OBJETIVO: O diagnóstico diferencial de doenças exantemáticas causadas por vírus é geralmente difícil, e equívocos não são raros, especialmente depois da introdução da vacina contra o sarampo e a rubéola. Um estudo laboratorial foi conduzido com o objetivo de estabelecer o diagnóstico etiológico de casos de exantema em crianças que receberam a vacina contra o sarampo. MÉTODOS: Soros de casos de exantema em crianças que receberam vacina contra o sarampo, em 1999, foram analisados para anticorpos IgM contra os vírus do sarampo, da rubéola e do parvovírus humano B19 (HPV B19), por técnicas comerciais de Elisa, e o herpes vírus humano tipo 6 (HHV 6), por técnica comercial de imunofluorecência. A viremia para cada um desses vírus foi testada pela reação em cadeia da polimerase (PCR). RESULTADOS: Foram notificados, em 1999, 17 casos de crianças com exantema pós-vacinal. A idade das crianças era de nove a 12 meses (mediana, dez meses). Uma amostra de sangue colhida para investigação laboratorial foi obtida para cada criança. O tempo decorrido entre a aplicação da vacina e o aparecimento do exantema variou de um a 60 dias. Os resultados da sorologia das 17 crianças sugeriram o seguinte diagnóstico etiológico para o exantema: 17,6% (três em 17) infecção pelo HPV B19; 76,5% (13 em 17) infecção pelo HHV 6; 5,9% (um em 17) exantema originado pela vacina do sarampo. CONCLUSÃO: Os resultados indicaram que a infecção pelo HPV B19 ou pelo HHV 6 pode ser diagnosticada como sarampo de origem vacinal. Portanto, é fundamental incluir esses vírus no diagnóstico laboratorial para corretamente apontar a etiologia das doenças exantemáticas, evitando, assim, atribuir à vacina do sarampo efeito colateral.
Vacinação do sarampo; Parvovírus humano B19; Herpes vírus humano 6; Exantema; Rubéola; Sarampo