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Cartas ao Editor Letters to the Editor

Senhor Editor: A Universidade de São Paulo, por intermédio da Faculdade de Saúde Pública, estabeleceu convênio com o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) por meio do qual aquela se compromete a desenvolver um Sistema Nacional de Informações de Demanda Ambulatorial.

Esse trabalho vem se desenvolvendo desde março de 1987 em colaboração com o Departamento de Informações da Secretaria de Planejamento da Diretoria Geral daquele Instituto e, como resultado, foi produzido documento do qual enviamos um relato sumário a fim de ser publicado nessa Revista.

Sendo só o que se nos apresenta no momento, renovamos nossos protestos de elevada estima e consideração. Atenciosamente

Maria Lúcia Lebrão

Coordenadora do Convênio

SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES DE DEMANDA AMBULATORIAL

Com a criação do Departamento de Informações de Saúde, na Secretaria de Planejamento da Direção Geral do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), em dezembro de 1986 consolidou-se a intenção de estabelecer um Sistema de Informações para instrumentalizar o planejamento setorial.

A utilização da epidemiologia no planejamento em saúde, embora recomendada internacionalmente, não é exercitada no país. Nestes tempos em que avança o processo de unificação e se busca a melhoria dos serviços prestados pelo setor público, a epidemiologia deve ser vista como um fundamento para a organização e a avaliação permanente desses serviços, no sentido de aproximá-los cada vez mais das reais necessidades da população.

A dificuldade de se trabalhar com morbidade aliada à enorme quantidade de consultas produzidas pelo INAMPS, tem postergado a decisão de se ter informações a respeito da demanda verificada aos serviços de saúde. Assim, justamente se conhecendo o volume de informações, optou-se por trabalhar com uma amostra dessas consultas a cada período de 12 meses. O processo escolhido foi o de amostragem probabilística por conglomerados, em 2 etapas, com partilha proporcional ao número de Consultas Médicas Potenciais dos estabelecimentos. Num primeiro momento serão sorteados os ambulatórios e numa segunda fase as consultas dentro desses ambulatórios. Optou-se, ainda, por se utilizar sempre os mesmos ambulatórios sorteados ao invés de sortear ambulatórios diferentes a cada ano, por se pretender criar verdadeiros núcleos de profissionais voltados para informações de saúde, capazes de aprofundar estudos posteriores, além de permitir a melhoria do pessoal a nível local e a efetividade do sistema. Assim , o sistema será permanente, de bases amostrais fixas, embora de concepção técnica aberta, de modo a permitir ao usuário adequá-lo às suas necessidades, garantindo a descentralização ao nível de exigência de cada Unidade da Federação.

Sabe-se que o nível de desenvolvimento dos registros de cada estabelecimento neste país é diferente, o que levou à necessidade de se ter o conhecimento dessa situação e a optar por se enviar aos estabelecimentos amostrados um questionário, tentando obter-se um quadro da qualidade dos registros ali existentes. As respostas permitirão que se estabeleça uma estratégia de trabalho de forma quase individualizada para cada estabelecimento.

O elemento chave do Sistema será o agente de campo que terá sob sua responsabilidade a colheita de dados de aproximadamente 15 estabelecimentos. As consultas realizadas serão anotadas, com os dados necessários, em uma lista de consultas, que permitirá o sorteio automático dessas consultas, por meio da técnica de amostragem sistemática.

O agente de campo, após implantar o sistema de registro em cada estabelecimento, visitá-los-á periodicamente a fim de colher os dados referentes às consultas sorteadas em uma planilha pré-codificada. Posteriormente essas informações serão codificadas e processadas em microcomputadores existentes nos Estados.

Os resultados e estimativas poderão ser apresentados para o Estado na sua totalidade e, dentro de cada Estado, segundo capital e interior, municípios agrupados segundo mesoregiões homogêneas e regiões metropolitanas.

Para dar ao trabalho a dimensão da complexidade necessária, deverão ser envolvidos profissionais das áreas de Informações de Saúde, Epidemiologia e Planejamento das Instituições envolvidas no Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), firmando, dessa maneira, a co-responsabilidade dessas instituições no Sistema, tanto a nível estadual, como nacional.

Maria Lúcia Lebrão

Nilza Nunes da Silva

Isildinha Marques dos Reis

Maria do Rosário D. de O. Latorre

Departamento de Epidemiologia — FSP/USP

Ilara Hamerly

Departamento de Informações de Saúde/

Secretaria de Planejamento da Diretoria

Geral do INAMPS

Nota: Os interessados em obter o documento completo, podem solicitá-lo a: Maria Lúcia Lebrão Av. Dr. Arnaldo, 715 01255 — São Paulo, SP — Brasil

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    02 Dez 2004
  • Data do Fascículo
    Ago 1988
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