Acessibilidade / Reportar erro
Archives of Clinical Psychiatry (São Paulo), Volume: 33, Número: 2, Publicado: 2006
  • Editorial

    Soares, Claudio N.
  • Documento sem título Mensagem Dos Editores

    Rennó Jr., Joel; Fernandes, César Eduardo
  • Epidemiologia dos transtornos psiquiátricos na mulher Revisão De Literatura

    Andrade, Laura Helena S. G. de; Viana, Maria Carmen; Silveira, Camila Magalhães

    Resumo em Português:

    A conscientização de que os transtornos mentais representam um sério problema de saúde pública é relativamente recente, ocorrendo a partir da publicação do estudo The Global Burden of Disease pela Organização Mundial da Saúde. Diferenças de gênero na incidência, prevalência e curso de transtornos mentais, assim como na apresentação clínica e na resposta terapêutica, têm sido extensivamente demonstradas por estudos epidemiológicos.

    Resumo em Inglês:

    The awareness that mental disorders present a serious public health problem is relatively new, occurring after the publication of The Global Burden of Disease by the World Health Organization. Gender differences in the incidence, prevalence, and course of mental disorders, as well as in their clinical features and response to treatment; have been extensively demonstrated in epidemiological studies.
  • Irregularidades menstruais: inter-relações com o psiquismo Revisão De Literatura

    Melo, Nilson Roberto de; Machado, Rogério Bonassi; Fernandes, César Eduardo

    Resumo em Português:

    Dados provenientes de estudos em animais e humanos indicam que o estresse psicológico pode determinar alteração relevante sobre a função menstrual. Vários estudos procuraram analisar eventos estressores comuns - novo emprego, dificuldades financeiras, discussões diárias - e sua relação com características menstruais, como o intervalo e quantidade do fluxo, bem como com quadros de amenorréia. Sugere-se que as alterações menstruais funcionais resultam primariamente da ação direta dos hormônios do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, provavelmente modulados por CRH, induzindo maior atividade de ACTH e beta-endorfina. Clinicamente, os quadros mais freqüentemente associados aos distúrbios psíquicos referem-se às anovulações de origem central e às amenorréias hipotalâmicas. A caracterização do envolvimento psíquico nessas condições representa elemento fundamental para a adequada abordagem terapêutica.

    Resumo em Inglês:

    Data from both animal and human research indicate that psychological stress is associated with altered menstrual function. A number of studies have examined the relationship between more common stressors (job strain, financial worries, daily hassles) and menstrual cycle characteristics, such as cycle length and quality of bleeding, as well as amenorrhea. Numerous investigators have suggested that functional reproductive deficits result primarily from direct actions of the hypothalamic-pituitary-adrenocortical, probably modulated by a CRH-stimulated increase in the opioid beta-endorphin. The characterization of the psychic envolvement in these conditions represents basic element for the adequate therapeutical approach.
  • Efeitos dos esteróides sexuais sobre o humor e a cognição Revisão De Literatura

    Rosa e Silva, Ana Carolina J. S.; Sá, Marcos Felipe Silva de

    Resumo em Português:

    Estudos experimentais e observacionais sugerem que os esteróides sexuais apresentam uma série de efeitos sobre o cérebro e que, potencialmente, afetam a cognição e o humor. O uso dos estrogênios na peri e pós-menopausa está associado à melhora da concentração, humor, memória e sono. Está também associado a retardo no declínio da função cognitiva, característico do envelhecimento, e os dados sugerem também um papel dos estrogênios no retardo do início da doença de Alzheimer. Vários estudos observacionais indicam, ainda, que os estrogênios atuam melhorando o humor e têm ação antidepressiva. Já a progesterona e seus derivados têm mostrado efeitos opostos aos dos estrogênios. Por outro lado, dados de estudos randomizados e controlados mostraram que a associação de estrogênios mais progestagênios utilizados em mulheres na pós-menopausa não só falhou em melhorar a memória, cognição e qualidade de vida, mas também aumentou o risco de demência, portanto contradisse os estudos observacionais e experimentais. Novas pesquisas serão necessárias para esclarecer essas controvérsias. Os dados disponíveis até o momento indicam que não se deve prescrever primariamente a estrogenioterapia para prevenir depressão, doença de Alzheimer ou piora da função cognitiva.

    Resumo em Inglês:

    The results of several experimental and observational studies suggest that sexual steroids present effects on central nervous system and potentially may affect mood and cognition. The use of estrogens in pre and postmenopausal period is associated to improvement of concentration, mood, memory and sleep pattern. Estrogens are also is associated to a delay in cognitive function decline characteristic of aging process or to the onset of Alzheimer disease. The observational studies indicate that estrogens may improve the mood and act as antidpressive but progesterone and its derivatives have opposite effect. However, randomized controlled trials suggest that the estrogen or estrogen plus progestins not only failed to improove mood, cognition na quality of life but also increase the risk of dementia. Therefore, there is a contradiction between observational and controlled randomized studies. Further investigations must to be done in order to clarify this controversy. However, up to now the data indicate that estrogen therapy is not to be primarily indicated to prevent depression, Alzheimer disease or cognition impairment.
  • Estados hiperprolactinêmicos: inter-relações com o psiquismo Revisão De Literatura

    Nahas, Eliana Aguiar Petri; Nahás-Neto, Jorge; Pontes, Anaglória; Dias, Rogério; Fernandes, César Eduardo

    Resumo em Português:

    A hiperprolactinemia é o distúrbio endócrino mais freqüente do eixo hipotálamo-hipofisário, observado em mulheres na idade reprodutiva. Caracteriza-se pela elevação consistente dos valores plasmáticos de prolactina. A regulação da produção da prolactina dá-se por meio da ação inibitória de um neurotransmissor, a dopamina. As manifestações clínicas são distúrbios do ciclo menstrual, amenorréia, galactorréia, infertilidade e diminuição da libido. Entretanto, sintomas psicológicos, especialmente ansiedade e depressão, têm sido associados à hiperprolactinemia. Contudo, há poucos estudos clínicos publicados sobre o tema. O papel da prolactina na patogênese dos distúrbios psiquiátricos pode refletir ação direta sobre o sistema nervoso central, efeito indireto por meio dos hormônios gonadais ou constituir fatores independentes, resultantes da depleção de dopamina. Assim, detectada a prevalência de distúrbios psiquiátricos em pacientes com hiperprolactinemia, conclui-se pela necessidade de maior número de pesquisas que investiguem as bases da possível inter-relação entre os estados hiperprolactinêmicos e o psiquismo.

    Resumo em Inglês:

    Hyperprolactinemia is the most frequent endocrine disorder of the hypothalamus-hypophysis axis observed in women of reproductive age. It is characterized by elevated serum prolactin levels. Prolactin production is regulated by the inhibitory action of a neurotransmitter, dopamine. Clinical manifestations include irregular menstrual cycle, amenorrhea, galactorrhea, infertility and libido decrease, but psychological symptoms, especially anxiety and depression, have also been associated with hyperprolactinemia. Nonetheless, few studies about this condition are available. In the pathogenesis of psychiatric disorders, prolactin may have either a direct action on the central nerve system or an indirect effect via gonadal hormones or function as independent factors as a result of dopamine depletion. Thus, since the prevalence of psychiatric disorders in patients with hyperprolactinemia was detected, it was concluded that further studies are necessary to investigate the basis of a potential relationship between both hyperprolactinemic and psychiatric conditions.
  • Depressão: o mesmo acometimento para homens e mulheres? Revisão De Literatura

    Justo, Luís Pereira; Calil, Helena Maria

    Resumo em Português:

    Os autores fazem revisão narrativa da literatura. Descrevem aspectos epidemiológicos, biológicos, sociais e psicológicos associados a diferenças devidas ao gênero nas depressões. Existem diversos tipos de diferença entre os sexos quanto a manifestações depressivas, tais como a proporção de distribuição de duas mulheres para um homem nas taxas de prevalência de depressão maior, amplamente descrita e produto de estudos bem conduzidos. Entretanto, permanecem muitas incertezas em aspectos fundamentais desse tema.

    Resumo em Inglês:

    The authors perform a narrative review of literature. They describe epidemiological, biological, social, and psychological aspects linked to gender differences in depressions. There are several differences between sexes regarding depressive manifestations such as the prevalence proportion of two women to one man, thoroughly described in the literature and result of well conducted trials. However, a number of uncertainties remain in basic aspects of this subject.
  • Transtorno bipolar do humor e gênero Revisão De Literatura

    Dias, Rodrigo da Silva; Kerr-Corrêa, Florence; Torresan, Ricardo Cezar; Santos, Carlos Henrique R. dos

    Resumo em Português:

    Embora o transtorno bipolar (TB) ocorra quase igualmente em ambos os sexos, a fenomenologia e o curso da doença diferem no homem e na mulher. No entanto, há evidências de que mulheres bipolares, mais que os homens, apresentariam início mais tardio (em especial na quinta década de vida), ciclagem rápida, mais episódios depressivos, mais mania disfórica que eufórica, estados mistos e evolução do tipo bipolar II, ainda que os achados nem sempre sejam consistentes. Embora o risco de comorbidades no TB inclua, para ambos os gêneros, abuso de álcool e drogas, homens bipolares teriam maior probabilidade de ser alcoolistas, não procurar tratamento e de se suicidar. Hipóteses sugeridas para explicar tais diferenças variam daquelas centradas em aspectos culturais ou psicológicos para as que focalizam os sistemas hormonais, como os esteróides gonadais ou o eixo tireoidiano, e até mesmo a anatomia cerebral. A influência do ciclo reprodutivo (ciclo menstrual, gravidez e menopausa) sobre as opções terapêuticas no tratamento do TB é apresentada na última parte desta revisão.

    Resumo em Inglês:

    Although the bipolar disorder (BD) occurs almost with the same frequency in both genders, the phenomenology and the outcome of the illness differ between them. Nevertheless, there is evidence that women with BD show, more than men, delayed beginning, especially in their fifth decade, more rapid cycling outcome, more depressive episodes, more dysphoric mania, more mixed states and more BD type II. Even so, the findings are not always consistent. Although the risk of comorbidities in BD includes, for both the sorts, excessive alcoholic consumption and drugs, bipolar men would have greater probability of being alcohol dependent, of not seeking treatment and of committing suicide. Suggested hypotheses to explain such differences vary from those centered in cultural or psychological aspects to those that focus on the steroids hormones, and other hormones such as cortisol, thyroid hormones and even on the cerebral anatomy. The reproductive cycle (menstrual cycle, pregnancy and menopause) influences on the BD phenomenology and its relevance to the therapeutical options in the treatment of the BD in women are presented in the last part of this review. Further investigations must to be done in order to clarify this controversy. However, up to now the data indicate that estrogen therapy is not to be primarily indicated to prevent depression, Alzheimer disease or cognition impairment.
  • Transtornos psiquiátricos na gestação e no puerpério: classificação, diagnóstico e tratamento Revisão De Literatura

    Camacho, Renata Sciorilli; Cantinelli, Fábio Scaramboni; Ribeiro, Carmen Sylvia; Cantilino, Amaury; Gonsales, Bárbara Karina; Braguittoni, Érika; Rennó Jr., Joel

    Resumo em Português:

    Diversas questões ainda estão em aberto no que se refere a um tema tão amplo quanto a saúde mental das mulheres em período de gestação e puerpério. Por mais contraditório que possa parecer, muitas pacientes apresentam tristeza ou ansiedade em vez de alegria nessas fases de suas vidas. Os limites entre o fisiológico e o patológico podem ser estreitos, o que pode gerar dúvidas em obstetras, clínicos ou psiquiatras. Muitas pacientes também sentem-se culpadas, prejudicando a aderência ao tratamento e a aceitação de uma patologia em uma fase que, em tese, deveria ser de alegria. Nas últimas décadas, estudos têm investigado um pouco mais sobre o tema, mas algumas questões ainda estão em debate: os transtornos puerperais poderiam ser uma manifestação de um transtorno prévio não adequadamente tratado? Seriam a gestação ou o puerpério fatores protetores ou de risco para o desencadeamento de transtornos psiquiátricos? As alterações hormonais que ocorrem nesse período poderiam estar envolvidas na sua etiologia? Quais seriam os principais fatores de risco? Em quais situações seria adequado usar psicofármacos como medida de tratamento? Neste artigo, serão abordadas algumas dessas questões, sobre um tema que ainda precisa ser muito investigado para que tenhamos conclusões mais precisas.

    Resumo em Inglês:

    Several questions regarding mental health during the period of pregnancy and puerperium are still open. Even this seems contradictory, many patient present sadness or anxiety instead of joy in these phases of life. The limits between physiological and the pathological one can be narrow, what it may generate doubts in obstetricians, physicians or psychiatrists. Many patients also feel guilty, harming the treatment and the acceptance of her pathology in a phase that theoretically would have to be of joy. Few decades ago till today, there are studies that investigate deeper on this topic, but some questions still are in discussion: the puerperal diseases could be a manifestation of a previous disease not adequately treated? Would be the pregnancy or the puerperium protective factors or risk factors for the psychiatric diseases development? Could be involved in the etiology the hormonal alterations that occur in this period? Which would be the main factors of risk? In which situations it would be adjusted to use medications as treatment? This article has the proposal to discuss some of these questions that are immersed on a topic that is still opening to investigation to let us with more accuracy conclusions.
  • Insônia na menopausa e perimenopausa: características clínicas e opções terapêuticas Revisão De Literatura

    Soares, Claudio N.

    Resumo em Português:

    Transtornos do sono e insônia são mais freqüentemente observados entre as mulheres do que entre os homens durante a vida adulta. Entre outros fatores, especula-se que alta comorbidade psiquiátrica para transtornos afetivos e ansiosos entre as mulheres contribua para maior ocorrência de insônia. Além disso, períodos de intensa variabilidade hormonal (por exemplo, gestação e puerpério, perimenopausa) parecem estar relacionados com maior incidência de insônia e de transtornos respiratórios do sono entre as mulheres. Estudos populacionais sugerem que a transição menopausal constitue um período de maior risco para o desenvolvimento de sintomas depressivos, vasomotores e de insônia. Este artigo examina os fatores clínicos e hormonais que contribuem para a ocorrência de insônia durante a peri e a pós-menopausa. Opções terapêuticas são discutidas, incluindo técnicas cognitivo-comportamentais, tratamentos hormonais, agentes hipnótico-sedativos, antidepressivos e tratamentos de medicina alternativa.

    Resumo em Inglês:

    Sleep disturbances and insomnia are more commonly observed in adult females than in adult males. It has been speculated that comorbid depression and anxiety among females may contribute to a higher incidence of insomnia. In addition, periods of intense hormonal variability (e.g.; pregnancy/postpartum, menopause transition) appear to be associated with higher incidence of sleep disturbances in females. Epidemiologic studies suggest that the menopausal transition constitutes a period of heightened risk for the occurrence of depressive symptoms and vasomotor complaints, as well as insomnia. This article reviews the clinical and hormone factors that may play a role for the development of insomnia during the menopausal transition and postmenopause. Treatment options are critically reviewed, including cognitive-behavioral techniques, hormonal treatments, hypnotics, antidepressants, and complimentary/alternative medicine.
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Rua Ovídio Pires de Campos, 785 , 05403-010 São Paulo SP Brasil, Tel./Fax: +55 11 2661-8011 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: archives@usp.br