INTRODUÇÃO: Apesar dos vários estudos publicados a respeito do tratamento da hepatite C crônica (CHC) com Peg-Interferon (Peg-IFN) e ribavirina, se desconhece o real impacto do gênero sobre as características que influenciam a eficácia e a segurança da terapia antiviral em portadores de CHC. O objetivo deste estudo foi avaliar a influência do gênero no tratamento da CHC. MÉTODOS: Foi realizado um estudo analítico retrospectivo de portadores de CHC genótipo 1 tratados com Peg-IFN α-2b na dose de 1,5μg/kg ou Peg-IFN α-2a na dose de180μg/sem associado à ribavirina 1.000-1.250 mg/dia, de acordo com o peso, entre 2001 e 2007. RESULTADOS: Entre 181 pacientes submetidos ao tratamento, a média de idade foi de 46,4±11,0 anos e 46% eram mulheres. No pré-tratamento, 32% dos pacientes apresentavam fibrose avançada (F3-F4 Scheuer), e 83% dos indivíduos apresentavam carga viral >400.000IU/mL, sem diferença significativa entre os gêneros (p=0,428 e p=0,452, respectivamente). Quando comparadas aos homens, as mulheres exibiram maior incidência de eventos adversos como anemia (p<0,001) e maior necessidade de redução de dose tanto do Peg-IFN (p=0,004) quanto da ribavirina (p=0,006). Entretanto, as taxas de resposta virológica sustentada (RVS) não diferiram entre os gêneros (45% (mulheres) . vs 41% (homens); p=0,464). CONCLUSÕES: Este estudo sugere que homens e mulheres reagem à terapia combinada de forma diferente, especialmente com relação aos eventos adversos e à necessidade de modificação de dose. No entanto, essas diferenças não influenciam as taxas de RVS.
Hepatite C; Interferon peguilado; Ribavirina; Gênero; Mulheres