CONTEXTO: Avaliações tradicionais de sintomas obsessivo-compulsivos, baseadas na introspecção, estão sujeitas a diversas variáveis, como os níveis de insight apresentados pelo paciente. OBJETIVOS: Neste estudo, nosso objetivo foi o de avaliar a consistência interna e as correlações clínicas de um teste que busca identificar a existência de um viés cognitivo implícito em pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). MÉTODOS: Quarenta pacientes com TOC realizaram o teste de associação implícita para o TOC (TAI-TOC) e responderam a três instrumentos de autoavaliação [Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), Inventário de Depressão de Beck (BDI), Inventário de Obsessões e Compulsões - Revisado (OCI-R)]. RESULTADOS: O valor do alfa de Cronbach com itens de treino foi de 0,83 e sem o treino foi de 0,79. Não foram observadas correlações significativas entre os escores gerados pelo TAI-TOC e os instrumentos de autoavaliação, i.e., BDI, BAI e diferentes dimensões do OCI-R. CONCLUSÃO: Nossos achados apontam para uma elevada consistência interna do TAI-TOC. A ausência de correlações entre o TAI-TOC e diferentes dimensões do OCI-R sugere que medidas implícitas e explícitas de sintomas obsessivo-compulsivos podem formar constructos independentes. Estudos futuros, com maior número de pacientes, são necessários para confirmar essa hipótese.
Transtorno obsessivo compulsivo; memória implícita; teste de associação implícita