Resumo
Introdução O cortisol é reconhecido como biomarcador do estresse, desempenhando um importante papel na regulação de diversos sistemas fisiológicos. No entanto, quando liberado de forma crônica, pode afetar os tecidos periodontais, levando à diminuição da resposta imune dos tecidos, que se tornam mais suscetíveis à colonização de microorganismos periodontopatogênicos.
Objetivo Investigar a relação entre níveis de cortisol salivar, estresse ocupacional e ocorrência de doença periodontal em profissionais de enfermagem hospitalar.
Material e método Foram avaliados 46 profissionais de enfermagem por meio da coleta de cortisol salivar, aplicação da Job Stress Scale (Escala de Estresse no Trabalho) e exame clínico da condição periodontal.
Resultado Vinte e cinco participantes (54,35%) apresentaram níveis normais de cortisol, enquanto 21 (45,65%) apresentaram níveis baixos. Quanto às dimensões avaliadas pela Job Stress Scale, o quadrante de trabalho de alta demanda apresentou associação significativa com a classificação do cortisol, aumentando em 23,9 vezes a chance de níveis baixos. Todos os profissionais apresentaram estresse ocupacional. A prevalência geral de periodontite foi de 63,04%, entretanto, não foi encontrada associação significativa do cortisol com a condição periodontal.
Conclusão O estudo evidencia a influência de altas demandas ocupacionais sobre os níveis de cortisol, aumentando o risco para o desenvolvimento de doenças. Não foram encontradas associações entre cortisol salivar e doença periodontal.
Descritores:
Cortisol; doença periodontal; estresse ocupacional; saúde ocupacional