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Doença de Chagas e previdência social: estudo caso-controle em uma área urbana, Goiás, Brasil

São descritas as características sociais e ocupacionais de um grupo de pacientes chagásicos em área urbana no intuito de se estudar a importância médico-social da doença de chagas como causa de incapacidade laborativa. Cento e vinte pacientes portadores de cardiopatia chagásica e 120 pacientes controles, não infectados pelo Trypanosoma cruzi, foram selecionados ao acaso entre os requerentes de auxílio doença-previdenciário no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) de Goiás (Brasil). Os dois grupos foram comparados em relação a idade, sexo, local de nascimento, história de migração, nível sócio-econômico, esforço físico no trabalho, idade de filiação e anos de contribuição ao INPS, evolução clínica e presença de alterações eletrocardiográficas. Verificou-se que os indivíduos chagásicos apresentavam nível sócio-econômico mais baixo, desenvolviam atividades profissionais de menor especialização e recorreriam à previdência social para benefícios por incapacidade em idade mais jovem e com menor tempo de contribuição quando comparados ao grupo controle. O esforço físico ocupacional estava associado a um risco relativo de 2,3 (LC95% 1,5-4,6) e 1,8 (LC95% 1,2-3,5) comparando-se, respectivamente, atividades físicas ''pesada" e "moderada" em relação a atividades ocupacionais "leves". Comparando-se a amostra inicial de soropositivos e soronegativos (controles), foi estimado um risco relativo associado à cardiopatia de 8,5 (LC95% 4,9-14,8). Riscos relativos de 37,1 (8,8 - 155,6) e 4,4 (2,1 - 9,1) foram obtidos para o bloqueio de ramo direito e hemibloqueio anterior esquerdo, respectivamente.

Tripanossomose sul-americana; Previdência social; Trabalhadores; Grupos controle; Riscos ocupacionais


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