Resumo
A importância da realização de inventários botânicos, de forma contínua, vem sendo questionada nas últimas décadas, gerando falta de investimento e desinteresse de pesquisadores por esta área. No entanto, vale ressaltar que os demais estudos aplicados à conservação são possíveis apenas com a disponibilidade de dados primários obtidos nestas pesquisas. Embora Minas Gerais (MG) apresente a maior riqueza de espécies cientificamente conhecidas no Brasil, ainda possui várias lacunas de conhecimento, como é o caso da Serra da Mantiqueira (SM), uma importante área para a conservação da biodiversidade no país. Neste cenário, a fitofisionomia Floresta Estacional Semidecidual (FES) merece destaque, por possuir ampla extensão e importância no estado, porém permanecer subamostrada. O estudo teve como objetivos apresentar importantes registros de espécies para a flora de MG e discutir sobre a necessidade de inventários florísticos no Brasil. Os registros foram feitos em três de 10 áreas estudadas, durante coletas realizadas entre os anos de 2012 e 2019, e são parte de um amplo estudo que está sendo realizado em fragmentos de FES, deficitários de dados florísticos, localizados na SM. Foram registradas três espécies pela primeira vez em MG, uma espécie foi redescoberta após mais de dois séculos após sua última coleta, além de nove espécies consideradas raras no estado. O presente estudo contribuiu com o preenchimento de lacunas de conhecimento sobre a flora do Brasil e também demonstrou a importância da realização de novas coletas, principalmente em áreas específicas e subamostradas no interior do país, como as FES.
Palavras-chave
Floresta Atlântica; primeiros registros; lacunas de amostragem; áreas prioritárias para conservação; redescoberta
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