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A disfunção vestibulococlear em pacientes submetidos ao transplante renal

RESUMO

A disfunção vestibulococlear em pacientes submetidos ao transplante renal

Karlin Fabianne Klagenberg

Departamento de Fonoaudiologia, Universidade Tuiuti do Paraná – UTP – Curitiba (PR), Brasil

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Karlin Fabianne Klagenberg R. Acyr Guimarães, 436, Água Verde, Curitiba (PR), Brasil, CEP: 80240-230 E-mail: karlinfk@yahoo.com.br

Klagenberg, KF. A disfunção vestibulococlear em pacientes submetidos ao transplante renal [tese]. Curitiba: Universidade Tuiuti do Paraná; 2011.

RESUMO

OBJETIVO: Investigar o comportamento auditivo e vestibular em pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) submetidos ao transplante renal.

MÉTODOS: Foram avaliados 30 pacientes, 10 (33,33%) do gênero feminino e 20 (66,67%) do gênero masculino, na faixa etária de 13 a 26 anos, média 16,97 anos, desvio-padrão de 3,60 anos, com diagnóstico de IRC independente da causa, submetidos ao transplante renal. Foi utilizado um grupo-controle já existente para comparação dos limiares da audiometria de altas frequências. Os pacientes foram submetidos aos seguintes procedimentos: anamnese, avaliação otorrinolaringológica, avaliação audiológica, medidas de imitância acústica e avaliação do processamento auditivo central e vestibular.

RESULTADOS: 1) Ausência de queixas auditivas e vestibulares no momento da anamnese. Os pacientes referiram que sentiram tontura quando estavam em tratamento dialítico; 2) Houve um número semelhante de alteração do sistema vestibular (50,00%) e do sistema auditivo (46,67%): a) com relação a audiometria tonal limiar, houve predomínio da normalidade; b) com relação ao exame vestibular, houve prevalência de alteração no sistema vestibular periférico e da síndrome vestibular periférica deficitária; 3) Presença de alteração do processamento auditivo central (46,67%) no teste de Escuta Dicótica de Dissílabos Alternados – Staggered Spondaic Word Test (SSW); 4) Diferença significativa entre a variável idade e o resultado da audiometria tonal limiar, ou seja, a sensibilidade auditiva nos limiares de 250 Hz a 8 kHz diminuiu com o avanço da idade, nos pacientes transplantados renais; 5) A relação entre o tipo de doador, cadáver ou vivo, e o resultado do teste SSW foi significativo. Quando o doador era cadáver os índices de resultados alterados foram maiores quando comparados ao doador vivo; 6) Os pacientes apresentaram audição pior na audiometria de altas frequências em comparação com o grupo-controle; foi encontrada uma diferença significativa entre os grupos controle e experimental: nas frequências de 11,2 kHz e 16 kHz na orelha direita e nas frequências de 9 kHz e 11,2 kHz na orelha esquerda; no gênero masculino, na frequência de 16 kHz na orelha direita; no gênero feminino, nas frequências de 10 kHz e 11,2 kHz na orelha direita e em 9 kHz na orelha esquerda.

CONCLUSÃO: Conclui-se a necessidade de esclarecimento à equipe de profissionais envolvida com os pacientes com IRC submetidos ao transplante renal sobre os cuidados, a prevenção e identificação precoce do acometimento otoneurológico. Os profissionais precisam estar atentos às consequências das medicações ototóxicas, as doenças secundárias, a exposição ao ruído que podem gerar ou piorar a perda auditiva e alteração vestibular.

Trabalho realizado no Programa de Pós-graduação em Distúrbios da Comunicação, Universidade Tuiuti do Paraná – UTP – Curitiba (PR), Brasil, para obtenção do título de Doutor em Distúrbios da Comunicação, sob orientação da Profa. Dra. Bianca Simone Zeigelboim.

  • Endereço para correspondência:
    Karlin Fabianne Klagenberg
    R. Acyr Guimarães, 436, Água Verde, Curitiba (PR), Brasil, CEP: 80240-230
    E-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      02 Mar 2012
    • Data do Fascículo
      Mar 2012
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