dois laterais mais largos que o aquênio.....................................................................................................................................1.7. Rhynchospora puber

      • 3'. Brácteas involucrais proximalmente alvas na face adaxial; glumas e nervuras centrais glabras; aquênio transversalmente ruguloso; estilopódio sem lobos evidentes e confluente com o corpo do aquênio.................................................................................... 1.6. Rhynchospora nervosa

        • 4. Brácteas involucrais 3–4 na base da inflorescência terminal; inflorescências congestas com raios não evidentes (visíveis após a dissecação) ou ausentes................................. 5

        • 4'. Bráctea involucral única na base das inflorescências terminais e laterais; inflorescências laxas com raios sempre evidentes.................................................................................. 6

          • 5. Brácteas involucrais antrorsamente escabrosas nas margens, nervura central puberulenta na face adaxial; inflorescência elipsoide; raios da inflorescência não evidentes (visíveis na dissecação); aquênio obovado, bordas sem alas, superfície rugulosa e reticulada transversalmente; estilopódio diferenciado do corpo do aquênio, lanceolado atenuado; cerdas hipóginas glabras na base..............................................................................................................1.2. Rhynchospora cephalotes

          • 5'. Brácteas involucrais ciliadas nas margens, nervura central glabra na face adaxial; inflorescência globosa; raios da inflorescência ausentes; aquênio elíptico a elíptico-obovado, com conspícuas bordas aladas involutas, superfície lisa e papilosa; estilopódio segue a margem do corpo do aquênio, agudo a acuminado; cerdas hipóginas plumosas na base......................................... 1.1. Rhynchospora barbata

            • 6. Espiguetas em capítulos globosos; glumas castanho-douradas; estilopódio estreitamente subulado........................... 1.5. Rhynchospora holoschoenoides

            • 6'. Espiguetas laxamente dispostas em inflorescências corimbiformes; glumas castanhas, por vezes, rubescentes; estilopódio triangular.............................. 7

              • 7. Espigueta de estreito a largo lanceoloide, 6–13 mm de comprimento... 8

              • 7'. Espigueta ovoide a elipsoide, 3,5–4,8 mm de comprimento.................. 9

                • 8. Colmo com margem antrorsamente escabrosa distalmente; lígula ausente; aquênio cinza claro a castanho escuro, suborbicular, superfície transversalmente rugulosa....................................................................................................... 1.10. Rhynchospora spruceana

                • 8'. Colmo liso; lígula presente; aquênio castanho claro, oblongo a oblongo-ovado, superfície lisa ou reticulada.................................................................................................1.3. Rhynchospora filiformis

                  • 9. Colmo hirsuto; lâmina foliar hirsuta, não-escabrosa; nervura central das glumas hirsuta; aquênio orbicular, superfície reticulada com papilas; cerdas hipóginas ausentes...........................................................................1.4. Rhynchospora hirsuta

                  • 9'. Colmo glabro; lâmina foliar glabra, antrorsamente escabrosa na região distal; nervura central das glumas glabra; aquênio obovado a elíptico-obovado, superfície transversalmente rugosa; cerdas hipóginas presentes...................................................................................................1.9. Rhynchospora rugosa

1.1. Rhynchospora barbata (Vahl) Kunth, Enum. Pl. 2: 290 (1837). Schoenus barbatus Vahl, Eclog. Amer. 2: 4 (1798). TYPUS: "India Occidentali", von Rohr s.n. (Holotypus: C n.v.; possível Isotypus: BM0000938394 online!). Fig. 1

Figura 1
Rhynchospora barbata – a. hábito (exsicata); b. espigueta; c. vista lateral da gluma; d. aquênio. (M.N. Bastos et al. 641 - MG).
Figure 1
Rhynchospora barbata – a. habit (voucher specimen); b. spikelet; c. scale in lateral view; d. achene. (M.N. Bastos et al. 641 - MG).

Rhynchospora barbata distingue-se das demais espécies ocorrentes nas restingas paraenses pela presença de inflorescência terminal globosa única, ápice do colmo em forma de clava, logo abaixo da inflorescência e brácteas involucrais com longos tricomas. Ainda, apresenta aquênios com as margens aladas e involutas (raramente inconspícuas), de superfície papilosa e cerdas hipóginas plumosas na base. Vahl (1798)Vahl, M. 1798. Eclogae americanae, seu, Descriptiones plantarum praesertim Americae meridionalis, nondum cognitarum. Vol. 2. Impensis Auctoris, Havniae, Copenhagen. 56p. ao efetivar Schoenus barbatus (basiônimo de R. barbata) descreve o colmo deste táxon como, na maioria das vezes, piloso, porém Kunth (1837)Kunth, C.S. 1837. Rhynchospora barbata. In: Kunth, C.S. Cyperographia synoptica sive enumeratio cyperacearum. Enumeratio Plantarum Omnium Hucusque Cognitarum 2: 290., ao combinar Rhynchospora barbata, trata o colmo como glabro. Nos exemplares estudados esta variação foi claramente notada, já que alguns espécimes apresentaram colmos pubescentes e outros glabros. Strong (2006)Strong, M.T. 2006. Taxonomy and distribution of Rhynchospora (Cyperaceae) in the Guianas, South America. Contributions from the United States National Herbarium 53: 1-225. sugere que o material von Rohr s.n. depositado no herbário BM seria uma duplicata do typus citado no protólogo de Schoenus barbatus. No presente trabalho, também consideramos essa exsicata como possível isotypus, já que não foi possível confirmar sua originalidade, pois as informações disponíveis online não são suficientes. Uma minuciosa investigação nas coletas de von Rohr faz-se necessária para uma correta tipificação de R. barbata.

Distribuição: México, América Central e América do Sul (Thomas 1992Thomas, W.W. 1992. A synopsis of Rhynchospora (Cyperaceae) in Mesoamerica. Brittonia 44: 14-44.; Strong 2006Strong, M.T. 2006. Taxonomy and distribution of Rhynchospora (Cyperaceae) in the Guianas, South America. Contributions from the United States National Herbarium 53: 1-225.). No Brasil encontra-se distribuída em quase todas as regiões, exceto a região Sul (Alves et al. 2015).

Material selecionado: Bragança, 7 km ao leste de Bragança a caminho de Augusto Corrêa, 1º3'S, 46º40'W, 7.IV.1980, fl., G. Davidse et al. 17999 (MG, NY); Maracanã, Ilha de Algodoal, praia da Princesa, 23.X.1990, fl. e fr., M.N. Bastos et al. 641 (MG); Marapanim, Praia do Crispim, Vila de Marudá, 0º37'6"S, 47º40'24"W, 27.VIII. 2003, fr., C.B. Conceição et al. 17 (MG); São Caetano de Odivelas, Campo arenoso úmido, 15.V.1958, fl. e fr., W.A. Egler 709 (MG); Vigia, 9 km a sudeste de Vigia na PA-140 para Belém, 0º55'S, 48º4'W, 31.III.1980, fr., G. Davidse et al. 17705 (MG, NY); Viseu, Fernandes Belo, campina próximo ao ramal entre Fernandes Belo e comunidade Émaus/Giz, 1º5'2.9"S, 46º16'50.6"W, 27.VI.2015, fl., U. Mehlig 1722 (HBRA, MG).

1.2. Rhynchospora cephalotes (L.) Vahl, Enum. Pl. Obs. 2: 237 (1805). Scirpus cephalotes L., Sp. Pl. ed. 2: 76 (1762). TYPUS: "India" (Lectotypus: LINN 71.56 online!). Designado por C.B. Clarke, J. Linn. Soc., Bot. 30: 314 (1894). Fig. 2

Figura 2
Rhynchospora cephalotes – a. hábito (exsicata); b. espigueta; c. vista lateral da gluma; d. aquênio. (L. Carreira et al. 1718 - MG).
Figure 2
Rhynchospora cephalotes – a. habit (voucher specimen); b. spikelet; c. scale in lateral view; d. achene. (L. Carreira et al. 1718 - MG).

Rhynchospora cephalotes pode ser facilmente determinada pela inflorescência elipsoide congesta no ápice do colmo, subtendidas por três ou quatro brácteas involucrais longas, de margens escabrosas, além de folhas e brácteas pubescentes na nervura central da face adaxial. Muitas vezes, suas inflorescências apresentam galhas, que deformam e/ou dificultam a visualização de seus órgãos reprodutivos. Por esse motivo, o aquênio pode ser encontrado com aparência suborbicular e superfície lisa, diferente do aspecto original obovado e ruguloso. R. cephalotes habita locais com períodos diários de sombreamento, estando associada ao extrato arbóreo-arbustivo das restingas.

Distribuição: México, América Central e do Sul (Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa e Brasil) (Koyama 1972Koyama, T. 1972. Cyperaceae - Rhynchosporeae and Cladieae. In: Maguire, B. Botany of the Guayana Highland. Part IX. Memoirs of the New York Botanical Garden 23: 23-89.; Strong 2006Strong, M.T. 2006. Taxonomy and distribution of Rhynchospora (Cyperaceae) in the Guianas, South America. Contributions from the United States National Herbarium 53: 1-225.). No Brasil apresenta ampla distribuição, não ocorrendo apenas na região Sul (Alves et al. 2015).

Material selecionado: Maracanã, Comunidade Nazaré entre Camboinho e Fortalezinha, 0º36'5"S, 47º33'48.7"W, 24.I.2012, fl. e fr., E.S.C. Gurgel 857 (MG); Marapanim, Marudá, Crispim, encontrada em solo arenoso próximo ao curso d'água, 24.III.2009, fl., L.K.M. Rodrigues 61 (IAN, MG); Salinópolis, Cuiarana, próximo ao PIII do projeto Itarana, descida para apicum, trilha, 20.IX.2013, fl., A. Gil et al. 339 (MG); Vigia, Campo de Caimbé, 26.VIII.1959, W.A. Egler 1081 (MG).

Material adicional examinado: Viseu, Vila de Itamichira, Serra do Piriá, Fazenda Paraíso, 3.X.1999, fl. e fr., L. Carreira et al. 1718 (MG).

1.3. Rhynchospora filiformis Vahl, Enum. Pl. Obs. 2: 232 (1805). TYPUS: "Puerto Rico", Ledru s.n. (Holotypus: C10010573 online!). Fig. 3

Figura 3
Rhynchospora filiformis – a. hábito (exsicata); b. espigueta; c. vista lateral da gluma; d. aquênio. (L.K.M. Rodrigues 59 - MG).
Figure 3
Rhynchospora filiformis – a. habit (voucher specimen); b. spikelet; c. scale in lateral view; d. achene. (L.K.M. Rodrigues 59 - MG).

Rhynchospora filiformis é muito semelhante a R. spruceana e muitas vezes nas coleções dos herbários consultados apresentaram-se equivocadamente determinadas. Contudo, R. filiformis possui bainha ligulada, aquênio com superfície lisa a celular reticulada, exibindo células retangulares de orientação vertical na porção medial no corpo do aquênio e células isodiamétricas nas margens, e estilopódio triangular não deprimido lateralmente. Diferentemente, R. spruceana apresenta bainha não ligulada, aquênio transversalmente rugoso, com células alongadas orientadas verticalmente, e estilopódio triangular deprimido lateralmente.

Distribuição: México, América Central e América do Sul (Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa e Brasil) (Strong 2006Strong, M.T. 2006. Taxonomy and distribution of Rhynchospora (Cyperaceae) in the Guianas, South America. Contributions from the United States National Herbarium 53: 1-225.). No Brasil está distribuída nos estados de Roraima, Pará, Tocantins, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais (Alves et al. 2015).

Material examinado: Maracanã, Campo da Mangaba, 26.II.2003, A.E.S. Rocha & M. Rosa 119 (MG); Marapanim, Marudá, Crispim, solo arenoso próximo ao curso d'água, 24.III.2009, fl. e fr., L.K.M. Rodrigues 59 (IAN, MG).

1.4. Rhynchospora hirsuta (Vahl) Vahl, Pl. Obs. 2: 231 (1805). Schoenus hirsutus, Vahl, Eclog. Amer. 1: 6 (1796). TYPUS: "America meridionali", von Rohr s.n. (Holotypus: C10010577 online!). Fig. 4

Figura 4
Rhynchospora hirsuta – a. hábito (exsicata); b. espigueta; c. vista lateral da gluma; d. aquênio. (M.N. Bastos et al. 992 - MG).
Figure 4
Rhynchospora hirsuta – a. habit (voucher specimen); b. spikelet; c. scale in lateral view; d. achene. (M.N. Bastos et al. 992 - MG).

Rhynchospora hirsuta distingue-se das demais Rhynchospora da restinga paraense por apresentar tricomas hirsutos em quase todos os seus órgãos vegetativos e reprodutivos, caráter descrito na obra original de Schoenus hirsutus e notório no holotypus analisado. Apresenta inflorescência corimbiforme terminal e laterais (1 ou 2), glumas castanho-rubescentes, com a nervura central ciliada. A espécie conta com aquênios orbiculares de superfície papilosa, com coloração variando de castanho claro a rubescente, e enegrecido na maturidade. O estilopódio apresenta formato triangular a deltoide.

Distribuição: Sul do México, América Central e Norte da América do Sul (Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa e Brasil) (Thomas 1992Thomas, W.W. 1992. A synopsis of Rhynchospora (Cyperaceae) in Mesoamerica. Brittonia 44: 14-44.; Rocha & Luceño 2002Rocha, E. & Luceño, M. 2002. Estudo taxonômico de Rhynchospora Vahl seção Tenues (Cyperaceae) no Brasil. Hoehnea 29: 189-214.; Strong 2006Strong, M.T. 2006. Taxonomy and distribution of Rhynchospora (Cyperaceae) in the Guianas, South America. Contributions from the United States National Herbarium 53: 1-225.). No Brasil ocorrem nos estados do Acre, Amazonas, Roraima, Amapá, Pará, Rondônia, Mato Grosso, Piauí e Distrito Federal (Alves et al. 2015).

Material selecionado: Augusto Corrêa, Ilha do Rodrigues, terreno elevado com solo arenoso, 3.VIII.2010Rodrigues, L.K.M. 2010. Contribuições ao estudo das Cyperaceae Juss. das restingas do estado do Pará, Brasil. Dissertação (Mestrado) - Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém. 70p., M.J. Silva et al. 97 (HBRA); Bragança, Península de Ajuruteua, dunas e campos a noroeste da vila de Bonifácio, 0º50'10"S, 46º37'17"W, 5.VI.2007, fr., L.O. Santos et al. 339 (HBRA, MG); Marapanim, Vila de Marudá, Praia do Crispim, 15.VI.1991, fl. e fr., M.N. Bastos et al. 992 (MG); Viseu, Fernandes Belo, restinga da vila do Apeu-Salvador, campo estreito entre um cordão de dunas e o manguezal, 0º55'0.8"S, 46º11'38.9"W, 24.VI.2015, fr., U. Mehlig 1673 (HBRA, MG).

1.5. Rhynchospora holoschoenoides (Rich.) Herter, Revista Sudamer. Bot. 9: 157 (1953). Schoenus holoschoenoides, Rich. Actes Soc. Hist. Nat. Paris 1: 106 (1792). TYPUS: Guiana Francesa, D. Leblonde 36 (Holotypus: P online!; Isotypus: P online!). Fig. 5

Figura 5
Rhynchospora holoschoenoides – a. hábito (exsicata); b. espigueta; c. vista lateral da gluma; d. aquênio. (L.K.M. Rodrigues 60 - MG).
Figure 5
Rhynchospora holoschoenoides – a. habit (voucher specimen); b. spikelet; c. scale in lateral view; d. achene. (L.K.M. Rodrigues 60 - MG).

Rhynchospora holoschoenoides pode ser determinada por sua inflorescência laxa, com espiguetas congestas dispostas em capítulos globosos, geralmente um capítulo séssil e os demais no ápice de raios conspícuos, como descrito na obra original de Richard (1792)Rhichard, L.C.M. 1792. Schænus Holoschænoides. Actes de la Société d'Histoire Naturelle de Paris 1: 106.. Suas glumas apresentam coloração castanho-dourada, e a nervura central comumente se destaca pela coloração verde na região distal. O aquênio exibe forma obovoide, superfície rugulosa e de 4-8 cerdas hipóginas. Na margem apical do corpo do aquênio é frequente a presença de escabras. O estilopódio é longo subulado com margens antrorsarmente escabrosas e base quadrangular em corte transversal.

Distribuição: México, América Central e América do Sul (Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa, Brasil, Paraguai e Uruguai) e África (Thomas 1992Thomas, W.W. 1992. A synopsis of Rhynchospora (Cyperaceae) in Mesoamerica. Brittonia 44: 14-44.; Strong 2006Strong, M.T. 2006. Taxonomy and distribution of Rhynchospora (Cyperaceae) in the Guianas, South America. Contributions from the United States National Herbarium 53: 1-225.). Está distribuída em todos os estados brasileiros (Alves et al. 2015).

Material selecionado: Bragança, Jiquiri, 1º3'46"S, 46º45'9"W, 9.V.2012, U. Mehlig 1230 (HBRA); Maracanã, aproximadamente 73 km ao noroeste, caminho de Castanhal, 0º52'S, 47º35'W, 6.IV.1980, fr., G. Davidse et al. 17927 (INPA, MG, NY); Marapanim, Marudá, Crispim, encontrada em solo arenoso próximo a curso d'água, 24.III.2009, fr., L.K.M. Rodrigues 60 (MG, IAN); Salinópolis, Restinga da Praia do Atalaia, 20.IX.2013, fl. e fr., A. Gil et al. 316 (HURB, MG); Vigia, 36 km a sudeste de Vigia, seguindo a PA-140 para Belém, 29.III.1980, G. Davidse 17567 (INPA, NY); Viseu, Fernandes Belo, Restinga da Vila do Apeu-Salvador, 0º55'6.7"S, 46º12'6.5"W, 24.VI.2015, fl. e fr., U. Mehlig 1692 (HBRA, MG).

1.6. Rhynchospora nervosa (Vahl) Boeckeler, Vidensk. Meddel. Dansk Naturhist. Foren. Kjøbenhavn 143 (1869). Dichromena nervosa Vahl, Enum. Pl. 2: 241 (1805). TYPUS: "America Meridionali", von Rohr s.n. (Holotypus: C n.e.). Brasil. Roraima: "Boa Vista, Rio Branco, Amazonas", VI. 1913, J.G. Kuhlmann 549 (Neotypus: RB 3585 2ex!, códigos 00482698 e 1049887, hic designatus; Isoneotypi: NY!, UB n.v. hic designati). Fig. 6

Figura 6
Rhynchospora nervosa – a. hábito (neotypus); b. espigueta; c. vista lateral da gluma; d. aquênio. (a. J.G. Kuhlmann 549 - RB código 1049887, reproduzido com a permissão do Jardim Botânico do Rio de Janeiro; b-d. A.E.S. Rocha 1052 - MG).
Figure 6
Rhynchospora nervosa – a. habit (neotypus); b. spikelet; c. scale in lateral view; d. achene. (a. J.G. Kuhlmann 549 - RB code 1049887, reproduced with permission of the Rio de Janeiro Botanical Garden; b-d. A.E.S. Rocha 1052 - MG).

Rhynchospora nervosa caracteriza-se pelas manchas alvas basais na face adaxial das brácteas involucrais, capítulo congesto apical, com glumas alvas ou alvo-rubescentes. Glumas glabras. Aquênio de superfície rugulosa e estilopódio triangular com pequenas depressões laterais. A opus princeps de R. nervosa cita como typus uma coleta de von Rohr s.n. da "America Meridionali", mas não informa o herbário em que esse material estaria depositado. Segundo Stafleu & Cowan (1976-88)Stafleu, F.A. & Cowan, R.S. 1976-88. Taxonomic literature: a selective guide to botanical publications and collections with dates, commentaries and types. Extent 7 vols. Disponível em <http://www.sil.si.edu/digitalcollections/tl-2/browse.cfm?vol=4#page/878>. Acesso em 15 junho 2015.
http://www.sil.si.edu/digitalcollections...
os typi coletados por von Rohr estariam armazenados no Herbário C, e suas demais coletas nos herbários B, BM, BR, PH e UPS. Durante a busca por esse holotypus, as bases de dados online dos herbários citados foram consultadas, porém nenhum espécime com as características fornecidas pela opus princeps foi encontrado. Deste modo, as curadorias destes herbários foram contatadas, as quais informaram não haver material determinado como Dichromena nervosa ou Rhynchospora nervosa coletado por von Rohr na "America Meridionali" nos acervos em questão. Perante a inexistência deste holotypus (von Rohr s.n. - C) e de outros materiais típicos, designamos aqui um neotypus para R. nervosa (Kuhlmann 549 - RB) [ver Art. 9.7, 9.11 e 9.16 (McNeill et al. 2012McNeill, J.; Barrie, F.R.; Buck, W.R. Demoulin, V.; Greuter, W.; Hawksworth, D.L.; Herendeen, P.S.; Knapp, S.; Marhold, K.; Prado, J.; Prud›Homme Van Reine, W.F.; Smith, G.F.; Wiersema, J.H. & Turland, N.J. 2012. Código internacional de nomenclatura para algas, fungos e plantas (Código de Melbourne) adaptado do décimo oitavo Congresso Internacional de Botânica, Congresso de Melbourne, Austrália [Regnum Vegetabile 154]. Gantner, Ruggell. 240p.)].

Distribuição: México, América Central e América do Sul (exceto Chile e Uruguai) (Thomas 1992Thomas, W.W. 1992. A synopsis of Rhynchospora (Cyperaceae) in Mesoamerica. Brittonia 44: 14-44.; Strong 2006Strong, M.T. 2006. Taxonomy and distribution of Rhynchospora (Cyperaceae) in the Guianas, South America. Contributions from the United States National Herbarium 53: 1-225.). É distribuída em quase todo o território brasileiro, apenas não apresenta registro no estado do Rio Grande do Sul (Alves et al. 2015).

Material selecionado: Bragança, Centro de Treinamento IDESP, 27.II.1976, E. Oliveira 6418 (MG); Maracanã, Campo da Manguaba, savana, 9.III.2009, fl. e fr., A.E.S. Rocha 1052 (MG); Vigia, 17 km ao sudeste de Vigia PA-140, ca. 0º57'S, 48º5'W, 30.III.1980, G. Davidse et al. 17633 (MG).

1.7. Rhynchospora puber (Vahl) Boeckeler, Linnaea 37: 528 (1873Boeckeler, J.O. 1873. Rhynchosporeae. Linnaea 37: 520-643.). Dichromena puber Vahl, Enum. Pl. Obs. 2: 241 (1805). TYPUS: "In insula Trinitatis", von Rohr s.n. (Lectoypus: C10010598!, hic designatus).Fig. 7

Figura 7
Rhynchospora puber – a. hábito (lectotypus); b. espigueta; c. vista lateral da gluma; d. aquênio. (a. von Rohr s.n. - C10010598, reproduzido com a permissão do Museu de História Natural da Dinamarca; b-d. A. Gil et al. 318 - MG).
Figure 7
Rhynchospora puber – a. habit (voucher specimen); b. spikelet; c. scale in lateral view; d. achene. (a. von Rohr s.n. - C10010598, reproduced with permission of the Natural History Museum of Denmark; b-d. A. Gil et al. 318 - MG).

Rhynchospora puber caracteriza-se pela coloração alva na região basal da face abaxial das brácteas involucrais, além de apresentar a superfície das glumas pubescentes e nervura central ciliada, por vezes, escabrosa. A superfície do aquênio exibe rugas transversais conspícuas e células retangulares orientadas verticalmente. O estilopódio apresenta quatro lobos, dois mediais inconspícuos e dois laterais que, muitas vezes, excedem a margem do aquênio. Dichromena puber foi descrita por Vahl, em 1805, com base em dois materiais originais, Richard s.n. da "America Meridionali" e von Rohr s.n. da "insula Trinitatis", porém nenhum herbário é citado na opus princeps. Após consultar as bases de dados online e entrar em contato com as curadorias dos herbários C e P, nos quais estão depositados os typi de von Rohr e Richard, respectivamente (Stafleu & Cowan 1976-88), conseguimos encontrar apenas um único material de von Rohr s.n. Neste espécime está anotada a localidade de coleta "insula Trinitatis" correspondente aos dados de um dos syntypi citados na opus princeps (Vahl 1805Vahl, M. 1805. Enumeratio plantarum vel ab aliis, vel ab ipso observatarum, cum earum differenttis specificis, synonymis selectis et descriptionibus succinctis 2: 423.). Por se tratarem de syntypi e não ter sido encontrado o material de Richard s.n., designamos aqui a coleta de von Rohr da "insula Trinitatis", depositada no herbário C, como lectotypus de R. puber, por exibir claramente os caracteres marcantes que representam essa espécie [ver Art. 9.5 e 9.11 (McNeill et al. 2012McNeill, J.; Barrie, F.R.; Buck, W.R. Demoulin, V.; Greuter, W.; Hawksworth, D.L.; Herendeen, P.S.; Knapp, S.; Marhold, K.; Prado, J.; Prud›Homme Van Reine, W.F.; Smith, G.F.; Wiersema, J.H. & Turland, N.J. 2012. Código internacional de nomenclatura para algas, fungos e plantas (Código de Melbourne) adaptado do décimo oitavo Congresso Internacional de Botânica, Congresso de Melbourne, Austrália [Regnum Vegetabile 154]. Gantner, Ruggell. 240p.)].

Distribuição: Sul da América Central (Costa Rica e Panamá) e América do Sul (Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa, Brasil e Bolívia) (Thomas 1992Thomas, W.W. 1992. A synopsis of Rhynchospora (Cyperaceae) in Mesoamerica. Brittonia 44: 14-44., 1984Thomas, W.W. 1984. The systematics of Rhynchospora sect. Dichromena. Memoirs of the New York Botanical Garden 37: 1-116.; Strong 2006Strong, M.T. 2006. Taxonomy and distribution of Rhynchospora (Cyperaceae) in the Guianas, South America. Contributions from the United States National Herbarium 53: 1-225.). No Brasil apenas não ocorre nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Alves et al. 2015).

Material selecionado: Salinópolis, Restinga da Praia do Atalaia, 20.IX.2013, fl. e fr., A. Gil et al. 318 (MG); São Caetano de Odivelas, Estrada para São Caetano Km 12, 22.II.1985, fl. e fr., L.C.B. Lobato et al. 56 (MG).

1.8. Rhynchospora riparia (Nees) Boeckeler, Linnaea 37: 561 (1873). Haloschoenus riparius Nees, Fl. Bras. 2(1): 120 (1842). TYPUS: "Goyazanae", Pohl 2637 (Holotypus: W †). Brasil, Pará, Maracanã, Ilha de Algodoal, restinga da praia da Princesa, 22-25.V.1994, M.N. Bastos et al. 1640 (Neotypus: MG!, hic designatus; Isoneotypus: HAMAB!, hic designatus). Fig. 8

Figura 8
Rhynchospora riparia – a. hábito (neotypus); b. espigueta; c. vista lateral da gluma; d. aquênio. (a. M.N. Bastos et al. 1640 - MG; b-d. A. Gil et al. 380 - MG).
Figure 8
Rhynchospora riparia – a. habit (neotypus); b. spikelet; c. scale in lateral view; d. achene. (a. M.N. Bastos et al. 1640 - MG; b-d. A. Gil et al. 380 - MG).

Rhynchospora riparia é singular entre as Rhynchospora da restinga paraense por apresentar entrenós basais alongados e hábito procumbente na maturidade. Frequentemente é possível notar novos colmos nascendo dos entrenós enraizados. Apresenta inflorescência terminal e algumas laterais (1 ou 2), subemisféricas, formadas por uma estrutura corimbiforme de raios curtos. Seu aquênio exibe base bilobada de coloração distinta do corpo fruto, superfície rugulosa, células retangulares de orientação vertical e estilopódio triangular. Nees (1842)Nees, C. 1842. Haloschoenus riparius. In: Nees, C. Cyperaceae. Flora brasiliensis 2: 120. descreve Haloschoenus riparius com base na coleta de Pohl 2637, depositado no herbário "Caesarei Vindobonensis" (atualmente W - Herbário de Viena, Áustria). Stafleu & Cowan (1976-88) indicam o herbário W como principal local de depósito dos typi coletados por Pohl. Após contato com a curadoria do herbário W, obtivemos a informação de que a coleção de Cyperaceae foi destruída durante a Segunda Guerra Mundial. Devido a inexistência do material típico (Pohl 2637 - W) houve a necessidade de designar um neotypus para R. riparia (M.N. Bastos et al. 1640 - MG) [ver Art. 9.7, 9.11 e 9.16 (McNeill et al. 2012McNeill, J.; Barrie, F.R.; Buck, W.R. Demoulin, V.; Greuter, W.; Hawksworth, D.L.; Herendeen, P.S.; Knapp, S.; Marhold, K.; Prado, J.; Prud›Homme Van Reine, W.F.; Smith, G.F.; Wiersema, J.H. & Turland, N.J. 2012. Código internacional de nomenclatura para algas, fungos e plantas (Código de Melbourne) adaptado do décimo oitavo Congresso Internacional de Botânica, Congresso de Melbourne, Austrália [Regnum Vegetabile 154]. Gantner, Ruggell. 240p.)].

Distribuição: Espécie endêmica da América do Sul (Rocha & Luceño 2002Rocha, E. & Luceño, M. 2002. Estudo taxonômico de Rhynchospora Vahl seção Tenues (Cyperaceae) no Brasil. Hoehnea 29: 189-214.; Strong 2006Strong, M.T. 2006. Taxonomy and distribution of Rhynchospora (Cyperaceae) in the Guianas, South America. Contributions from the United States National Herbarium 53: 1-225.). No Brasil é encontrada em todos os estados (Alves et al. 2015).

Material selecionado: Augusto Corrêa, Ilha do Rodrigues, 1º2'S, 46º30'44"W, 3.IX.2010, M.J. Silva et al. 97 (HBRA); Bragança, Península de Ajuruteua entre dunas e campos ao noroeste da vila Bonifácio, 0º50'16"S, 46º37'6"W, 5.VI.2007, fl. e fr., L.O. Santos et al. 329 (HBRA, MG); Curuçá, Ilha Romana, restinga ao longo da praia no lado sudeste da ilha, 23.V.2010, U. Mehlig et al. 768 (HBRA); Maracanã, Ilha de Algodoal, Restinga da praia da Princesa, 22-25.V.1994, fl. e fr., M.N. Bastos et al. 1640 (MG, HAMAB); Marapanim, Leste da Câmara da Vila dos Pescadores, cerca de 11 km a nordeste de Marudá, 0º37'S, 47º41'W, 3-4.IV.1980, G. Davidse et al. 17814 (MG, NY); Salinópolis, Ilha de Itarana, área arenosa alagável pós-mangue, antes das dunas, 21.IX.2013, fl. e fr., A. Gil et al. 380 (MG); São Caetano de Odivelas, Ilha de Taquari, 25.VIII.1998, fl. e fr., M.N. Bastos et al. 1905 (MG); São João de Pirabas, Praia do Buraco, dunas rasas e apicum próximo à beira mar, 15.V.2011, U. Mehlig et al. 992 (HBRA); Vigia, 36 Km ao sudeste de Vigia, na PA-140 para Belém, 29.III.1980, G. Davidse 17560 (NY); Viseu, Fernandes Belo, Vila do Apeu-Salvador, 0º55'19.8"S, 46º12'16.7"W, 23.VI.2015, fl. e fr., U. Mehlig 1632 (HBRA, MG).

1.9. Rhynchospora rugosa (Vahl) Gale, Rhodora 46: 275 (1944). Schoenus rugosus Vahl, Eclog. Amer. 2: 5 (1798). TYPUS: "America meridionali", "Boia chica", von Rohr 27 (Holotypus: C online!). Fig. 9

Figura 9
Rhynchospora rugosa – a. hábito (exsicata); b. espigueta; c. vista lateral da gluma; d. aquênio. (G. Davidse et al. 17946 - MG).
Figure 9
Rhynchospora rugosa – a. habit (voucher specimen), b. spikelet, c. scale in lateral view, d. achene (G. Davidse et al. 17946 – MG).

Rhynchospora rugosa pode ser determinada pela inflorescência subcontraida com espiguetas em raios frequentemente curtos, conferindo um aspecto corimbiforme hemisférico. Também se destaca pela coloração das glumas castanho-rubescentes. Seu aquênio obovoide a elíptico-obovoide apresenta superfície rugosa. O ápice do corpo do fruto é truncado, com estilopódio triangular de margens antrorsamente escabrosas.

Distribuição: Ocorre no sudeste do México, América Central (Belize, Guatemala, Hondura, Nicaragua, Costa Rica e Panamá), Caribe (Cuba, Jamaica e Porto Rico) e América do Sul (Venezuela, Guiana, Guiana Francesa, Brasil, Peru, Bolívia, Paraguai e Argentina) (Thomas 1992Thomas, W.W. 1992. A synopsis of Rhynchospora (Cyperaceae) in Mesoamerica. Brittonia 44: 14-44.; Strong 2006Strong, M.T. 2006. Taxonomy and distribution of Rhynchospora (Cyperaceae) in the Guianas, South America. Contributions from the United States National Herbarium 53: 1-225.). No Brasil é encontrada em todos os estados (Alves et al. 2015).

Material examinado: Maracanã, Cerca de 73 km a noroeste de Castanhal, savana contigua à Vila dos Martins Pinheiro, 0º52'S, 47º35'W, 6.IV.1980, fl. e fr., G. Davidse et al. 17946 (MG, NY).

1.10. Rhynchospora spruceana C.B. Clarke, Bull. Misc. Inform. Kew, Addit. Ser. 8: 40 (1908). TYPUS: "Brazil"; "Santarem", Spruce 627 (Lectotypus: K online!; Isolectotypus: NY n.v.). Designado por T. Koyama, Mem. New York Bot. Gard. 23: 77 (1972). Fig. 10

Figura 10
Rhynchospora spruceana – a. hábito (exsicata); b. espigueta; c. vista lateral da gluma; d. aquênio. (G. Davidse et al. 17703 - MG).
Figure 10
Rhynchospora spruceana – a. habit (voucher specimen); b. spikelet; c. scale in lateral view; d. achene. (G. Davidse et al. 17703 - MG).

Rhynchospora spruceana apresenta espiguetas solitárias ou mais de uma espigueta no ápice dos raios e aquênio de extremidade apical truncada, com margens superiores na mesma linha do estilopódio. Ainda, o aquênio pode apresentar algumas variações morfológicas, como: margem do corpo do fruto de estreita a engrossada, estilopódio triangular a deltoide, além da coloração que pode ser esbranquiçada quando jovem a enegrecido na maturidade. Veja também comentários de R. filiformis (loc. cit.).

Distribuição: Ocorre na América do Sul (Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa e Brasil) (Strong 2006Strong, M.T. 2006. Taxonomy and distribution of Rhynchospora (Cyperaceae) in the Guianas, South America. Contributions from the United States National Herbarium 53: 1-225.). No Brasil é registrada para os estados do Pará, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo e Paraná (Alves et al. 2015).

Material selecionado: Maracanã, Ilha de Maiandeua campo arbustivo aberto, 13.VI.1994, fr., M.N. Bastos et al. 1681 (MG); Marapanim, ao leste do final da Câmara da vila cerca de 11 km ao leste de Marudá, 0º37S, 47º41'W, 3-4.IV.1980, fl., G. Davidse et al. 17869 (MG, NY); Vigia, 9 km a sudeste de Vigia no curso da PA-140 para Belém, 0º55'S, 48º4'W, 31.III.1980, fl. e fr., G. Davidse et al. 17703 (MG).

  • Lista de exsicatas
    Rhynchospora barbata: Bastos, M.C.et al. 230 (MG), 504 (MG), 641 (MG), 666 (MG), 812 (MG), 988 (MG), 1276 (MG), 1641 (MG). Black, G.A. 48-3298 (IAN). Cavalcante, J.A. et al. 9 (MG). Conceição, C.B. et al. 17 (MG). Davidse, G. et al. 17705 (MG, NY), 17999 (MG, NY). Egler, W.A. 709 (MG), 1099 (MG). Félix da Silva, M.M. & Santos, J.U.M. 25 (MG). Lima, D.A. 531281 (IAN). Mehlig, U. 844 (HBRA), Pessoal do Museu (MG9797). Rocha, A.E.S. 995 (MG), 1203 (MG), 1229 (MG). Rodigues, L.K.M. 6 (IAN, MG), 20 (MG, IAN), 28 (IAN, MG), 57 (IAN, MG). Rodrigues, W.A. 1223 (INPA). Rohr, von s.n. (C0000938394). Rosa, N.A. 3181 (MG). Tavares, A.C. et al. 302 (MG). Van den Berg, M.E. 53 (MG). Wanderlei, M.G.L. 2652 (MG). R. cephalotes: Bastos, M.N. et al. 1498 (MG). Bouças, P.R.P. & Medeiros, J. 28 (IAN). Carreira, L. et al. 1718 (MG). Egler, W.A. 1081 (MG). Gil, A. et al. 328 (HURB, MG), 339 (MG). Gurgel, E.S.C. 857 (MG). L.K.M. 61 (IAN, MG), (LINN 71.56). R. filiformis: Ledru s.n. (C10010573). Rocha, A.E.S & Rosa, M. 119 (MG). Rodrigues, L.K.M. 59 (MG, IAN). R. hirsuta: Bastos, M.N. et al. 992 (MG). Mehlig, U. 1673 (HBRA, MG). Santos, C.C.L. et al. 31 (HBRA), 178 (HBRA). Santos, L.O. et al. 334 (HBRA, MG), 355 (HBRA, MG), 339 (HBRA, MG), 390 (HBRA, MG). Silva, M.J. 222 (HBRA). R. holoschoenoides: Bastos, M.N. et al. 991 (MG), 1443 (MG), 1739 (MG). Davidse, G. et al. 17567 (INPA, NY), 17927 (INPA, MG, NY). Fróes, R.L. 30610 (IAN). Gil, A. et al. 316 (HURB, MG). Jangoux, J. & da Silva, M.F.F. 1200 (MG). Leblond, D. 36 (P). Mehlig, U. 79 (HBRA), 80 (HBRA), 85 (HBRA), 103 (HBRA), 268 (HBRA), 1230 (HBRA), 1692 (HBRA, MG). Oliveira, E.S. & Santos, H.J. 187 (HBRA). Rodrigues, L.K.M. 4 (MG) 60 (MG, IAN). Santos, C.C.L. et al. 195 (HBRA). Santos, L.O. et al. 302 (HBRA, MG). Souza, A.F.S. et al. 18 (HBRA). R. nervosa: Black, G.A. & Smith, L.B. 56-18832 (IAN). Davidse, G. et al. 17958 (MG), 17633 (MG). Kuhlmann 549 (NY, RB). Oliveira, E. 6418 (MG). Rocha, A.E.S. 1052 (MG). R. puber: Gil, A. et al. 300 (MG), 318 (MG). Lobato, L.C.B. et al. 56 (MG). Prance Pennington 2058 (IAN).Rohr, von s.n. (C10010598). R. riparia: Bastos, M.N. et al. 253 (MG), 514 (MG), 663 (MG), 803 (MG), 966 (MG), 1444 (MG), 1640 (MG, HAMAB), 1690 (MG), 1905 (MG). Bastos, N.C. et al. 245 (MG). Bouças, P.R.P. & Medeiros, J. 94 (IAN). Costa Neto, S.V. et al. 19 (MG). Davidse, G. 17560 (NY). Davidse, G. et al. 17814 (MG, NY). Egler, W.A. 162 (INPA, MG), 1101 (MG). Gil, A. et al. 287 (MG), 341 (IAN, MG), 380 (MG). Lobato, L.C.1031 (IAN, MG, UEC). Lobato, L.C.B. et al. 172 (MG). Mehlig, U. 105 (HBRA), 859 (HBRA), 1632 (HBRA, MG). Mehlig, U. & ASP, N.E. 888 (HBRA). Mehlig, U. & Pereira M.V.S. 509 (HBRA). Mehlig, U. et al. 768 (HBRA), 992 (HBRA). Menezes, M.P.M. 28 (HBRA). Oliveira, L. 391 (HBRA). Oliveira, L. & Menezes, M.P.M. 288 (HBRA). Rocha, A.E.S. 1047 (MG). Rocha, A.E.S. & Lobato, L.C. 805 (MG). Rocha, A.E.S. & Silva, W.L.S. 1215 (MG). Rocha, A.E.S. et al. 273 (MG), 761 (MG), 994 (MG). Rodrigues, L.K.M. 3 (MG, IAN), 15 (MG), 27 (MG), 52 (IAN), 68 (IAN, MG). Santos, L.O. et al. 298 (HBRA), 329 (HBRA, MG). Silva, M.J. et al. 97 (HBRA). Silva, R.M. et al. 62 (HBRA). Ullysses Tavares 21 (IAN). R. rugosa: Davidse, G. et al. 17946 (MG, NY). Rohr, von 27 (C). R. spruceana: Bastos, M.N. et al. 1681 (MG), 1571 (MG). Bastos, N.C. et al. 255 (MG). Black, G.A. 483284, 508810 (IAN). Davidse, G. 17703 (MG), 17869 (MG, NY). Lobato, L.C. 1021 (MG). Rodrigues, L.K.M. 14 (IAN, MG). Rosa, M.A. 3185 (MG). Spruce 627 (K).

Agradecimentos

Agradecemos ao CNPq que auxiliou no desenvolvimento da pesquisa através da bolsa de Iniciação Científica concedida à primeira autora (160109/2014-0). Aos curadores dos herbários B, BM, BR, C, FI, HAMAB, HBRA, IAN, MG, P, PH, RB, UPS e W, que gentilmente nos receberam e/ou disponibilizaram dados sobre os acervos. A Felipe Moraes dos Santos e a Me. Heloisa Moraes Santos, o auxílio com a ilustração dos materiais. À Dra. Ely Simone Gurgel, o auxílio na consulta de alguns typi.

Referências

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Apr-Jun 2017

Histórico

  • Recebido
    09 Set 2015
  • Aceito
    17 Out 2016
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