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Reproductive and vegetative phenology of the micro endemic Stachytarpheta cassiae (Verbenaceae)

Resumo

A flora dos campos rupestres brasileiros representa um hotspot de riqueza de espécies e endemismos. Stachytarpheta cassiae (Verbenaceae) é uma espécie micro endêmica, da qual nada se sabe sobre sua história natural. Aqui, quantificamos ao longo de 12 meses a atividade e intensidade das fenofases vegetativas e reprodutivas e testamos sua sazonalidade e sua relação com as variáveis climáticas locais. Tanto as fenofases vegetativas quanto as reprodutivas foram continuas. Não foi observada nenhuma sazonalidade nas fases vegetativas e nenhuma delas foi influenciada por variáveis climáticas. Somente os botões florais e a intensidade de frutos maduros mostraram sazonalidade significativa em fevereiro (estação chuvosa) e julho (estação seca), respectivamente. Assim, o aumento da temperatura e umidade combinados explicaram o aumento da produção de botões florais, enquanto a diminuição da precipitação explicou o aumento dos frutos maduros. A maior intensidade dos botões florais pode responder a condições climáticas semelhantes às de outras espécies na comunidade. No entanto, S. cassiae é muito diferente, pois produz flores continuamente. É esperada maior intensidade de frutos maduros na estação seca, já que suas sementes são dispersas por vetores abióticos. Devido à produção constante de flores e folhas, S. cassia pode ser uma espécie chave para a conservação de muitas espécies de vertebrados e invertebrados e para a manutenção do funcionamento biogeoquímico dos solos empobrecidos dos campos rupestres.

Palavras-chave:
conservação; Serra do Espinhaço; floração prolongada; eventos fenológicos

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