INTRODUÇÃO: Nas últimas décadas tem se observado uma considerável expansão geográfica das leishmanioses em todas as regiões do Brasil. O presente estudo foi realizado para identificar a fauna de flebotomíneos e verificar a sazonalidade das principais espécies após mudanças ambientais ocorridas no município de São Vicente Férrer, Estado de Pernambuco, Brasil. MÉTODOS: As capturas foram realizadas durante quatro noites consecutivas por mês usando armadilhas luminosas CDC, no período de setembro de 2009 a setembro de 2010. A correlação entre o número de flebotomíneos capturados e fatores climáticos (temperatura e umidade) foi avaliada. RESULTADOS: Foi capturado um total de 13.872 espécimes pertencentes a 20 espécies, sendo 6.247 (45%) fêmeas e 7.625 (55%) machos. Lutzomyia migonei foi a espécie mais abundante com 9.964 (71,8%) espécimes, sendo predominante no intradomicílio 108 (86,4%) e peridomicílio 9.746 (97%). Nos resquícios de mata primária, predominaram Lutzomyia complexa 2.395 (65%) e Lutzomyia sordellii 770 (20,8%). A análise de correlação entre o número total de flebotomíneos capturados e os fatores climáticos não mostrou uma influência significativa na densidade da população. CONCLUSÕES: A elevada abundância de Lutzomyia migonei e Lutzomyia complexa indica a possibilidade de novos casos de leishmaniose cutânea (LC).
Leishmanioses; Flebotomíneos; São Vicente Férrer