O seguimento clinico e sorológico de pacientes submetidos ao transplante renal e que apresentavam reações sorológicas positivas para doença de Chagas antes do transplante não evidenciou alterações significativas nos resultados das reações sorológicas nem sinais ou sintomas indicativos de reagudização da infecção chagásica nesses pacientes. Por outro lado, reações de imunofluorescência indireta com resultado positivo em baixos títulos foram ocasionalmente observadas durante o seguimento de 18/66 pacientes considerados não-chagásicos antes do transplante renal. Com base nesses achados concluímos que o estado de imunossupressão induzida após o transplante renal não interfere significativamente nos resultados das reações de imunofluorescência indireta efixação do complemento para o diagnóstico da doença de Chagas. Por outro lado, a presença de resultados falso-positivos na reação de imunofluorescência indireta para doença de Chagas verificada após o transplante renal recomenda cautela na interpretação dos resultados dessa reação, principalmente se verificados em títulos baixos e em uma única amostra de soro.
Doença de Chagas; Imunossupressão; Diagnóstico sorológico; Transplante renal