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Induction of male sterility through manipulation of genetic mechanisms present in vector species of Triatominae. II. Partial restoration of male fertility

O desenvolvimento de métodos integrados que indicam a libertação de machos estéreis para suplementar as técnicas convencionais com inseticidas, utilizadas no controle de insetos de importância médica, coloca a questão de os vetores da Doença de Chagas possuírem mecanismos naturais pela manipulação dos quais possam os mesmos serem controlados. Resultados de experiências anteriores, previamente publicados, restringiram-se a informações fragmentares, levando várias questões, cujas respostas tornaram-se viáveis neste estudo. Híbridos interespecfficos originaram-se de cruzamentos recíprocos entre T. pseudomaculata e T. sórdida e de cruzamentos unilaterais entre fêmeas T. pseudomaculata e machos T. infestans. Essas fêmeas cruzaram facilmente, revelando, porém, fecundidade diminuida, ainda que a progênie fosse relativamente abundante. Quando fêmeas T. pseudomaculata foram acasaladas com machos T. brasiliensis, a hibridação foi mais difícil, porque poucas das fêmeas cruzaram e aquelas que o fizeram tiveram sua fertilidade altamente reduzida. De todos os cruzamentos resultaram adultos, com a razão macho/fêmea indicando sensível execesso de fêmeas em todas as populações, exceto em uma. O cruzamento entre as duas espécies de Rhodnius só se mostrou viável, quando a fêmea foi prolixus sendo o macho neglectus. Essas fêmeas revelaram fecundidade razoável e fertilidade altamente reduzida, porém, mais de 50% dos ovos eclodidos evoluíram até adultos vigorosos, os machos predominando as fêmeas. Os machos híbridos provenientes dos cruzamentos interespecíficos, tanto dos bilaterais quanto dos unilaterais, não chegaram a dar progênie, quando retrocruzados com fêmeas das espécies paternas, embora novelos de espermatozóides, alguns de aspecto e movimento normal, outros imaturos e imóveis, fossem encontrados em suas vesículas seminais. Ainda que nenhuma inseminação artificial fosse realizada, o esperma em si não parece ser responsável pela esterilidade induzida através da hibridação interespecífica. Fêmeas acasaladas com esses híbridos, sem dúvida cruzaram, como ficou evidenciado pela rejeição de espermatóforos com vestígios de esperma; entretanto, suas espermatecas não continham espermatozóides. A incapacidade de espermatozóides migrarem para as espermatecas indica incompatibilidade pós-copulativa, pré-zigótica. Assim sendo, o màcho híbrido não poderá competir com o macho natural e, conseqüentemente, não será útil na supressão das populações naturais. As fêmeas híbridas facilmente cruzam com machos paternos, mostrando, porém, fertilidade dramaticamente reduzida, sendo seus filhos estéreis, como o foram aqueles de suas filhas férteis. Entretanto, os retrocruzamentos dessas fêmeas híbridas e das suas filhas com machos paternos restabelecem parcialmente a fertilidade de machos e aumentam sensivelmente a fertilidade das fêmeas. Todavia, adotando-se como critério para caracterizar a fertilidade de fêmeas, o número de adultos evoluídos, capazes de se reproduzir, em vez do número de ovos eclodidos, concluiu-se que o potencial reprodutivo das fêmeas híbridas vem diminuindo nos retrocruzamentos sucessivos com machos paternos. Portanto, sugere-se tentativamente que a libertação de fêmeas híbridas possa talvez suprimir a população natural caso essas atraiam eficientemente o macho.


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