Acessibilidade / Reportar erro

O ENSINO ACADÊMICO DA ETNOBOTÂNICA NO BRASIL1 1 Documento apresentado no Taller Latinoamericano Desarrollo Curricular de Etnobotánica, fevereiro/2002, República Dominicana. Apoio financeiro do World Wide Fund for Nature (WWF/People and Plants) e do Grupo Etnobotánico Latinoamericano (GELA).

ETHNOBOTANY ACADEMIC TEACHING IN BRAZILIAN UNIVERSITIES

RESUMO

A etnobotânica vem sendo definida como o estudo das sociedades humanas em suas relações com as plantas. É uma disciplina antiga em sua prática, mas jovem em sua teoria. A pesquisa etnobotânica cresceu na última década, especialmente na América Latina. Esse crescimento exigiu o entendimento da disciplina na sua diversidade teórico-metodológica, conseqüência do seu caráter interdisciplinar e necessidade da sistematização da mesma. Este trabalho buscou resgatar e avaliar o ensino formal da etnobotânica em instituições brasileiras, a partir de questionários enviados a Instituições de ensino e pesquisa no país. Utilizou-se ainda a via eletrônica para atualizações referentes aos cursos de graduações. Foram encontradas 13 instituições que oferecem etnobotânica como disciplina específica, e 27 instituições, em que a etnobotânica não é oferecida formalmente, sendo abordada apenas como tópico, principalmente relacionada aos cursos da área de Ciências Biológicas. Tanto os cursos com disciplinas específicas quanto aqueles em que consta como tópico, concentram-se nas instituições das Regiões Sudeste (51%)e Nordeste (31%). O trabalho incluiu também uma avaliação dos conteúdos programáticos das disciplinas e bibliografias utilizadas. Os dados mostraram uma tendência de crescimento do ensino formal da etnobotânica tanto na graduação quanto na pós-graduação no Brasil.

Palavras-chave:
Etnobotânica; Brasil; instituições de ensino

ABSTRACT

Ethnobotany is the study of human societies and their relationship with plants. It is an old discipline in practice, but young in theory. Ethnobotanical research has grown perceptibly in the past decade in many parts of the world, especially in Latin America. This growth calls for a broader understanding of the discipline in all its theoretical and methodological diversity. The interdisciplinary nature of ethnobotany also requires a greater academic systematization. This study focuses on the assessment of formal teaching methods of ethnobotany in Brazilian universities. Data were gathered from questionnaires sentover the Internet and filled out by graduate-course coordinators in Brazil, and by members of the Brazilian Ethnobotanical Committee of the Botanical Society of Brazil, and of the Brazilian Society of Ethnobiology and Ethnoecology. Thirteen Brazilian universities offer Ethnobotany as a specific discipline and in 27 other institutions, Ethnobotany is included as a topic in other disciplines. In both cases, these courses are generally offered by universities in Northeastern and Southeastern Brazil. The study included an evaluation of the contents as well as of references used in the courses. The data showed a strong tendency for growth of formal teaching of Ethnobotany in Brasil at both the undergraduate and graduate levels.

Key-words:
Teaching of ethnobotany; university level; Brazil

Texto completo disponível apenas em PDF.

  • 1
    Documento apresentado no Taller Latinoamericano Desarrollo Curricular de Etnobotánica, fevereiro/2002, República Dominicana. Apoio financeiro do World Wide Fund for Nature (WWF/People and Plants) e do Grupo Etnobotánico Latinoamericano (GELA).

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem especialmente à Dra. Sonia Lagos-Witte (coordenadora do Grupo Etnobotánico Latinomericano - GELA) pelo apoio fundamental à realização deste trabalho; a todos aqueles que contribuíram com o fornecimento dos dados relativos às suas Instituições; ao World Wide Fund for Nature (WWF) e GELA pelo suporte financeiro ao primeiro autor. Agrademos ainda a contribuição do revisor pelas críticas e sugestões.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • Albuquerque, U.P. de & Lucena, R.F.P. de (Orgs.). 2004. Métodos e técnicas na pesquisa etnobotânica. Recife. Núcleo de Publicações em Ecologia e Etnobotânica Aplicada (NUPEEA), 189p.
  • Alcorn, J.B. 1995. The scope and aims of ethnobotany in a developing world. In: Schultes, R.E. & Reis, S. von. (Eds.), Ethnobotany: evolution of a discipline. Dioscorides Press: Portland, Oregon, 23-39.
  • Alexiades, M.N. & Sheldon J.W. (Eds.). 1996. Selected guidelines for ethnobotanical research: a field manual. The New York Botanical Garden Press. New York. Advances in Economic Botany 10: 1-306.
  • Alfaro, M. A. M. 1994. Estado actual de las investigaciones etnobotânicas en México. Bol. Soc. Bot. México 55: 65-74.
  • Amorozo, M. C. M; Ming, L. C. & Silva, S. M. P. (Eds). 2002. Métodos de coleta e análise de dados em etnobiologia, etnoecologia e disciplinas correlatas. Anais do I Seminário de Etnobiologia e Etnoecologia do Sudeste. Rio Claro. 204p.
  • Balick, M. J. & Cox., P. A. 1996. Plants, people and culture: the science of ethnobotany. Scientific American Library. New York. 228p.
  • Brasil. 1998. Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal. Primeiro relatório nacional para a conservação sobre diversidade biológica: Brasil. Brasília. 283p.
  • Diegues, A C. & Arruda, R. S. V. (Org.). 2001. Saberes tradicionais e biodiversidade no Brasil. Brasília: Ministério do Meio Ambiente; São Paulo: USP. (Biodiversidade, 4). 175p.
  • Ford, R. I. 1978. Ethnobotany: historical diversity and synthesis. In: R. I. Ford (Ed.), The nature and status of ethnobotany. Annals of Arnold Arboretum. Museum of Anthropology, University of Michigan, Michigan. Anthropological Papers 67: 33-49.
  • Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). 2003. Programas de PG reconhecidos. Disponível em: http://www.capes.gov.br/cursos/index.html Acesso em: 13 de setembro de 2003.
    » http://www.capes.gov.br/cursos/index.html
  • Hamilton, A. C.; Shengji, J.P.; Kessy, J.; Khan, A. A.; Lagos-Witte, S. & Shinwari, Z. K. 2003. The purposes and teaching of applied ethnobotany. People and Plants Working Paper 11. WWF, Godalming, UK. 72p.
  • IBGE -Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2001. Resultados do universo do censo 2000. Disponível em: http://www.ibge.gov.br . Acesso em: 7 de dezembro de 2001.
    » http://www.ibge.gov.br
  • IBGE -Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2001. Resultados do universo do censo 2000 . Disponível em: http://www.ibge.gov.br . Acesso em: 7 de dezembro de 2001.
    » http://www.ibge.gov.br
  • INEP -Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. 2003. Censo da Educação Superior. <http://www.inep.gov.br/download/superior/censo/2004/ResumoTecnico2003ANEXO.pdf Acesso em: 02 de março de 2005.
    » http://www.inep.gov.br/download/superior/censo/2004/ResumoTecnico2003ANEXO.pdf
  • Ministério da Educação (MEC). Secretária de Ensino Superior. 2003. Disponível em http://www.mec.gov.br/sesu/fies/ies.shtm Acesso em: 13 de setembro de 2003.
    » http://www.mec.gov.br/sesu/fies/ies.shtm
  • Ministério do Meio Ambiente (MMA). 2002. Biodiversidade brasileira: avaliação e identificação de áreas prioritárias para a conservação, utilização sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade brasileira. Secretaria de Biodiversidade e Florestas. MMA, Brasília. 283p.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    May-Aug 2005

Histórico

  • Recebido
    Nov 2004
  • Aceito
    Mar 2005
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Rua Pacheco Leão, 915 - Jardim Botânico, 22460-030 Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Tel.: (55 21)3204-2148, Fax: (55 21) 3204-2071 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: rodriguesia@jbrj.gov.br