RESUMO
Objetivo:
Analisar a incidência das intoxicações medicamentosas em crianças registradas no Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina entre os anos de 2016 e 2020.
Métodos:
Estudo epidemiológico observacional, com delineamento de coorte histórica. Foi realizado com base nos casos notificados de intoxicação por medicamentos em crianças de zero a 12 anos. A amostra foi do tipo censo.
Resultados:
Foram notificadas 4.839 intoxicações medicamentosas em crianças no Estado de Santa Catarina no período, com taxa de incidência média anual de 6 casos/mil nascidos vivos. A idade apresentou mediana de três anos. A maioria (51,5%) dos casos de intoxicação ocorreu entre meninas, até os três anos de idade, de causa acidental, por exposição oral e no domicílio. Houve predomínio de sinais e sintomas que afetaram o sistema nervoso e apenas uma pequena parcela (6,2%) necessitou de hospitalização. A maioria dos casos (65,6%) foi considerada intoxicação leve com evolução favorável. Nenhum óbito foi registrado. Houve tendência de aumento dos casos ao longo do tempo, porém não significativo. Observa-se predomínio de casos incidentes no Grande Oeste, seguido do Meio-Oeste e Serra Catarinense.
Conclusões:
As intoxicações medicamentosas em crianças predominam na primeira infância, de forma acidental, sendo o ambiente doméstico o principal local. Esses achados destacam a importância de intensificar medidas preventivas e educativas entre familiares e cuidadores de crianças.
Palavras-chaves:
Intoxicação; Criança; Acidentes