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Symptomless Plasmodium vivax parasitemias and malaria eradication in Santa Catarina State, Brazil

Até 1948, quando foi aplicado um método que associava a pulverização das casas com DDT e a instalação de postos de tratamento em tôdas as escolas rurais, o litoral do Estado de Santa Catarina, no Brasil, foi altamente malarígeno. A aplicação dessas medidas provocou o desaparecimento das infecções por P. falciparum e por P. malariae, cujos últimos casos autoctones datam, respectivamente, de 1956 e 1951. Entretanto, na parte setentrional dêsse território, as infecções por P. vivax permaneceram com endemicidade elevada. O presente trabalho expõe os resultados dos inquéritos feitos com a finalidade de encontrar reservatórios inaparentes, entre os habitantes que não procuravam tratamento. Tôdas as casas foram visitadas e, com exceção das crianças de menos de três meses, foram tomadas gotas espessas de sangue de tôda a população acessível (1144). Os indivíduos portadores de parasitas foram controlados, por visitas mensais ao domicílio, de junho a dezembro de 1962, até o aparecimento dos sintomas. Trinta e nove portadores assinto.máticos de P. vivax foram acompanhados durante quatro a seis meses, fora da época de transmissão; o exame mensal das gotas espessas mostrou que a parasitemia pode perdurar por vários meses. Em treze indivíduos observou-se uma recaída com sintomas. Todos êsses casos foram tratados com cloroquina (600mg para os adultos e doses proporcionalmente reduzidas para as crianças) e, dentre eles, nove tiveram recaídas assintomâticas durante o tempo de observação, o que dá um índice de recaídas assintcmáticas de cêrca de 70%. Um dêsses indivíduos apresentou sintomas atrabuíveis ao paludismo em data muito próxima do inquérito inicial (na véspera). Dentre os outros trinta e oito portadores assintomáticos de parasitas, a densidade de microgametócitos fazia supor que o potencial de infectibilidade para os mosquitos vetores, eta alta em quatro casos e fraca ou moderada em seis. Haveria assim, dez portadores assintomáticos potencialmente infectantes, para cada caso de malária sintomática. Tendo-se em conta o fato de que, na área estudada, as pulverizações não são capazes de eliminar totalmente a transmissão do paludismo, as pessoas que se encõntram nessas condições, sem sentir necessidade de procurar tratamento, podem constituir uma fonte ãe infecção importante. Torna-se, portanto, necessário procurar métodos que permitam contornar essa situação.


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