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Fatores associados à satisfação com serviços odontológicos entre idosos

Factores asociados a la satisfacción con servicios odontológicos entre ancianos

Resumos

OBJETIVO: Analisar a prevalência da satisfação de idosos com o atendimento odontológico e os fatores associados. MÉTODOS: Estudo transversal com 495 idosos de 65 a 74 anos, sem déficit cognitivo, conforme miniexame do estado mental, que usaram serviços odontológicos de Montes Claros, MG, de 2008 a 2009. A amostra foi probabilística complexa por conglomerado em dois estágios. Profissionais e estudantes treinados/calibrados conduziram exames e entrevistas domiciliares usando computadores de mão com programa desenvolvido para esse fim. Nas análises estatísticas, com correção pelo efeito de desenho, empregou-se o PASW® Statistics 18.0. Regressão de Poisson foi conduzida para identificar as associações entre a satisfação e os fatores de interesse, estimando-se a razão de prevalência e o intervalo de 95% de confiança (RP/IC95%). RESULTADOS: No geral, 91,4% dos idosos estavam satisfeitos. Constatou-se maior satisfação entre usuários de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) (1,07/1,01;1,12); que tiveram acesso a informações sobre como evitar problemas bucais (1,09/1,02;1,16); que não faziam uso de medicamentos (1,05/1,00;1,10) e que classificaram a aparência de seus dentes e gengivas como ótimas ou boas (1,13/1,00;1,28). CONCLUSÕES: O idoso que acessa o serviço ofertado pelo Sistema Único de Saúde tem maior satisfação com o tratamento odontológico, assim como aqueles que não fazem o uso de medicamentos, os com melhor autopercepção da estética dos dentes e gengivas e aqueles que possuem mais acesso a informações sobre como evitar problemas bucais. Logo, as políticas de saúde no SUS apresentam resultados positivos.

Idoso; Satisfação do Usuário; Assistência Odontológica para Idosos; Serviços de Saúde Bucal; Estudos Transversais


OBJETIVO: Analizar la prevalencia de la satisfacción de ancianos con la atención odontológica y los factores asociados. MÉTODOS: Estudio transversal con 495 ancianos de 65 a 74 años, sin déficit cognitivo, conforme mini-examen del estado mental, que usaron servicios odontológicos de Montes Claros, MG, Brasil, de 2008 a 2009. La muestra fue probabilística compleja por conglomerado en dos fases, estratificada por edades-índice o grupos etarios. Profesionales y estudiantes entrenados/calibrados condujeron exámenes y entrevistas domiciliares usando computadores de mano con programa desarrollado para ese fin. En los análisis estadísticos, con corrección por el efecto de diseño, se empleó el PASW® Statistics 18.0. Se realizó regresión de Poisson para identificar las asociaciones entre la satisfacción y los factores de interés, estimándose la tasa de prevalencia y el intervalo de 95% de confianza (RP/IC95%). RESULTADOS: En general, 91,4% de los ancianos estaban satisfechos. Se constató mayor satisfacción entre usuarios de servicios del Sistema Único de Salud Brasileño (1,07/1,01;1,12); que tuvieron acceso a informaciones sobre como evitar problemas bucales (1,09//1,02;1,16); que no hacían uso de medicamentos (1,05/1,00;1,10) y que clasificaron la apariencia de sus dientes y encías como óptimas o buenas (1,13/1,00;1,28). CONCLUSIONES: El anciano que tiene acceso al servicio ofertado por el Sistema Único de Salud Brasileño tienen mayor satisfacción con el tratamiento odontológico, así como aquellos que no hacen uso de los medicamentos, los que presentaron mejor autopercepción de la estética de los dientes y encías y aquellos que poseen más acceso a informaciones sobre como evitar problemas bucales. Luego, las políticas de salud en el SUS presentan resultados positivos

Anciano; Satisfacción del Paciente; Cuidado Dental para Ancianos; Servicios de Salud Dental; Estudios Transversales


OBJECTIVE: To analyze the prevalence of elderly users' satisfaction with dental care and associated factors. METHODS: Cross-sectional study conducted with 495 elderly individuals aged 65-74 years, without cognitive impairment according to the Mini-Mental State Examination, who used dental services of the municipality of Montes Claros (Southeastern Brazil) from 2008 to 2009. A two-stage cluster, complex probability sample was used. Trained/ calibrated professionals and students conducted tests and household interviews using handheld computers with software developed for this purpose. In the statistical analysis, with correction by design effect, PASW® Statistics 18.0 was utilized. To identify associations between satisfaction and the factors of interest, Poisson regression was conducted, estimating the prevalence ratio and the 95% confidence interval (PR / 95%CI). RESULTS: Overall, 91.4% of the elderly were satisfied. Greater satisfaction was found among users of services of the Sistema Único de Saúde (SUS - Brazil's National Health Service) (PR = 1.07; 95%CI 1.01;1.12); those who had access to information on how to avoid oral problems (PR = 1.09; 95%CI 1.02;1.16); those who did not use medicines (PR = 1.05; 95%CI 1.00;1.10); and those who rated the appearance of their teeth and gums as excellent or good (PR = 1.13; 95%CI 1.00;1.28). CONCLUSIONS: The elderly who access the service offered by SUS have greater satisfaction with dental treatment, as well as those who do not use medicines, those with better self-perception of the aesthetics of teeth and gums and those who have more access to information about how to prevent oral problems. Therefore, health care policies in the SUS have been presenting positive results.

Aged; Consumer Satisfaction; Dental Care for Aged; Dental Health Services; Cross-Sectional Studies


Fatores associados à satisfação com serviços odontológicos entre idosos

Factors associated with satisfaction with dental services among the elderly

Factores asociados a la satisfacción con servicios odontológicos entre ancianos

Carlos Alberto Quintão RodriguesI; Paula Luciana Veloso SilvaII; Antônio Prates CaldeiraIII; Isabela Almeida PordeusIV; Raquel Conceição FerreiraV; Andréa Maria Eleutério de Barros Lima MartinsI

IDepartamento de Odontologia. Faculdade de Odontologia. Universidade Estadual de Montes Claros. Montes Claros, MG, Brasil

IIGraduação em Odontologia. Universidade Estadual de Montes Claros. Montes Claros, MG, Brasil

IIIDepartamento de Saúde da Mulher e da Criança. Faculdade de Medicina. Universidade Estadual de Montes Claros. Montes Claros, MG, Brasil

IVDepartamento de Odontopediatria e Ortodontia. Faculdade de Odontologia. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, MG, Brasil

VDepartamento de Odontologia Social e Preventiva. Faculdade de Odontologia. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, MG, Brasil

Correspondência Correspondência: Carlos Alberto Quintão Rodrigues Departamento de Odontologia Av. Rui Braga, S/N Vila Mauricéia 39401-089 Montes Claros, MG, Brasil E-mail: carlos.quintao@unimontes.br

RESUMO

OBJETIVO: Analisar a prevalência da satisfação de idosos com o atendimento odontológico e os fatores associados.

MÉTODOS: Estudo transversal com 495 idosos de 65 a 74 anos, sem déficit cognitivo, conforme miniexame do estado mental, que usaram serviços odontológicos de Montes Claros, MG, de 2008 a 2009. A amostra foi probabilística complexa por conglomerado em dois estágios. Profissionais e estudantes treinados/calibrados conduziram exames e entrevistas domiciliares usando computadores de mão com programa desenvolvido para esse fim. Nas análises estatísticas, com correção pelo efeito de desenho, empregou-se o PASW® Statistics 18.0. Regressão de Poisson foi conduzida para identificar as associações entre a satisfação e os fatores de interesse, estimando-se a razão de prevalência e o intervalo de 95% de confiança (RP/IC95%).

RESULTADOS: No geral, 91,4% dos idosos estavam satisfeitos. Constatou-se maior satisfação entre usuários de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) (1,07/1,01;1,12); que tiveram acesso a informações sobre como evitar problemas bucais (1,09/1,02;1,16); que não faziam uso de medicamentos (1,05/1,00;1,10) e que classificaram a aparência de seus dentes e gengivas como ótimas ou boas (1,13/1,00;1,28).

CONCLUSÕES: O idoso que acessa o serviço ofertado pelo Sistema Único de Saúde tem maior satisfação com o tratamento odontológico, assim como aqueles que não fazem o uso de medicamentos, os com melhor autopercepção da estética dos dentes e gengivas e aqueles que possuem mais acesso a informações sobre como evitar problemas bucais. Logo, as políticas de saúde no SUS apresentam resultados positivos.

Descritores: Idoso. Satisfação do Usuário. Assistência Odontológica para Idosos. Serviços de Saúde Bucal. Estudos Transversais.

ABSTRACT

OBJECTIVE: To analyze the prevalence of elderly users' satisfaction with dental care and associated factors.

METHODS: Cross-sectional study conducted with 495 elderly individuals aged 65-74 years, without cognitive impairment according to the Mini-Mental State Examination, who used dental services of the municipality of Montes Claros (Southeastern Brazil) from 2008 to 2009. A two-stage cluster, complex probability sample was used. Trained/ calibrated professionals and students conducted tests and household interviews using handheld computers with software developed for this purpose. In the statistical analysis, with correction by design effect, PASW® Statistics 18.0 was utilized. To identify associations between satisfaction and the factors of interest, Poisson regression was conducted, estimating the prevalence ratio and the 95% confidence interval (PR / 95%CI).

RESULTS: Overall, 91.4% of the elderly were satisfied. Greater satisfaction was found among users of services of the Sistema Único de Saúde (SUS - Brazil's National Health Service) (PR = 1.07; 95%CI 1.01;1.12); those who had access to information on how to avoid oral problems (PR = 1.09; 95%CI 1.02;1.16); those who did not use medicines (PR = 1.05; 95%CI 1.00;1.10); and those who rated the appearance of their teeth and gums as excellent or good (PR = 1.13; 95%CI 1.00;1.28).

CONCLUSIONS: The elderly who access the service offered by SUS have greater satisfaction with dental treatment, as well as those who do not use medicines, those with better self-perception of the aesthetics of teeth and gums and those who have more access to information about how to prevent oral problems. Therefore, health care policies in the SUS have been presenting positive results.

Descriptors: Aged. Consumer Satisfaction. Dental Care for Aged. Dental Health Services. Cross-Sectional Studies.

RESUMEN

OBJETIVO: Analizar la prevalencia de la satisfacción de ancianos con la atención odontológica y los factores asociados.

MÉTODOS: Estudio transversal con 495 ancianos de 65 a 74 años, sin déficit cognitivo, conforme mini-examen del estado mental, que usaron servicios odontológicos de Montes Claros, MG, Brasil, de 2008 a 2009. La muestra fue probabilística compleja por conglomerado en dos fases, estratificada por edades-índice o grupos etarios. Profesionales y estudiantes entrenados/calibrados condujeron exámenes y entrevistas domiciliares usando computadores de mano con programa desarrollado para ese fin. En los análisis estadísticos, con corrección por el efecto de diseño, se empleó el PASW® Statistics 18.0. Se realizó regresión de Poisson para identificar las asociaciones entre la satisfacción y los factores de interés, estimándose la tasa de prevalencia y el intervalo de 95% de confianza (RP/IC95%).

RESULTADOS: En general, 91,4% de los ancianos estaban satisfechos. Se constató mayor satisfacción entre usuarios de servicios del Sistema Único de Salud Brasileño (1,07/1,01;1,12); que tuvieron acceso a informaciones sobre como evitar problemas bucales (1,09//1,02;1,16); que no hacían uso de medicamentos (1,05/1,00;1,10) y que clasificaron la apariencia de sus dientes y encías como óptimas o buenas (1,13/1,00;1,28).

CONCLUSIONES: El anciano que tiene acceso al servicio ofertado por el Sistema Único de Salud Brasileño tienen mayor satisfacción con el tratamiento odontológico, así como aquellos que no hacen uso de los medicamentos, los que presentaron mejor autopercepción de la estética de los dientes y encías y aquellos que poseen más acceso a informaciones sobre como evitar problemas bucales. Luego, las políticas de salud en el SUS presentan resultados positivos

Descriptores: Anciano. Satisfacción del Paciente. Cuidado Dental para Ancianos. Servicios de Salud Dental. Estudios Transversales.

INTRODUÇÃO

A avaliação da qualidade da assistência à saúde é uma importante ferramenta no planejamento e na gestão dos serviços e sistemas de saúde.23 A análise da satisfação com os serviços de saúde na perspectiva dos usuários permite maior adequação e promoção da assistência à saúde a partir das suas reais necessidades. As avaliações técnicas devem ser complementadas com a percepção dos indivíduos que recebem o cuidado sobre a satisfação com os serviços ofertados.5,16 Os aspectos subjetivos da qualidade de programas e serviços, incluindo a avaliação da satisfação dos usuários, são pouco explorados e abrigam questões a serem desveladas, já que podem carregar particularidades de cada contexto e cenário.21

Cresce o interesse pelo conhecimento das expectativas da população a respeito dos serviços ofertados no desenvolvimento de programas e estratégias de assistência odontológica. As características de ordem técnica referentes ao cuidado em si são usadas como medida de resultados. A satisfação dos usuários perante as relações com os prestadores de serviços de saúde deve ser considerada.2,4 Donabedian3 (1988) propõe que os serviços de saúde sejam avaliados segundo estrutura, processo de trabalho, resultados alcançados e satisfação do usuário. Os determinantes do uso de serviços odontológicos, expressos no modelo teórico de Andersen & Davidson1 (1997), podem influenciar a percepção que o usuário tem acerca dos serviços de saúde. Um dos desfechos de saúde bucal nesse modelo é a satisfação do usuário com o acesso, a comunicação e a qualidade dos serviços. Andersen & Davidson1 (1997) consideram como a) variáveis exógenas (características imutáveis) o pertencimento a um grupo étnico e a uma faixa etária; como b) determinantes primários de saúde bucal o ambiente externo, o sistema de atenção à saúde bucal e características pessoais; como c) comportamentos de saúde bucal as práticas pessoais e o uso formal de serviços odontológicos; e como d) desfechos de saúde bucal as condições normativas e subjetivas de saúde bucal, além da própria satisfação do usuário.1,11

Diante dos aspectos que compõem a avaliação da assistência odontológica na percepção dos usuários, vislumbram-se possibilidades para transformar a prática da assistência à saúde bucal a partir da reorganização do processo de trabalho. Isso inclui tecnologias leves como mediadoras dos encontros dos profissionais de saúde entre si e com a população usuária desses serviços.

A atenção odontológica no Brasil esteve historicamente alicerçada na prática curativa, no conhecimento compartimentalizado e na fragmentação do ato terapêutico17 sem considerar a avaliação de serviços na perspectiva dos usuários. O acentuado processo de envelhecimento experimentado pela população brasileira e a própria Política Nacional do Idoso apontam a necessidade de ampliação do debate sobre a assistência à saúde a esse grupo etário.13 O Estatuto do Idoso enfatiza a necessidade da atenção integral à saúde do idoso por intermédio do Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde.ª a Ministério da Saúde (BR). Estatuto do idoso. Brasília (DF); 2003.

A assistência odontológica à população idosa brasileira insere-se em um panorama desfavorável, com indivíduos com precárias condições de saúde bucal, altos índices de perdas dentárias e demanda crescente por próteses dentárias, o que compromete a qualidade de vida desse grupo etário.11 A avaliação do atendimento odontológico na perspectiva dos idosos poderia contribuir na melhoria da oferta de tais serviços e qualidade de vida dos usuários. Assim, este estudo teve por objetivo identificar a prevalência e os fatores associados à satisfação de idosos com o atendimento odontológico.

MÉTODOS

Estudo transversal com 495 idosos de 65 a 74 anos do município de Montes Claros, MG, entre 2008 e 2009. O estudo foi conduzido no âmbito do levantamento das condições de saúde bucal da população de 2008 a 2009 ("Projeto SBMOC"), com amostra probabilística complexa por conglomerado em dois estágios. Foi aplicada metodologia preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS),25 com as modificações propostas no levantamento epidemiológico das condições de saúde bucal da população brasileira.11

Considerou-se a estimativa para proporções da ocorrência dos eventos ou doenças em 50% da população, erro de 5,5%, taxa de não resposta de 20%, garantia de proporcionalidade por sexo e deff (design effect - efeito de desenho) de 2,0.11 Os conglomerados foram selecionados de forma aleatória simples. Estimou-se amostra de 740 idosos. Dentre os que aceitaram participar, compuseram o estudo os que relataram a utilização de serviços odontológicos e que não apresentaram déficit na avaliação da capacidade cognitiva, considerando-se a versão testada e validada no Brasil do miniexame do estado mental (Mini Mental), com escore total ajustado à escolaridade do entrevistado.8

As entrevistas e exames domiciliares foram realizados por entrevistadores treinados e examinadores calibrados. A coleta de dados foi feita por 24 cirurgiões-dentistas que participaram do treinamento e calibração (Kappa inter/intraexaminadores e coeficiente de correlação intraclasse ≥ 0,60). Essa etapa contou com a utilização de computadores de mão com um programa desenvolvido para a coleta e a construção simultânea do banco de dados, denominado Programa Coletor de Dados em Saúde (PCDS).12 Os exames foram realizados em ambiente amplo sob iluminação natural, empregando-se espelho bucal e sonda indicada para avaliação do Índice Periodontal Comunitário (CPI) previamente esterilizados.25

A variável dependente (avaliação dos serviços odontológicos) foi obtida por meio das perguntas: Já foi ao dentista alguma vez na vida? Há quanto tempo? Onde? Por que foi ao dentista? Como avalia o atendimento?. A variável foi dicotomizada a partir das respostas obtidas nessa última questão: em insatisfeitos (péssimo ou ruim ou regular) ou satisfeitos (bom ou ótimo).

A principal covariável considerada foi o tipo de serviço utilizado (SUS e outros serviços - particular / convênio / filantrópico). As demais variáveis independentes foram reunidas em três grupos, com respectivas subcategorias, definidos em modelo teórico prévio: determinantes primários de saúde bucal (ambiente externo, sistema de atenção à saúde bucal, características pessoais), comportamentos de saúde bucal (práticas pessoais, uso formal de serviços odontológicos) e desfechos de saúde bucal (condições normativas e subjetivas de saúde bucal).1,11

As variáveis exógenas do modelo teórico de Andersen & Davidson1 (1997), que referem o relato de pertencimento a um grupo étnico (raça autodeclarada) e a uma faixa etária, foram consideradas como características pessoais no grupo dos determinantes primários de saúde bucal.

No âmbito do ambiente externo, foi considerada a saúde geral relatada (presença de doenças crônicas e uso de medicamentos), a influência da saúde geral na qualidade de vida - utilizando-se uma versão validada no Brasil do 12-Item Short-Form Health Survey (SF12), com escores ponderados para os domínios físico e mental - e a satisfação com a vida. Os indivíduos com escore do SF-12 maior que 50 pontos, no domínio físico, e maior que 42 pontos, no domínio mental, foram considerados com qualidade de vida satisfatória na medida deste instrumento.b b Ware JE, Kosinski M, Keller SK. SF-36 physical and mental health summary scales: a user's manual. Boston: The Health Institute; 1994.

Analisou-se o tipo de serviço odontológico utilizado no sistema de atenção à saúde bucal e o relato da inserção do domicílio na Estratégia de Saúde da Família (ESF).

As características pessoais consideraram: idade (dicotomizada com base na mediana - 68 anos), raça autodeclarada, sexo, estado civil, escolaridade (em anos de estudo, categorizada de acordo com o sistema de ensino à época do estudo), a renda per capita e o motivo do uso do serviço odontológico.

As práticas pessoais contemplaram informações sobre a higiene bucal (frequência e meios utilizados), a realização de autoexame bucal e os hábitos tabagista e etilista, atuais e do passado.

A análise do uso formal de serviços odontológicos abrangeu o acesso a informações sobre como evitar problemas bucais e a frequência de visita ao dentista. As covariáveis das condições normativas de saúde bucal incluíram as alterações de tecidos moles bucais (mucosas), presença de edentulismo, uso de prótese dentária, índice CPOD (número de dentes cariados, perdidos e obturados) e necessidade normativa de tratamento odontológico, que foi construída a partir das variáveis: necessidade de tratamento dentário (restauração de uma superfície dentária, restauração de duas ou mais superfícies dentárias, coroa por qualquer razão, faceta estética, tratamento pulpar e restauração, extração, remineralização de mancha branca e selante); necessidade de tratamento periodontal, definida com base no Índice Periodontal Comunitário (CPI) ≥ 1 (sangramento a sondagem) e Índice de Perda de Inserção Periodontal (PIP) ≥ 1 (perda de inserção de 4 a 5 mm); e necessidade de próteses dentárias (fixa, removível parcial e total). Foram considerados com necessidade normativa de tratamento odontológico os idosos com uma ou mais necessidades simultâneas.24

As condições subjetivas de saúde bucal foram representadas pela autopercepção da saúde bucal, da mastigação, da aparência de dentes e gengivas, da fala em função dos dentes e gengivas, do relacionamento com base na condição bucal e da necessidade de tratamento odontológico, do relato de dor em dentes e gengivas nos últimos seis meses e pela avaliação do impacto da saúde bucal nas suas dimensões física e psicossocial, por meio da versão validada no Brasil do Oral Health Impact Profile (OHIP-14), categorizado em ausência/presença de impacto. Os indivíduos que responderam afirmativamente (raramente/às vezes/repetidamente/sempre) em pelo menos uma das 14 questões do instrumento foram categorizados com a presença de impacto físico e psicossocial da saúde bucal.

Empregou-se o software PASW® Statistics 18.0 para a análise dos dados. Como o estudo envolveu amostra complexa por conglomerados, foi feita a correção pelo efeito desenho pela ponderação. A análise descritiva incluiu frequência absoluta (n), frequência relativa (%) e frequência relativa com correção pelo efeito de desenho (%*) para variáveis categóricas, média e erro padrão (EP), com correção pelo efeito de desenho para as quantitativas. A regressão de Poisson e a correção pelo efeito de delineamento do estudo foram utilizadas para estimar as razões de prevalência ajustadas e não ajustadas nas análises bivariadas e múltiplas de associações da variável dependente e os intervalos de 95% de confiança (IC95%) com correção pelo efeito de desenho.

O estudo atendeu os princípios éticos da Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) (n°196/96) e foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Montes Claros (processo n° 318/06).

RESULTADOS

Foram convidados para participar do estudo 800 idosos, por residirem nos conglomerados sorteados, dos quais 92% aceitaram e foram avaliados. Desses, 735 responderam à questão sobre uso de serviços odontológicos e 1,6% não foi incluído por relatar que nunca havia utilizado tais serviços. Quanto à avaliação da capacidade cognitiva, 632 responderam integralmente ao questionário e 20,7% não foram incluídos por apresentarem problemas cognitivos. O estudo envolveu 67,25% dos idosos convidados, que responderam e atenderam aos dois critérios de inclusão.

Considerando-se a correção pelo efeito de desenho, 91,4% dos idosos estavam satisfeitos (critérios bom e ótimo) com o atendimento odontológico; 0,7% o avaliou como péssimo; 1,2% como ruim; 6,8% como regular; 61,7% como bom e 29,7% como ótimo. A maioria dos idosos usou serviços odontológicos não ofertados pelo SUS e relatou morar em domicílio inserido na ESF. A média de idade foi de 68,4 anos (EP = 0,15), a maior parte era do sexo feminino, autodeclarou-se negra, parda, indígena ou amarela, apresentou renda per capita de até um salário mínimo (67,2%) e teve acesso a informações sobre como evitar problemas bucais. A média do CPOD foi de 28,4 (EP = 0,41) (Tabelas 1 e 2).

Na análise bivariada (p < 0,05), a satisfação com o atendimento odontológico associou-se estatisticamente às variáveis: presença de doenças crônicas; uso de medicamentos; tipo de serviço utilizado; e acesso a informações sobre como evitar problemas bucais. Já na análise multivariada, a prevalência de satisfação com o atendimento odontológico, independentemente das outras variáveis, foi maior entre os idosos que usaram serviços do SUS, que tiveram acesso a informações sobre como evitar problemas bucais, que relataram não fazer uso de medicamentos e que classificaram a aparência de seus dentes e gengivas como ótima ou boa (Tabelas 3 e 4).

DISCUSSÃO

A análise da satisfação dos idosos com o atendimento odontológico é um indicador sensível da qualidade do serviço prestado, capaz de subsidiar o planejamento de programas e políticas de saúde e a maior adequação no uso dos serviços, por tratar-se de uma medida estabelecida pelo próprio usuário. A efetividade dos cuidados de saúde é determinada, até certo ponto, pela satisfação com os serviços prestados, e um usuário satisfeito é mais propenso a usar os serviços de saúde, aderir à proposta terapêutica e manter o vínculo com o prestador do atendimento.20,23 A satisfação dos usuários em relação ao atendimento recebido é considerada um parâmetro de análise de resultado dos serviços de saúde.5

A prevalência de satisfação com os serviços odontológicos foi alta entre os idosos avaliados, sendo maior nos que acessaram o serviço ofertado pelo SUS. Alta prevalência de satisfação foi previamente observada em estudos nacionais e internacionais,9,14,16,20 independentemente da forma de concebê-la e medi-la, seja por abordagem quantitativa, seja qualitativa.5 Na presente investigação, entre aqueles assistidos pelo SUS, 95,4% estiveram satisfeitos, valor próximo ao registrado (89%) entre usuários do SUS da Região Metropolitana de Belo Horizonte, MG, em estudo de Lima-Costa & Loyola Filho.9 Porém, nesse estudo, a variável "satisfação com os serviços de saúde utilizados" foi construída a partir da afirmativa de recomendação desses serviços para outras pessoas.

A maior prevalência de satisfação entre usuários do SUS contrasta com as possíveis deficiências de infraestrutura ainda existentes no sistema de saúde que poderiam, conforme propõe Donabedian3 (1988), influenciar negativamente a avaliação dos serviços pelos usuários.22 Por outro lado, possível melhora no acesso aos serviços e na sua qualidade, em função das políticas de saúde bucal implementadas no País nos últimos anos, pode ter gerado um sentimento de satisfação. A aparente melhora no acesso pode desencadear satisfação com o próprio atendimento odontológico. Nos estudos de Martins et al10 e Paim et al15, 5,8% de idosos relataram nunca terem usado tais serviços; na investigação aqui apresentada, 1,6% disse o mesmo.

Destaca-se que o presente trabalho foi conduzido nos domicílios, não no âmbito do serviço pelos próprios prestadores de assistência odontológica, o que minimizou o possível sentimento de reconhecimento e consequente satisfação. Algumas políticas de saúde e de formação profissional desenvolvidas no município, como investimentos na formação e qualificação profissional, atenção primária à saúde e humanização da assistência, além da ampla participação social e maior conscientização sobre o direito à saúde, podem ter influenciado a avaliação dos serviços odontológicos prestados pelo SUS entre os idosos.7,15,22

Idosos relataram níveis mais elevados de satisfação do que os usuários mais jovens.9,16,23 Inquérito populacional de base nacional, conduzido em cinco mil domicílios brasileiros escolhidos por amostragem probabilística com adultos com mais de 18 anos, mostrou que 27% dos indivíduos estavam satisfeitos com o funcionamento da assistência à saúde no País, sem distinção do tipo de serviço usado.19 As acentuadas desigualdades socioeconômicas, bem como a influência da conjuntura social sobre a saúde do cidadão brasileiro, podem estar diretamente ligadas aos resultados divergentes, principalmente pelas diferenças regionais no âmbito das políticas de assistência à saúde.6

Houve maior prevalência da satisfação com o atendimento odontológico entre os que referiram não usar medicamentos. Esses resultados são consistentes com os de outros estudos, nos quais se constatou menor prevalência de satisfação com a qualidade organizacional dos cuidados entre usuário com estado geral de saúde comprometido.9,16,23

Conforme modelo teórico de Andersen & Davidson1 (1997) adotado e a proposta de Donabedian3 (1988), esperava-se associação entre satisfação com os serviços odontológicos e escolaridade, renda e cor da pele autorreferida dos usuários. Entretanto, no presente estudo e em outro, conduzido em Taiwan, a escolaridade dos usuários dos serviços de saúde não foi associada à satisfação com a assistência.20 Status socioeconômico esteve associado à satisfação na África do Sul, assim como foi constatada associação entre raça e satisfação.14 As associações esperadas não foram confirmadas na presente investigação, possivelmente em função da homogeneidade da população no quesito renda (82,2% com até um salário e meio de renda per capita mensal).

O acesso a informações sobre como evitar problemas bucais esteve independentemente associado à satisfação com o atendimento odontológico. Tung & Chang20 constataram que a satisfação com serviços de saúde associou-se a ações educativas sobre a prevenção e o controle de doenças. Donabedian3 (1988) afirma que o processo, i.e., a relação interpessoal paciente-profissional, tem influência na avaliação de serviços de saúde. Haddad7 e Motta & Aguiar13 destacaram que a implementação das novas diretrizes curriculares nos cursos de graduação e pós-graduação possibilita mudanças na concepção e no perfil dos profissionais, direcionados à atenção integral das pessoas, famílias, grupos sociais e comunidades, além da educação permanente no preparo de recursos humanos para a atenção primária à saúde. Possivelmente os profissionais de nível superior que atuam na ESF do município de Montes Claros apresentavam formação especializada, principalmente com residência em medicina de família e comunidade ou residência multiprofissional em saúde da família.18 Isso poderia ser esclarecido em investigações futuras. É possível que a qualificação diferenciada dos profissionais tenha favorecido assistência à saúde mais humanizada e pautada no acolhimento aos usuários, beneficiando a interação paciente-profissional-serviço.

Esperava-se menor prevalência de satisfação com o atendimento odontológico entre aqueles com impacto negativo das condições de saúde bucal sobre a qualidade de vida, uma vez que essa satisfação poderia ser influenciada pelos resultados em saúde.3 Contudo, a situação normativa de saúde bucal encontrada pode ser reflexo dos fatores ligados às condições de autocuidado e assistência odontológica durante toda a vida. Consequentemente, pode não implicar insatisfação com o recente atendimento odontológico recebido.

A maior satisfação encontrada entre os idosos que perceberam positivamente a aparência de seus dentes e gengivas indica a importância desse parâmetro de percepção do usuário sobre a própria saúde em relação à avaliação dos serviços prestados.1,11

Houve associação independente com o acesso a informações sobre como evitar problemas bucais. Usuários dos serviços do SUS e aqueles que perceberam sua aparência de forma positiva apresentaram maior satisfação. Em modelo proposto por Andersen & Davidson1 constatou-se associação com variáveis de quatro subgrupos. Esse modelo teórico1 e a proposta de Donabedian3 (1988) foram confirmados na presente investigação.

Os idosos que utilizaram os serviços odontológicos ofertados pelo SUS possuem maior satisfação com o atendimento, assim como aqueles que não fazem uso de medicamentos, os com melhor autopercepção da estética dos dentes e gengivas e aqueles que contam com mais acesso a informações sobre como evitar problemas bucais. Concluímos, portanto, que as políticas de saúde do SUS, implementadas no município, começam a apresentar os resultados positivos esperados.

O estudo apresenta limitações relacionadas à construção da variável dependente, à ausência da avaliação da resolubilidade e da estrutura dos serviços de saúde. Salienta-se ainda que o processo que relaciona a avaliação dos serviços odontológicos e as variáveis investigadas é dinâmico. Portanto, causas e efeitos certamente variam ao longo do tempo e, sendo este um estudo seccional, não é possível estabelecer uma relação temporal entre as associações observadas. Por outro lado, destaca-se que os resultados apresentados são confiáveis, fruto de uma amostra probabilística por conglomerados representativa dos idosos do município, e a análise dos dados contou com a correção pelo efeito de desenho.

AGRADECIMENTOS

À Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), pelo apoio logístico; à Prefeitura Municipal de Montes Claros, pelo apoio financeiro e logístico; e à Fundação de Amparo à Pesquisa Estado de Minas Gerais (Fapemig), pelo auxílio financeiro.

Recebido: 29/10/2011

Aprovado: 28/6/201

Os autores declaram não haver conflitos de interesse

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  • Correspondência:

    Carlos Alberto Quintão Rodrigues
    Departamento de Odontologia
    Av. Rui Braga, S/N
    Vila Mauricéia 39401-089 Montes Claros, MG, Brasil
    E-mail:
  • a
    Ministério da Saúde (BR). Estatuto do idoso. Brasília (DF); 2003.
  • b
    Ware JE, Kosinski M, Keller SK. SF-36 physical and mental health summary scales: a user's manual. Boston: The Health Institute; 1994.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      01 Fev 2013
    • Data do Fascículo
      Dez 2012

    Histórico

    • Recebido
      29 Out 2011
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