CONTEXTO: A presença de déficits cognitivos e dos sintomas psicológicos e do comportamento nas demências torna o fenômeno da consciência da doença um objeto de estudo bastante complexo. Esse fenômeno tem sido mais investigado em estudos de corte transversal do que em estudos de corte longitudinal. OBJETIVO: Comparar o comprometimento da consciência da doença na doença de Alzheimer (DA) ao longo de seis meses. MÉTODO: Ao longo de seis meses, 18 pacientes com DA leve foram avaliados por meio da Escala de Avaliação do Impacto Psicossocial da Demência (AIPD), do Miniexame do Estado Mental (MEEM), do Estadiamento Clínico da Demência (CDR), da Escala Cornell para Depressão na Demência (Cornell), da Escala Qualidade de Vida na Doença de Alzheimer (QdV-DA) - versão paciente e do Questionário de Atividades Funcionais (Pfeffer). Os cuidadores foram avaliados com a Escala Zarit Burden Interview (Zarit) e a QdV-DA - versão cuidador. RESULTADOS: Ao final de seis meses, houve declínio no grau de consciência da doença (p = 0,02), no estado cognitivo (p < 0,01), nas atividades funcionais (p < 0,01) e no estadiamento clínico da doença (p < 0,01) e aumento dos sintomas depressivos (p < 0,01). CONCLUSÃO: Há comprometimento da consciência da doença e déficits cognitivos e funcionais à medida que a gravidade da demência aumenta.
Demência; anosognosia; consciência do déficit; insight