RESUMO
Introdução: Apresentamos uma metodologia de análise de discurso que combina a abordagem pós-fundacionalista sobre a formação de sujeitos políticos com a metodologia do Comparative Manifesto Project (CMP), que mede a frequência e dispersão de temas em textos políticos e os posiciona no espectro ideológico. O foco é nos discursos de Jair Bolsonaro e em como eles o transformaram de representante de grupos minoritários a líder de massas com aspirações hegemônicas.
Materiais e métodos: Foram analisados 1.534 discursos de Bolsonaro na Câmara dos Deputados, de 1991 a 2018, para medir a frequência e a dispersão dos temas abordados ao longo do tempo. Utilizamos um sistema de codificação duplo, baseado nas categorias do CMP e no sistema de indexação da Câmara.
Resultados: Inicialmente, os discursos eram dominados pela categoria “Militares Positivo” (104). A partir do quinto mandato, prevaleceram as categorias “Lei e Ordem Positiva” (605.1), “Democracia Positiva” (202.1), “Moralidade Positiva” (603) e “Elites Pré-Democráticas Positivo” (305.4). O antagonismo ao Partido dos Trabalhadores funcionou como ponto central, unindo diferentes grupos sociais em torno de sua figura. Usando o índice Rile, posicionamos seus sete mandatos e dois programas de governo na escala ideológica, caracterizando-o como líder populista de extrema-direita.
Discussão: Utilizamos a noção de Razão Populista para explicar como os processos de nomeação, significação e representação constroem sujeitos políticos por meio de discursos que conectam diferentes grupos sociais. Combinada com a metodologia do CMP, essa abordagem se mostrou replicável e útil para outros estudos. Também contribuímos para a análise do populismo de direita global e do bolsonarismo no Brasil.
Palavras-chave
ideologias políticas; populismo; Jair Bolsonaro;
Comparative Manifesto Project
; análise de discurso
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Fonte: elaboração própria, 2024.
Fonte: elaboração própria, 2024.
Fonte: elaboração própria, 2024.
Fonte: elaboração própria, 2024.
Fonte: elaboração própria, 2024.
Fonte: elaboração própria, 2024.