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Resumos de Livros Book Reviews

Nelly Martins Ferreira Candeias

Departamento de Prática de Saúde Pública — FSP/USP

Adult Learns, adult education and the community, Teachers College Press, 1983. 229 p.

Apesar de se reconhecer que grande parte da educação de adultos ocorre fora de instituições educativas, a maioria dos pesquisadores, nessa área, preferem concentrar atenção e energias na minoria de alunos adultos que freqüentam classes formais. Como se ressalta, é de fato muito mais fácil analisar as características e atividades de amostras facilmente identificáveis, nas classes, do que estudar as diversidades de situações de aprendizagem que ocorrem fora delas.

Este livro dirige-se exatamente a este grupo de educandos adultos, que se reúnem em grupos ou então procuram aprender, de forma individualizada, em ambientes informais da comunidade. A respeito, mencionam-se autores como Illich, Reimer e Freire, que se preocupam com isto e dedicaram grande parte de seu tempo ao processo de "desescolarização" de grupos comunitários.

O conteúdo é de excepcional interesse para todos aqueles que têm responsabilidades educativas na prática da saúde pública. Ressalte-se que, com exceção da dimensão "Educação em Saúde na Escola", todas as outras intervenções educativas ocorrem sempre em ambientes informais, tendo como população-alvo, com algumas exceções, educandos adultos. A educação clínica, a educação dos trabalhadores e a educação comunitária lidam mais freqüentemente com adultos do que com crianças ou adolescentes.

É pois valioso o conteúdo deste livro que se divide em nove capítulos: Aprendizagem Adulto Independente — Análise Conceitual; o "Iceberg'' da Aprendizagem Adulta; Educação Comunitária Adulta; Grupos de Aprendizagem Adulta; Desenvolvimento e Ações Comunitários; Identificação e Pesquisa sobre Educandos Adultos na Comunidade; Apoio aos Educandos Adultos na Comunidade — Modalidade Individual; Apoio nos Educandos Adultos na Comunidade — Modalidade Grupal; finalmente, Conclusão — um pós-escrito.

Trata-se pois de um livro desafiador, particularmente em nosso meio, em que a pedagogia prevalece sem nenhum respeito à andragogia, ou seja, ignorando as modalidades de ensino e aprendizagem mais apropriados, não a crianças mas a uma "espécie negligenciada", constituída por educandos adultos.

Nelly Martins Ferreira Candeias

Departamento de Prática de Saúde Pública — FSP/USP

Evaluation of health promottion and education programs, by Richard A. Windisor et al. Palo Alto, Calif., Mayfield Publ., 1984. 366 p.

O livro discute as habilidades técnicas necessárias a todos aqueles que pretendam avaliar programas de promoção da saúde. Para o aperfeiçoamento destas, ressalta-se no texto a surpreendente contribuição da década de 80. Trata-se pois de passar de ato de dizer, tão freqüente em nosso país, para o ato de fazer, o que exige, já se sabe, muito estudo e abnegação.

O texto destina-se a alunos de graduação e de pós-graduação, que desejam se especializar em educação em saúde e em ciências do comportamento, assim como a profissionais na prática de saúde pública. Vale a pena ressaltar que o texto visa a atender às exigências curriculares, discutidas e registradas em importantes publicações nos Estados Unidos. Conjuntamente, representam o mais ambicioso estudo já realizado com vistas ao aperfeiçoamento da prática de Educação em Saúde. São estas: 1) "Guidelines for the Preparation and Practice of Professional Health Educators", documento publicado pela "Society of Public Health Educators", em 1977;* * Ver o apêndice B deste livro "Initial Role Delineation for Health Education: Final Report", trabalho patrocinado pelo "Department of Health and Human Services (U.S. DHHS, Public Health Service, 1980a)"; "Promoting Health/Preventing Disease: Objectives for the Nation", publicação do "U.S. DHHS, Public Health Service (1980c)". Este último documento tem o mérito de apresentar objetivos quantitativos em 15 diferentes áreas de interesse para a promoção da saúde comunitária, o que é extremamente complexo, porém, pelo visto, possível.

No que diz respeito ao ítem delineamento do papel dos educadores de saúde, realizou-se na Faculdade de Saúde Pública um estudo análogo, embora de menor âmbito, do qual participaram especialistas de educação em saúde das Secretarias da Saúde do Estado e da Prefeitura de São Paulo. Este estudo permitiu determinar as áreas prioritárias desta complexa prática. Quer isto dizer que também aqui se tem procurado aperfeiçoar as habilidades técnicas de natureza quantitativa, qualitativa e analítica destes profissionais, a fim de que possam estes usufruir de maior visibilidade no ambiente da prática sanitária.

O livro, que apresenta excepcional bibliografia na área de avaliação, divide-se nos seguintes capítulos: Introdução à Avaliação; Planejamento de Programas de Educação em Saúde e da Avaliação; Fazendo Avaliações e Promovendo a Mudança Organizacional; Fazendo Avaliações de Processo; Avaliando a Eficiência do Programa; Coleta de Dados; Métodos para Coleta de Dados; Técnicas Simples para analisar dados de Programas.

Além desses oito capítulos, apresentam-se três apêndices: Relatório de Avaliação da Educação em Saúde, Especificação do Papel do Educador de Saúde e, finalmente, Primeiros Princípios de Análises de Custo-Benefícios em Saúde.

É uma leitura obrigatória para todos aqueles que pretendem contribuir para o processo de planejamento, implementação e avaliação de programas de saúde pública.

Fabíola Zioni Gomes

Departamento de Prática de Saúde Pública FSP/USP

Applications of social science to clinical medicine and health policy, edited by Linda H. Aiken and David Mechanic. New Brunswik, N.J., Rutgers University Press, 1986. 588 p.

O livro procura apresentar um panorama da contribuição das ciências sociais para as áreas médicas e para os programas de saúde.

Essas contribuições estariam trabalhadas nas 5 partes do livro:

Na primeira parte apresenta-se uma visão mais geral de como o estado de saúde e a organização da assistência médica relacionam-se com processos sociais globais. Na segunda parte são apresentadas as contribuições de métodos e técnicas das ciências sociais para os estudos de morbidade e mortalidade assim como da prevenção desses processos; ressalta-se também o papel das ciências sociais para avaliar as conseqüências das intervenções técnicas. A terceira parte ocupa-se da atuação das ciências sociais no que diz respeito ao estudo de grupos populacionais e etários relevantes para a saúde pública: saúde infantil, do adolescente e do idoso, assim como problemas de reprodução humana são objetos de atenção deste capítulo. No capítulo que se segue são apresentados processos sociais importantes em termos de vulnerabilidade a doenças e de relações entre pacientes e profissionais. Na parte cinco são abordadas questões ligadas à organização e financiamento dos serviços de atenção médica,

Para os autores, apesar dos avanços técnicos e científicos na área "curativa'', a ciência da prevenção ainda estaria em seus estágios iniciais necessitando de pesquisas na área comportamental principalmente em função do predomínio de doenças crônicas. Assim, as ciências sociais deveriam contribuir para a promoção de estilos de vida "construtivos'' em termos de saúde.

Diante dessa afirmação pressupõe-se que o livro apresente trabalhos de ciências sociais em saúde dentro de uma perspectiva teórica que não é a mais utilizada nos países em desenvolvimento. No entanto, dada sua contribuição como "panorama" de tipos de trabalhos, pode apresentar informações interessantes.

Paulo Antonio de Carvalho Fortes

Departamento de Prática de Saúde Pública — FSP/USP

Le droit de la santé, pour Jean-Marie Auby. Paris, Presses Universitaires de France, 1981. 508 p.

O Direito da Saúde é obra escrita pelo Professor Jean-Marie Auby, da Faculdade de Direito da Universidade de Bordeaux I, considerado um dos iniciadores do ensino do direito sanitário em França.

Segundo o autor, o direito Sanitário é uma conquista dos tempos modernos, que obriga o Estado a organizar serviços públicos capacitados a conduzir o indivíduo ao seu melhor estado sanitário possível.

Através dessa concepção o autor analisa as disposições jurídicas francesas relativas aos principais aspectos voltados às instituições, agentes profissionais e produtos atuando na assistência à saúde.

Na introdução o autor tenta limitar o campo de ação do direito sanitário, salientando que irá se conduzir pela conceituação de saúde como ausência de doenças ou enfermidades, o que caracterizará o livro como voltado mais diretamente aos aspectos da assistência à saúde propriamente dita.

A primeira parte do livro (Os Quadros Administrativos e Profissionais) apresenta as principais instituições administrativas francesas e internacionais que desempenham relevante papel no campo da saúde. Segue-se a apresentação das bases jurídicas das instituições regulamentadoras e disciplinadoras das profissões de saúde, as Ordens ou Conselhos profissionais.

A segunda parte (As Profissões de Saúde) trata mais diretamente das disposições jurídicas concernentes às principais profissões envolvidas no setor saúde, analisando as condições de acesso à profissão, exercício, funções específicas e as diversas formas de atuação (liberal, assalariado, agente público). Bastante desenvolvido é o tópico relativo aos médicos, chamando atenção o capítulo referente ao monopólio da profissão médica.

A terceira parte (As Ações de Saúde) é a mais extensa e complexa, começando por abordar os principais pontos relativos aos dispositivos legais referentes às medidas de prevenção e controle sanitário e à regulamentação do setor hospitalar público e privado, bem como às suas interrelações.

Bastante elucidativos são os capítulos que tratam da forma liberal de atuação médica (Contrato Médico), forma hegemônica na França, e das responsabilidades civis e penais da profissão. O tema é tratado dentro dos princípios básicos franceses concernentes à prática liberal (livre escolha, liberdade de prescrição e instalação, pagamento direto).

Finalizando o livro, as principais regras jurídicas relativas aos medicamentos e outros produtos de utilização na assistência à saúde são resumidas.

É importante ressaltar que a obra se apresenta em linguagem bastante acessível à compreensão, mesmo daqueles não tão familiarizados com a terminologia jurídica.

Os ensinamentos do Prof. Auby, apesar de se basearem na realidade francesa, são indispensáveis àqueles profissionais do direito e da saúde interessados no estudo e nos conhecimentos da aplicação do direito sanitário.

Ana Maria Dianezi Gambardella

Departamento de Nutrição — FSP/USP

Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano, por William D. McArdle, Frank I. Katch e Victor L. Katch; trad. Rio de Janeiro, Ed. Guanabara, 1986. 470 p. ilus.

A questão do esporte, do exercício físico está cada vez mais colocada em pauta em nosso meio. Desta vez com publicação do livro "Fisiologia do Exercício Físico'', traduzido para o português.

Este livro é apresentado em 7 seções. A primeira seção discute aspectos de nutrição normal; a segunda e terceira seções abordam a energia para a atividade física; o desempenho e condicionamento físico, em diferentes situações climáticas são discutidos na quarta e quinta e, exercício físico e saúde são encontrados nas duas últimas seções.

Um livro didático que tem condições de iniciar os estudos sobre fisiología do exercício.

Cabe ressaltar que a tradução deixa muito a desejar.

Rosa Nilda Mazzilli

Departamento de Nutrição — FSP/USP

Malnutrition and human behavior: experimental clinical, and community, by Josef Brozevk. New York, Van Nostrand Reinhold, 1985. 441 p.

Condensado de artigos que relacionam déficits de energia e de nutrientes específicos e comportamento humano, o livro oferece oportunidade àqueles que desejam se atualizar. Inclui ainda estudos em comunidades. Embora os assuntos sejam dirigidos às várias áreas da ciência da nutrição e das ciências do comportamento, é de particular interesse aos pediatras especializados no desenvolvimento e educação da criança, utilizando os conhecimentos de antropologia e sociologia.

O conteúdo está distribuído em nove partes, totalizando trinta e dois capítulos escritos por especialistas na área.

Paulo Antonio de Carvalho Fortes

Departamento de Prática de Saúde Pública — FSP/USP

Planning for health: generics for the eighties, by Henrick Leo Blum. 2nd ed. New York, Human Sciences, 1981. 462 p.

O livro de Henrick Blum, professor de Planejamento em Saúde da Universidade da California, Berkeley, aparece agora na segunda edição. Conforme o autor, as diferenças com a primeira edição se fundamentam numa maior interpretação da necessidade de adaptação do planejamento às diversas situações e ambientes encontrados em diversos países e comunidades.

O tema é abordado numa visão global dentro de uma linha onde se manifesta o predomínio do conceitual sobre o aplicativo. Seus conceitos podem ser utilizados tanto nos níveis centrais quanto para a tomada de decisões a nível local.

Também ressalta a abordagem do autor dentro de uma perspectiva ligada a teoria geral de sistemas.

O livro é estruturado em 13 capítulos agrupados em 4 partes. A primeira parte (A natureza da tarefa) conceitua sobre a necessidade, os objetivos e as dificuldades do planejamento. Analisa diferentes concepções do binômio saú-de-doença, o papel do Estado no setor saúde, as correlações da saúde com outros setores sociais e econômicos e as funções dos últimos na causação das doenças.

O capítulo 3 ressalta a concepção do autor sobre a utilização do planejamento como processo destinado à mudança social. São discutidos os determinantes sociais para a aceitação e a consecução dessas mudanças, como de modelos de planejamento para atingí-las.

A segunda parte (Aspectos tecnológicos do planejamento) analisa as fases do planejamento, desde a definição das necessidades e interpretação de dados para a escolha das prioridades de atuação, até os métodos para a escolha das alternativas de ação, a implementação e a avaliação do processo.

A terceira parte (Criando os meios para planejar) trata basicamente da formação da equipe de planejadores, seus papéis, funções e atividades. A organização e a direção da equipe são salientadas, assim como as relações possíveis com as perspectivas dos diversos agrupamentos sociais de uma comunidade.

Na quarta parte (Comparações internacionais) o livro apresenta alguns aspectos de experiências de planejamento em larga escala efetuadas na França, na Inglaterra e em Quebec (Canadá). Avalia os avanços obtidos e os obstáculos havidos para a aceitação integral dos planos realizados.

Nessas regiões o planejamento teve caráter racionalizador e reorganizador do sistema de saúde. Ocupou-se fundamentalmente da alteração na alocação de recursos e na contenção dos gastos.

Em suma, o livro consiste em importante contribuição aos estudiosos e interessados no conhecimento das potencialidades do processo de planejamento aplicado ao setor saúde.

Frida Marina Fischer

Departamento de Saúde Ambiental — FSP/USP

Protección de los trabajadores contra las radicaciones (radiaciones ionizantes), por la Oficina Internacional del Trabajo. Ginebra, 1987. 78 p.

No início deste século até meados da década de 40, o emprego de substâncias radioativas se restringia especialmente às áreas médica e militar. À medida que os processos tecnológicos foram se aperfeiçoando, a automação industrial se intensificando e os controles de qualidade passando a ser de vital importância para as indústrias, cresceram os usos de substâncias radioativas nos ambientes ocupacionais. Assim, é cada vez maior a necessidade de esclarecimento e as práticas regulares de controle de exposição dos trabalhadores que lidam com substâncias radioativas.

A organização Internacional do Trabalho em setembro de 1986, em reunião tripartite de representantes de governos, empregadores e trabalhadores, inclusive com a participação da Organização Mundial da Saúde, o Organismo Internacional de Energia Atômica e a Comissão Internacional de Proteção Radiológica, entre outras organizações, examinou e aprovou um conjunto de recomendações práticas para a proteção dos trabalhadores contra as radiações ionizantes.

Esta obra é destinada a tantos quantos sejam responsáveis e interessados neste assunto, tais como, Serviços de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho das empresas, participantes das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes, gerentes e encarregados da produção industrial e de serviços de Medicina Radiológica, de comissões de trabalhadores, de pesquisadores em ciências biológicas, etc.

Os seguintes tópicos são tratados neste livro: obrigações e responsabilidades gerais, sistema de notificação, registro ou concessão de licenças, classificação de trabalhadores, condições e zonas de trabalho, proteção dos trabalhadores contra as radiações (limitação da exposição e a radiações em condições normais e anormais), programas de proteção radiológica e glossário de termos técnicos.

Neste texto mencionam-se também os cuidados necessários com a proteção ambiental em geral, assim como os princípios gerais de informações técnicas aos trabalhadores.

Se tais recomendações forem seguidas à risca e fiscalizadas pelas autoridades competentes que cuidam da saúde pública e dos trabalhadores, certamente serão raros os episódios de contaminação radioativa ambiental e as exposições ocupacionais que ultrapassem os limites de tolerância biológica.

Maria Helena Prado de Mello Jorge

Departamento de Epidemiologia — FSP/USP

Road accident statistics, by T.P. Hutchinson. Adelaide. Rumsby Scientific Publ., 1987. 292 p.

O livro representa um apanhado geral de todo o processo de coleta de dados até os resultados sobre a ocorrência e as conseqüências dos acidentes em estradas. Está escrito em quase trezentas páginas, dividido em catorze capítulos.

O Capítulo 1 se propõe a descrever a estrutura e o escopo da publicação e mostrar quão diferente é o comportamento desses acidentes em diversos países do mundo. No Capítulo 2, especificamente, encontram-se listagens com o total de mortes nos acidentes em estradas em diferentes países para os quais foi possível obter informações sobre os mesmos, aparecendo os dados desagregados segundo categorias como sexo, idade e qualidade da vítima, entre outras.

O Capítulo 3 apresenta os dados internacionais, agora obtidos por intermédio de informações policiais e as diferentes maneiras de coletá-los e apresentá-los. O autor, apesar de considerá-los bastante relevantes para as estatísticas, chama a atenção, no Capítulo 4, para o fato de que, para interpretá-los adequadamente, é necessário examinar a forma de registro utilizado, bem como conhecer uma série de questões relativamente ao processo de coleta.

No Capítulo 6 são examinados os conteúdos das publicações anuais sobre estatísticas de acidentes em seis áreas do mundo desenvolvido a filosofia geral apresentada é a de que 1.º) é importante conhecer quantos acidentes acontecem e suas características; 2.º) comunicar esses acontecimentos por meio de anuários estatísticos e agências e organizações cujo trabalho é facilitar o entendimento desses dados e 3.º) estender essas comunicações a nível internacional, com base no fato de que muitos desses problemas têm similares em outros países e muitos deles podem ser solucionados. No Capítulo 7 são apresentados dados de fontes estatísticas rotineiras em diferenças países, para conhecimento de informações, como o uso de cinto de segurança, efeito do tamanho do carro sobre o tipo de injúria, danos sofridos pelo veículo, ferimentos em seus ocupantes, tempo entre o acidente e a morte, níveis de álcool no sangue de motoristas lesados, velocidade dos veículos envolvidos, entre outros.

O Capítulo 8 se preocupa com a classificação das lesões, partindo das duas formas utilizadas pela Classificação Internacional de Doenças — CID — (segundo o tipo de acidente: código E e natureza da lesão) e mostrando a importância do cruzamento entre duas classificações. Conclui que a CID pode ser melhorada com vistas a fornecer um quadro mais amplo relativo às lesões, de forma a trazer mais detalhes para os usuários. Oferece ainda outras classificações quanto às lesões, como por exemplo a Escala Abreviada de Lesões (A.L.S.). A natureza das lesões, tendo como ponto de partida os dados de prontuários hospitalares, é estudada no Capítulo 10. As comparações internacionais quanto a estes aspectos econtram-se discutidas no Capítulo 12.

O Capítulo 9 refere-se a dados obtidos a partir de certificados de óbitos, analisando, tanto os dados obtidos para diferentes países, quanto mostrando as tendências das taxas de acidentes, em momentos diferentes, em um mesmo país.

O Capítulo 11 mostra as discrepâncias verificadas entre os dados obtidos pela polícia e os dados médicos, levantando hipóteses tentativas para explicar porque ambos são tão diferentes, assunto que o autor volta a analisar no Capítulo 13.

O Capítulo 14, finalmente, analisa dados obtidos por intermédio de seguros pelos proprietários de veículos danificados.

Trata-se de uma obra que, embora seu autor pertença a um Departamento de Engenharia Civil, não se prende somente a esses aspectos; é completa, abrangendo toda a gama de problema que intervém nos acidentes rodoviários, bem como o leque de situações decorrentes dos mesmos. Em uma palavra, poder-se-ia dizer que é obra de consulta indispensável a todos quantos se interessam pelo assunto, não podendo fazer-se ausente no campo da Saúde Pública.

Resumos de Publicações da OPAS PAHO Publications Reviews* * Iniciamos a publicação de resumos de livros editados pela Organização Pan Americana da Saúde, elaborados sob sua responsabilidade, nos idiomas inglês ou espanhol.

The challenge of epidemiology. Washington, D.C. Pan American Health Organization, 1988. 1013 p. US$ 30.00, ISBN 92 7511505 2.

This book, the culmination of the joint efforts of the Pan American Health Organization and four eminent epidemiologists —Carol Buck, Alvaro Llopis, Enrique Nájera, and Milton Terris—serving as editors, is a landmark in making literature on epidemiology available to students, public health workers, and other interested members of the public. Within its more than 1,000 pages, the reader will find an anthology of 91 selections in the field of epidemiology, ranging from works by Hippocrates from 400 B.C. to contemporary studies that evaluate the effect of health services on health. In addition, the book includes technical discussions by the four editors that consider aspects of epidemiology's beginnings, its development, and its possible role in the future.

The idea for this book emerged some years ago, during a seminar on the role of epidemiology in the developing countries of the Americas that was held in Buenos Aires, Argentina. At that time, the seminar's participants concluded that one of the greatest obstacles to the development of epidemiology in the continent, as well as to conducting training and research in the discipline, was that public health workers had little access to scientific medical literature. In response to this need, work on the book began.

From a vast storehouse of articles, book chapters, and excerpts which had been suggested by one hundred experts in epidemiology from around the world, the editors selected the 91 works for the anthology. Those selected works were chosen because of their enduring value, because they highlight the importance of epidemiology in unconventional areas, or because they define trends or advance knowledge. The technical discussions, which are edited transcriptions of actual discussions held by the editors, are intended to provide information and stimulate debate on the history and development, scope and limitations, and uses and perspectives of epidemiology.

The book is organized in five sections. The first four contain both background discussions and a collection of reprinted works arranged chronologically: section 1, "Historical Development" and section 2, "From the Old to the New Epidemiology", trace the historical evolution of the discipline; section 3, "Etiologic Investigations", and section 4, "Health Services and Health Policies", address the application of epidemiology. Finally, section 5, "Perspectives and Prospects", which includes only technical discussions, offers the editors' views on the future of epidemiology.

This book, besides constituting a crucial first step in making technical material in epidemiology more accessible to public health workers, will become a valuable reference tool for students and professionals. More importantly, it will provide a much needed frame of reference for reorienting the practice of epidemiology.

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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      01 Dez 2004
    • Data do Fascículo
      Out 1988
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