RESUMO
OBJETIVO:
Avaliar a associação entre a renda contextual e a incidência de incapacidade nas atividades básicas e instrumentais da vida diária.
MÉTODOS:
Trata-se de estudo de coorte, com amostra de idosos (n = 1.196) residentes em Florianópolis, SC. As incidências de incapacidades foram avaliadas por meio do relato de dificuldade ou inabilidade para realizar seis atividades básicas da vida diária e nove atividades instrumentais da vida diária após quatro anos. A renda contextual foi obtida a partir do Censo Demográfico 2010. Foram realizadas análises de regressão logística multinível com modelos de ajuste para variáveis individuais.
RESULTADOS:
A incidência de incapacidade nas atividades básicas da vida diária foi de 15,8% (IC95% 13,8–17,9) e nas atividades instrumentais da vida diária de 13,4% (IC95% 11,6–15,5). Houve associação significativa entre a renda contextual e a incidência de incapacidade nas atividades básicas da vida diária. Tendo como referência os idosos residentes no tercil inferior de renda, aqueles que moravam nos tercis intermediários e no de maior renda tiveram 37% (IC95% 0,41–0,96) e 21% (IC95% 0,52–1,19) menores chances de desenvolver incapacidade, respectivamente. Para a incidência de incapacidade nas atividades instrumentais da vida diária não foram verificadas associações estatisticamente significativas.
CONCLUSÕES:
A renda contextual influencia no desenvolvimento de incapacidade nas atividades básicas da vida diária em idosos, devendo ser alvo de ações para redução de iniquidades socioeconômicas e promoção da longevidade com independência.
DESCRITORES:
Idoso; Pessoas com Deficiência; Atividades Cotidianas; Renda; Vida Independente; Fatores Socioeconômicos; Estudos de Coortes