RESUMO
Objetivo:
Avaliar o consumo de fibras e analisar a sua relação com os fatores de risco cardiovascular em adolescentes portadores de lúpus eritematoso sistêmico juvenil.
Métodos:
Trata-se de um estudo transversal em que foram avaliados adolescentes com lúpus eritematoso sistêmico juvenil. O consumo alimentar foi avaliado pelo recordatório de 24 horas; o estado nutricional, classificado de acordo com o índice de massa corporal/idade, segundo o sexo; e a obesidade abdominal, analisada por meio da circunferência da cintura e razão cintura/estatura e do metabolismo glicídico e lipídico. Os dados foram analisados no Statistical Software for Professionals 14, e todas as análises estatísticas usaram erro alfa de 5%.
Resultados:
Foram avaliados 52 pacientes, com média de idade de 16,7±1,5 anos. O consumo inadequado de fibras ocorreu em 61,5% (n=32) dos adolescentes e evidenciou que a média das medidas da circunferência da cintura (81,4 vs. 75,5 cm; p=0,02), a relação cintura/estatura (0,51 vs. 0,47; p=0,02) e a pressão arterial sistólica (122,1 vs. 114,8 mmHg; p=0,03) foram maiores naqueles que tiveram consumo inadequado de fibras. Entre os fatores de risco cardiovascular avaliados, a relação cintura/estatura apresentou correlação negativa significante com consumo de fibras (r=-0,3; p=0,04). Ou seja, quanto maior o consumo de fibras, menor o valor da relação cintura/estatura.
Conclusões:
A baixa ingestão de fibras da dieta nos adolescentes com lúpus eritematoso sistêmico juvenil está relacionada com maior adiposidade abdominal e, consequentemente, com maior risco cardiovascular.
Palavras-chave:
Lúpus eritematoso sistêmico; Fatores de risco; Adolescente; Razão cintura-estatura; Fibra alimentar