RESUMO
OBJETIVO
Avaliar a adesão de gestantes às medidas de proteção individual contra picadas de mosquitos, recomendadas pelo Ministério da Saúde e investigar os fatores associados à não adoção dessas medidas.
MÉTODOS
Foram entrevistadas 177 gestantes entre novembro de 2016 e fevereiro de 2017 nas 10 unidades básicas de saúde da cidade de Propriá, SE, duas localizadas na zona rural e oito na zona urbana, durante as consultas de pré-natal, para levantar informações sobre o uso de medidas preventivas contra a transmissão vetorial do zika vírus. Os dados foram analisados utilizando métodos de estatística descritiva, teste do qui-quadrado ou teste exato de Fisher, e foi calculado o odds ratio . As variáveis independentes foram agrupadas por meio da análise de componentes principais, e as dependentes (uso de repelentes, mosquiteiros, vestimentas, telas e inseticidas) foram analisadas pelo método de regressão logística.
RESULTADOS
Entre as medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde, o uso de mosquiteiros foi a mais utilizada por gestantes residentes na zona rural e de baixa escolaridade, enquanto os repelentes foram mais utilizados por mulheres da zona urbana e com maior tempo de estudo. Mulheres com situação socioeconômica vulnerável apresentaram risco 2,4 vezes maior de não utilizar telas em suas residências, 1,9 vezes maior de não mudar o modo de se vestir e 2,5 vezes maior de não usar repelentes do que gestantes em melhores condições econômicas.
CONCLUSÕES
A condição socioeconômica das gestantes, especialmente entre as mulheres menos favorecidas, influenciou o uso das medidas de proteção contra o zika vírus, desde a compra de repelentes, vestimentas, inseticidas até outros recursos na cidade de Propriá, SE.
Gestantes; Infecção pelo Zika virus, prevenção & controle; Infecções por Arbovirus, prevenção & controle; Repelentes de Insetos; Mosquiteiros, utilização; Fatores Socioeconômicos