O presente artigo tem por objetivo analisar a estreita relação entre desenvolvimento e Estado desenvolvimentista como requisito para a formulação de uma agenda desenvolvimentista no século XXI. Partindo do argumento de Peter Evans de que não há desenvolvimento sem Estado desenvolvimentista, faz-se um balanço da literatura acadêmica internacional, destacando-se, em primeiro lugar, a complexidade crescente do conceito de desenvolvimento, dando ênfase à contribuição de Armatya Sen. Em seguida, discute-se a relevância da criação de novas capacidades estatais para a construção do Estado desenvolvimentista no século XXI, focalizando as contribuições mais recentes da abordagem institucionalista do Estado. Finalmente, faz-se a avaliação das tensões e desafios para a construção do Estado desenvolvimentista no Brasil, nas primeiras décadas do século XXI, atribuindo-se particular ênfase à debilidade crônica do poder infraestrutural do Estado brasileiro. Este constitui o maior entrave para a elaboração e execução de um projeto desenvolvimentista no país. Outro fator inibidor consiste na dificuldade de formação de uma ampla coalizão envolvendo empresários e trabalhadores em torno de uma proposta de concertação voltada para uma nova convenção desenvolvimentista.
Estado desenvolvimentista; desenvolvimento; institucionalismo; empresários; trabalhadores