RESUMO
Introdução: Políticas de bens duráveis, como habitação e saneamento, são relevantes para milhões de pessoas, mas seus efeitos eleitorais ainda são pouco conhecidos. Este artigo investiga: i) quem recebe bens duráveis; ii) como o favoritismo político influencia a distribuição desses bens; iii) quais são seus efeitos eleitorais; e iv) quais fatores explicam as variações nesses efeitos.
Materiais e métodos: Foi realizada uma revisão de escopo da literatura acadêmica internacional publicada nos últimos 20 anos. A busca foi conduzida de forma estruturada no Google Scholar, utilizando a ferramenta Publish or Perish para coleta dos estudos. Após aplicação de critérios de seleção, foram analisados 19 artigos. Os trabalhos selecionados foram categorizados em quatro grupos principais, com base no tipo de bem analisado (público ou privado) e em subtemas recorrentes, como a disputa entre eleitores indecisos (swing voters) e eleitores leais (core voters), os mecanismos de captura política por elites locais e os efeitos eleitorais associados à distribuição de bens duráveis.
Resultados: A distribuição de bens duráveis varia segundo o contexto político. Em geral, swing voters tendem a ser mais beneficiados, sobretudo quando os bens são de maior valor. Já os core voters costumam ser priorizados quando o bem tem menor valor ou em períodos próximos às eleições. O favoritismo político e a captura por elites locais também influenciam a alocação de recursos, embora disputas territoriais possam limitar esses efeitos. Os impactos eleitorais das políticas de bens duráveis dependem do tipo de bem, do momento político e da percepção dos eleitores sobre os benefícios recebidos. A variação nos retornos eleitorais é explicada por fatores como o valor percebido do benefício, o calendário eleitoral, a distribuição territorial e a capacidade do governo de responder a demandas em situações críticas.
Discussão: Os estudos analisados mostram que não existe uma lógica única para a distribuição de benefícios materiais nem para seus efeitos eleitorais. Esses efeitos variam de acordo com o contexto político, o tipo de bem concedido e a percepção dos eleitores. A distinção entre bens públicos, como saneamento e eletricidade, e bens privados, como habitação, é fundamental para compreender essas variações. A literatura indica que diferentes tipos de políticas produzem padrões distintos de alocação de recursos e retornos eleitorais. Explorar essas diferenças contribui para identificar mecanismos causais e avançar na formulação de modelos explicativos sobre o impacto político da distribuição de bens materiais.
Palavras-chave
habitação; saneamento básico; política distributiva; efeitos eleitorais; revisão de escopo
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Fonte: elaborado pelo autor (2024).
Fonte: elaborado pelo autor (2024).
Fonte: elaborado pelo autor (2024).
Fonte: elaborado pelo autor (2024).
Fonte: elaborado pelo autor (2024).
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