RESUMO
Objetivo:
Avaliar os fatores associados à desospitalização de crianças e adolescentes com condição crônica complexa.
Métodos:
Estudo transversal e retrospectivo, que investigou a população de crianças e adolescentes internados na Unidade de Treinamento para Desospitalização (UTD), de janeiro de 2012 a dezembro de 2017. Os dados foram coletados por meio da consulta aos prontuários e livros de registros, de novembro de 2018 a junho de 2019. Foram estudados o período de internamento na UTD, a desospitalização, as reinternações, a frequência e causa dos óbitos, a idade, o sexo, o diagnóstico, o local de residência, o número de cuidadores e parentesco e o uso de dispositivos. Utilizou-se o teste do qui-quadrado para verificar a associação entre a variável dependente (desospitalização) e as variáveis independentes (idade, sexo, local de residência, uso de dispositivos e diagnóstico clínico).
Resultados:
O total de 93 prontuários de pacientes foi analisado, 37,6% tinham idade entre sete meses e dois anos, 58,1% eram meninos, 95,7% usavam traqueostomia, 92,5% gastrostomia e 71% ventilação mecânica invasiva. Encefalopatia hipóxico-isquêmica foi o diagnóstico de 40,3% da população. O tempo médio de hospitalização foi 288±265 dias; 60,2% ficaram internados entre 31 dias e um ano, representando 50% dos óbitos. Dos desospitalizados, 76,3% receberam alta para o Programa de Assistência Ventilatória Domiciliar (PAVD). A desospitalização foi associada ao local de procedência (p=0,027) e ao uso de derivação ventriculoperitoneal (DVP) (p=0,021).
Conclusões:
Identificou-se que a desospitalização esteve associada ao local de residência da criança ou adolescente e ao uso de DVP, sendo o maior número de altas para a capital do estado.
Palavras-chave:
Criança; Respiração artificial; Alta do paciente; Assistência domiciliar