Resumo
Dentre as abordagens minimamente invasivas atualmente disponíveis, o tratamento restaurador atraumático (ART) demonstra resultados promissores tanto na dentadura decídua quanto permanente.
Objetivo Avaliar a sobrevivência de restaurações ART Classe I, em pré-escolares, com duas marcas brasileiras de cimentos de ionômeros de vidro (CIV) em comparação com um CIV de referência.
Material e método Cavidades de 49 crianças pré-escolares (três a cinco anos de idade) com lesões cariosas nos dentes posteriores (N = 81) foram preenchidas por dois odontopediatras experientes, de acordo com a técnica ART. Os CIV brasileiros Maxxion-R (MR) e Vitro-Fil LC (VF) e o CIV de referência, Ketac-Molar (KM), foram inseridos em uma sequência pré-estabelecida aleatoriamente. As restaurações foram avaliadas após 6 e 12 meses por outro pesquisador. As pontuações 0 e 1 foram consideradas bem-sucedidas, enquanto as pontuações 3-9 foram classificadas como falhas. Foram aplicadas a análise de sobrevivência de Kaplan-Meier e o teste log-rank (p <0,05).
Resultado Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas nas taxas de sobrevivência dos CIV testados após 12 meses.
Conclusão O desempenho clínico dos CIV brasileiros MR e VF, observado após 12 meses, sugere que estes podem ser uma alternativa para restaurações ART Classe I para proteger a esfoliação natural dos dentes decíduos. No entanto, até que sejam realizados estudos adicionais envolvendo um maior número de restaurações e períodos de acompanhamento mais longos, os CIV de referência, como o KM, devem continuar sendo o material de escolha para as restaurações ART.
Descritores: Tratamento restaurador dental sem trauma; cimentos de ionômeros de vidro; ensaio clínico