Objetivo:
Avaliar as concentrações plasmáticas de retinol em crianças e adolescentes obesos e relacioná-las com componentes da síndrome metabólica.
Métodos:
Por meio de estudo transversal, avaliaram-se 61 crianças e adolescentes obesos (escore Z do índice de massa corpórea - ZIMC>+2). Obtiveram-se os dados de estadiamento puberal, pressão arterial sistêmica, peso e estatura para classificação da condição nutricional e cintura abdominal. Coletaram-se 15mL de sangue (após 12 horas de jejum e em sala de baixa luminosidade) para a dosagem do retinol (ponto de corte inadequado se <30µg/dL), para o perfil lipídico (HDL-c, LDL-c e triglicérides), para o teste de tolerância oral à glicose (jejum e 120 minutos) e para a proteína C-reativa ultrassensível. A correlação de Spearman e a regressão linear múltipla foram utilizadas para a análise estatística.
Resultados:
A média de idade das crianças estudadas foi de 10,7±2,7 anos, predominando-se o gênero masculino 38/61 (62%) e os pré-púberes 35/61 (57%). A média do retinol plasmático foi de 48,5±18,6ug/dL. Observaram-se deficiência de retinol e obesidade grave em 6/61 (10%) e 36/61 (59%), respectivamente. A glicemia aos 120 minutos foi a variável independente e preditora da concentração plasmática de retinol [β=-0,286 (IC95% -0,013 - -0,001)].
Conclusões:
Houve associação independente e inversa entre o retinol plasmático e a tolerância à glicose, o que sugere a importância dessa vitamina nas morbidades associadas à obesidade, em crianças e adolescentes.
vitamina A; obesidade; transtornos do metabolismo de glucose; criança; adolescente