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Aspectos epidemiológicos de acidentes de lacraias (Scolopendromorphae: Chilopoda) em região urbana de São Paulo, Brasil

INTRODUÇÃO: A falta de conhecimentos básicos e a benignidade clínica contribuem para que o acidentado por lacraia não seja encaminhado a um centro de referência para tratamento. Assim, realizou-se estudo para inventariar os acidentes por lacraias na Grande São Paulo, Brasil, e apresentar a terapêutica utilizada. MÉTODO: Entre 1980 e 1989 investigaram-se os prontuários médicos quanto ao local, mês e horário dos acidentes; sexo, idade e região do corpo atingida, sinais, sintomas e terapêutica. RESULTADOS: Dos 216 acidentes, 69% ocorreram na Grande São Paulo e, em 63%, o agente causal foi identificado. Os gêneros Cryptops, Otostigmus e Scolopendra foram os mais representativos, apresentando em 87% dos casos sintomatologia evidente. Os acidentes predominaram na estação chuvosa quente, período matutino, no sexo feminino entre 21 e 60 anos nas extremidades das mãos e pés. Somente os picados por Scolopendra e Otostigmus, receberam tratamento terapêutico. CONCLUSÃO: O período de reprodução na estação chuvosa-quente, associado ao sinantropismo, favorece o aumento dos acidentes em áreas urbanas. Os acidentados por Scolopendra e Otostigmus requerem tratamento terapêutico.

Venenos de artrópodes; Mordeduras e picadas


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