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Retratamento com surfactante em prematuros de muito baixo peso: preditores de risco e sua influência nos resultados neonatais

RESUMO

Objetivo:

Avaliar preditores clínicos e resultados associados à necessidade de retratamento com surfactante.

Métodos:

Coorte retrospectiva com prematuros de muito baixo peso, no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2015, em uso de terapia de reposição de surfactante. O surfactante utilizado foi beractante (100 mg/kg), repetido a cada seis horas se FiO2≥0.40. Foram analisados dois grupos: dose única de surfactante e mais de uma dose (retratamento). Foram avaliados preditores maternos e neonatais para retratamento e resultados neonatais.

Resultados:

605 pacientes (44,5%) receberam surfactante; 410 (67,8%) uma dose e 195 (32,2%) mais de uma dose: 163 (83,5%) duas doses e 32 (16.4%) três doses. Não foram encontrados fatores associados ao retratamento com surfactante. A displasia broncopulmonar (DBP) foi associada ao retratamento (p<0.01). A presença de retratamento aumentou a chance de ocorrência de DBP em neonatos >1000 g (RR 1,78; IC95% 1,30‒2,45) e ≤1000 g (RR 1,33; IC95% 1,04‒1,70), em recém-nascidos com idade gestacional <28 semanas (RR 1,56; IC95% 1,12‒218) e ≥28 semanas (RR 1,50; IC95% 1,17‒1,92), naqueles com sepse precoce (RR 1,48; IC95% 1,20‒1,81), e nos que não foram expostos ao corticoide antenatal (RR 1,62; IC95% 1,20‒2,17).

Conclusões:

Não encontramos fatores preditores associados à necessidade de retratamento. A necessidade de duas ou mais doses de surfactante está associada à displasia broncopulmonar.

Palavras-chave:
Surfactante pulmonar; Retratamento; Fatores de risco; Recém-nascido prematuro; Displasia broncopulmonar

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