RESUMO
Objetivo:
Caracterizar a adesão à dieta mediterrânica de alunos de escolas primárias do Porto e Maia e analisar a sua associação com a higiene do sono, a atividade física, o risco cardiometabólico e o desempenho escolar.
Métodos:
Estudo transversal com 891 alunos portugueses: 455 meninos (51%) e 436 meninas (49%), entre 9 e 11 anos (média [M]= 9,2; desvio padrão [DP]= 0,4), peso médio 35,9 kg (DP= 8,1), estatura média 1,4 cm (DP= 0,1), índice de massa corporal médio (IMC padronizado por escore Z para a faixa etária pediátrica) 0,76 (DP= 1,2), 59,5% de pessoas com peso adequado e 15,9% de obesos. Os alunos completaram o Índice de Qualidade de Adesão à Dieta Mediterrânica em Crianças e Adolescentes (Mediterranean Diet Quality Index in Children and Adolescents [KIDMED]) e uma entrevista sociodemográfica e dados antropométricos, após obtenção do consentimento informado dos pais.
Resultados:
Os resultados sugerem altos níveis de adesão ao padrão alimentar mediterrânico (77,6%), tanto nos meninos como nas meninas. Recorrendo ao coeficiente de correlação de Pearson, encontramos associação positiva entre o escore Z e o risco cardiometabólico, associação negativa entre o escore Z e a média de horas de sono em um dia típico nos meninos e nas meninas, associação positiva entre o escore Z e a idade de início de uma atividade física extracurricular e associação negativa entre o KIDMED e a idade de início da atividade física.
Conclusões:
Este estudo contribuiu para o conhecimento da adesão ao padrão alimentar mediterrânico de alunos do 1º ciclo de escolaridade do Porto e da Maia e correlações com variáveis associadas a um estilo de vida mais saudável (adesão à dieta mediterrânica, horas de sono e atividade física). Estudos futuros deverão focar a sua atenção em outros países e com amostras mais heterogêneas.
Palavras-chave:
Obesidade; Crianças; Padrão alimentar