RESUMO
Objetivo: Descrever as características clínicas e epidemiológicas, bem como os tipos de terapia antirretroviral (TARV) utilizados, e comparar o perfil imunológico e virológico de pacientes pediátricos vivendo com HIV em um serviço de atenção terciária no sul do Brasil, no momento do diagnóstico e no momento atual.
Métodos: Estudo observacional, longitudinal, com coleta de dados retrospectiva, avaliando-se perfil clínico, imunológico e virológico, com inclusão dos pacientes atendidos no ambulatório de infectologia pediátrica em centro de atenção terciária no Paraná, no ano de 2022.
Resultados: Participaram do estudo 52 pacientes. A mediana de idade ao diagnóstico foi de 4,0 anos (0 a 10) e a atual, de 10,5 anos (1 a 17); 55,7% eram meninas; 86,5% eram tuteladas pelos pais ou família extensa; 9,6% dos pacientes estavam em uso de esquema de TARV de falência. As principais alterações encontradas foram neuropsiquiátricas (26,9%) e dislipidemia (66,0%). A frequência de imunossuprimidos passou de 35,3% para 24,4% e a frequência de pacientes com sintomas clínicos passou de 11,6 para 1,9% (ambos p<0,05). Além disso, a carga viral média (log) baixou de 4,62 cópias para 3,01. Não foi encontrada relação estatisticamente significativa entre idade, tempo de acompanhamento ou regularidade de acompanhamento e melhora ou piora do paciente.
Conclusões: O uso de TARV reduziu a carga viral, a sintomatologia e a imunossupressão. Mesmo com as melhoras, uma porcentagem ainda alta desses indivíduos permanece com carga viral positiva, o que pode ser o primeiro passo para complicações futuras.
Palavras-chave:
HIV; Criança; Carga viral; Classificação clínica; Classificação imunológica
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