RESUMO
O presente estudo teve como objetivo revelar padrões de diversidade nos campos rupestres, gerando informações úteis à conservação. O estudo desenvolvido em quatro locais na Chapada Diamantina, todos eles em topos de serras e morros, incluiu dois tipos principais de fisionomias abertas: uma mais campestre e contínua (habitat entremeio) e outra mais arbustiva e insular (habitat afloramento). A vegetação foi amostrada em cada um dos quatro locais por quatro parcelas aleatórias simples de 10 × 10 m. Além dessas 16 parcelas, mais 16 foram estratificadas ao habitat afloramento, quatro em cada local. Foram analisadas as riquezas em espécies, famílias, criptógamas vasculares, eudicotiledôneas, monocotiledôneas, além das estimativas das áreas de coberturas das plantas vasculares (vegetação) e dos liquens. Do total de 202 espécies, 11 foram criptógamas vasculares e 191 foram angiospermas (97 monocotiledôneas, 93 eudicotiledôneas e uma Piperaceae). Foi verificado aumento do número de espécies conforme os aumentos de área de vegetação e de inclinação até 13º. A variação da área de vegetação entre os locais não foi significativa, assim como as riquezas em espécies, em famílias, em espécies de eudicotiledôneas e monocotiledôneas, sugerindo a existência de certa estabilidade, apesar do dendrograma de similaridade demonstrar que a composição de espécies entre os locais varia. Diferenças significativas entre as áreas de liquens e o número de espécies criptógamas vasculares indicam algumas distinções entre os locais, provavelmente decorrentes de fatores como umidade e isolamento.
Palabras chave:
campo rupestre; Cadeia do Espinhaço; florística; riqueza; vegetação em montanha