RESUMO
Objetivo:
Avaliar a capacidade funcional e a qualidade de vida de crianças e adolescentes em tratamento e pós-tratamento oncológico.
Métodos:
Estudo transversal de pacientes com câncer em tratamento ou pós-tratamento oncológico avaliados pelo teste de caminhada de 6 minutos (TC6) e pelo questionário Pediatric Quality of Life™ (módulo câncer).
Resultados:
Sessenta e cinco pacientes, com idade de 11,2±3,5 anos, sendo 50,8% do sexo masculino e 90,8% da raça branca, participaram do estudo, com mais incidência para os tumores hematológicos (81,5%). O desempenho no TC6 foi 23,1% inferior, quando comparadas as médias predita e realizada (584,3±5 m e 447,7±78,6 m, respectivamente). A diferença percentual entre o predito e o realizado do TC6 e as várias fases do tratamento oncológico foi significativa tanto entre os pacientes em tratamento (73,7±12,8%) como em pós-tratamento (84,5±9,1%). Quando separados os pacientes pelos diferentes diagnósticos, observou-se que a distância percorrida por aqueles com leucemia apresentou o resultado mais próximo do predito (80,7±11,7 m). No que diz respeito ao questionário sobre qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS), a percepção da criança (78,0±14,5) foi melhor do que a relatada pelos pais (72,4±17,7). Mas, na comparação da QVRS com o TC6, não foi encontrada nenhuma associação (p=0,597).
Conclusões:
Crianças e adolescentes em tratamento ou pós-tratamento oncológico apresentaram déficit de 23% na capacidade funcional. Na comparação dos resultados da QRVS, a percepção das crianças foi superior à dos pais.
Palavras-chave:
Neoplasias; Pediatria; Fisioterapia; Teste de caminhada; Qualidade de vida