Embora os mecanismos neurobiológicos envolvidos na memória para situações aversivas não estejam completamente esclarecidos, o complexo basolateral da amígdala parece exercer um papel fundamental nesse tipo de memória. O presente trabalho tem como objetivo revisar os principais estudos acerca da participação da amígdala na memória e discutir os aspectos teóricos dos modelos utilizados. Foi realizada uma revisão dos estudos em humanos e em modelos animais que visam investigar e discutir a participação da amígdala na memória. Duas hipóteses norteiam as investigações aqui revisadas: 1) a amígdala seria o local dos processos plásticos envolvidos na aquisição e consolidação de informações de conteúdo aversivo e 2) essa estrutura modularia os processos de aquisição e consolidação que ocorreriam em outras estruturas. Os resultados que embasam a primeira hipótese foram obtidos em um modelo de resposta de medo condicionada em ratos, enquanto que a segunda hipótese provém de estudos que utilizam um modelo experimental que envolve aspectos mais declarativos da informação aversiva. Apesar de os trabalhos aqui revisados fornecerem fortes evidências de que a amígdala modula as estruturas relacionadas com a consolidação da memória, novos estudos poderão esclarecer melhor essa relação, principalmente com novos paradigmas de investigação.
Amígdala; memória; medo