RESUMO
OBJETIVO Estimar a esperança de vida saudável aos 60 anos por sexo e Unidade da Federação e investigar as desigualdades geográficas e por nível socioeconômico.
MÉTODOS A esperança de vida saudável foi estimada pelo método de Sullivan, com base nas informações da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Foram adotados três critérios para definição de estado “não saudável”: autoavaliação de saúde ruim, funcionalidade para realização das atividades da vida diária, e presença de doença crônica não transmissível com grau intenso de limitação. O indicador de nível socioeconômico foi construído com base no número de bens no domicílio e grau de escolaridade do responsável. Para analisar as desigualdades geográficas e por nível socioeconômico, foram calculadas medidas de desigualdade, como a razão, a diferença e o coeficiente angular.
RESULTADOS A esperança de vida saudável entre os homens variou de 13,8 (Alagoas) a 20,9 (Espírito Santo) para o critério de autoavaliação de saúde ruim. Entre as mulheres, as estimativas correspondentes foram sempre mais altas e variaram de 14,9 (Maranhão) a 22,2 (São Paulo). Quanto à razão de desigualdades por Unidade da Federação, as medianas foram sempre maiores para a esperança de vida saudável do que para a esperança de vida, independentemente da definição adotada para estado saudável. Quanto às diferenças por Unidade da Federação, a esperança de vida saudável chegou a ser sete anos maior em um estado do que em outro. Por nível socioeconômico, foram encontradas diferenças de três e quatro anos, aproximadamente, entre os últimos e primeiro quintos, para homens e mulheres, respectivamente.
CONCLUSÕES Além de os indicadores de mortalidade estarem associados às condições de vida, as desigualdades são ainda mais pronunciadas quando o bem-estar e as limitações nas atividades habituais são levados em consideração, mostrando a necessidade de promover ações e programas para diminuir o gradiente socioespacial.
Expectativa de Vida; Fatores Socioeconômicos; Desigualdades em Saúde; Inquéritos Epidemiológicos
EV: esperança de vida; EVS: esperança de vida saudável; AAS: autoavaliação de saúde; NSE: nível socioeconômico; lim: limitação; AVD: atividades da vida diária; DCNT: doença crônica não transmissível.a Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Tábua completa de mortalidade para o Brasil – 2013. Breve análise da mortalidade nos períodos 2012–2013 e 1980–2013. Diretoria de Pesquisas. Coordenação de População e Indicadores Sociais, 2014.b Estimativas da EVS utilizando os dados da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013, pelo método de Sullivan de acordo com as seguintes definições de estado não saudável: (1) Autoavaliação de saúde ruim ou muito ruim; (2) Dificuldade ou não consegue realizar as AVD; (3) Pelo menos uma DCNT com grau intenso ou muito intenso de limitação para realização das atividades habituais em decorrência da doença.c Número de pontos obtidos de acordo com os bens do domicílio, grau de escolaridade do responsável, e empregada mensalista.