INTRODUÇÃO: No período de fevereiro a setembro de 2010, foram realizados inquéritos soroepidemiológicos em primatas não humanos e captura de vetores transmissores, com o intuito de investigar a possível circulação de arbovírus nos municípios de Bonito, Campo Grande e Jardim, no Estado do Mato Grosso do Sul, Brasil. MÉTODOS: Foram utilizados 65 primatas de vida livre e de cativeiro, e potenciais vetores capturados por Castro e puçás. As amostras séricas foram testadas pelo teste de inibição da hemaglutinação para a detecção de anticorpos totais contra 19 diferentes arbovírus e a tentativa de isolamento viral (camundongo recém-nascido e linhagem celular-clone C6/36) nas amostras séricas e suspensões de artrópodes, bem como a identificação das espécies vetoriais foram realizadas no Instituto Evandro Chagas-IEC no Estado do Pará. RESULTADOS: Das 19 amostras séricas do município de Campo Grande, 1 apresentou titulo de 1:20 para Flavivirus. Das 35 amostras coletadas em Bonito, 17 apresentaram anticorpos para arbovírus, sendo 4 (11,4%) positivos para Alphavirus, e 5 (14,2%) positivos para Flavivirus. Reações monotipicas foram observados para o vírus Mayaro (n=10) e para o vírus Oropouche (n=5) e 6 (17,1%) amostras apresentaram títulos para mais de um dos vírus estudados. Foram capturados 120 Culicídeos potenciais transmissores de arbovírus no município de Jardim. Todas as amostras coletadas foram negativas para o isolamento viral. CONCLUSÕES: Por possuir uma variedade de hospedeiros vertebrados e vetores transmissores, o Mato Grosso do Sul apresenta condições propícias para a emergência ou reemergência de arbovírus, inclusive alguns patogênicos para os seres homem.
Primatas não humanos; Vetores; Arboviroses
