RESUMO
Objetivo:
Avaliar as características do sono em crianças e adolescentes portadores de diabetes melito tipo 1 (DM1) e sua relação com o controle glicêmico.
Métodos:
Estudo transversal realizado em um hospital público de São Paulo. A amostra foi composta de 86 portadores de DM1 entre 10 e 18 anos, aderentes à insulinoterapia, com monitoração mínima de três glicemias capilares ao dia e função tireoidiana normal. Foram avaliados os dados clínicos, antropométricos e laboratoriais de cada paciente. Utilizaram-se a Escala de Sonolência Diurna Pediátrica (ESDP) e o Questionário de Cronotipo de Munique (QCTM).
Resultados:
A média de hemoglobina glicada (HbA1c) foi 9,2±2,1%, sendo maior em adolescentes. A média do escore da ESDP foi 13,9±4,7. Pacientes com HbA1c<7,5% tiveram menor escore na ESDP e maior duração do sono em dias de semana do que pacientes com HbA1c≥7,5%. Verificaram-se correlações negativas da HbA1c com valores do cronotipo e com duração do sono em dias de semana e correlação positiva da HbA1c com jet lag social. Pacientes com tempo de DM1 menor que três anos tiveram maior prevalência de sonolência diurna. A análise de regressão apontou que, quanto maior a HbA1c e menor o tempo de diagnóstico de DM1, maior a chance de sonolência diurna, independentemente de idade e sexo.
Conclusões:
Pacientes com HbA1c mais elevada apresentaram mais sonolência diurna, cronotipo matutino, menor duração do sono em dias de semana e maior jet lag social. O menor tempo de diagnóstico de DM1 e HbA1c≥7,5% aumentaram a chance de maior sonolência diurna.
Palavras-chave:
Diabetes mellitus tipo 1; Hemoglobina glicada; Sono; Crianças; Adolescentes